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A URBANIZAÇÃO NO BRASIL

Centro de São Paulo

Assim como ocorre no resto do mundo, onde cada vez mais pessoas moram em cidades, a taxa de urbanização brasileira tem crescido ano a ano. Atualmente, de cada 100 brasileiros, 81 residem em áreas urbanas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Só entre os anos 1991 e 2010, as cidades brasileiras ganharam nada menos que 48 milhões de habitantes. O crescimento populacional natural, a expansão das áreas urbanas e a migração de pessoas vindas do campo são as causas desse fenômeno. Entre as regiões brasileiras, o Sudeste é a que apresenta o maior índice de urbanização: 92%.

Urbano versus rural – A taxa de urbanização não é um dado absoluto, pois depende do critério que se utiliza para diferenciar o urbano do rural – e há muita controvérsia nesse assunto. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), por exemplo, considera como núcleos urbanos aqueles com densidade demográfica igual ou maior do que 150 habitantes por quilômetro quadrado. O critério da densidade demográfica é usado pela maioria das nações, mas cada uma estabelece os próprios parâmetros. Com isso, o que um país define como população urbana poderia ser classificado por outro como população rural. Já o Brasil considera núcleo urbano toda sede de município (cidade) e de distrito (vila), independentemente do tamanho de sua população e de sua área. Trata-se de um critério antigo, estabelecido por lei de 1938, que gera divergência entre os estatísticos brasileiros. Para chegar à taxa de urbanização de 81%, apurada no Censo Demográfico de 2010, o IBGE considerou urbanos os municípios com mais de 5 mil habitantes. Há quem defenda, no entanto, que só poderiam ser considerados urbanos os municípios com mais de 20 mil habitantes, o que reduziria a taxa de urbanização do país para 63%. Esse, aliás, é o índice encontrado pelo estudo Caracterização e Tendências da Rede Urbana do Brasil, realizado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), em parceria com a Universidade de Campinas, e pelo próprio IBGE, em 1999.

Evolução da urbanização – Em 1940, ano do primeiro censo brasileiro que diferenciou a população urbana da rural, um terço dos habitantes do país estava nas cidades. Na década seguinte, o grau de urbanização começa a crescer acentuadamente na Região Sudeste. Nos anos 1970, o mesmo passa a ocorrer nas demais regiões. A expansão da indústria nos grandes centros traz trabalhadores das áreas rurais, atraídos pela perspectiva de melhores salários e condições de vida, acesso à educação e à saúde. Para ter uma idéia de quanto a geração de emprego está ligada à migração, a Região Sudeste teve a maior entrada de migrantes nos anos 1970, quando concentrava 80% da atividade industrial do país. Na mesma época, só a capital de São Paulo recebeu aproximadamente 3 milhões de migrantes.

Na década de 1980, a população urbana já superava a rural em todas as regiões do país. Nessa época, verificou-se no Brasil o maior êxodo populacional da humanidade: 40 milhões de pessoas, o equivalente a um terço da população brasileira, haviam migrado do campo para a cidade, de um município para outro ou de uma região do país para outra. A partir de 1996, todos os estados têm a maior parte da população em áreas urbanas. O último a fazer a transição é o Maranhão, que até o Censo de 1991 apresentava a maior parte da população em áreas rurais.

Nos anos seguintes, o processo de urbanização começa a diminuir. A diversificação da economia no interior tende a evitar a migração de suas populações. Atualmente, setores como indústria, prestação de serviços, construção civil, comércio e atividades sociais estão em crescimento nas áreas rurais e já chegam a garantir rendimento mensal até maior que o da cidade.

Regiões metropolitanas – Com a expansão dos grandes centros, suas fronteiras com os municípios vizinhos se confundem. Chamado de conurbação, esse fenômeno se inicia em 1980 e prossegue por toda a década de 1990. Em São Paulo, por exemplo, a conurbação ocorre especialmente ao longo de suas principais estradas, caso da rodovia Ayrton Senna e da Presidente Dutra, em direção a São José dos Campos; Bandeirantes e Anhangüera, rumo a Campinas; e Castelo Branco, na direção de Sorocaba. A tendência acompanha o fortalecimento do parque industrial nesses pólos, chamado "periferização" da indústria paulista.

A conurbação fez surgir em vários pontos do país as regiões metropolitanas (RMs), áreas densamente povoadas e constituídas por diversos municípios, que, apesar de administrativamente independentes, formam uma mesma comunidade socioeconômica. Atualmente, o Brasil possui 25 regiões metropolitanas reconhecidas por lei: São Paulo, Baixada Santista e Campinas (SP); Belo Horizonte e Vale do Aço (MG); Rio de Janeiro (RJ); Vitória (ES); Florianópolis, Vale do Itajaí, Foz do Itajaí, Região Carbonífera, Tubarão e Norte/Nordeste Catarinense (SC); Curitiba, Londrina e Maringá (PR); Porto Alegre (RS); Belém (PA); Fortaleza (CE): Goiânia (GO); São Luís (MA); Maceió (AL); Recife (PE); Salvador (BA); e Natal (RN). A região do Distrito Federal e entorno inclui-se nesse grupo, embora não seja legalmente reconhecida como RM. Em 2004, essas 26 localidades concentram 34% da população brasileira e 84% da população urbana do país, segundo o Ministério das Cidades

Regiões de exclusão – No passado, as regiões metropolitanas se formaram e prosperaram graças à expansão econômica de seus centros urbanos, o que gerou oportunidades de emprego e atraiu grandes levas de migrantes. O rápido crescimento dessas áreas não foi acompanhado de investimentos em infra-estrutura, o que deixou grande parte da população mal atendida nas áreas de habitação, saneamento, transporte, saúde e em outras facilidades públicas. Para agravar a situação, o tímido crescimento da economia brasileira e a diminuição dos postos de trabalho nas duas últimas décadas fizeram surgir nas RMs uma legião de desempregados. Entre 1980 e 2000, a queda do número de empregos formais (com carteira assinada) chegou a 27% no Rio de Janeiro, 20% em Porto Alegre e 18% em Belém. Em São Paulo, no Recife, em Fortaleza e em Salvador, o índice gira em torno de 10%. Os dados são do Atlas da Exclusão Social no Brasil, estudo divulgado em 2003 por especialistas de universidades paulistas.

A diminuição do número de empregos faz aumentar o índice de empobrecimento e de favelização da população. Uma pesquisa do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (Iets) sobre a região metropolitana de São Paulo – a quarta maior do mundo, com 18 milhões de habitantes – ilustra isso. Segundo o Iets, no decorrer da década de 1990, a renda per capita dos 20% mais pobres da região encolheu em 26%, chegando a menos de 54 reais por mês. Essa enorme queda de rendimentos aumentou o número de favelas, que incharam em 23% nesse mesmo período. Na virada do milênio, quase 10% da população da RM de São Paulo morava em habitações inadequadas (favelas, cortiços e loteamentos irregulares).

A somatória de desemprego, empobrecimento e favelização tornou as regiões metropolitanas brasileiras lugares mais violentos. Entre 1980 e 2010, segundo o Atlas da Exclusão Social no Brasil, o número de homicídios por 100 mil habitantes aumentou sensivelmente nessas regiões. Nas RMs de São Paulo, de Porto Alegre e do Recife, os homicídios cresceram acima de 280%. Na de Salvador, o índice é alarmante: 460%. Hoje, as RMs são locais em que riqueza e pobreza convivem muito intimamente, criando tensões e um novo tipo de exclusão social, caracterizado sobretudo por dificuldade de acesso ao emprego, baixa renda e alta exposição à violência.

Todos esses fatores contribuem para que o governo federal concentre nas regiões metropolitanas metade das verbas para habitação e saneamento em 2010 e 2011. Um plano de ação do Ministério das Cidades elege as RMs de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, Curitiba e Distrito Federal, além da cidade de Manaus, prioridades do investimento federal nos próximos 20 anos. Nessas localidades, que concentram 82% dos domicílios subnormais do país, há um déficit habitacional de mais de 2 milhões de casas.

Capitais – No geral, a população das capitais tem aumentado mais lentamente que a do interior. Segundo as últimas projeções de crescimento populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de expansão das capitais entre 2000 e 2011 varia de 1,2% a 2,3% em média. Nos estados da Região Norte estão os maiores índices (média de 3,5%), com destaque para Palmas (TO), que cresce 8% no período. Na Região Sul, a exceção é Florianópolis, com 3%. Os menores índices são os do Rio de Janeiro e São Paulo, com menos de 1%.

Cidades médias – A violência, o alto custo de vida, a falta de infra-estrutura e os grandes investimentos necessários para iniciar qualquer empreendimento nas maiores cidades do país contribuem para o crescimento de algumas cidades médias do interior. Isso fez surgir novos centros regionais e aglomerações urbanas. As cidades médias, entre 100 mil e 500 mil habitantes, foram as que registraram o maior crescimento absoluto nos anos 1990. Juntas, abrigam 58 milhões de brasileiros em 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Projeto de lei para as regiões metropolitanas
A complexidade das regiões metropolitanas e de seus problemas leva o governo federal a propor um modelo de gestão diferenciado para essas áreas. Em 2004 é encaminhado ao Congresso Nacional um projeto para a criação de consórcios intermunicipais – uma alternativa jurídica que permite às prefeituras que integram uma RM trabalhar em conjunto na solução de problemas comuns. Com isso, investimentos em saneamento e transporte, por exemplo, podem ser compartilhados com os municípios.

Mesmo sem uma legislação que facilite a integração intermunicipal em consórcios, já existem exemplos desse tipo de administração. Sete municípios paulistas do chamado ABC – Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Mauá – definiram um Plano Regional Estratégico. A atuação em conjunto permitiu a realização de projetos para o benefício de toda a população. Hospitais regionais, piscinões de combate a enchentes, um aterro sanitário e até uma universidade estão entre as principais realizações do consórcio.
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RORAIMA - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DE RORAIMA

GEOGRAFIA – Área: 224,299 km². Relevo: planalto no norte e depressões no sul. Ponto mais elevado: monte Roraima, na serra do Pacaraima (2.739,3 m). Rios principais: Alalaú, Branco, Catimani, Tacutu, Uraricoera. Vegetação: floresta Amazônica, com pequena faixa de cerrado a leste. Clima: equatorial a oeste, tropical a leste. Municípios mais populosos: Boa Vista (265.300), Rorainópolis (25.590), Alto Alegre (21.900), Caracaraí (18.200), Bonfim (13.500), Mucajaí (12.600), Cantá (11.500), Pacaraima (8.980), Uiramutã (6.950), São Luiz (6.940) (2012). Hora local: -1h. Habitante: roraimense.

POPULAÇÃO – 420.800 (est. 2012).

CAPITAL – Boa Vista. Habitante: boa-vistense. População: 265.300 (est. 2012).


Situado no extremo norte do país, Roraima (RR) faz fronteira com a Venezuela e a Guiana e abriga o ponto mais setentrional do Brasil, o monte Caburaí. Cortado ao sul pela linha do Equador, a maior parte do território fica no Hemisfério Norte. O clima é equatorial, quente e úmido. Com mais de 60% de área coberta pela floresta Amazônica, o estado é o menos populoso do país. A influência indígena está presente na culinária e no artesanato. Em Roraima fica parte da reserva indígena dos ianomâmis, com 5,6 milhões de hectares. Por ter extensas jazidas de ouro, cassiterita e pedras preciosas, a reserva atrai garimpeiros clandestinos.

Economia – Roraima é o estado que menos contribui para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional, com apenas 0,1%. Sua economia se apóia no setor de serviços. O transporte é precário, feito apenas pelo rio Branco, que corta o estado desde o sul até a capital, Boa Vista, ou pela BR-174, que liga o estado à Venezuela, ao norte, e a Manaus, ao sul. Os mais importantes produtos agrícolas são mandioca, arroz, milho, laranja e banana. De 2001 para 2011, a produção de madeira, o principal item de exportação, triplica e atinge 85 mil metros cúbicos. A crise de energia elétrica era crônica em Roraima: a população convivia com constantes cortes de luz. O estado resolve o problema, a partir de 2001, importando energia da Venezuela, do Complexo Hidrelétrico de Guri-Macaguá.

Boa Vista
Governador cassado – O governador Flamarion Portela (afastado do PT) tem o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em agosto de 2004. Pesa contra ele a acusação de usar programas sociais para se promover durante a campanha que o reelegeu em 2002. Portela está envolvido também no "escândalo dos gafanhotos", em que é acusado de contratar funcionários fantasmas. Em seu lugar, assume o segundo colocado no pleito de 2002, o ex-governador Ottomar de Sousa Pinto (PTB).

Reserva Raposa/Serra do Sol – O impasse quanto à homologação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol intensifica os conflitos na região em 2004. Com 1,7 milhão de hectares e 15 mil índios de cinco etnias, a reserva foi demarcada em 1998 e, desde então, aguarda oficialização do governo federal. Pela demarcação original, ficariam no interior da reserva a cidade de Uiramutã, fazendas de arroz e a região de fronteira com Guiana e Venezuela. O governo de Roraima, fazendeiros e até mesmo alguns índios defendem uma homologação descontínua, em que essas áreas se tornariam "enclaves brancos" dentro da reserva. O Supremo Tribunal Federal (STF) cassa as liminares que impediam a homologação contínua. Com isso, o governo federal confirma a demarcação original.

Índices sociais – Conflitos de terra ocorrem com freqüência no estado e são apontados como a principal causa da alta taxa de homicídios. Em outras áreas há avanços. Roraima consegue a maior diminuição nos índices de mortalidade infantil do país entre 1990 e 2011: de uma taxa de 42,7 em cada mil nascidos vivos, o estado passa para 9,8 em cada mil nascidos vivos.

História
No século XVIII, em razão do crescente interesse português pela Amazônia, intensificam-se os esforços de reconhecimento e ocupação da extensa área ao longo do rio Branco. Em 1752 inicia-se a construção do Forte de São Joaquim, origem da futura capital de Roraima, Boa Vista.

Durante o Império, no século XIX, Roraima permanece integrado à província do Amazonas, com população pequena e economia estagnada, baseada em fazendas de gado. No início da República, em 1904, a porção mais oriental de Roraima é alvo de disputa fronteiriça com a Guiana, então colônia do Reino Unido: a Questão do Pirara, arbitrada pelo rei da Itália, Vittorio Emanuele III. O trecho é dividido entre os dois países, ficando a maior parte com a Guiana. Em 1943, a área é separada do estado do Amazonas e transformada em território federal do Rio Branco. A decisão visa a impulsionar o desenvolvimento local e a garantir mais segurança para a região, considerada estratégica. Em 1962, o território passa a se chamar Roraima. Os recursos e os incentivos dos governos militares nos anos 1960 e 1970 melhoram a infra-estrutura e atraem empresários e trabalhadores para a região. Desenvolvem-se a criação de gado de corte e a extração de madeira. Em conseqüência, ocorre acelerado crescimento populacional. Em 1988, Roraima torna-se estado.
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RONDÔNIA - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DE RONDÔNIA

GEOGRAFIA – Área: 237.576,2 km². Relevo: planície a oeste, depressões e pequenos planaltos a norte, planalto a sudeste. Ponto mais elevado: serra dos Pacaás (1.126 m). Rios principais: Guaporé, Jaci-Paraná, Ji-Paraná, Madeira, Mamoré. Vegetação: floresta Amazônica e cerrado a oeste. Clima: equatorial. Municípios mais populosos: Porto Velho (468.800), Ji-Paraná (122.400), Ariquemes (92.900), Cacoal (86.420), Vilhena (76.700), Jaru (56.200), Rolim de Moura (52.900), Buritis (39.600), Guajará-Mirim (42.570), Ouro Preto do Oeste (41.750) (2012). Hora local: -1h. Habitante: rondoniano.

POPULAÇÃO – 1.682.700 (est. 2012).

CAPITAL – Porto Velho. Habitante: porto-velhense. População: 468.800 (est. 2012).

Localizado na Região Norte, Rondônia (RO) tem dois terços de sua área cobertos pela floresta Amazônica. Os pontos mais altos do estado são a chapada dos Parecis e a serra dos Pacaás, onde há um parque nacional. O clima predominante é o equatorial, com chuvas abundantes e temperatura média anual de 26 °C. Entre 1991 e 2000, o crescimento demográfico médio é de 2,2% ao ano. Rondônia é o terceiro estado mais populoso da região, com 1,56 milhão de habitantes, atrás do Amazonas e do Pará.

Turismo – O estado tem grande potencial turístico, ainda pouco explorado. Para incentivar o setor, o governo cria uma zona de livre-comércio em Guajará-Mirim, município localizado na fronteira com a Bolívia, a 333 quilômetros da capital, Porto Velho. Cada visitante pode comprar até 2 mil reais em produtos importados, entre os quais os eletroeletrônicos. Com 1,7 mil quilômetros de extensão, o rio Madeira, o maior afluente da margem direita do rio Amazonas, corta Porto Velho. Os turistas podem deslizar por suas águas e navegar no meio da floresta Amazônica, admirando árvores centenárias e bandos de aves coloridas ou se aventurando por trechos de corredeiras.

Economia – Rondônia é o segundo maior produtor de cassiterita do país, atrás do Amazonas. A maior parte do minério é retirada do garimpo de Bom Futuro, em Ariquemes.As maiores empresas do estado atuam nos setores de comércio, energia e telefonia, produção de alimentos e bebidas, mineração, metalurgia e criação de gado.

A construção do porto graneleiro de Porto Velho, em 1995, a abertura da hidrovia do rio Madeira, em 1997, e a construção das Usinas do Madeira a partir de 2010 facilitam o escoamento da produção de Rondônia e impulsiona a economia do estado. A soja é o principal item transportado. Com aproximadamente 1,1 mil quilômetros, a hidrovia liga a capital ao porto de Itacoatiara, próximo a Manaus, no Amazonas. O comércio com outros estados se baseia na venda de produtos agrícolas e minerais e na compra de máquinas, veículos e farinha de trigo. A abertura de novas fronteiras agrícolas contribui para que o estado apresente o segundo maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2002, atrás apenas de Mato Grosso. Os principais produtos agrícolas rondonianos são cacau, café, arroz, feijão, soja e milho. A madeira é o mais importante item de exportação do estado, mas calcula-se que os dados referentes a sua produção sejam subestimados. No biênio 2001-2002, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autoriza o desmatamento de 12,2 mil hectares em Rondônia, mas imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que a área desmatada no período foi de 246,5 mil hectares. Em 2002, a produção de madeira atinge 2,1 milhões de metros cúbicos, quase quatro vezes mais que no ano anterior. Para conter o desflorestamento, é criado, em 2001, na fronteira com a Bolívia, o primeiro corredor ecológico binacional. Com financiamento inicial do Banco Mundial, o corredor terá área de 23 milhões de hectares – quase o tamanho do estado de São Paulo. Além de preservar sub-bacias hidrográficas da bacia Amazônica, deve ajudar a proteger espécies animais e vegetais endêmicas.

Porto Velho
Massacre de garimpeiros – A morte de 29 garimpeiros pelos índios cintas-largas, em abril de 2004, traz à tona o problema da disputa pelos diamantes na reserva indígena Roosevelt. A região de 2,7 milhões de hectares pode abrigar uma das maiores jazidas do mundo, o que atrai a cobiça de empresas e de indivíduos. Como a extração de diamantes em áreas indígenas é ilegal, a reserva Roosevelt, dos cintas-largas, é alvo de intensa ação de contrabandistas. Os conflitos entre garimpeiros e índios na região causam pelo menos 60 mortes nos últimos seis anos. No massacre de 2004, dez cintas-largas são indiciados por assassinato.

Índices sociais – A mortalidade infantil é de 16,2 a cada mil nascidos vivos, abaixo da média nacional. Cerca de 60% dos domicílios não têm água encanada em 2011, 68% não são dotados de sistema de esgoto e 32% não contam com coleta de lixo. O trabalho escravo é outro grave problema.

Capital – Maior cidade do estado, com 465,9 mil habitantes, Porto Velho é o principal pólo comercial de Rondônia. A capital serve de centro também aos municípios do sul do Amazonas, mais próximos de Porto Velho que de Manaus.

História
Os primeiros colonizadores portugueses começam a percorrer a região que equivale ao atual estado de Rondônia no século XVII. Somente no século seguinte, com a descoberta e a exploração de ouro em Goiás e Mato Grosso, aumenta o interesse por aquelas terras. Em 1776, a construção do Forte Príncipe da Beira, às margens do rio Guaporé, estimula a implantação dos primeiros núcleos coloniais, que só prosperam no fim do século XIX, com o surto da exploração da borracha. É com o estabelecimento definitivo do antigo Território do Acre, em 1903, que Rondônia se desenvolve, pois o Tratado de Petrópolis obriga o Brasil a construir a ferrovia Madeira-Mamoré. A rede telegráfica estabelecida pelo marechal Cândido Rondon é outro importante impulso à integração da região. Em 1943 é constituído o Território Federal de Guaporé, com capital em Porto Velho, com o desmembramento de parte de Mato Grosso e do Amazonas. A intenção é apoiar mais diretamente a ocupação e o desenvolvimento da área. Em 1956, o território passa a se chamar Rondônia. Até a década de 1960, a economia se resume à extração de borracha e de castanha-do-pará. O crescimento acelerado só ocorre, de fato, a partir dos anos 1960 e 1970. Os incentivos fiscais aos empreendimentos privados e os investimentos do governo federal, bem como os projetos de construção de rodovias e de implantação de núcleos de colonização, estimulam a migração, em grande parte originária do Centro-Sul. Além disso, o acesso fácil à terra boa e barata atrai empresários interessados em investir na agropecuária e na indústria madeireira. Nessa época, a descoberta de ouro e cassiterita contribui para o aumento populacional. Entre a década de 1960 e a de 1980, o número de habitantes cresce mais de sete vezes, passando de 70 mil para 500 mil. Rondônia é elevado à condição de estado em 1981, mas a redução de investimentos, o esgotamento prematuro das melhores terras para a agropecuária e a devastação florestal dificultam seu desenvolvimento econômico e causam sérios problemas sociais e ambientais.
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RIO GRANDE DO SUL- GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

GEOGRAFIA – Área: 281.748,5 km². Relevo: planície litorânea com restinga e areia, planaltos a oeste e a nordeste e depressão no centro. Ponto mais elevado: serra Geral (1.398 m). Rios principais: Camaquã, dos Sinos, Ibicuí, Ijuí, Jacuí, Jaguarão, Pelotas, Quaraí, Taquari, Uruguai. Vegetação: campos (campanha gaúcha) ao sul e a oeste, floresta tropical a leste, mata de araucária a norte, restingas litorâneas. Clima: subtropical. Municípios mais populosos: Porto Alegre (1.698.300), Caxias do Sul (420.260), Pelotas (388.500), Canoas (351.900), Santa Maria (282.980), Gravataí (269.100), Novo Hamburgo (266.850), Viamão (262.400), São Leopoldo (218.700), Alvorada (214.400) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: gaúcho.

POPULAÇÃO – 11.216.000 (est. 2012).

CAPITAL – Porto Alegre. Habitante: porto-alegrense. População: 1.698.300 (est. 2012).

No maior e mais populoso estado da Região Sul está um dos pontos extremos do país, o arroio Chuí. O clima do Rio Grande do Sul (RS) é subtropical, e o relevo apresenta planícies litorâneas, planaltos a oeste e nordeste e depressões no centro. O estado tem vegetação de campos (os Pampas Gaúchos), floresta tropical, matas de araucárias e restingas no litoral. Os principais colonizadores são os imigrantes italianos, que se fixam principalmente na região serrana, no nordeste do estado, e os alemães, que ocupam sobretudo a região do vale do rio dos Sinos, ao norte de Porto Alegre. Os portugueses, entre os quais os açorianos, permanecem no litoral.Além da influência européia, o gaúcho cultiva as tradições dos Pampas, na fronteira com o Uruguai e a Argentina. Entre essas tradições destacam-se o chimarrão, o churrasco e o uso de trajes típicos, compostos de bombachas (calças folgadas, de origem turca, presas ao tornozelo), poncho e lenço no pescoço.

Porto Alegre
Turismo – Na Serra Gaúcha, onde o inverno é rigoroso, erguem-se cidades com características européias, como Gramado e Canela. Na região de Bento Gonçalves e Caxias do Sul, o maior centro produtor de vinho do Brasil, a atração é a culinária italiana. A noroeste do estado, na região das Missões, os municípios de São Borja e São Miguel preservam ruínas das povoações jesuítas do século XVII, consideradas patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Na divisa com o estado de Santa Catarina, no Parque Nacional de Aparados da Serra, o principal ponto turístico é o cânion do Itaimbezinho, formação rochosa com cerca de 5,8 quilômetros de extensão, 2 quilômetros de largura e profundidade que chega a 720 metros.

Economia – Apoiado na produção de couro, o estado é o maior fabricante de calçados do país. O Rio Grande do Sul produz também fumo, petroquímicos, madeira e derivados. Importa petróleo, nafta e fertilizantes. A economia gaúcha é bastante desenvolvida, com destaque para o setor industrial, cujo crescimento em 2003 só é inferior ao do Espírito Santo. Esse bom desempenho é puxado pelos ramos petroquímico, de máquinas e implementos agrícolas, de fertilizantes, de construção, de produção de cigarros e alimentício. Ganha força também a indústria automobilística, com a instalação da fábrica da General Motors do Brasil em Gravataí, na Grande Porto Alegre.

O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor nacional de grãos, atrás apenas do Paraná, com expressiva colheita de soja, milho, trigo e arroz. Quase 90% de toda a soja transgênica produzida no país sai do estado. Com respaldo do governo federal, que vem autorizando o plantio de sementes geneticamente modificadas, o Rio Grande do Sul destina 2,59 milhões de hectares ao plantio de soja transgênica. Estima-se que cerca de 80% da produção gaúcha seja transgênica ou esteja contaminada pelo grão modificado. O estado possui um dos maiores rebanhos bovinos do país e é a segunda maior criação de aves.

Índices sociais – O Rio Grande do Sul registra o menor índice de mortalidade infantil do país, com 6,4 mortes por mil nascidos vivos. Os investimentos em educação e saúde fazem com que a qualidade de vida seja uma das melhores do Brasil. O estado apresenta o quarto mais elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, depois do Distrito Federal, de Santa Catarina e de São Paulo.

Capital – A região da Grande Porto Alegre é o principal centro de compras e serviços do Rio Grande do Sul. A capital é conhecida como uma das cidades mais arborizadas do país. Uma de suas atrações tradicionais é o pôr-do-sol no rio Guaíba.

História
A região do atual estado do Rio Grande do Sul não fazia parte dos domínios coloniais portugueses assinalados pelo Tratado de Tordesilhas. Mas, com a importância estratégica da área do rio da Prata, o território logo atrai a atenção dos colonizadores. Durante a União Ibérica entre Espanha e Portugal (1580/1640), a expansão territorial é facilitada, levando os primeiros sertanistas e criadores de gado à região. Depois é a vez dos bandeirantes paulistas, interessados na captura dos índios guaranis aldeados nas missões do Paraná e do Paraguai pelos padres jesuítas. Em fuga, eles deslocam as aldeias para o sul, ao longo do rio Uruguai.

A metrópole estimula a imigração de famílias açorianas para a recém-criada capitania de São Pedro do Rio Grande. O primeiro povoamento é a base militar criada em 1737 na embocadura da lagoa dos Patos, embrião da cidade portuária de Rio Grande. Dez anos mais tarde é fundada a vila de Porto dos Casais, atual Porto Alegre. Esse desenvolvimento dificulta a definição da fronteira e a separação entre os domínios de Portugal e as terras da Espanha, que só é acertada no Tratado de Madri, de 1750. Os índios não aceitam abandonar as terras das missões, passando do lado brasileiro para o argentino do rio Uruguai, o que deflagra a Guerra Guaranítica.

Revoltas – Vencida a resistência dos índios guaranis, as fazendas de gado espalham-se pelo território gaúcho. O Rio Grande do Sul participa das lutas da independência, mas tem seu crescimento barrado pelo centralismo do Império, o que causa conflitos que culminam com a Revolta dos Farrapos, entre 1835 e 1845. Posteriormente, o estado envolve-se também na Guerra do Paraguai (1865/1870).

Nos primeiros anos da República, os gaúchos mergulham na violenta Revolta Federalista (1893/1895), que instaura uma guerra civil entre republicanos e federalistas. Os revolucionários propõem uma confederação com outras repúblicas, daí sua união com o internacionalista Giuseppe Garibaldi, um dos responsáveis pela unificação italiana. Garibaldi chega a fundar, com o general David Canabarro, a efêmera República Juliana, em Santa Catarina.

Período republicano – Durante a República, o estado continua a receber grande número de imigrantes estrangeiros, principalmente italianos e alemães, num intenso movimento que se havia iniciado ainda durante o Império, na década de 1870 e na de 1880. Com os empreendimentos familiares dos imigrantes, a atividade industrial prospera principalmente em Porto Alegre, Rio Grande, Pelotas e Caxias do Sul, sobretudo nos setores de alimentos, tecidos, móveis, calçados, ferramentas e utensílios domésticos. Nas lutas políticas da República Velha, destacam-se Júlio de Castilhos, Pinheiro Machado e Borges de Medeiros, representantes das oligarquias gaúchas. O estado participa decisivamente da Revolução de 1930, sob a liderança de Getúlio Vargas, que põe fim à República Velha. Na década de 1970, a indústria começa a se diversificar, com investimentos nos setores químico e metal-mecânico e empreendimentos de grande porte, como o pólo portuário e industrial da cidade de Rio Grande e o pólo petroquímico de Triunfo, próximo a Porto Alegre. Com uma economia equilibrada entre a indústria e a agropecuária e sem grandes desequilíbrios sociais, o Rio Grande do Sul se mantém entre os estados com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país.
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RIO GRANDE DO NORTE - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

GEOGRAFIA – Área: 52.796,8 km². Relevo: planície litorânea, com depressão na maior parte e planaltos ao sul. Ponto mais elevado: serra do Coqueiro (868 m). Rios principais: Apodi, Curimataú, Jacu, Piranhas ou Açu, Potengi, Seridó, Trairi. Vegetação: mangue no litoral, faixa de floresta tropical e caatinga a oeste. Clima: tropical no litoral e a oeste e semi-árido no centro. Municípios mais populosos: Natal (802.080), Mossoró (255.910), Parnamirim (173.180), São Gonçalo do Amarante (88.060), Ceará-Mirim (71.690), Macaíba (64.740), Caicó (63.260), Açu (52.110), Currais Novos (42.880), São José de Mipibu (39.900) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: potiguar.

POPULAÇÃO – 3.154.100 (est. 2012).

CAPITAL – Natal. Habitante: natalense. População: 802.080 (est. 2012).

O nome do estado é inspirado no rio Potengi, que deságua no mar no extremo nordeste do país, na "esquina do Brasil". O litoral e a porção oeste do Rio Grande do Norte (RN) têm clima tropical, enquanto o centro é semi-árido. A vegetação apresenta áreas de mangue no litoral e de floresta tropical e caatinga no interior.

Economia – O estado contribui com apenas 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A economia potiguar baseia-se no comércio, na indústria têxtil, na agroindústria e no turismo. A produção de camarão em cativeiro tem aumento explosivo e o estado supera o Ceará como o maior exportador brasileiro do crustáceo. A atividade provoca polêmica, porque os criadouros se concentram nos manguezais, que, por lei, devem ser intocados. A agricultura do estado é a que mais cresce a partir de 2002, apoiada na expansão da fruticultura irrigada e, principalmente, na cana-de-açúcar. Mandioca, milho, coco e melão são outras culturas importantes. Das salinas do Rio Grande do Norte são extraídos mais de 90% do sal do país. O estado é também o maior produtor nacional de petróleo em terra.

Índices sociais – A renda per capita estadual é de 11.800 reais, pouco mais da metade da média nacional. A taxa de mortalidade infantil é a quinta maior do país: 41,9 a cada mil crianças nascidas vivas. A cobertura da rede de esgoto não chega à metade dos domicílios e o analfabetismo atinge 22,7% da população.

Natal
Capital – Natal é o principal destino turístico do estado. A carne-de-sol com arroz-de-leite e os frutos do mar são os destaques de sua culinária.

História
Uma das maiores capitanias do início do período colonial, o Rio Grande do Norte é doado a João de Barros, que inicia a colonização em 1535. A tentativa fracassa diante do ataque de franceses e da resistência indígena. Somente no fim do século, os portugueses conseguem desembarcar na região, quando fundam o forte dos Reis Magos e a Vila de Natal. Com clima e solo menos favoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar, a região torna-se centro de criação de gado. Ganha importância também a exploração do sal. O emprego do trabalho escravo indígena provoca forte reação dos cariris, que, com outras tribos, desencadeiam a Guerra dos Bárbaros, em 1685, só encerrada nos primeiros anos do século XVIII.

Restrições econômicas – Durante o período colonial, o Rio Grande do Norte permanece uma capitania pouco povoada e pobre. Depois da independência, a província passa a comercializar produtos como o sal e a carne-de-sol. As plantações de algodão permitem que, no fim do Império, sejam instaladas as primeiras manufaturas têxteis. Durante a Intentona Comunista, em 1935, o movimento chega a dominar Natal, antes de ser reprimido. Na II Guerra Mundial, o Rio Grande do Norte cede áreas para bases militares norte-americanas. Apesar dos investimentos canalizados pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) a partir dos anos 1960 e do crescimento da indústria salineira, o estado registra lenta progressão econômica.
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RIO DE JANEIRO - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

GEOGRAFIA – Área: 43.696,1 km². Relevo: planície litorânea com morros, lagos, várzeas e dunas e planalto a oeste. Ponto mais elevado: pico da Agulhas Negras, na serra do Itatiaia (2.791,5 m). Rios principais: Grande, Itabapoana, Macaé, Muriaé, Paraíba do Sul, Piraí, Preto. Vegetação: mangue no litoral e mata Atlântica, floresta tropical. Clima: tropical atlântico. Municípios mais populosos: Rio de Janeiro (6.710.300), São Gonçalo (1.040.200), Duque de Caxias (899.670), Nova Iguaçu (855.100), Belford Roxo (502.320), Niterói (495.400), São João de Meriti (482.630), Campos dos Goytacazes (454.700), Petrópolis (318.400), Volta Redonda (270.200) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: fluminense.

POPULAÇÃO – 15.958.750 (est. 2012).

CAPITAL – Rio de Janeiro. Habitante: carioca. População: 6.710.300 (est. 2012).

Menor estado da Região Sudeste, o Rio de Janeiro (RJ) abriga a terceira maior população do país, atrás de São Paulo e de Minas Gerais.

O turismo é uma de suas principais fontes de receita. Com o Carnaval mais famoso do mundo, a capital, Rio de Janeiro, é ponto de atração de visitantes brasileiros e estrangeiros. A atividade turística é forte também em Búzios e Cabo Frio, no litoral norte do estado. Em Angra dos Reis e Parati, no sul, há praias muito apreciadas, acessíveis apenas por barco. Nesse trecho do litoral, Ilha Grande atrai cada vez mais turistas desde a desativação, em 1994, de um antigo presídio. A ilha oferece boas áreas para mergulho e trilhas para caminhadas no meio da mata Atlântica. Na região serrana destacam-se Petrópolis e Nova Friburgo, cidades que conservam arquitetura e costumes da colonização alemã e suíça. Visconde de Mauá e Itatiaia sobressaem pelas paisagens naturais e pelo ecoturismo. Recentemente, o estado descobre a vocação turística do Vale do Paraíba, região de belas fazendas históricas da época áurea da cultura do café, no século XIX.

Meio ambiente – O ecossistema do litoral fluminense vem sofrendo danos decorrentes dos constantes vazamentos de óleo combustível. As principais fontes de lançamento irregular de óleo são indústrias, terminais de combustíveis, postos de gasolina, estaleiros e navios petroleiros. Os acidentes com a Petrobras agravam a situação. Depois do desastre de 2000, quando um duto despeja 1,2 milhão de litros de petróleo na baía de Guanabara, a plataforma P-36, que fazia extração de petróleo na bacia de Campos, explode e afunda, em um acidente que causa a morte de 11 operários, em 2001. O estado, que ocupa uma região antes dominada inteiramente pela mata Atlântica, tem apenas 19% da antiga vegetação, concentrados em pontos de difícil acesso no litoral e nas regiões mais altas .

Economia – Apenas 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio de Janeiro vem da agricultura. A indústria é responsável por 49,6% e o comércio e os serviços, por 49,8%. Os setores industriais mais dinâmicos são o químico, o metalúrgico, o siderúrgico, o de material eletrônico, o farmacêutico e o da construção civil. A Região Sul do estado, beneficiada pela boa infra-estrutura e pela proximidade com os grandes centros, é escolhida por várias indústrias metalúrgicas e automotivas para instalação de suas fábricas. A montadora de ônibus e caminhões da Volkswagen, que funciona em Resende desde 1997, e a construção da unidade da Peugeot-Citroën, em Porto Real, município vizinho, atraem pequenas e médias empresas.A Petrobras é a maior empresa com sede no estado. A Bacia de Campos, a maior área petrolífera do país, localiza-se no Rio de Janeiro. Esse fato contribui para fazer do estado o principal produtor de petróleo e gás natural do Brasil. Metade das exportações fluminenses corresponde à comercialização de petróleo e derivados. A intenção da Petrobras de encomendar navios petroleiros e plataformas a empresas brasileiras estimula a modernização dos estaleiros da região e impulsiona a indústria naval, em dificuldades desde o fim da década de 1980. A cana-de-açúcar, apesar do declínio, é ainda a principal lavoura do estado. Crescem os investimentos na fruticultura, sobretudo abacaxi, tomate, laranja, maracujá, banana e coco.

Enriquecimento de urânio – Fica em Resende a única fábrica de enriquecimento de urânio do Brasil. Após meses de negociação, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) autoriza seu funcionamento em 2004. A polêmica surgiu porque o governo brasileiro, com o objetivo de guardar segredo tecnológico, não permitiu que os inspetores tivessem acesso visual às centrífugas. Isso gerou especulações sobre a eventual utilização do urânio para fins não pacíficos. O governo pretende atingir a auto-suficiência no enriquecimento de urânio até 2010. Atualmente, o urânio que alimenta a usina nuclear de Angra dos Reis para a geração de energia elétrica é enriquecido no Canadá e na Europa.

Índices sociais – A sangrenta disputa pelo comando do tráfico de drogas e os confrontos entre policiais e traficantes nos morros da cidade do Rio de Janeiro mancham sua imagem de cartão-postal do Brasil. Além de afetar a população local, a violência urbana provoca efeitos negativos sobre o turismo. Em 2004, uma série de crimes contra visitantes estrangeiros ganha os noticiários. O assalto a uma família de turistas uruguaios é filmado por um cinegrafista amador e tem repercussão internacional. Nos dois casos mais graves, uma turista japonesa é esfaqueada e um visitante espanhol, morto a tiro. De outro lado, o estado do Rio de Janeiro mantém a melhor média de escolaridade do Sudeste: 44,5% de sua população tem oito anos ou mais de estudo. A taxa de alfabetização é a maior do país: 94,9%. Sua renda per capita já supera a dos paulistas, ficando atrás apenas do Distrito Federal. No ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nacional, o estado detém a quinta posição. Segundo o Censo de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio de Janeiro é o estado menos católico do país e o de maior concentração feminina no Sudeste.

Rio de Janeiro
Capital – A cidade do Rio encanta os turistas com suas belezas naturais, como o Pão de Açúcar, o Corcovado, a floresta da Tijuca e as praias, entre as quais se destacam Copacabana e Ipanema. Além da paisagem natural, a cidade, que foi sede do governo durante o período colonial e capital brasileira de 1822 a 1960, abriga importante acervo histórico e arquitetônico. Há ainda uma agitada vida noturna e cultural, com muitos cinemas, teatros, bares, restaurantes e boates. Criada a partir do projeto Ciclovias Cariocas, em 1993, a rede de ciclovias da cidade já é a maior da América Latina, com 100 quilômetros construídos (mais 150 quilômetros projetados). Pedalam diariamente pelas ciclovias 2 mil pessoas, sobretudo nas zonas turísticas, ao longo das praias. Em 2001, pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) para calcular o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da capital fluminense, apesar de mostrar avanços na educação, indica profundas desigualdades sociais. Enquanto os 10% mais ricos da população se apropriam de 45% da renda da cidade, os 40% mais pobres detêm menos de 9% da riqueza produzida. A desigualdade é uma das explicações para a violência e o tráfico de drogas nos morros cariocas. Cerca de 10% dos domicílios no estado localizam-se em favelas ou assemelhados, áreas onde há maior carência de serviços públicos.

História
Em razão do rentável comércio de pau-brasil, o litoral fluminense atrai colonizadores portugueses e corsários franceses ainda no século XVI. Em 1555 chega à região uma esquadra comandada pelo francês Nicolau Durand de Villegaignon, que funda a França Antártica. Os franceses resistem durante uma década às investidas das tropas portuguesas até serem derrotados por Estácio de Sá – morto em combate –, sobrinho do governador-geral Mem de Sá. Essa vitória marca a origem da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, fundada em 1º de março de 1565. Ocupando posição estratégica no litoral sul da colônia, a povoação cresce e prospera como região portuária e comercial. No século XVIII, com o desenvolvimento da mineração, o porto do Rio de Janeiro torna-se o principal centro exportador e importador para as vilas de Minas Gerais, por onde saem ouro e diamante em direção à metrópole e entram escravos e produtos manufaturados. Em 1763, a importância da cidade faz com que o governo de Portugal a transforme em sede do Governo Geral, em substituição a Salvador, que entra então em acentuado processo de declínio econômico. Em 1808 chegam ao Rio a família real e a Corte, fugindo das tropas francesas que haviam invadido Portugal no ano anterior. A cidade se torna sede do governo português, o que transforma radicalmente sua vida. Após a declaração de independência, o Rio continua como capital, enquanto a província enriquece com a agricultura canavieira da região de Campos e, principalmente, com o novo cultivo do café no Vale do Paraíba. Para separar a província da capital do Império, em 1834 o Rio de Janeiro é convertido em município neutro, e a nova capital da província do Rio de Janeiro passa a ser Niterói. O Rio de Janeiro concentra a vida político-partidária do Império e os movimentos abolicionista e republicano. Durante a República Velha, com a decadência de suas áreas cafeeiras, o estado perde força política para São Paulo e Minas Gerais.

Decadência política – O enfraquecimento econômico e político do Rio de Janeiro continua após a Revolução de 1930. A economia fluminense não se beneficia da industrialização, apesar de o estado ser escolhido para a instalação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), no município de Volta Redonda, ponto de partida para a implantação da indústria de base no país.A cidade do Rio de Janeiro mantém-se como importante zona comercial, industrial e financeira. Mas o declínio acentua-se com a mudança da capital federal para Brasília, em 1960. Nesse ano, a cidade é transformada no estado da Guanabara, que dura apenas 14 anos. Em 1974, as duas unidades (Rio de Janeiro e Guanabara) fundem-se e voltam a constituir o atual estado do Rio de Janeiro.Com o objetivo de recuperar sua importância política e econômica, os governos militares investem pesadamente no estado: duas usinas nucleares são construídas em Angra dos Reis, além de ser implantados um pólo de indústria naval na baía de Sepetiba e um pólo petrolífero na bacia de Campos, que se torna o mais produtivo do país. O governo estadual pretende agora criar um pólo petroquímico na baía de Sepetiba.
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PIAUÍ - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO PIAUÍ

GEOGRAFIA – Área: 251.529,2 km². Relevo: terrenos baixos e arenosos no litoral, planaltos na maior parte e depressão a sudeste. Ponto mais elevado: serra Grande (865 m). Rios principais: Canindé, Gurguéia, Longá, Parnaíba, Piauí, Poti. Vegetação: mangue no litoral, mata de cocais a oeste e caatinga na maior parte. Clima: tropical e semi-árido no interior. Municípios mais populosos: Teresina (815.400), Parnaíba (160.190), Picos (78.700), Piripiri (67.600), Floriano (59.180), Barras (46.200), Campo Maior (45.900), União (44.600), Altos (40.080), Pedro II (39.100) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: piauiense.

POPULAÇÃO – 3.158.200 (est. 2012).

CAPITAL – Teresina. Habitante: teresinense. População: 815.400 (est. 2012).

Dos estados do Nordeste, o Piauí (PI) é o de litoral menos extenso: apenas 66 quilômetros. Trata-se, entretanto, de um trecho privilegiado, pois na divisa com o Maranhão situa-se o delta do rio Parnaíba, único em mar aberto do continente americano. O ecossistema do lado piauiense é extremamente rico, semelhante ao da Amazônia, com grande número de ilhas, lagoas, igarapés e praias de areia fina, tomadas por dunas e coqueirais. De clima tropical no litoral e semi-árido no interior, o Piauí enfrenta longos períodos de seca, e grande parte de sua área é coberta pela vegetação da caatinga.

Índices sociais – Com uma renda per capita de 8.110 reais, que não chega a um terço da média nacional, o Piauí ocupa a terceira mais baixa colocação no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. O estado tem o segundo mais alto índice de analfabetismo do país, atrás apenas de Alagoas. Quase 35% dos domicílios de seus 221 municípios não possuem água encanada, 56% não dispõem de rede de esgoto e 47% não contam com coleta de lixo. Apenas 44% das casas estão ligadas à rede elétrica. Embora o Piauí apresente a menor taxa de mortalidade infantil do Nordeste, o índice de 22,1 mortes a cada mil nascidos vivos é considerado alto. A média nacional – também alta – é de 14,5 mortes por mil.

Economia – A economia do estado é dependente da agropecuária extensiva. Os principais rebanhos são de cabra e ovelha, que se adaptam bem ao clima semi-árido. O rebanho caprino do Piauí é o segundo do Nordeste, só perdendo para o da Bahia, e o ovino, o terceiro, atrás dos da Bahia e do Ceará.Os principais produtos agrícolas são a cana-de-açúcar, a mandioca, o milho e a soja. O estado está entre os maiores produtores e beneficiadores de castanha de caju do país. No extrativismo destacam-se a carnaúba, o babaçu, o buriti e o coco. Por não necessitar de muita água, a apicultura ganha força no estado, que já é o maior produtor de mel do país. As novas plantações no cerrado piauiense anunciam grande mudança no perfil agrícola do estado. Visto como uma das novas fronteiras para a soja brasileira, a região atrai produtores do Sul, e a produção do grão cresce rapidamente. A expansão das plantações de soja, no entanto, faz aumentar o desmatamento. Os pólos industriais situam-se em Teresina, Parnaíba, Picos e Floriano. Incentivos do governo estadual atraem, a partir de 1996, diversas indústrias, sobretudo químicas, de transformação, têxteis e de extração vegetal. Apesar disso, a produção industrial ainda é pequena. Os principais produtos exportados são os manufaturados da agroindústria e do extrativismo. As importações são de máquinas, material elétrico e tecidos sintéticos. O setor de serviços e comércio responde por 66,5% da economia estadual.

Turismo – Além da riqueza ambiental e da exuberância da paisagem, que mistura rio, dunas e mar no delta do Parnaíba, o turismo piauiense se apóia em importantes sítios arqueológicos, entre os quais os parques nacionais da Serra da Capivara e das Sete Cidades. O primeiro, considerado desde 1991 patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), abriga mais de 400 sítios arqueológicos. No Parque Nacional das Sete Cidades, ao norte, encontram-se formações rochosas datadas de milhões de anos, além de pinturas rupestres.

Pendência histórica – Na divisa com o estado do Ceará existe um trecho de quase 3 mil quilômetros quadrados que não faz parte, oficialmente, de nenhum dos dois estados. Tecnicamente, é uma área de litígio, mas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não há disputa pela terra. Na área estão alguns dos piores solos da região.

Teresina
Capital – Em Teresina, a capital, vivem 810 mil dos 3,1 milhões de habitantes do estado. Localizada às margens do rio Parnaíba, na divisa com o Maranhão, a quase 350 quilômetros do litoral, a cidade é a única capital nordestina que não fica à beira-mar. O motivo é o processo de colonização do estado, que, ao contrário do restante da Região Nordeste, ocorreu do interior para o litoral.

História
As autoridades portuguesas enviam várias expedições colonizadoras à região do Piauí no decorrer do século XVII, mas a ocupação efetiva do território se dá a partir de 1661, quando lá se fixam as primeiras levas de colonos procedentes da Bahia e de São Paulo. Dessa época em diante, a região é rapidamente desbravada.

Ocupação do estado – Há pelo menos três grandes correntes de ocupação na fase de desbravamento do território. Uma sai do Maranhão, pelos vales dos rios Itapicuru e Poti; outra, do Ceará, pela serra do Ibiapaba; e a principal, da Bahia, pelo sertão do Cabrobó. São colonos baianos que assumem o controle inicial do Piauí, estabelecendo-se na região que corresponde ao sudeste do estado, pois penetram pelo rio São Francisco, ao receber da Coroa portuguesa generosas doações de terra. Bandeirantes paulistas e colonos combatem ou eliminam os grupos indígenas mais hostis – como os índios tremembés – e instalam os primeiros povoados na região. Ao longo dos rios Piauí, Canindé e Parnaíba, são construídos os primeiros currais de gado.Em 1811, o Piauí separa-se do Maranhão e se torna capitania. Para garantir sua autonomia, os piauienses aderem à causa da independência e enfrentam as forças portuguesas, ao lado de maranhenses e cearenses, até 1823. Entre 1838 e 1841, a província do Piauí é novamente agitada por uma insurreição de caráter social e popular irradiada do Maranhão, a Balaiada.

Limitação econômica – Na segunda metade do século XIX, com a capital provincial já instalada em Teresina, o Piauí atravessa longo período de relativa estabilidade política, mas também de baixo crescimento econômico. O predomínio das oligarquias agrárias é facilitado pelo isolamento do estado. A implantação de uma ferrovia e de uma companhia de navegação a vapor no rio Parnaíba não chega a alterar significativamente a situação geral da economia, limitada à agropecuária extensiva e pouco produtiva e a uma pequena indústria de transformação, como a da cera de carnaúba. Essas condições se mantêm no período republicano, e o Piauí permanece como um dos estados mais pobres do país.
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PERNAMBUCO - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

GEOGRAFIA – Área: 98.311,6 km². Relevo: planície litorânea com várzeas e lagos, planalto no centro e depressões a oeste e a leste. Ponto mais elevado: serra da Boa Vista (1.195 m). Rios principais: Capibaribe, Ipojuca, Pajeú, São Francisco, Una. Vegetação: mangues no litoral, zona da mata de floresta tropical e agreste com caatinga. Clima: tropical atlântico no litoral e semi-árido no interior. Municípios mais populosos: Recife (1.610.800), Jaboatão dos Guararapes (670.000), Olinda (389.500), Paulista (301.000), Caruaru (295.100), Petrolina (263.300), Cabo de Santo Agostinho (180.280), Camaragibe (152.700), Garanhuns (140.140), Vitória de Santo Antão (133.130) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: pernambuco.

POPULAÇÃO – 8.661.920 (est. 2012).

CAPITAL – Recife. Habitante: recifense. População: 1.610.800 (est. 2012).

Localizado na porção centro-leste da Região Nordeste, Pernambuco (PE) é marcado pela planície litorânea e pelo planalto no centro, com depressões a oeste e a leste. De clima tropical atlântico, no litoral, e semi-árido, no agreste e no sertão, o estado é um dos maiores centros turísticos do país. São 187 quilômetros de praias de areia fina e água esverdeada, com destaque para Tamandaré e Porto de Galinhas, ao sul do Recife, próprias para esportes náuticos, e para a ilha de Itamaracá, ao norte, que abriga uma antiga prisão. A 545 quilômetros da capital fica o arquipélago de Fernando de Noronha, considerado patrimônio natural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Na música, o frevo e o maracatu são os ritmos tradicionais. Nos anos 1990, músicos pernambucanos misturam o rock, o pop, o rap, o funk e o hardcore aos ritmos locais e criam o mangue beat.

Economia – Nos últimos 30 anos, Pernambuco vem mudando seu perfil econômico: deixa de ser um estado agrícola e se transforma em grande centro de serviços, com destaque para o comércio e o turismo. O setor de serviços representa 63,8% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, enquanto a agricultura contribui com 8,8% das riquezas do estado.

Na indústria, entre 1998 e 2011 os maiores investimentos concentram-se nos setores químico, petroquímico, farmacêutico, metalúrgico, de transportes, de energia e naval. O mais alto deles é destinado à construção da refinaria de Suape, orçada em 2 bilhões de dólares. A indústria alimentícia é outro setor que apresenta bom desempenho nos últimos anos. Desde o século XVI, a cana-de-açúcar tem papel relevante na economia do estado. A cana, porém, começa a dar lugar a plantações de flores, como rosa, gladíolo e crisântemo, na Zona da Mata, e à fruticultura irrigada, sobretudo na região de Petrolina, onde se produzem uva, manga, melancia e banana. Além da agricultura oficial, em Pernambuco é feito também o cultivo clandestino de maconha. A maior parte das plantações está localizada na divisa com Bahia e Alagoas, no "polígono da maconha".Na capital pernambucana, um moderno pólo de informática atrai cada vez mais investimentos e seus negócios atingem cerca de 1% do PIB pernambucano.

Índices sociais – De 1990 a 2011, a taxa de mortalidade infantil cai de 77,6 por mil nascimentos para 29,1 por mil, mas ainda assim o índice é um dos mais altos do país. O analfabetismo atinge 12,2% da população. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) pernambucano, de 0,768, abaixo da média nacional, é o mais alto do Nordeste. A grande concentração de terra faz de Pernambuco palco freqüente de violentos conflitos rurais.

Recife
Capital – Com suas praias, além da arquitetura que revela a presença holandesa nos tempos do Brasil colônia, o Recife, a capital, e a vizinha Olinda são as cidades mais visitadas pelos turistas e têm um dos três maiores Carnavais do país, rivalizando com os de Salvador e do Rio de Janeiro. No sábado de Carnaval desfila por Recife o Galo da Madrugada, o maior bloco carnavalesco do mundo, que reúne cerca de 1,8 milhão de pessoas. Na Quarta-Feira de Cinzas, o bloco Bacalhau do Batata fecha o Carnaval de Olinda. O garçom conhecido como Batata criou o bloco, há mais de 50 anos, porque trabalhava e não podia participar dos quatro dias da festa.

História
Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco, toma posse do território em 1535 e funda a vila de Olinda. Ele é responsável pela instalação dos primeiros engenhos de açúcar. A produção açucareira transforma Pernambuco em um dos mais importantes centros exportadores do período colonial. A riqueza gerada pelo açúcar atrai colonos portugueses, que trazem grande número de escravos africanos para o trabalho nos engenhos. A capitania de Pernambuco se tornaria, em pouco tempo, o núcleo econômico de fato da colônia, talvez por ser mais próxima da metrópole do que as demais. No século XVII, durante as invasões holandesas, os pernambucanos assumem a luta em defesa de suas terras. Entre 1710 e 1712, na Guerra dos Mascates, os senhores de terra e de engenhos de Olinda enfrentam os mascates, como eram chamados os comerciantes portugueses do Recife.Durante o século XVIII se tornam visíveis os sinais de declínio da economia canavieira, acelerado pelo crescimento da mineração em outras regiões e pelos excessos fiscais da metrópole portuguesa.

Revolta Praieira – No século XIX, os pernambucanos, engajados nas lutas pela independência e na construção do Estado brasileiro, insurgem-se contra o empobrecimento econômico e a subordinação política da região. Na Revolta Pernambucana, em 1817, é organizado o primeiro governo brasileiro independente, de características republicanas. Os rebeldes voltam a se manifestar na Confederação do Equador, em 1824, que defende a autonomia regional contra o centralismo do Império. Em 1848 ocorre a Revolta Praieira, também de caráter liberal e federalista. Nessa luta, toda a extensa comarca do São Francisco é tirada de seu território original, sendo repartida entre as províncias da Bahia e de Minas Gerais.

Na República, até as décadas de 1930 e 1940, Pernambuco mantém o perfil social, econômico e político herdado em grande parte da colonização. Na Zona da Mata e no litoral predominam a monocultura canavieira tradicional e as atividades mercantis; no agreste e no sertão, mais vulneráveis à seca, permanece a agropecuária de subsistência. A modernização acelerada do país, a partir dos anos 1950 e 1960, traz poucas mudanças. Os contrastes e os conflitos internos da região acentuam-se. Em 1956 surgem as Ligas Camponesas, movimento em defesa da reforma agrária e dos direitos do homem do campo. Como todo o Nordeste, Pernambuco passa a contar com recursos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Recebe também investimentos da política de incentivos fiscais dos governos militares nos anos 1970, sobretudo para a agroindústria do açúcar e do álcool e para alguns setores industriais, como o têxtil e o turístico. O desenvolvimento da indústria, porém, é insuficiente para absorver a mão-de-obra egressa do campo, o que impulsiona grande fluxo migratório para outras regiões do país. Esse quadro socioeconômico não se altera significativamente nas duas últimas décadas. Pernambuco segue entre os estados brasileiros de mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
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PARANÁ - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO PARANÁ

GEOGRAFIA – Área: 199.314,9 km². Relevo: baixada no litoral, planaltos a leste e a oeste, depressão no centro. Ponto mais elevado: pico Paraná, na serra do Mar (1.922 m). Rios principais: Iguaçu, Itararé, Ivaí, Paraná, Paranapanema, Piquiri, Tibaji. Vegetação: mangue no litoral, mata Atlântica, floresta tropical a oeste e mata de araucária no centro. Clima: subtropical. Municípios mais populosos: Curitiba (1.879.010), Londrina (515.820), Maringá (340.460), Ponta Grossa (311.380), Foz do Iguaçu (301.640), Cascavel (295.240), São José dos Pinhais (261.750), Colombo (231.900), Guarapuava (181.700), Paranaguá (158.630) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: paranaense.

POPULAÇÃO – 10.524.200 (est. 2012).

CAPITAL – Curitiba. Habitante: curitibano. População: 1.879.010 (est. 2012).

De clima subtropical e localizado na Região Sul, o Paraná (PR) abriga o que restou da mata de araucária, uma das mais importantes florestas subtropicais do mundo . Na fronteira com a Argentina fica o Parque Nacional de Iguaçu, declarado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) patrimônio da humanidade. A 40 quilômetros dali, na fronteira com o Paraguai, está a hidrelétrica de Itaipu, a maior do planeta. O barreado é o prato caboclo típico do litoral, preparado com carne bovina, toucinho e temperos colocados em uma panela de barro.

Economia – Nos últimos anos, instalam-se no Paraná várias indústrias automobilísticas, como a Audi/Volkswagen e a Renault, o que contribui para um significativo crescimento no setor. Outros ramos em crescimento são o têxtil, o madeireiro, o químico e o alimentício.

O estado é o maior produtor nacional de grãos. É líder na produção de milho, trigo, feijão e aveia e o segundo de cevada e soja. A reedição da Medida Provisória que garante o plantio de sementes transgênicas de soja representa uma derrota para o governo paranaense, contrário a esse tipo de plantação. Para manter-se com o status de produtor não transgênico, como exige o mercado europeu, o governo criou uma lei estadual que proibia o plantio, a comercialização e o transporte de sementes geneticamente modificadas. O Superior Tribunal Federal, porém, julgou a lei inconstitucional. O estado mantém o embargo ao escoamento da produção de transgênicos pelo porto de Paranaguá. Dados do Ministério da Agricultura indicam, no entanto, que o Paraná foi o segundo estado que mais plantou soja transgênica desde que foi liberada pela Medida Provisória, atrás apenas do Rio Grande do Sul. A pecuária também exerce grande influência. A produção anual de mais de 160 milhões de aves coloca o Paraná na liderança nacional do setor. O estado é o segundo maior produtor de suínos, apenas atrás de Santa Catarina.

Índices sociais – A renda per capita do estado está entre as sete maiores do país. Mas a taxa de mortalidade infantil é de 10,7 para cada mil nascidos vivos, que, mesmo abaixo da média nacional, é a maior da Região Sul. Quase metade da população não tem acesso à rede de esgoto.

Curitiba
Capital – Curitiba é conhecida internacionalmente por oferecer boa qualidade de vida e ser um laboratório de inovações urbanas. A cidade inaugura, em 1971, um dos primeiros calçadões do país. Na capital são implantados também os primeiros corredores e terminais de integração de ônibus.

História
No século XVI, os portugueses tiveram pouco contato com a região. Apenas no século seguinte, o atual território paranaense desperta a atenção de luso-brasileiros de São Paulo, que descobrem ali vestígios de ouro. Mas o maior empenho está na captura de índios, o que leva à organização das primeiras expedições dos bandeirantes paulistas. Até então, colonos e jesuítas espanhóis são os principais povoadores de Paranaguá, no litoral, e de Curitiba, no planalto – as vilas mais importantes.

No século XVIII, a expansão das atividades mineradoras em Minas Gerais relega o Paraná a uma posição secundária, subordinado à capitania de São Paulo. Sob o Império, em 1853, o Paraná torna-se província independente, e, no fim do século, já na República, a economia é impulsionada pelo cultivo da erva-mate, seguido da exploração madeireira e das lavouras de café. A expansão cafeeira nas férteis terras roxas do norte do Paraná atrai migrantes de outros estados, além de imigrantes europeus e japoneses. Esse desenvolvimento, no entanto, não ocorre sem conflitos. Entre 1912 e 1916, camponeses pobres enfrentam forças federais e estaduais na defesa de sua terra e de sua crença religiosa na região do Contestado, na divisa com Santa Catarina. Na época, essa região é disputada pelos dois estados.

Declínio do café – No início do século XX, grandes companhias de colonização, como a inglesa Paraná Plantation, atuam no estado. Surgem, assim, as cidades de Londrina e Maringá, que se tornam importantes centros produtores de café entre os anos 1950 e 1970.

As mudanças econômicas, sobretudo na agroindústria, trazem prosperidade, mas também problemas sociais. Estima-se que na década de 1970 pelo menos 1 milhão de pequenos proprietários e trabalhadores rurais tenham perdido a terra e o emprego. Esse fato é atribuído à concentração de terras e à geada de 1975, que dizimou as lavouras. Muitos agricultores sem terra se tornam bóias-frias, outros migram para a Região Norte, para o Centro-Oeste e para o Paraguai. Outros, ainda, começam a se organizar num movimento de luta pela terra, berço do atual Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Aumenta também a migração para as cidades, o que, nos anos 1980, contribui para um acelerado e tardio processo de urbanização, que não conta com um mercado industrial e de serviços capaz de sustentá-lo.
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PARAÍBA - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DA PARAÍBA

GEOGRAFIA – Área: 56.439,8 km². Relevo: planície litorânea, planalto no centro e depressão a oeste. Ponto mais elevado: pico do Jabre, na serra do Teixeira (1.197 m). Rios principais: Curimataú, do Peixe, Gramame, Paraíba, Piancó, Piranhas ou Açu, Mamanguape, Taperoá. Vegetação: mangues no litoral, pequena faixa de floresta tropical e caatinga na maior parte do território. Clima: tropical no litoral e semi-árido no interior. Municípios mais populosos: João Pessoa (698.410), Campina Grande (395.360), Santa Rita (133.830), Patos (101.120), Bayeux (96.720), Sousa (66.090), Cajazeiras (59.480), Guarabira (54.450), Cabedelo (42.100), Sapé (41.260) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: paraibano.

POPULAÇÃO – 3.795.350 (est. 2012).

CAPITAL – João Pessoa. Habitante: pessoense. População: 698.410 (est. 2012).

A Ponta do Seixas, na Paraíba (PB), é o local mais a leste da América do Sul. Em quase todo o litoral paraibano há praias de águas tranqüilas, areia fina e coqueirais. Recortada por pequenas enseadas, Tambaba, no município de Conde, ao sul da capital, foi a primeira praia de nudismo oficial do Nordeste e atrai naturistas de todo o Brasil. No interior, Campina Grande disputa com Caruaru, em Pernambuco, o título de capital brasileira do forró. Em junho, a cidade se transforma para celebrar a Festa de São João. O município de Sousa atrai visitantes que vão conferir as enormes pegadas de animais pré-históricos no Sítio Paleontológico do Vale dos Dinossauros.

Economia – A renda per capita do estado é uma das mais baixas do país: 9.380 reais em 2011. Como a caatinga cobre a maior parte do território, a agricultura restringe-se ao litoral e à Zona da Mata. O principal produto é a cana-de-açúcar. Destacam-se também a mandioca, o feijão, o milho e o sisal. Entre as frutas, há produção importante de laranja, abacaxi e coco-da-baía. O setor industrial responde por um terço da economia do estado e produz principalmente alimentos, pescados, vestuário e metal-mecânicos. Campina Grande começa a se destacar como centro de tecnologia, exportando programas de computador para Estados Unidos e China.

Rompimento de barragem – Em junho de 2004, um rompimento na Barragem de Camará, na Serra de Borborema, inunda os municípios de Alagoa Grande e Mulungu. O acidente causa cinco mortes e obriga mais de 4 mil pessoas a deixar sua casa.

Índices sociais – O estado detém o quarto menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, 0,715, e o terceiro mais baixo índice de analfabetismo, atrás apenas de Alagoas e Piauí. A taxa de mortalidade infantil é a terceira maior do Brasil. A cada mil crianças nascidas vivas, 31,8 morrem antes de completar 1 ano. Seis em cada dez domicílios não têm coleta de esgoto.

João Pessoa
Capital – Situada à beira-mar, João Pessoa é considerada a capital mais arborizada do país e vive basicamente do turismo. Na Quarta-Feira de Fogo, que antecede o Carnaval, desfila nas ruas o bloco Muriçocas do Miramar, que reúne na avenida da praia até 500 mil pessoas.

História
A ocupação e a colonização da Paraíba começam no fim do século XVI. A Vila de Filipéia de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa, é fundada em 1585. Logo se inicia o cultivo da cana-de-açúcar. Os canaviais, que se espalham pela Zona da Mata e dependem de mão-de-obra de escravos africanos, atraem o interesse dos holandeses no século XVII. O interior é ocupado por fazendas de gado. No século XVIII, a mineração de ouro e diamante no centro-sul acelera o declínio da economia canavieira. O fracasso da Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, criada pelo Marquês de Pombal, em 1759, acentua essas dificuldades.Depois de se envolver nas lutas de independência, na Revolta Pernambucana de 1817 e na Confederação do Equador, em 1824, a Paraíba atravessa uma etapa de relativa estabilidade política. Mas o empobrecimento de toda a região nordestina afeta a província. Em 1874 estoura o Quebra-Quilos, insurreição popular contra a fome, a pobreza e o aumento dos impostos. A revolta recebe esse nome por protestar também contra a adoção do novo sistema de pesos e medidas implantado no país: o métrico decimal.

Estagnação econômica – Durante a República Velha (1889/1930), a agricultura permanece estagnada e as oligarquias rurais mantêm amplo poder político. A Paraíba tem participação especial na Revolução de 1930. O assassinato de João Pessoa, presidente do estado e candidato a vice-presidente da República na chapa de Getúlio Vargas, precipita o movimento que põe fim ao primeiro período republicano brasileiro. Os incentivos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) a partir da década de 1960 pouco ajudam na industrialização do estado, que permanece entre os mais pobres do país e um dos que mais alimentam o movimento migratório regional.
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PARÁ - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO PARÁ

GEOGRAFIA – Área: 1.247.689,5 km². Relevo: planície amazônica a norte, depressões e pequenos planaltos. Ponto mais elevado: serra do Acari (906 m). Rios principais: Amazonas, Jari, Pará, Tapajós, Tocantins, Trombetas, Xingu. Vegetação: mangues no litoral, campos na ilha de Marajó, cerrado ao sul e floresta Amazônica. Clima: equatorial. Municípios mais populosos: Belém (1.501.400), Ananindeua (502.460), Santarém (301.230), Marabá (209.500), Castanhal (163.660), Abaetetuba (141.300), Cametá (113.210), Bragança (111.900), Itaituba (104.010), Marituba (99.700) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: paraense.

POPULAÇÃO – 7.250.100 (est. 2012).

CAPITAL – Belém. Habitante: belenense. População: 1.501.400 (est. 2012).

Segundo maior estado do país, depois do Amazonas, o Pará (PA) concentra áreas indígenas e de comunidades negras remanescentes de antigos quilombos. A culinária é diversificada, aromática e de gostos fortes. Destacam-se os peixes, os molhos apimentados, a maniçoba (espécie de cozido preparado com carne de porco e o sumo das folhas tenras da mandioca) e o pato no tucupi, no qual a ave é servida com molho de mandioca e ervas.

Meio ambiente – A pecuária e a exploração de madeira, principalmente ao leste do estado, fazem do Pará o estado mais devastado da Região Norte . Mesmo com a proibição da extração e do comércio do mogno, decretada em 2001, as madeireiras continuam agindo de forma ilegal. Oficialmente, o Pará extraiu 10,6 milhões de metros cúbicos de madeira em 2001, cerca de metade do total do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estima-se, porém, que a quantidade de madeira ilegal seja muito maior. Pressões urbanas vindas da capital, Belém, também estimulam a devastação da mata a oeste.

Economia – A economia paraense tem no alumínio e no minério de ferro os principais produtos de exportação. O extrativismo vegetal se mantém importante, nem sempre de forma sustentável. O Pará é o terceiro produtor de castanha-do-pará do país, atrás do Acre e do Amazonas. O setor de serviços se destaca nas maiores cidades. Em junho de 2004, a cidade de Monte Alegre registra o primeiro caso de febre aftosa no Brasil em três anos. O Pará, por não ser exportador de carne, não é prejudicado. Entretanto, a Federação Russa veta a importação da carne de Mato Grosso, estado vizinho. Três meses depois, a descoberta de novo foco da doença no Amazonas leva o governo russo a vetar a importação de carne de todo o Brasil.

O garimpo manual de Serra Pelada, que na década de 1980 atraiu 100 mil garimpeiros, esgotou-se. Hoje, integra o projeto Ouro Serra Leste, da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), que retira o minério de jazidas profundas.

Lentamente, o turismo vem crescendo. A capital, Belém, oferece pratos típicos, muita agitação e relíquias históricas. Em Marajó encontram-se campos alagados, praias e fazendas de búfalos. Em Santarém, encontram-se praias fluviais, como Alter do Chão, no rio Tapajós. No noroeste existem montanhas e inscrições pré-históricas. No sul, pratica-se a pesca esportiva e, no leste, há praias marítimas, como Salinas, ou a selvagem Tracuateua.

Índices sociais – O Pará é dominado pelo latifúndio: 1% das propriedades ocupa mais da metade de sua área. Por essa razão, o estado enfrenta graves problemas de disputa pela terra. O mais grave incidente ocorre em 17 de abril de 1996 e fica conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás. Nesse episódio, 19 trabalhadores sem terra são mortos em conflito com a Polícia Militar. Em 2002, os comandantes da operação são condenados.O Pará tem também registros de trabalho escravo. Na área de saúde, a malária ainda preocupa por sua alta incidência.

Belém
Capital – Belém é uma metrópole de 1,5 milhão de habitantes. No segundo domingo de outubro, a cidade recebe devotos de todo o Brasil na procissão do Círio de Nazaré, em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré. Cerca de 2 milhões de pessoas participam de uma das maiores festas católicas do país. Com problemas de desemprego e baixo crescimento econômico, a região metropolitana de Belém registra nos últimos anos queda na qualidade de vida da população.

História
O Pará começa a ser efetivamente colonizado pelos portugueses em 1616, com a fundação do Forte do Presépio, na baía de Guajará. Do forte nasce a cidade de Belém, sede da capitania do Grão-Pará e Maranhão, criada em 1751. A capitania abrange por muito tempo toda a Amazônia e, por ser mais próxima de Lisboa que o Rio de Janeiro, mantém relação direta com a metrópole. São extraídos, com a utilização do trabalho indígena, produtos como madeira, resinas, ervas, condimentos e frutos. Logo após o Tratado de Madri, de 1750, que dá a Portugal direito de posse sobre vasta área até então pertencente à América hispânica, começam a ser construídas fortalezas em pontos da fronteira. Com o objetivo de dinamizar a economia regional e estimular outras atividades agrícolas, além do extrativismo, funda-se a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, em 1755. Com base no capital privado, o que lhe permitia escapar ao controle governamental, a empresa fornece crédito, escravos e ferramentas aos lavradores desde que cultivassem algodão e cacau, produtos que são intensamente explorados a partir de 1760.

Cabanagem – Nas lutas pela independência do Brasil, o Pará tem papel destacado na derrota das forças portuguesas. Após a separação, porém, a região é esquecida pelo Império, o que leva a uma das mais violentas revoltas do país, a Cabanagem, ocorrida entre 1835 e 1840. O movimento reúne os habitantes pobres das cidades e dos vilarejos ribeirinhos, índios, negros e caboclos, denominados cabanos. Os chefes cabanos declaram a autonomia da província do Pará e formam um governo revolucionário, mas são duramente reprimidos.

A região só volta a receber a atenção do governo central na segunda metade do século XIX, com a intensificação da extração da borracha. Pará e Amazonas conseguem investimentos e atraem comerciantes estrangeiros e trabalhadores nordestinos. Belém e Manaus modernizam-se e estabelecem relações comerciais com a Europa e os Estados Unidos. No entanto, com o declínio do extrativismo na década de 1910 e na 1920, o Pará e toda a Amazônia empobrecem. No fim dos anos 1950, a abertura da rodovia Belém-Brasília inaugura a política de interiorização do desenvolvimento do governo federal. Na década de 1960 e na 1970, a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) leva à Amazônia Legal incentivos para que grandes empresas invistam em agropecuária, extração de minerais e madeira. O governo aplica recursos em estradas, comunicações e usinas hidrelétricas. Nos anos 1980, o garimpo de serra Pelada reúne milhares de pessoas em busca do ouro, mas as reservas se esgotam em pouco tempo, por causa da exploração descontrolada. Mesmo contando com melhor estrutura de produção, o Pará continua a enfrentar graves problemas sociais, sobretudo com a disputa pela terra e questões ambientais provocadas pela devastação florestal.
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