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ESTADO DO MARANHÃO: ASPECTOS GERAIS

MAPA DO MARANHÃO
BANDEIRA DO MARANHÃO

MARANHÃO

GEOGRAFIA – Área: 331.983,3 km². Relevo: costa recortada e planície litorânea com dunas e planaltos no interior. Ponto mais elevado: chapada das Mangabeiras (804 m). Rios principais: das Balsas, Gurupi, Itapecuru, Mearim, Parnaíba, Pindaré, Tocantins, Turiaçu. Vegetação: mata de cocais a leste, mangues no litoral, floresta Amazônica a oeste, cerrado ao sul. Clima: tropical. Municípios mais populosos: São Luís (1.050.000), Imperatriz (250.000), Caxias (160.000), Timon (150.000), São José de Ribamar (135.000), Codó (120.000), Açailândia (110.000), Bacabal (100.000), Paço do Lumiar (98.000), Santa Luzia (85.000) (2009). Hora local: a mesma. Habitante: maranhense.

POPULAÇÃO – 6.400.000 (est. 2009). Densidade: 19,1 hab./km² (est. 2009). Cresc. dem.: 1,1% ao ano (1991-2009). Pop. urb.: 61,5% (2009).

DESCRIÇÃO

Disputado por franceses, portugueses e holandeses no início da colonização brasileira, o Maranhão (MA) revela em sua culinária a mistura de influências dos colonizadores, dos índios que ali moravam e dos negros trazidos da África. Os doces portugueses dividem a mesa com os de frutas nativas, como maracujá, bacuri, jenipapo e tamarindo. No litoral são consumidos marisco, siri, caranguejo e peixes. Diferentemente da culinária do vizinho Pará, a cozinha maranhense é leve, com pouco tempero e gordura no preparo de peixes e carne. A principal manifestação popular é a festa do bumba-meu-boi, mas se destaca também o tambor-de-crioula. O Maranhão é o único estado da Região Nordeste com parte de seu território coberto pela floresta Amazônica. Uma importante área de proteção ambiental é o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, com dunas de até 50 metros de altura. O estado abriga importante sítio paleontológico. Na cidade de Itapecuru Mirim foram encontrados os fósseis do mais antigo saurópode (tipo de dinossauro herbívoro) já descoberto no país, o Amazonsaurus maranhensis, com 110 milhões de anos.

Economia – A participação maranhense no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil não chega a 1%. O comércio e os serviços respondem por 56,8% da economia do estado. Cerca de metade da movimentação de cargas em portos do Norte e do Nordeste passa pelo complexo portuário integrado pelos terminais de Itaqui, Ponta da Madeira e Alumar. Por ali, são exportados principalmente alumínio, ferro, soja e manganês. A indústria, que representa 25,2% do PIB maranhense, se apóia nos setores metalúrgico, alimentício e químico. Na agricultura, destacam-se a mandioca, o milho e a soja. Com uma costa de 640 quilômetros, a segunda mais extensa do país (a primeira é a da Bahia), o Maranhão tem na pesca importante atividade econômica.

Índices sociais – A renda per capita maranhense, de 3.125 reais em 2009, é a mais baixa do Brasil. O índice de mortalidade infantil é alto – 44,3 por mil nascidos vivos. Embora tenha melhorado muito, é a segunda pior taxa do país, só superada pela de Alagoas. O Maranhão, apesar do desenvolvimento alcançado em alguns setores econômicos, permanece como um dos mais pobres e carentes estados do país, ocupando a última posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro.A falta de ocupação e de perspectiva faz com que haja grande migração, especialmente para o vizinho Pará e para outros estados da Região Norte.

Base Espacial de Alcântara – A explosão do foguete VLS-1, que causa a morte de 21 técnicos em 2003, não impede o governo brasileiro de dar continuidade a seu programa espacial na Base de Alcântara. O lançamento bem-sucedido do foguete de exploração VSB-30, em outubro de 2004, dá novo ânimo ao Centro Técnico Espacial, que pretende

colocar em órbita uma nova versão do VLS até 2006. Há também projetos para lançamentos de foguetes russos e ucranianos. A base maranhense é alvo de interesse por sua localização próxima à linha do Equador. Isso permite que o foguete escape mais facilmente da gravidade terrestre, o que significa grande economia de combustível.

Capital – A cidade de São Luís, declarada patrimônio histórico da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1997, possui ruas estreitas e sobradões com fachada de azulejo e sacada de ferro, típicos do período colonial. Nos últimos anos, no entanto, os prédios do centro histórico estão ameaçados pela má conservação. A cidade é considerada também a capital brasileira do reggae.

História

A primeira capitania do Maranhão, criada em 1534 e dividida em duas, não chega a ser efetivamente ocupada. Seus próprios limites são estabelecidos apenas no início do século XVII, sob domínio francês. La Ravardière e Mazilly instalam uma colônia na região, em 1612, chamada França Equinocial, e fundam na baía de São Marcos a cidade de São Luís, que recebe esse nome em homenagem ao rei francês Luís XIII. Em 1615, os portugueses, comandados por Jerônimo de Albuquerque, expulsam os franceses e iniciam sua colonização na região. São Luís é invadida pelos holandeses em 1641, mas recuperada por Portugal três anos depois. A partir daí, torna-se a base de apoio à exploração e ocupação portuguesa da Amazônia e do norte do Brasil.Para estimular o desenvolvimento da capitania, apoiado na monocultura do açúcar e do algodão, é criada em 1682 a Companhia de Comércio do Maranhão. A iniciativa provoca protestos dos proprietários locais, pois o governo português chega a confiscar as lavouras de quem não planta cravo ou algodão, produtos que interessam comercialmente à metrópole. Em 1684, sob a liderança dos irmãos Manuel e Tomás Beckman, os donos de terras maranhenses se rebelam, mas são duramente reprimidos. Em 1755 é criada pelo governo do Marquês de Pombal a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão. Na segunda metade do século XVIII, com o começo da Revolução Industrial inglesa, as exportações de algodão têm forte crescimento, o que contribui para a prosperidade econômica e o aumento da população. Esse progresso econômico, porém, não se mantém. Após as lutas da independência, o Maranhão entra no século XIX com a economia em declínio. A estagnação perdura durante o Império, o que provoca revoltas populares, como a Balaiada, de 1838, ou, mais tarde, a migração de milhares de pessoas, a maioria camponeses, para os seringais da Amazônia. No início da República, a manufatura algodoeira e o beneficiamento de arroz, açúcar, óleo de babaçu e cera de carnaúba sustentam a economia, mas não impedem o empobrecimento de grande parte da população.

Desafios da modernização – A partir dos anos 1960 e 1970 são feitos investimentos nos setores de agropecuária e de extrativismo vegetal e mineral, estimulados por incentivos fiscais da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Grandes projetos de criação de gado, de plantação de soja e arroz e de extração de minério de ferro, como o Carajás, trazem riqueza, mas aumentam a concentração fundiária e causam problemas ambientais. No fim dos anos 1970, quase a metade da formação original das matas de transição maranhense entre o cerrado e a floresta Amazônica já se havia perdido. Esses projetos também impulsionam disputas de terra e conflitos com a população indígena, causando tensão e violência.

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ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO BRASIL
















ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO BRASIL

São aquelas que ocupam os espaços existentes entre as rochas do subsolo e se movem pelo efeito da força da gravidade. Elas formam os aqüíferos, cujas reservas são estimadas em 112 trilhões de metros cúbicos em território brasileiro. Assim como os rios se dividem em bacias hidrográficas, as águas subterrâneas são classificadas em províncias – que geralmente abastecem os rios. No Brasil há dez províncias: Amazonas, Parnaíba, São Francisco, Paraná, Centro-Oeste, Costeira e as dos Escudos Setentrional, Central, Oriental e Meridional.

Aqüífero Guarani – Na província do Paraná se localiza o Aqüífero Guarani, a principal reserva subterrânea de água doce da América do Sul . O Guarani estende-se pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina e por partes do território do Uruguai, do Paraguai e da Argentina. Ele pode fornecer até 43 trilhões de metros cúbicos de água por ano, o suficiente para abastecer uma população de 500 milhões de habitantes.Uma camada de rocha basáltica protege o aqüífero das contaminações do solo. No entanto, uma pesquisa realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em 2002 apontou níveis de agrotóxicos próximos aos do limite de risco para a saúde humana na região de Ribeirão Preto (SP) e em outras quatro áreas: nas nascentes do rio Araguaia, no limite setentrional do aqüífero, na região de Lajes (SC), em Alegrete (RS) e no interior do Paraná. Nessas regiões, o risco de contaminação é grande porque o aqüífero não é protegido pela rocha basáltica.

Outros Aqüíferos – Embora não haja no Brasil dados precisos sobre as características e a capacidade da maioria desses reservatórios de água subterrâneos, sabe-se que outros aqüíferos importantes são o Serra Grande, o Cabeças e o Poti-Piauí, que ocupam uma área localizada entre o Piauí e o Maranhão; o São Sebastião, na Bahia; o Açu, no Rio Grande do Norte; o Solimões e o Alter do Chão, na Amazônia; além do Bauru e do Serra Geral, no Sudeste.

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BAHÍA: ESTADO DA BAHÍA

MAPA DA BAHÍA
BANDEIRA DA BAHÍA
BRASÃO DA BAHÍA

BAHIA

GEOGRAFIA – Área: 564.692,7 km². Relevo: planície no litoral, depressão a norte e a oeste e planície no centro. Ponto mais elevado: serra do Barbado (2.033,3 m). Rios principais: Carinhanha, de Contas, Grande, Itapecuru, Jequitinhonha, Pardo, Paraguaçu, São Francisco. Vegetação: floresta tropical, mangues litorâneos, caatinga e cerrado. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Salvador (2.800.000), Feira de Santana (600.000), Vitória da Conquista (300.000), Ilhéus (260.000), Itabuna (225.000), Juazeiro (210.000), Camaçari (210.000), Jequié (170.000), Alagoinhas (150.000), Lauro de Freitas (140.000) (2009). Hora local: a mesma. Habitante: baiano.

POPULAÇÃO – 14.350.000 (est. 2009). Densidade: 25,2 hab./km² (est. 2009). Cresc. dem.: 1, % ao ano (1991-2009). Pop. urb.: 69,1% (2009).

DESCRIÇÃO

Na Bahia (BA) reside o maior número relativo de negros e mulatos do Brasil, e a cultura africana tem grande influência na música, na culinária e no sincretismo religioso, celebrado nas festas de Nosso Senhor do Bonfim e de Iemanjá.A culinária é a mais mestiça do país. A moqueca de peixe à baiana é um exemplo: o peixe é preparado com o dendê, originário da África, e a cebola, que veio da Ásia, com base em uma técnica portuguesa. Vatapá, abará, mungunzá (conhecido como canjica no Sudeste) e acarajé são outros símbolos da cozinha local. A música e os ritmos baianos atraem visitantes do mundo todo, especialmente durante o Carnaval, o maior do país. O estado tem a mais extensa faixa litorânea do Brasil, e os turistas se espalham por suas praias famosas, como as do Forte, Itaparica, Morro de São Paulo, Ilhéus, Comandatuba, Porto Seguro, Arraial d’Ajuda, Trancoso, Alcobaça, Caravelas e o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, que reúne a maior variedade de corais do país.

Economia – De perfil predominantemente agrícola no passado, a Bahia abriga importante indústria petroquímica: um quarto de suas exportações é de petróleo e derivados. O turismo é outro segmento que cresce. Em 2000 é inaugurado o maior complexo hoteleiro do país, 60 quilômetros ao norte de Salvador: a Costa do Sauípe. Em Ilhéus cresce o pólo de informática. Disputando com outros estados uma acirrada guerra fiscal, os incentivos baianos atraem multinacionais em 2000 e 2001, como a montadora Ford, que alavanca a exportação de automóveis, e a empresa Monsanto, que instala na Bahia sua maior fábrica de herbicidas fora do território norte-americano. Os incentivos governamentais beneficiam também cerca de 15 mil agricultores do sul do estado, que voltam a investir no cacau, cultura seriamente prejudicada pela praga vassoura-de-bruxa. Surgida em 1989, a praga faz cair as safras de 300 mil toneladas na época para pouco mais de 110 mil toneladas em 2004. A queda leva 250 mil pessoas ao

desemprego. Em 2001, uma área de 50 mil hectares recebe mudas clonadas e modificadas para resistir à vassoura-de-bruxa. A meta é renovar os 300 mil hectares de lavoura em cinco anos. Os primeiros resultados começam a aparecer em 2003. Entre os principais produtos agrícolas estão a mandioca e o milho, mas novas fronteiras se abrem no oeste baiano, onde se destaca a produção de laranja, banana, tomate, fibras e mamona. A produção de cana-de-açúcar e soja também aumenta nos últimos anos. Na pecuária, a criação de caprinos adapta-se às condições do clima semi-árido e traz bom retorno econômico. O estado tem o maior rebanho de cabras do país e o segundo de carneiros e ovelhas. A Bahia abriga a única mina de urânio em atividade no Brasil. Localizada entre os municípios de Caetité e Lagoa Real, no sul do estado, a mina possui reservas estimadas em 100 mil toneladas e produz 400 toneladas por ano. Entretanto, sua segurança começa a ser questionada: a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) exige a correção de falhas para que não haja riscos à população e ao meio ambiente.

Índices sociais – Em todo o estado, 40,4% dos domicílios não têm rede de esgoto. O índice de mortalidade infantil é de 35,7 mortes por mil crianças nascidas vivas. Na educação, a taxa de analfabetismo é de 21,7% entre os habitantes com 15 anos ou mais. Um quarto da população vive com até um salário mínimo, enquanto menos de 1% dos baianos recebe mais de 20 salários mínimos.

Capital – Salvador, a capital do estado e a primeira do Brasil, tem arquitetura marcada pelas construções do período colonial. São igrejas, fortes, palácios e os casarões do Pelourinho, considerado patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A área passa por um processo de revitalização, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

História

A Bahia é a primeira das capitanias hereditárias a ser retomada pela Coroa portuguesa e transformada em capitania real. Em 1549, o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, constrói a cidade de São Salvador, na Baía de Todos os Santos, para ser a capital da colônia. Além de sede política e administrativa, funciona como pólo de desenvolvimento econômico de toda a região, centralizando grande parte das exportações de açúcar, tabaco e algodão no século XVI e no XVII, de ouro e diamante no XVIII e do tráfico de escravos até meados do século XIX.Em 1763, com cerca de 60 mil habitantes, Salvador perde a condição de capital para o Rio de Janeiro. O declínio econômico da cidade e de todo o Recôncavo Baiano gera forte sentimento anticolonialista. Em 1798, a Conjuração Baiana, também conhecida como Revolta dos Alfaiates, que conta com representantes das camadas populares e médias, propõe a independência da colônia e uma sociedade baseada nos ideais da Revolução Francesa.No século XIX, a província da Bahia sofre com a decadência da economia canavieira. Surgem depois novas áreas de prosperidade econômica, baseadas em monoculturas, como a zona cacaueira no sul do estado. Mas o empobrecimento é geral. Nos sertões do norte e do oeste, ao longo da bacia do São Francisco, a agropecuária de subsistência garante a sobrevivência da população, submetida ao poder das oligarquias e à influência de líderes messiânicos, como Antônio Conselheiro, fundador do arraial de Canudos.O arraial, visto pelo governo como ameaça à República e à ordem social, é destruído por tropas federais em 1897, após o envio de quatro expedições e de intensos combates. Antônio Conselheiro morre em conseqüência do jejum a que se entregara durante o conflito. Exumado dias depois, tem a cabeça decepada. O estado, como os demais da região, permanece à margem do poder durante a República Velha. Em 1912 sofre intervenção do governo federal, e Salvador é bombardeada. O ataque é uma represália ao apoio dado pelo governo baiano à oligarquia paulista, contrária ao governo do marechal Hermes da Fonseca. Em 1930, novamente a Bahia apóia os interesses da oligarquia paulista. Nesse ano, integra com Vital Soares a chapa encabeçada por Júlio Prestes na eleição presidencial. A chapa ganha nas urnas, mas perde para o movimento tenentista na Revolução de Outubro, que põe fim à República Velha.

Modernização do estado – O processo de modernização, a partir dos anos 1950, é marcado pela descoberta de petróleo no Recôncavo Baiano e pelo início de sua exploração, pela construção da Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso (1954) e pela abertura da rodovia Rio-Bahia (1957). Na década seguinte, o estado passa a receber recursos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), destinados, sobretudo, à ampliação da agricultura irrigada na bacia do São Francisco. Nos anos 1970, incentivos fiscais favorecem a implantação do Pólo Industrial de Aratu e do Pólo Petroquímico de Camaçari, na região metropolitana de Salvador, que se consolida como o maior centro industrial do Nordeste.

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AMAZONAS: ASPECTOS GERAIS

MAPA DO ESTADO DO AMAZONAS

BANDEIRA DO ESTADO DO AMAZONAS



AMAZONAS

GEOGRAFIA – Área: 1.570.745,7 km². Relevo: depressão na maior parte e faixa de planície perto do rio Amazonas e planaltos a leste. Ponto mais elevado: pico da Neblina, na serra Imeri (2993,8 m). Rios principais: Amazonas, Icá, Japurá, Javari, Juruá, Madeira, Negro, Nhamundá, Purus, Solimões. Vegetação: floresta Amazônica. Clima: equatorial. Municípios mais populosos: Manaus (1.700.000), Parintins (115.000), Manacapuru (86.000), Coari (84.000), Itacoatiara (82.000), Tefé (74.000), Maués (47.000), Tabatinga (45.000), Iranduba (40.000), Manicoré (40.000) (2009). Hora local: -1h . Habitante: amazonense.

POPULAÇÃO – 3.400.000 (est. 2009). Densidade: 2.1 hab./km² (est. 2009). Cresc. dem.: 3, % ao ano (1991-2009). Pop. urb.: 76% (2009).

DESCRIÇÃO

O Amazonas (AM) é o maior estado brasileiro em área e detém a maior biodiversidade do mundo. A bacia do rio Amazonas concentra um quinto de toda a água doce do planeta. No estado estão os pontos mais elevados do Brasil: o pico da Neblina, com 3.014 metros de altitude, e o 31 de Março, com 2.994 metros, ambos na fronteira com a

Venezuela.O território amazonense abriga ainda o maior número de índios do país: 101,8 mil, quase um quarto do total. Raízes indígenas e nordestinas estão presentes na culinária e na cultura da região, que tem no peixe a base de seus principais pratos, como a moqueca com postas de tucunaré ou de surubim. A maior festa do estado, o festival folclórico de Parintins, no mês de junho, atrai turistas de todo o Brasil.

Economia – O Amazonas é o único estado da Região Norte em que a indústria é o principal setor da economia. O Pólo Industrial de Manaus, que responde por 66,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, fabrica eletroeletrônicos, bens de informática, motos, bicicletas, químicos e concentrados de refrigerante. Entre 1994 e 2002, a economia amazonense tem o maior crescimento acumulado do país: 100%. De janeiro a setembro de 2009, a indústria do estado, com a de São Paulo, é a que apresenta o melhor desempenho no país, impulsionada principalmente pela produção de material eletrônico, equipamentos de comunicações, plástico e borracha.O ecoturismo é o segmento econômico que mais se expande no Amazonas. Com isso, cresce também o número de hotéis de selva no estado, a maioria nos arredores de Manaus, Manacapuru e Itacoatiara. O estado é o maior produtor de borracha do Brasil. Destaca-se também a exploração da madeira, mas o corte predatório ainda é um problema. Desde os anos 1970, pelo menos 600 mil quilômetros quadrados de mata foram derrubados, uma área superior à da França.Experiências de uso racional da floresta vêm sendo feitas na região de Tefé, em Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS), que preservam a fauna e a flora sem expulsar os ribeirinhos. As reservas de Mamirauá e Amanã e o Parque Nacional do Jaú somam 57,4 mil quilômetros quadrados – quase duas vezes a área da Bélgica. Entretanto, o avanço da soja começa a ameaçar a floresta no sul do estado. A maior parte do movimento de passageiros e carga está concentrada nos rios Madeira, Negro e Amazonas. O transporte aéreo é caro e o rodoviário, precário. Com baixo potencial hidrelétrico, o estado produz petróleo e gás natural. Em 2002, a Petrobras descobre uma reserva de gás natural de 6 bilhões de metros cúbicos em Itapiranga, a 200 quilômetros de Manaus. O rebanho bovino do Amazonas é o que mais cresce no país entre 2002 e 2009. A produção de carne no estado destina-se apenas ao consumo local. Mesmo assim, em setembro de 2004, a Federação Russa proíbe a importação de carne brasileira, após a descoberta de um foco de febre aftosa no município amazonense de Careiro da Várzea. Em junho, o governo russo já vetara a importação de Mato Grosso, em virtude da aparição da doença em região vizinha, no Pará. O embargo russo é suspenso em novembro apenas para a carne de Santa Catarina.

Zona Franca e Pólo Industrial – Instalada em Manaus, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) incentiva o setor industrial. Cerca de 450 indústrias se fixam em Manaus, formando o Pólo Industrial.Após período de retração, provocado pelas crises econômica e energética nos últimos anos, o pólo retoma o crescimento e impulsiona a economia do estado. O faturamento de 2009 é estimado em 23 bilhões de dólares, 30% maior que o de 2008. Apesar do crescimento de mais de 500% no volume de exportações nos últimos seis anos, apenas um décimo da produção do pólo é vendido para o exterior.

Índices sociais – O Amazonas tem baixa densidade demográfica. A maior parte dos municípios fica à beira dos rios, e nas áreas periodicamente alagadas é comum a construção de casas sobre palafitas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000 a mortalidade infantil registrada no estado é de 28,8 por mil crianças nascidas vivas.

Capital – Em Manaus, há marcos arquitetônicos do período áureo da borracha, como o Teatro Amazonas, construído com materiais nobres importados de várias partes do mundo, no fim do século XIX. Com a criação da Zona Franca de Manaus, a cidade se transforma em grande pólo de atração, abrigando metade dos habitantes do estado. Essa

concentração traz vários problemas sociais, como altos índices de violência e prostituição infantil, déficit de moradia e precariedade nos serviços de saúde.

História

Até meados do século XVIII, quase toda a atual Amazônia brasileira pertencia à América hispânica. Nessa época, é praticamente desconhecida, sendo visitada apenas por missionários e aventureiros, alguns enviados em expedições oficiais. Portugueses e espanhóis exploram apenas as "drogas do sertão" – madeiras, resinas, ervas e condimentos –, nenhuma delas de importância econômica significativa. Isso explica, em parte, por que a Espanha cede com relativa facilidade a imensa área a Portugal no Tratado de Madri, de 1750. Desde essa época até meados do século XX, o Amazonas tem dificuldade para romper o modelo extrativista que está na base de sua ocupação. Em 1669, o capitão português Francisco da Mota Falcão funda o pequeno forte de São José do Rio Negro, núcleo inicial do que é hoje a cidade de Manaus. Ele se torna o foco de expansão para o povoamento da Amazônia, com a possibilidade de subida do rio Negro. Em 1757, a região é transformada em capitania de São José do Rio Negro, e nas

décadas seguintes constroem-se fortalezas para sua defesa.Com a independência, a capitania integra-se à província do Pará e se envolve nas lutas da Cabanagem, entre 1835 e 1840. Em 1850, o governo imperial cria a província do Amazonas, com capital em Manaus.

Ciclo da borracha – Em 1866, quando cresce a importância da borracha para a economia local, o rio Amazonas é aberto à navegação internacional. Os seringais amazônicos atraem dezenas de milhares de migrantes, sobretudo nordestinos, para a coleta do látex. Tornam-se também objeto de interesse de grandes companhias estrangeiras. Entre 1890 e 1910, a produção de borracha do Amazonas corresponde a mais de 40% do total mundial. A população multiplica-se, a exportação da borracha chega a se igualar à do café e a economia cresce rapidamente. Em cerca de 50 anos, a população salta de 57.610 (Censo de 1872) para 1.439.052 habitantes (Censo de 1920). Chamada de Paris dos Trópicos, Manaus transforma-se em uma metrópole de estilo europeu – é a segunda cidade do país a instalar iluminação elétrica. Esse desenvolvimento não dura muito. Na década de 1910 e na de 1920, em razão da concorrência asiática, a borracha amazônica perde mercado, e a economia regional entra em rápido declínio.Depois do ciclo da borracha, a construção da rodovia Belém-Brasília, no fim dos anos 1950, é o primeiro passo para romper o isolamento e a estagnação econômica do estado. Em 1967 é instituída a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), com o objetivo de estabelecer um pólo industrial integrado ao mercado nacional, incentivado pela redução dos impostos de importação e exportação. Na esteira do Pólo Industrial da Zona Franca, desenvolvem-se o comércio, o turismo e a hotelaria, com a criação de aproximadamente 100 mil empregos.

Integração – No início da década de 1970 começa a ser estabelecido, por meio do Plano de Integração Nacional, um programa que prevê a construção de estradas, a ocupação planejada e o incentivo fiscal à instalação de empresas no estado. É dessa fase a criação de agrovilas ao longo das novas estradas, que atraem milhares de migrantes, especialmente das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul. A maioria dos projetos, porém, não dá certo. O solo da região, depois da retirada das árvores, raramente se mostra adequado à agricultura. Grande parte das estradas fica completamente abandonada e é engolida de novo pela floresta. É o caso da Transamazônica (BR-230), planejada para cruzar o estado de leste a oeste e conectá-lo à Região Nordeste. Atualmente, a rodovia fica transitável em apenas um pequeno trecho, durante a época da seca. A partir de meados dos anos 1980, a Zona Franca de Manaus começa a declinar, em decorrência do corte de incentivos, da queda de produção e da baixa demanda de mão-de-obra. Esse cenário se mantém nos anos 1990.



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MANAUS : CAPITAL DO ESTADO DO AMAZONAS

CENTRO CULTURAL POVOS DA AMAZÔNIA
CENTRO CULTURAL PALÁCIO RIO NEGRO
A CIDADE DE MANAUS
PRAIA DA PONTA NEGRA

Banhada pelo magnífico Rio Negro, Manaus é o portão de entrada para a maior floresta tropical do planeta. Capital do Estado do Amazonas, a cidade guarda um extraordinário estoque de recursos naturais, representado por 20% da reserva de água doce do mundo, um banco genético de inestimável valor e grandes jazidas de minérios, gás e petróleo.

Manaus surgiu na segunda metade do século XVII, com a construção do Forte de São José da Barra, cuja finalidade era proteger a região contra a invasão estrangeira.

Em 1832 foi denominada Vila da Barra. Em 24 de outubro de 1848 foi elevada à categoria de cidade da Barra do Rio Negro. Somente em 04 de setembro de 1856, foi denominada de Manaus, em homenagem à nação indígena dos Manaós o mais importante grupo étnico habitante da região.

A capital amazonense foi uma das primeiras cidades brasileira a contar com luz elétrica, galerias pluviais, tratamento de águas e esgotos e serviço de bondes elétricos. Em 1909, Manaus passou a abrigar a primeira instituição de ensino superior do País brasileira, hoje chamada Universidade Federal do Amazonas, que contribui decisivamente para a formação de cidadãos e o desenvolvimento da Amazônia.

Há mais de 100 anos, no auge do ciclo econômico da borracha foi construído o Teatro Amazonas que surpreendeu o mundo com seu luxo, requinte e beleza arquitetônica. É o principal patrimônio cultural arquitetônico do Amazonas. Esse templo de arte retomou seu apogeu com a realização do Festival Amazonas de Ópera e com a apresentação em seu palco de espetáculos clássicos e populares de dança, música e teatro de artistas locais, nacionais e internacionais.

Características

Ano de Criação: 1848

Lei de criação: Em 24 de outubro de 1848, a já denominada Vila de Manaós é elevada à categoria de cidade por força da lei nº 145, deste mesmo ano, batizada agora de Cidade da Barra do Rio Negro.

Toponímia: O topônimo Manaus originou-se de uma tribo indígena que primitivamente dominava o Vale do Rio Negro, a qual pertenceu o legendário guerreiro Ajuricaba.

Gentílico: manauense ou manauara

Contagem da População 2009 : 1.800.000

Densidade (hab/km2): 144,42

Área (Km2): 11.401,1

Código do Município: 1302603
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ESTADO DO AMAPÁ

MAPA DO ESTADO DO AMAPÁ
BANDEIRA DO ESTADO DO AMAPÁ

AMAPÁ

GEOGRAFIA – Área: 142.814,6 km². Relevo: planície com mangues e lagos no litoral e depressão na maior parte, interrompida por planaltos residuais. Ponto mais elevado: serra Tumucumaque (701 m). Rios principais: Amazonas, Araguari, Jari, Maracá, Oiapoque. Vegetação: mangues litorâneos, campos gerais, floresta Amazônica. Clima: equatorial. Municípios mais populosos: Macapá (360.000), Santana (95.000), Laranjal do Jari (34.000), Oiapoque (15.000), Porto Grande (14.000), Mazagão (13.500), Vitória do Jari (11.000), Tartarugalzinho (8.500), Calçoene (7.500), Amapá (7.500) (2009). Hora local: a mesma. Habitante: amapaense.

POPULAÇÃO – 650.000 (est. 2009). Densidade: 3,9 hab./km² (est. 2009). Cresc. dem.: 5,0% ao ano (1991-2009). Pop. urb.: 91% (2009).

DESCRIÇÃO

O Amapá (AP) é o mais bem preservado estado brasileiro e mantém intacta quase a totalidade da floresta Amazônica, que cobre 90% de seu território. A população é proporcionalmente a que mais cresceu no país entre 1991 e 2000, com aumento médio de 5,71% ao ano. A maior parte dos habitantes (89%) está nas cidades – mais da metade na capital –, uma concentração urbana inferior apenas à de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Ao sul, o Amapá faz divisa com o estado do Pará. Ao norte, o rio Oiapoque estabelece a fronteira com a Guiana Francesa.

Meio ambiente – Em agosto de 2002, o Amapá passa a abrigar o maior parque florestal do planeta, o Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque, com 3,8 milhões de hectares, área maior que a da Bélgica. O parque cobre a região noroeste do estado e a divisa com o Pará, protegendo as nascentes dos maiores rios estaduais, como o Oiapoque, o Jari e o Araguari.Em 2003 é anunciada a criação do Corredor Ecológico do Amapá. Abrangendo área superior à de Portugal, com mais de 10 milhões de hectares, o corredor é o maior do país – ocupa cerca de 70% da área do estado e visa ao manejo integrado de 12 unidades de conservação, inclusive o Parque do Tumucumaque, além de abrigar tribos indígenas de quatro etnias. Na foz do rio Araguari ocorre a maior pororoca do litoral brasileiro. Quando a maré sobe, uma onda colide estrondosamente com a massa de água doce que flui na direção contrária. A pororoca do Araguari avança rio adentro durante quase uma hora e meia e arrasta tudo o que estiver no leito.

Economia – Desde 1995, com a criação do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá (PDSA), o governo do estado desenvolve ações que associam crescimento e preservação ambiental. Os principais produtos estão relacionados com o extrativismo ou com o manejo da floresta: arcos e estacas de madeira, cavacos de pínus, palmito, castanha-do-pará e açaí. O manganês, que já foi a base da economia amapaense, perde importância com o esgotamento das jazidas. Ainda assim, o estado é um dos maiores produtores do mineral no país. Mandioca, arroz, milho, feijão e banana são as culturas mais comuns. Destacam-se também a pesca e a criação de búfalos. O Amapá apresenta sérios problemas nas áreas de energia, comunicação e transportes – não existe ligação rodoviária com o restante do país. Esse isolamento aproxima o estado de parceiros comerciais no exterior, como a Guiana Francesa e, por decorrência, a França.

Índices sociais – A taxa de mortalidade infantil do Amapá é de 24,9 para cada mil nascidos vivos, índice abaixo da média nacional. O estado detém o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a menor taxa de analfabetismo da Região Norte. No entanto, metade da população não tem acesso à água e três quartos não dispõem de serviços de coleta de esgoto.

Capital – Macapá é cortada pela linha do Equador. Isso torna possível a passagem de um hemisfério a outro com o simples ato de atravessar uma rua. São atrações da cidade a Fortaleza de São José, construção portuguesa do século XVIII, e os passeios de barco pelos igarapés e pela foz do rio Amazonas. Em 2002, Macapá ganha o Museu Sacaca do Desenvolvimento Sustentável, a céu aberto, que reproduz a vida ribeirinha, com um sítio arqueológico demonstrativo. O nome Sacaca homenageia um curandeiro da região cujo apelido deriva de uma planta tradicionalmente usada para baixar o colesterol. Em novembro de 2004, o prefeito reeleito de Macapá, João Henrique Pimentel (PT), é preso temporariamente e indiciado pela Polícia Federal sob a acusação de desvio de verbas públicas e fraude em licitações. A Operação Pororoca, que investiga irregularidades em 17 obras públicas no estado, resulta em 31 mandados de prisão contra empresários e políticos, incluindo também o prefeito de Santana, Rosemiro Rocha (PL). Suspeita-se que o esquema de fraudes tenha desviado mais de 103 milhões de reais.

História

Pelo Tratado de Tordesilhas, a área do atual estado do Amapá pertencia aos espanhóis. Durante a União Ibérica entre Portugal e Espanha (1580/1640), a região é doada ao português Bento Parente, com o nome de capitania da Costa do Cabo Norte. Felipe II, rei da Espanha, agia assim com o objetivo de fortificar a região, ponto de atração constante de holandeses, ingleses e franceses, que chegam a instalar verdadeiros empórios comerciais no Amapá. Quando Portugal conquista a independência em relação à Coroa espanhola, Bento Parente continua como donatário da nova capitania. Embora o Tratado de Tordesilhas lhe destinasse a região, a Espanha não contesta a posse. O difícil para Portugal é enfrentar os franceses, que haviam instalado uma praça militar em Caiena, ao norte da capitania. A mais ousada tentativa de ocupação francesa ocorre em 1697. Ao assinar o Tratado de Utrecht, em 1713, a França reconhece a soberania portuguesa na região. Apesar disso, mantém-se a preocupação com os franceses. Entre 1764 e 1782, Portugal constrói a Fortaleza de São José, em Macapá, a maior do Brasil colônia.

Disputa com a França – Com a independência do Brasil, em 1822, o Amapá permanece ligado à província do Pará. Até o fim do século XIX, a região é pouco mais que uma praça de guerra, a rigor sem atividade econômica. Por essa época, porém, é descoberta a mina de ouro de Calçoene. Brasil e França continuam a disputar a região entre os rios Oiapoque e Araguari, que corresponde a quase metade do território do estado. A questão só se resolve em 1900, com a intermediação do presidente suíço Walter Hauser, que confirma os direitos brasileiros sobre a área. No fim do século XIX, quando a Amazônia começa a viver o ciclo da borracha, o sul do Amapá também se beneficia da atividade extrativista. Em 1943, numa tentativa de apoiar o desenvolvimento da região, o governo federal desvincula o Amapá do Pará e o transforma em território federal, com capital em Macapá. Em 1946 inicia-se a exploração das ricas jazidas de manganês recém-descobertas na serra do Navio, concedidas à Indústria e Comércio de Minérios S.A. (Icomi), subsidiária da norte-americana Bethlehem Steel. Nos anos 1970, junto ao rio Jari, na divisa com o Pará, é implantado o Projeto Jari, ambicioso programa do empresário norte-americano Daniel Ludwig, ligado à exploração de madeira, ao cultivo de arroz e à produção de celulose. O projeto, porém, não se consolida. Na década de 1980 e na de 1990, a economia cresce de forma acentuada, com base no extrativismo mineral e vegetal e em algumas atividades industriais. Em 1988, beneficiado pelas disposições da nova Constituição federal, o Amapá torna-se estado.


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CEARÁ: ASPECTOS GERAIS

MAPA DO CEARÁ

BRASÃO DO CEARÁ

BANDEIRA DO CEARÁ

CEARÁ

GEOGRAFIA – Área: 148.825,6 km². Relevo: planalto, planícies e várzeas (leste e oeste). Ponto mais elevado: pico Serra Branca, na serra do Olho d'Água (1.154 m). Rios principais: Acaraú, Banabuiú, Jaguaribe, Salgado. Vegetação: caatinga em quase todo o território, vegetação de restinga e salinas em estreita faixa litorânea. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Fortaleza (2.500.000), Caucaia (320.000), Juazeiro do Norte (270.000), Maracanaú (210.000), Sobral (180.000), Crato (130.000), Itapipoca (115.000), Maranguape (105.000), Iguatu (100.000), Quixadá (80.000) (2009). Hora local: a mesma. Habitante: cearense.

POPULAÇÃO – 8.400.000 (est. 2009). Densidade: 54,6 hab./km² (est. 2009). Cresc. dem.: 1,4% ao ano (1991-2009). Pop. urb.: 73,5% (2009).

DESCRIÇÃO

Com litoral de 573 quilômetros, o Ceará (CE) é um dos centros turísticos mais procurados do Brasil. São famosas suas praias e a culinária local, em que se destacam a lagosta, os frutos do mar e o baião-de-dois (arroz e feijão-fradinho).O território cearense abrange grandes extensões de serras e de sertões. Ao sul do estado situa-se a Floresta Nacional do Araripe, onde está a maior concentração mundial de fósseis do Período Cretáceo.Na divisa com o Piauí existe uma área de cerca de 3 mil quilômetros quadrados que não faz parte, oficialmente, de nenhum dos dois estados. Tecnicamente, a região é classificada como área de litígio, mas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não há disputa pela terra, cuja importância econômica é ínfima.

Economia – O setor industrial responde por 36,8% do Produto Interno Bruto (PIB) cearense, o de serviços e comércio por 57% e a agropecuária, por 6,1%.Nos últimos anos, mais de 600 empresas nacionais e estrangeiras instalam-se no estado, atraídas pelos incentivos que o governo oferece e pela mão-de-obra barata. Os principais setores são calçadista, metal-mecânico, siderúrgico, têxtil, de confecções e eletroeletrônico. Um pólo de floricultura no interior do estado fez do Ceará o segundo maior exportador de flores frescas cortadas do Brasil, atrás apenas de São Paulo. A produção de frutas também apresenta crescimento, com destaque para a banana, o abacaxi e o melão.

Índices sociais – O Ceará historicamente enfrenta problemas de escassez de água. Castigada pela seca e pela situação de desigualdade social, a população sofre com a desnutrição. Com as mudanças climáticas, o que ocorrendo na região Nordeste, as chuvas tem se tornado intensas causando prejuízos principalmente no Ceará, Piauí e Maranhão, como ocorreu com as enchentes em 2009. No decorrer da década de 1990, programas de saúde familiar desenvolvidos pelo governo do estado e pela Pastoral da Criança, com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), conseguem reduzir a mortalidade infantil. Em 1990, entre crianças de até um ano, o número de mortes era de 72,5 em cada mil nascidas vivas. Em 2009, passa para 32,1 em mil. O resultado é obtido graças a medidas como ampliação da cobertura de vacinação, combate à desnutrição infantil e estímulo à amamentação.

Capital – A região metropolitana de Fortaleza possui uma costa urbanizada, com boa rede hoteleira, restaurantes, casas de espetáculos, bares, museus e parques temáticos. Os 90 quilômetros de praias atraem turistas de todo o Brasil. Fortaleza, no entanto, enfrenta o problema crescente da violência, como as demais grandes cidades do país.

História

Colonos portugueses apoiados por expedições militares começam a ocupar o Ceará por volta de 1610. O objetivo é defender a capitania, criada em 1534, dos ataques de franceses, holandeses e ingleses, que se aliavam a tribos locais. O povoamento do interior e o desenvolvimento da agropecuária são incrementados quando proprietários de Pernambuco, da Paraíba e de Alagoas chegam à região, fugindo dos holandeses instalados no litoral nordestino no século XVII. Os cearenses participam da Revolta Pernambucana, em 1817, das lutas de independência, enfrentando as forças portuguesas aquarteladas no Piauí, e da Confederação do Equador, de 1824, também liderada por Pernambuco. Durante o Império, o estado se envolve na campanha abolicionista e na republicana. Ceará e Amazonas são as primeiras províncias a declarar oficialmente extinta a escravidão, em 1884. Nas últimas décadas do século XIX, a seca faz dezenas de milhares de cearenses abandonar a região. A maior parte vai para a região Amazônica, a fim de trabalhar nos seringais. A República contribui para fortalecer o poder dos grandes fazendeiros, os coronéis. Liderados pelo clã dos Acioli, eles controlam todo o estado por meio dos "currais eleitorais" (prática na qual os eleitores trocam o voto por dinheiro ou por outro benefício). O governo federal resolve intervir na poderosa oligarquia cearense e indica Marcos Franco Rabelo para governar o estado. Mas os coronéis reagem brutalmente, com o apoio do Padre Cícero, na Revolta do Juazeiro.As obras contra a seca se intensificam a partir dos anos 1940 e 1950, quando o governo federal aumenta os recursos aplicados no estado pelo Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), criado em 1943. Dezenas de açudes são construídos, alguns de grande capacidade, como os de Orós, Banabuiú e Araras, localizados, respectivamente, no sudeste, centro e noroeste do Ceará. Os recursos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a partir dos anos 1960, e os incentivos fiscais da década de 1970 fazem crescer principalmente os setores alimentício e têxtil. Este último se desenvolve graças às condições favoráveis ao plantio de algodão. Indústrias de transformação e de alimentos, entre outras, surgem apoiadas no aumento da produção de cana-de-açúcar e dos óleos de carnaúba, mamona e oiticica.

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ESTADO DE ALAGOAS

MAPA DO ESTADO DE ALAGOAS
BANDEIRA DE ALAGOAS
BRASÃO DE ALAGOAS

ALAGOAS

GEOGRAFIA – Área: 27.767,7 km². Relevo: planície litorânea, planalto a norte e depressão no centro. Ponto mais elevado: serra Santa Cruz (844 m). Rios principais: Ipanema, Moxotó, Mundaú, Paraíba, São Francisco. Vegetação: floresta tropical, mangues litorâneos e caatinga. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Maceió (900.000), Arapiraca (202.000), Palmeira dos Índios (73.000), Rio Largo (68.000), Penedo (61.000), União dos Palmares (61.000), Coruripe (46.000), Santana do Ipanema (45.000), Delmiro Gouveia (45.000), São Miguel dos Campos (44.000) (2009). Hora local: a mesma. Habitante: alagoano.

POPULAÇÃO – 3.100.000 (est. 2009). Densidade: 108,4 hab./km² (est. 2009). Cresc. dem.: 1,1% ao ano (1991-2009). Pop. urb.: 69% (2009).

DESCRIÇÃO

Localizado na Região Nordeste, Alagoas (AL) tem um litoral recortado, rico em belezas naturais, com muitas áreas de mangue e lagoas. O traçado da rodovia BR-101 acompanha toda a costa, desde a foz do rio São Francisco, que desenha a divisa sul com Sergipe, até o norte, em direção ao estado de Pernambuco. O clima na maior parte do território alagoano é o tropical, com temperaturas entre 18 ºC e 26 ºC e maior concentração de chuvas no inverno. No interior do estado, há regiões com clima semi-árido, onde as poucas chuvas são distribuídas irregularmente.

Turismo – A atividade econômica que mais cresce em Alagoas é o turismo, apoiado na existência de belas praias, variedade de paisagens e diversidade cultural e gastronômica. Dos 101 municípios do estado, 40 têm potencial turístico e 32 se tornaram prioridade de investimentos do Programa de Ação para o Desenvolvimento Integrado do Turismo (Prodetur), uma iniciativa do governo federal, que criou os projetos Costa Dourada, para o litoral norte, e Paraíso das Águas, para o litoral sul. O Costa Dourada prevê o investimento de 32 milhões de reais em ações de gestão, informatização e treinamento. O Paraíso das Águas engloba a área das lagoas na região metropolitana de Maceió, municípios importantes, como Marechal Deodoro e Arapiraca, até o rio São Francisco, na divisa com o estado de Sergipe. A cidade de Marechal Deodoro, antiga capital alagoana, atrai pelo rico acervo arquitetônico do período colonial. Em seu litoral está localizada a praia do Francês, a mais conhecida do estado. Com águas azuis, a praia é parcialmente protegida por uma orla de recifes que deixam o mar calmo. Na área não protegida, as fortes ondas permitem a prática de surfe.

Economia – Alagoas contribui com apenas 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de serviços corresponde a 59,1% da economia alagoana, boa parte apoiada nas atrações do turismo. A indústria responde por 32,6%. Apesar de ser um estado conhecido pelas plantações de cana destinadas à agroindústria do açúcar e do álcool, a agropecuária responde por apenas 8,2% da atividade econômica. Pobre e de baixa mecanização, a indústria do açúcar e do álcool depende das grandes plantações de cana-de-açúcar, que se estendem do litoral à Zona da Mata. Maior produtor de cana do Nordeste, com cerca de 25 milhões de toneladas, Alagoas só fica atrás de São Paulo e Paraná no ranking nacional. Açúcar e etileno respondem pela maior parte dos produtos exportados. Além da cana-de-açúcar, sobressai a produção de fumo, coco, algodão, arroz, feijão, milho, mandioca, mangaba, laranja, abacaxi, banana e leite.O estado produz petróleo e gás natural. Destacam-se também o pólo cloroquímico e os setores industriais de alimentos, tecidos e vestuário. Trigo e fertilizantes são os principais produtos importados. Mas o estado ainda é pobre, com renda per capita de 4.500 reais, menos da metade da média do país.

Índices sociais – Alagoas detém a maior taxa de mortalidade infantil do Brasil. A cada mil crianças nascidas vivas, 57,7 morrem antes de completar 1 ano, mais que o dobro da média do país, que é de 27,5 mortes por mil nascidos vivos. Um em cada cinco alagoanos com mais de 10 anos vive com até um salário mínimo. O saneamento básico é outro grave problema: menos de 30% dos domicílios do estado têm rede de esgoto. Em 1991, sete dos dez municípios brasileiros mais pobres, segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), eram alagoanos. Em 2009, o IDH de Alagoas havia melhorado, mas continuava sendo o segundo menor do país. Nesse ano, o estado também apresentava a pior distribuição de renda. Com 31,2%, a taxa de analfabetismo é a mais alta do país.

Capital – O destino preferido dos turistas é a capital, Maceió, uma das cidades mais visitadas da Região Nordeste. A rica culinária, à base de frutos do mar, é um dos principais atrativos. O prato típico do litoral é o sururu, uma espécie de marisco. A maior atração, no entanto, são as praias da região. Entre elas destaca-se a de Pajuçara, onde, durante a maré baixa, se forma uma piscina natural a 2 quilômetros da costa. O passeio até lá pode ser feito de jangada. O bairro do Pontal da Barra oferece os mais variados tipos de renda, um dos mais conhecidos produtos de artesanato da capital.

História

A região do atual estado de Alagoas desenvolve e consolida sua economia no período colonial com a produção de açúcar e a criação de gado, atividades em que predominava o trabalho escravo de negros e mestiços. No século XVI, piratas estrangeiros aportam no litoral e pilham o pau-brasil. No século seguinte, a região é submetida ao domínio holandês. Para manter o controle do território, os colonizadores portugueses entram em choque com os nativos e dizimam tribos indígenas hostis, como os caetés. Alagoas e Pernambuco sediam, no decorrer do século XVII, o mais importante centro de resistência dos negros à escravidão, o Quilombo dos Palmares, comunidade fundada por volta de 1590 que logo se transformaria num pólo de atração para os escravos das plantações canavieiras. O quilombo é destruído em 1694, por Domingos Jorge Velho. Zumbi, o mais conhecido líder de Palmares, escapa do ataque e continua a luta. Em 1695 é traído e morre numa emboscada. Durante quase todo o período colonial, a região de Alagoas integra a capitania de Pernambuco. Torna-se comarca em 1711 e se separa em 1817, para se transformar em capitania autônoma. A separação é uma represália do governo central à Revolta Pernambucana. Com a independência do Brasil, em 1822, torna-se província. Em 1839, Maceió passa a ser a capital, em substituição à cidade de Alagoas. A antiga capital passa posteriormente a chamar-se Marechal Deodoro, homenagem a seu filho mais ilustre, que proclamou a República em 1889 e foi o primeiro presidente do país. No período republicano, Alagoas mantém as características econômicas e sociais de seu passado colonial: economia agrícola da Zona da Mata e do Agreste e pequena industrialização. A sociedade permanece dependente do poder e do clientelismo dos coronéis, latifundiários e chefes das oligarquias locais. Só a partir dos anos 1960 a economia alagoana começa a se diversificar, em virtude dos programas da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) para a exploração do sal-gema e da aplicação de recursos da Petrobras para a produção de petróleo. O estado tem se beneficiado dos investimentos em turismo, concentrados principalmente na capital.

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ESTADO DO ACRE

MAPA DO ESTADO DO ACRE
BANDEIRA DO ACRE
BRASÃO DO ACRE

ACRE

GEOGRAFIA – Área: 152.581,4 km². Relevo: depressão na maior parte do território e planície estreita a norte. Ponto mais elevado: serra do Divisor ou de Conta (609 m). Rios principais: Acre, Envira, Juruá, Purus, Tarauacá.


Vegetação: floresta Amazônica. Clima: equatorial. Municípios mais populosos: Rio Branco (300.000), Cruzeiro do Sul (80.000), Sena Madureira (33.000), Feijó (31.000), Tarauacá (29.000), Senador Guiomard (22.000), Brasiléia (19.000), Plácido de Castro (17.000), Epitaciolândia (13.000), Mâncio Lima (13.000) (2009). Hora local: -1h. Habitante: acreano.

POPULAÇÃO – 680.000 (est. 2009). Densidade: 4,2 hab./km² (est. 2009). Cresc. dem.: 3,1% ao ano (1991-2009).

DESCRIÇÃO

O Acre (AC) é o estado da Região Norte situado mais a oeste. Com duas horas a menos em relação ao fuso horário de Brasília (DF), nele se localiza o último povoamento do Brasil a ver o sol nascer, na serra da Moa, na divisa com o Peru. A intensa atividade extrativista, que atinge o auge no século passado, atrai brasileiros de várias regiões para o estado. Da mistura de tradições de sulistas, paulistas, nordestinos e índios surgiu uma culinária diversificada, que junta a carne-de-sol com o pirarucu, peixe típico da região, e pratos regados com molho tucupi, feito de mandioca.O transporte fluvial, concentrado nos rios Juruá, Tarauacá, Envira e Moa, é o principal meio de circulação, sobretudo entre novembro e junho, quando as chuvas deixam intransitável a BR-364, rodovia que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul.

Meio ambiente – O Acre é o estado-símbolo da luta pela preservação da floresta Amazônica e pelo desenvolvimento sustentável, sobretudo após a morte de Chico Mendes, ambientalista e líder sindical dos seringueiros, assassinado em 22 de dezembro de 1988. Os seringueiros de Xapuri, terra de Chico Mendes, obtêm em março de 2002 o selo verde, concedido pelo Conselho de Manejo Florestal – FSC (sigla em inglês), atestando que a exploração da madeira da floresta é feita segundo padrões ambientalmente corretos. O selo do FSC, organização não-governamental com sede no México, é considerado a certificação florestal mais importante do mundo. A madeira com o selo triplica de valor e pode ser comercializada no nascente pólo moveleiro de Xapuri. Outros produtos da floresta são também comercializados, como o açaí – fruto de uma palmeira –, o óleo da copaíba e a folha da pimenta-longa, matéria-prima para a indústria de cosméticos. Os índios iauanauás, da região de Tarauacá, vendem urucum para indústrias de cosméticos dos Estados Unidos. No entanto, o modelo econômico sustentado na biodiversidade ainda corre risco, porque o desmatamento das regiões de floresta chega a atingir 60% em algumas áreas.

Economia – O Produto Interno Bruto (PIB) do Acre provém, sobretudo, do setor de serviços, que contribui com 69,8% da riqueza do estado. A indústria responde por 24,6% e a agropecuária, por 5,7% do PIB. O estado é o segundo maior produtor de borracha do país, atrás apenas do Amazonas.

O Acre pode ser dividido em dois grandes pólos: o vale do rio Juruá, cujo centro se localiza na cidade de Cruzeiro do Sul, no noroeste do estado, e o vale do rio Acre, com sede na capital, Rio Branco, no sudeste.No vale do Juruá reside cerca de 30% da população, a maioria na zona rural. A região é bem preservada e abriga a Reserva Extrativista do Alto Juruá – a área mais rica em biodiversidade do planeta – e o Parque Nacional da Serra do Divisor. Mais industrializado e com agricultura mais produtiva, o vale do rio Acre responde pela maior parte da borracha e dos alimentos produzidos no estado, com destaque para as culturas de mandioca, arroz, milho e frutas.

Índices sociais – Os indicadores de saúde do Acre são preocupantes. A mortalidade infantil é a mais elevada da Região Norte: 33,2 crianças em cada mil nascidas vivas morrem antes de completar 1 ano. Em torno 64% das casas não têm abastecimento de água nem fossa séptica; quase metade não possui coleta de lixo.

História

Único estado compreendido no quinto fuso horário em relação a Greenwich, o Acre é a última grande área a ser incorporada ao Brasil. Pelos acordos de limites do período colonial, confirmados no Império, esse território pertencia à Bolívia, sendo uma pequena parte dele reivindicada pelo Peru. As entradas constantes de sertanistas brasileiros na região forçam a assinatura de novo acordo entre o Brasil e a Bolívia. Em 1867 é firmado o Tratado de Ayacucho, que fixa a fronteira entre os dois países na confluência dos rios Beni e Mamoré. Mas ainda era uma linha demarcatória imprecisa. Dez anos depois, em 1877, há uma grande seca no Nordeste. Fugindo dela, milhares de nordestinos, especialmente cearenses, emigram para a região Amazônica. Atraídos pela borracha, fixam-se na área mais ou menos correspondente ao atual estado do Acre. As autoridades bolivianas reagem ao que consideram invasão de seu território e, como medida para reconquistá-lo, fundam, em 1899, uma sede administrativa para o recolhimento de impostos: Puerto Alonso, mais tarde chamada Porto Acre. Como a medida não traz os resultados esperados, a Bolívia entrega o Acre a um poderoso grupo

norte-americano para formar o que se chamou Bolivian Syndicate, em 1901, com o objetivo de desenvolver economicamente a região e em seguida reintegrá-la politicamente. Os brasileiros organizam rebeliões armadas e garantem sua permanência. A mais conhecida revolta é liderada pelo agrimensor gaúcho José Plácido de Castro, que

reúne, em 1902, algumas dezenas de seringueiros e ocupa a vila de Xapuri. Suas tropas, alguns meses depois apoiadas pelo governo brasileiro, apoderam-se de Puerto Alonso, e Plácido de Castro proclama a independência da região. A disputa só termina em 1903, com o Tratado de Petrópolis, assinado entre Brasil e Bolívia. O Brasil compra a região dos bolivianos por 2 milhões de libras esterlinas e compromete-se a construir a ferrovia Madeira-Mamoré, que liga Guajará-Mirim a Porto Velho, em Rondônia, para dar saída aos produtos bolivianos pelo Atlântico. Houve resistência na Bolívia contra o tratado, além de conflitos com o Peru, que reivindicava direitos sobre o território.

Transformação em estado – No ano de 1904, o Acre torna-se território federal dividido em três departamentos: Alto Acre, Alto Purus e Alto Juruás, cujos prefeitos são nomeados pelo governo federal. O declínio da exportação da borracha, causado pelo surgimento de grandes plantações de seringueira na Ásia, e a estagnação econômica que se segue levam à intensificação da exploração madeireira, com a devastação de consideráveis áreas de floresta Amazônica. O território retoma o crescimento econômico somente nos anos 1940 e 1950, sustentado principalmente pelos recursos da União. No governo do presidente João Goulart, em 1962, com pouco mais de 200 mil habitantes, o Acre é elevado à condição de estado, ao atingir o nível de arrecadação fiscal exigido para essa transformação, conforme a Constituição de 1946. A borracha, pivô da crise com a Bolívia no fim do século XIX e princípio do XX, continua como principal produto na pauta de exportação do estado, embora em decadência. No período do milagre econômico, entre os anos 1960 e 1970, o Acre investe principalmente em extrativismo e agropecuária, o que atrai novas correntes de migrantes.


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