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COLONIZAÇÃO DE TOCANTINS (DESBRAVAMENTO DA REGIÃO DO TOCANTINS)


Desbravamento da região
A colonização do Brasil se deu dentro do contexto da política mercantilista do século XVI que via no comércio a principal forma de acumulação de capital, garantido, principalmente, através da posse de colônias e de metais preciosos.

Além de desbravar, explorar e povoar novas terras, os colonizadores tinham também uma justificativa ideológica: a expansão da fé cristã. "Explorava-se em nome de Deus e do lucro, como disse um mercador italiano" (AMADO, GARCIA, 1989, p.09). A preocupação em catequizar as populações encontradas era constante.

A colônia brasileira, administrada política e economicamente pela metrópole, tinha como função fornecer produtos tropicais e/ou metais preciosos e consumir produtos metropolitanos. Portugal, então, iniciou a colonização pela costa, privilegiando a cana-de-açúcar como principal produto de exportação.

Enquanto os colonizadores portugueses se concentravam no litoral, no século XVII, ingleses, franceses e holandeses conquistavam a região norte brasileira, estabelecendo colônias que servissem de base para posterior exploração do interior do Brasil. Os franceses, depois de devidamente instalados no forte de São Luís, na costa maranhense, iniciam a exploração dos sertões do Tocantins. Coube a eles a descoberta do Rio Tocantins pela foz no ano de 1610 (RODRIGUES, 2001).

O Rio Tocantins foi um dos caminhos para o conhecimento e exploração da região onde hoje se localiza o Estado de mesmo nome. Ele nasce no Planalto Central de Goiás e corta, no sentido sul-norte, todo o território do atual Estado do Tocantins.

Quinze anos depois dos franceses, os portugueses iniciaram a colonização da região pela "decidida ação dos jesuítas". E, ainda no século XVII, os padres da Companhia de Jesus fundaram as aldeias missionárias da Palma (Paranã) e do Duro (Dianópolis) (SECOM, 1998).
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HISTÓRIA DE TOCANTINS - DECADÊNCIA NA PRODUÇÃO DAS MINAS AURÍFERAS


Decadência da produção
A produção do ouro goiano teve seu apogeu nos primeiros dez anos de estabelecimento das minas, entre 1726 e 1735. Foi o período em que o ouro aluvional aflorava por toda a região, resultando numa produtividade altíssima. Quando se iniciou a cobrança do imposto de capitação em todas as regiões mineiras, a produção começou a cair, possivelmente mascarada pelo incremento do contrabando na região, impossível de se mensurar.

De 1752 a 1778, a arrecadação chegou a um nível mais alto, por ser o período da volta da cobrança do quinto nas casas de fundição. Mas a produtividade continuou decrescendo. O motivo da contradição era a própria extensão das áreas mineiras que compensavam e excediam a redução da produtividade.

A distância das minas do norte, os custos para levar o ouro e o risco de ataques indígenas aos mineiros justificaram a criação de uma casa de fundição em São Félix em 1754. Mas, já em 1797, foi transferida para Cavalcante, “por não arrecadar o suficiente para cobrir as despesas de sua manutenção” ( PARENTE, 1999, p. 51).

A Coroa Portuguesa mandou investigar as razões da diminuição da arrecadação da Casa de Fundição de São Félix. Foram tomadas algumas providências, como a instalação de um registro, posto fiscal, entre Santa Maria (Taguatinga) e Vila do Duro (Dianópolis). Outra tentativa para reverter o quadro da arrecadação foi organizar bandeiras para tentar novos descobrimentos. Tem-se notícia do itinerário de apenas duas. Uma dirigiu-se rumo ao Pontal (região de Porto Real), pela margem esquerda do Tocantins, e entrou em conflito com os xerentes, resultando na morte de seu comandante.

A outra saiu de Traíras (nas proximidades de Niquelândia (GO) para as margens do rio Araguaia em busca dos Martírios, serra onde acreditavam existir imensas riquezas auríferas. Mas a expedição só chegou até a Ilha do Bananal, onde sofreu ataques dos Xavantes e Javaés, dali retornando.

No período de 1779 a 1822, ocorreu a queda brusca da arrecadação do quinto, com o fim das descobertas do ouro de aluvião, predominando a faiscagem nas minas antigas. Quase sem transição, chegou a súbita decadência.
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HISTÓRIA DE TOCANTINS - CRISE ECONÔMICA NAS MINAS AURÍFERAS

Crise econômica
O declínio da mineração foi irreversível e arrastou “consigo os outros setores a uma ruína parcial: diminuição da importação e do comércio externo, menor arrecadação de impostos, diminuição da mão-de-obra pelo estancamento na importação de escravos, estreitamento do comércio interno, com tendência à formação de zonas de economia fechada e um consumo dirigido à pura subsistência, esvaziamento dos centros de população, ruralização, empobrecimento e isolamento cultural”( PALACIN, 1979, p. 133). Toda a capitania entrou em crise e nada foi feito para sua revitalização. Endividados com os comerciantes, os mineiros estavam descapitalizados.

A avidez pelo lucro fácil, tanto das autoridades administrativas metropolitanas quanto dos mineiros e comerciantes, não admitiu perseveranças. O local onde não se encontrava mais ouro era abandonado. Os arraiais de ouro que surgiam e desapareciam, no Tocantins, contribuíram apenas para o expansionismo geográfico. Cada vez se adentrava mais o interior em busca do ouro aluvional, mas em vão.

No norte da capitania, a crise foi mais profunda. Isolada tanto propositadamente quanto geograficamente, a região sempre sofreu medidas que frearam seu desenvolvimento. A proibição da navegação fluvial pelos rios Tocantins e Araguaia eliminou a maneira mais fácil e econômica de a região atingir outros mercados consumidores das capitanias do norte da colônia. O caminho aberto que ligava Cuiabá a Goiás não contribuiu em quase nada para interligar o comércio da região com outros centros abastecedores, visto que o mercado interno estava voltado para o litoral nordestino. Esse isolamento, junto ao fato de não se incentivar a produção agropecuária nas regiões mineiras, tornava abusivo o preço de gêneros de consumo e favorecia a especulação. A carência de transportes, a falta de estradas e o risco freqüente de ataques indígenas dificultavam o comércio.

Além dessas dificuldades, o contrabando e a cobrança de pesados tributos contribuíram para a drenagem do ouro para fora da região. Dos impostos, somente o quinto era remetido para Lisboa. Todos os outros (entradas, dízimos, contagens, etc.) eram destinados à manutenção da colônia e da própria capitania.

Inviabilizadas as alternativas de desenvolvimento econômico, devido à falta de acumulação de capital e ao atrofiamento do mercado interno após o fim do ciclo da mineração, a população se volta para a economia de subsistência.

Nas últimas décadas do século XVIII e início do século XIX, toda a capitania estava mergulhada numa situação de crise, o que levou os governantes goianos a voltarem suas atenções para as atividades econômicas que antes sofreram proibições, objetivando soerguer a região da crise em que mergulhara.
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CRIAÇÃO DO ESTADO DO TOCANTINS - 1988


Criação do Estado do Tocantins - 1988
O ano era 1987. As lideranças souberam aproveitar o momento oportuno para mobilizar a população em torno de um projeto de existência quase secular e pelo qual lutaram muitas gerações: a autonomia política do norte goiano, já batizado de Tocantins.

A Conorte apresentou à Assembléia Constituinte uma emenda popular, com cerca de 80 mil assinaturas, como reforço à proposta de criação do Estado. Foi formada a União Tocantinense, organização suprapartidária que tinha o objetivo de realizar a conscientização política em toda a região norte para lutar pelo Tocantins também, através de emenda popular. Com objetivo similar, nasceu o Comitê Pró-Criação do Estado do Tocantins, que conquistou importantes adesões para a causa separatista. "O povo nortense quer o Estado do Tocantins. E o povo é o juiz supremo. Não há como contestá-lo", reconhecia o governador de Goiás na época, Henrique Santilo ( SILVA, 1999,p.237).

Em junho, o deputado Siqueira Campos, relator da Subcomissão dos Estados da Assembléia Nacional Constituinte, redige e entrega ao presidente da Assembléia, deputado Ulisses Guimarães, a fusão de emendas, criando o Estado do Tocantins, que foi votada e aprovada no mesmo dia.

Pelo artigo 13 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição, em 5 de outubro de 1988, nascia o Estado do Tocantins.

A eleição dos primeiros representantes tocantinenses foi realizada em 15 de novembro de 1988, pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, junto com as eleições dos prefeitos municipais. Além do governador e de seu vice, foram escolhidos os senadores e deputados federais e estaduais.

A cidade de Miracema do Norte, localizada na região central do novo Estado, foi escolhida como Capital provisória. No dia 1º de janeiro de 1989, foi instalado o Estado do Tocantins e empossado o governador, José Wilson Siqueira Campos, o vice, Darci Martins Coelho, os senadores Moisés Abrão Neto, Carlos Patrocínio e Antônio Luiz Maya, juntamente com oito deputados federais e 24 estaduais.

Em ato contínuo, o governador assinou decretos, criando as secretarias de Estado e viabilizando o funcionamento dos poderes Legislativo e Judiciário e dos Tribunais de Justiça e de Contas. Foi nomeado o primeiro secretariado e os primeiros desembargadores. Também foi assinado decreto, mudando o nome das cidades do novo Estado que tinham a identificação "do Norte" que passaram a ser "do Tocantins". Foram alterados, por exemplo, os nomes de Miracema do Norte, Paraíso do Norte e Aurora do Norte para Miracema do Tocantins, Paraíso do Tocantins e Aurora do Tocantins.

No dia 5 de outubro de 1989, foi promulgada a primeira Constituição do Estado, feita nos moldes da Constituição Federal. Foram criados mais 44 municípios, além dos 79 já existentes. Atualmente, o Estado possui 139 municípios.

Foi construída, no centro geográfico do Estado, numa área de 1.024km2, desmembrada do município de Porto Nacional, a cidade de Palmas, para ser a sede do governo estadual. Em 1º de janeiro de 1990, foi instalada a Capital.
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HISTÓRIA DE TOCANTINS - CRIAÇÃO DA COMARCA DO NORTE EM 1809

Criação da Comarca do Norte - 1809
Para facilitar a administração, a aplicação da justiça e, principalmente, incentivar o povoamento e o desenvolvimento da navegação dos rios Tocantins e Araguaia, o Alvará de 18 de março de 1809 dividiu a Capitania de Goiás em duas comarcas (regiões): a Comarca do Sul e a Comarca do Norte. Esta recebeu o nome de Comarca de São João das Duas Barras, assim como chamaria a vila que, na confluência do Araguaia com o Tocantins, foi mandada criar com este mesmo nome, para ser sua sede. Para nela servir, foi nomeado o desembargador Joaquim Theotônio Segurado, como seu ouvidor.

A nova comarca compreendia os julgados de Porto Real, Natividade, Conceição, Arraias, São Félix, Cavalcante, Traíras e Flores. O Arraial do Carmo, que já tinha sido cabeça de julgado, perde a condição que foi transferida para Porto Real, ponto que começava a prosperar com a navegação do Tocantins. Enquanto não era fundada a Vila de São João das Duas Barras, Natividade seria a sede da ouvidoria. A função primeira de Theotônio Segurado era designar o local onde deveria ser fundada a vila.

Alegando a distância e a descentralização em relação aos julgados mais povoados, o ouvidor e o povo do norte solicitaram a D. João autorização para a construção da sede da comarca em outro local. No lugar escolhido por Segurado, o Alvará de 25 de janeiro de 1814 autorizava a construção da sede na confluência dos rios Palma e Paranã, a Vila de Palma, hoje cidade de Paranã.

A Vila de São João das Duas Barras recebeu o título de vila, mas nunca chegou a ser construída. Theotônio Segurado, administrador da Comarca do Norte, muito trabalhou para o desenvolvimento da navegação do Tocantins e o incremento do comércio com o Pará. Ele assumiu posição de liderança como grande defensor dos interesses regionais e, tão logo se mostrou oportuno, não hesitou em reivindicar legalmente a autonomia político-administrativa da região.

O 18 de março foi, oficialmente, considerado o Dia da Autonomia pela Lei nº 960, de 17 de março de 1998, por ser a data da criação da Comarca do Norte, estabelecida como marco inicial da luta pela emancipação do Estado.
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HISTÓRIA DE TOCANTINS - CONTROLE DAS MINAS AURÍFERAS

Controle das minas
Desde quando ficou conhecida a riqueza aurífera das Minas de Goyazes, o governo português tomou uma série de medidas para garantir para si o maior proveito da exploração das lavras. Foi proibida a abertura de novas estradas em direção às minas. Os rios foram trancados para a navegação, as indústrias, proibidas ou limitadas, as lavoura e a criação inviabilizadas por pesados tributos: braços não podiam ser desviados da mineração. O comércio foi fiscalizado e o fisco, insaciável na arrecadação.

“Só havia uma indústria livre: a mineração, mas esta mesma sujeita à capitação e censo, à venalidade dos empregados de registros e contagens, à falsificação na própria casa de fundição, ao quinto (....), ao confisco por qualquer ligeira desconfiança de contrabando” (ALENCASTRE, José Martins Pereira, 1979, p. 18).

À época do descobrimento das Minas dos Goyazes vigorava o método de quintamento nas casas de fundição. A das minas de Goiás era em São Paulo. Era para lá que deveriam ir os mineiros para quintar seu ouro. Eles recebiam de volta, depois de descontado o quinto, o ouro fundido e selado com selo real.

O ouro em pó podia ser usado como moeda no território das minas, mas, se saísse da capitania, tinha que ser declarado ao passar pelo registro e depois quintado, o que praticamente ficava como obrigação dos comerciantes. Estes, vendendo todas as coisas a crédito, prazo e preços altíssimos, acabavam ficando com o ouro dos mineiros e eram os que, na realidade, canalizavam o ouro das minas para o exterior e deviam, por conseguinte, pagar o quinto correspondente.

O método da casa de fundição para a cobrança do quinto seria ideal se não fosse um problema que tomava de sobressalto o governo português: o contrabando do ouro que oferecia alta rentabilidade: “os vinte por cento do imposto, mais os dez por cento de ágio”. Das minas para a costa ou para o exterior, era sempre um negócio lucrativo que “nem o cipoal de leis, alvarás, cartas régias e provisões, nem os seqüestros, devassas de registros, prêmios prometidos aos delatores e comissões aos soldados puderam pôr freio (....)”.( PALACIN, 1979, p. 49).

O grande contrabando era dos comerciantes que controlavam o comércio desde os portos, praticado (....) “por meio da conivência dos guardas dos registros, ou de subornos de soldados que custodiavam o comboio dos quintos reais”. Contra si, o governo tinha as dilatadas fronteiras, o escasso policiamento, o costume inveterado e a inflexibilidade das leis econômicas. ( PALACIN, 1979, p. 49). A seu favor tinha o poder político, jurídico e econômico sobre toda a colônia. Assim, decreta, como primeira medida, em se tratando das minas, o isolamento delas.

A partir de 1730, foram proibidas todas as outras vias de acesso a Goiás, ficando um único caminho, o iniciado pelas bandeiras paulistas que ligavam as minas com as regiões do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Com isso, ficava interditado o acesso pelas picadas vindas do Nordeste - Bahia e Piauí. Foi também proibida a navegação fluvial pelo Tocantins, afastando a região de outras capitanias - Grão-Pará e Maranhão.

À proporção que crescia a importância das minas, surgiram atritos com os governadores das capitanias do Maranhão e Pará, “quando do descobrimento das minas de Natividade e São Félix e dos boatos de suas grandes riquezas (...). Os governadores tomaram para si a incumbência de nomear autoridades para os ditos arraiais e outras minas que pudessem surgir, a fim de tomarem posse e cobrarem os quintos de ouro ali existentes” ( PARENTE , 1999, p. 59). O resultado foi o afastamento dessa interferência, seguido da proibição, através de bandos, da entrada das populações das capitanias limítrofes na região e a saída dos que estavam dentro sem autorização judicial.
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CRIAÇÃO DO ESTADO DO TOCANTINS

CRIAÇÃO DO ESTADO DO TOCANTINS
"O que será toda essa riquíssima região no dia em que tiver transporte fácil pelo rio ou uma boa rodovia, ligando todos esses núcleos de civilização. E sonhamos... com as linhas aéreas sobrevoando o Tocantins, vindo ter a ele ou dele saindo para os diversos quadrantes. As rodovias chegando a Palma, a Porto Nacional, a Pedro Afonso, a Carolina, a Imperatriz, vindos de beira mar! O tráfego imenso que a rodovia Belém do Pará - Imperatriz - Palma teria, se aberta ! (...)

E pensamos: quantas gerações passarão antes que este sonho se realize! (...) mas tudo vem a seu tempo!" (Lysias Rodrigues) Já sonhava Lysias Rodrigues na década de quarenta, quando defendia a criação do Território do Tocantins. E o tempo chegou!

Foi criado pela Constituição de 1988 o Estado do Tocantins. Sua Capital não é a Palma de que fala Lysias, mas é Palmas, em homenagem a esta, a Vila da Palma, antiga sede da Comarca do Norte. E as rodovias e as linhas aéreas já vêm e saem do Tocantins "para diversos quadrantes".

Muitas gerações compartilharam o sonho de ver o norte de Goiás independente. O sentimento separatista tinha justificativas históricas. Os nortistas reclamavam da situação de abandono, exploração econômica e do descaso administrativo e não acreditavam no desenvolvimento da região sem o seu desligamento do Sul.

O artigo 13 das Disposições Transitórias do Projeto da Nova Constituição, aprovado em 27 de julho de 1988, criando o Estado do Tocantins, tornava o sonho quase real. Mas ele se transforma em realidade quando sua criação foi legitimada, com a promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. Finalmente, os tocantinenses puderam afirmar: “Co yvy ore retama”. “Esta terra é nossa”!

A frase não é só um impresso no brasão do Tocantins, mas significa o desfecho vitorioso da luta pela sua criação que viria determinar seu destino.

Criado o Estado do Tocantins, vem à tona a sua história. Conhecendo-a, seu povo se percebe com identidade própria. E conhecer a História do Tocantins é muito mais do que só saber sobre sua criação. É também buscar entender o Tocantins dentro do contexto da história geral do Brasil e, principalmente, suas particularidades, onde se configuram sua formação social, as formas de resistências e as buscas de alternativas da população diante das adversidades encontradas em seu caminho.

Para que se possa entender bem a história, deve-se criar dois momentos: o primeiro (antigo norte de Goiás) e o segundo (criação do Estado).
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HINO DO ESTADO DO TOCANTINS


Hino do Estado do Tocantins

O sonho secular já se realizou
Mais um astro brilha dos céus aos confins
Este povo forte
Do sofrido Norte
Teve melhor sorte
Nasce Tocantins

[Estribilho]

Levanta altaneiro, contempla o futuro
Caminha seguro, persegue os teus fins
Por tua beleza, por tuas riquezas.
És o Tocantins!
Do bravo Ouvidor a saga não parou
Contra a oligarquia o povo se revoltou,
Somos brava gente,
Simples, mas valente,
Povo consciente.
Sem medo e temor.

[Estribilho]

De Segurado a Siqueira o ideal seguiu
Contra tudo e contra todos firme e forte
Contra a tirania
Da oligarquia,
O povo queria
Libertar o Norte!

[Estribilho]

Teus rios, tuas matas, tua imensidão
Teu belo Araguaia lembra o paraíso.
Tua rica história
Guardo na memória,
Pela tua Glória
Morro, se preciso!

[Estribilho]

Pulsa no peito o orgulho da luta de Palma
Feita com a alma que a beleza irradia,
Vejo tua gente,
Tua alma xerente,
Teu povo valente,
Que venceu um dia!

Letra: Liberato Póvoa
Música: Abiezer Alves da Rocha
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EMANICIPAÇÃO DO ESTADO DO TOCANTINS


O Estado do Tocantins foi criado pela Constituição de 1988, mas já vinha sendo sonhado desde o século XVII. Seduzidos pelo canal de transporte que o rio Tocantins representava para o desenvolvimento do interior do Brasil, os franceses, liderados pelo fidalgo La Planque, engajaram-se numa expedição pelas águas do Tocantins.

O sonho passou também pela disputa política, quando D. João VI cria a Comarca de São João das Duas Barras, inaugurada por Joaquim Theotônio Segurado em 1815, que mais tarde (1821) se tornaria chefe do governo provisório da Província de São João da Palma. Em 1873 e 1879, o Visconde de Taunay, deputado por Goiás, batalha e cria a Província de Boa Vista do Tocantins e, depois, estabelece a Província do Tocantins.

O brigadeiro Lysias Rodrigues também foi um dos primeiros a plantar essa semente, construindo aeroportos nas principais cidades do Norte goiano e criando a rota Belém -Tocantins. Nesta época, o processo seguia acelerado. Em 1940, Lysias elabora um anteprojeto constitucional e uma carta geográfica do Território Federativo do Tocantins. Motivados pela iniciativa de Lysias, políticos do norte de Goiás, em 10 de dezembro de 1943, assinam o Manifesto ao Povo do Vale do Tocantins, um documento levado ao presidente Getúlio Vargas, propondo a criação do território tocantinense.

Foi na metade do século passado que os sentimentos de luta pela criação do novo Estado tornaram-se sonhos e desses sonhos o idealismo que deu força ao povo daquele norte goiano para lutar pela emancipação do Tocantins. Os estudantes criaram a Cenog - Casa do Estudante do Norte Goiano -, instituição bastante atuante no movimento. Vale lembrar o trabalho de José Maia Leite, o primeiro presidente da instituição, José Cardeal dos Santos, Edmar Gomes de Melo e Totó Cavalcanti, dentre outros tantos que passaram a idéia da mente para o coração e lutaram pela criação do Tocantins.

Nesta época, o então deputado por Goiás, José Wilson Siqueira Campos, abraçou a idéia dos estudantes em 1971 e apresentou a proposta de divisão do Estado por três vezes na década de 70. Em 1981, contou com o apoio da criação da Conorte - Comissão de Estudos dos Problemas do Norte -, com a atuação de Antônio Maia Leite e de José Carlos Leitão.

Em 1985, o projeto esbarrou no veto do presidente José Sarney. Por causa da pressão popular, incluindo a greve de fome de Siqueira Campos e um plebiscito com mais de 100 mil assinaturas pedindo a criação do Estado, Sarney forma a Comissão de Redivisão Territorial.

Em 27 de julho de 1988, parlamentares aprovam a criação do Tocantins em segundo turno, mas somente em 5 de outubro de 1988 a Constituição Federal foi promulgada, constando no artigo 13 das Disposições Constitucionais Transitórias da nova Carta Magna a criação do Estado do Tocantins.
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DATAS CÍVICAS DE TOCANTINS


Tocantins

1º de janeiro – Instalação do Estado do Tocantins e da capital, Palmas
Data da instalação do Tocantins, em 1989; e de Palmas, em 1990.

18 de março – Dia da Autonomia
Nessa data, em 1809, a capitania de Goiás foi dividida em duas comarcas (regiões): a Comarca do Sul e a Comarca do Norte - fato que é considerado o primeiro passo do movimento pela emancipação do Tocantins.
8 de setembro – Dia de Nossa Senhora da Natividade, padroeira do Estado

5 de outubro – Criação do Estado do Tocantins
Data da promulgação da Constituição Federal em 1988, que cria o Estado.

Palmas
20 de maio – Aniversário de Palmas
Data em que foi lançada a pedra fundamental para a construção da cidade, em 1989.

19 de março – Dia de São José (Padroeiro de Palmas)
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MANIFESTAÇÕES CULTURAIS DE TOCANTINS


Apesar de ser o Estado mais jovem do Brasil, fundado em 1988, o Tocantins possui uma cultura secular que reflete o seu longo processo de formação. Nas danças, cânticos e nas manifestações populares do Estado, pode-se ver, nitidamente, traços da identidade dos negros que aportaram em seu território para trabalhar na exploração do ouro, ainda sob o regime da escravidão. Nos eventos religiosos tradicionais do Estado, que juntam milhares de fiéis, pode-se sentir que o Tocantins carrega a essência da própria formação mística brasileira. Conheça um pouco desta cultura.

Folia de Reis
A Folia de Reis comemora o nascimento de Jesus Cristo encenando a visita dos três Reis Magos à gruta de Belém para adorar o Menino-Deus. Dados a respeito desta festa afirmam que a sua origem é portuguesa e tinha um caráter de diversão, era a comemoração do nascimento de Cristo.

No Brasil, a Folia de Reis chega no século XVIII, com caráter mais religioso do que de diversão. No Tocantins, os foliões têm o alferes como responsável pela condução da bandeira, que sai pelo sertão "tirando a folia", ou seja, cantando e colhendo donativos para a reza de Santos Reis, realizada sempre no dia 6 de janeiro.

A Folia de Reis, diferentemente do giro do Divino Espírito Santo, acontece em função de pagamento de promessa pelos devotos e somente à noite. O compromisso pode ser para realizar a folia apenas uma vez ou todos os anos. A folia visita as famílias de amigos e parentes. Os foliões chegam à localidade e se apresentam tocando, cantando e dançando. A família recebe a bandeira, o anfitrião percorre com ela toda a casa, guardando-a em seguida, enquanto aos foliões são servidos bolos, biscoitos e bebidas que os mantêm nas suas andanças pela noite.

Ao se retirarem, o proprietário da casa devolve a bandeira e os foliões agradecem a acolhida, repetindo o gesto da entrada. Quando o dia amanhece, os foliões retornam às suas casas para descansar e, ao anoitecer, retomam as andanças. Quando termina o roteiro da folia, realiza-se a festa de encerramento na residência da pessoa que fez a promessa. Neste momento reza-se o terço, com a presença dos foliões e dos convidados, em frente ao altar ornamentado com flores, toalhas bordadas e a bandeira dos Santos Reis. Em seguida, é servido um jantar com uma mesa especial para os foliões.

A tradição é muito forte. Os mais velhos acreditam serem os Santos Reis os protetores contra a peste, a praga na lavoura e, principalmente, os responsáveis pela prosperidade, pela fartura e por muito dinheiro.

Caretas de Lizarda
Com a intenção de provocar medo nas pessoas e proteger um espaço onde guardam cana-de-açúcar, um grupo de homens cobre o rosto com máscaras. Com isso, se caracterizam como os Caretas de Lizarda. Quem se atrever tentar roubar seus mantimentos leva chicotada dos Caretas, numa manifestação da cultura popular que se assemelha a um espetáculo teatral.

Esta manifestação acontece no município de Lizarda, na região do Jalapão, durante a Semana Santa, na Sexta-Feira da Paixão, seguindo até a madrugada de Sábado da Aleluia.

As máscaras dos caretas são confeccionadas em couro, papel ou cabaça. Já seus cipós (chicotes) são feitos de sola ou trançados de palha de buriti.

A proteção à cana-de-açúcar pode ter relação com a crença da população de que, no calvário, Jesus Cristo foi açoitado com pedaços de cana. Na encenação, os caretas tentariam impedir esse sofrimento.
Catira
A Catira é dançada em círculo. Aos pares, homens e mulheres bailam ao som do barulho produzido por suas mãos e pés, num sapateado compassado. É comum a sússia ser dançada entre os grupos que fazem parte de manifestações religiosas do Estado, como os giros das folias de reis e do Divino Espírito Santo.

Os catireiros são músicos repentistas, que cantam seus poemas ao som do pandeiro, da caixa e da viola.

Cavalhadas
Os combates entre mouros e cristãos pelo domínio da Europa, na Idade Média, inspiraram uma das manifestações folclóricas mais belas do Tocantins: as Cavalhadas, que acontecem no município de Taguatinga, no Sul do Estado, desde 1937.

Em Taguatinga as Cavalhadas foram incorporadas aos festejos da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Abadia, e são realizadas nos dias 12 e 13 de agosto.

Nessa data, 24 cavaleiros se dividem entre dois grupos, para reproduzir o antigo combate. Os homens de vermelho representam os mouros. Os de azul, os cristãos. Entre os combatentes, existem as figuras do rei, do embaixador e dos guerreiros.

Todos os combatentes estão devidamente vestidos com capa e cocar com penas coloridas. Os cavalos usam selas cobertas por mantas bordadas e, sobre os olhos dos animais, há uma máscara toda trabalhada em cor prata, enfeitada com penas. Sem dúvida, um grande espetáculo.

Congo ou Congadas
De origem africana mas com influência ibérica, o congo já era conhecido em Lisboa entre 1840 e 1850. É popular no Nordeste e Norte do Brasil, durante o Natal e nas festividades de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.

A congada é a representação da coroação do rei e da rainha eleitos pelos escravos e da chegada da embaixada, que motiva a luta entre o partido do rei e do embaixador. Vence o rei, perdoa-se o embaixador. Termina com o batizado dos infiéis.

Os motivos dramáticos da dança do congo baseiam-se na história da rainha Ginga Bandi, que governou Angola no século XVII. Ela decidiu, certa vez, enviar uma representação atrevida ao rei D. Henrique, de Portugal. Seu filho, o heróico príncipe Suena, é morto durante essa investida. O quimboto (feiticeiro) o ressuscita.

Na dança do congo só os homens participam, cantando músicas que lembram fatos da história de seu país. A congada é composta por doze dançarinos. O vestuário usado pelos componentes do grupo é bem colorido e cada cor tem o seu significado. Azul e branco são as cores de Nossa Senhora do Rosário. O vermelho representa a força divina. Os adornos na cabeça representam a coroa. O xale sobre os ombros representa o manto real.

Em Monte do Carmo, o congo é acompanhado por mulheres, chamadas de taieiras. Essas dançarinas usam trajes semelhantes aos usados pelas escravas que trabalhavam na corte. Trajam blusas quadriculadas em tom de azul e saias brancas rodadas, colares de várias cores e na cabeça turbante branco com uma rosa pendurada. Os dois grupos se apresentam juntos, nas ruas, durante o cortejo do rei e da rainha, na festa de Nossa Senhora do Rosário.

Festa de Nossa Senhora da Natividade
As manifestações culturais no Tocantins estão quase sempre atreladas às festas em comemoração aos santos da igreja Católica. A festa de Nossa Senhora da Natividade é uma celebração tipicamente religiosa. A devoção a Nossa Senhora e a história da sua imagem existente em Natividade, onde é festejada há quase três séculos, no dia 8 de setembro, motivaram a eleição desta como Padroeira do Tocantins. A festa à Padroeira Nossa Senhora da Natividade acontece de 30 de agosto a 8 de setembro. Durante os festejos, acontece o novenário e são montadas barracas onde se fazem leilões. É celebrada missa solene no dia dedicado à santa. As comemorações acontecem na igreja matriz de Natividade, uma das mais antigas do Estado, datada de 1759.
História
Como a palavra Natal, Natividade significa nascimento. Em Portugal, ficou reservada para indicar o nascimento da Virgem Maria. A igreja Católica celebra o nascimento da mãe de Jesus desde o ano 33 da era cristã. A festa de Nossa Senhora teve origem no Oriente, a Virgem Maria passa a ser comemorada no Ocidente no século VII.

A comemoração a Nossa Senhora da Natividade está relacionada à festa da Imaculada Conceição de Maria, celebrada em 8 de dezembro. Nove meses depois, comemora-se Nossa Senhora da Natividade. Esse intervalo diz respeito ao período de gestação de Maria no ventre de Santa Ana. Os devotos acreditam que Maria, como mãe de Jesus, preservada do pecado original, merece ser cultuada.

A imagem de Nossa Senhora da Natividade foi trazida, pelos jesuítas, para o norte da província de Goiás, em 1735. Foi a primeira a entrar nessa região, em embarcações pelo rio Tocantins, depois nos ombros dos escravos até o pé da serra onde se erguia o povoado denominado de Vila de Nossa Senhora da Natividade, Mãe de Deus, mais tarde São Luiz e depois Natividade. Essa imagem é a mesma, venerada, ainda hoje, na Igreja Matriz.

Com a criação do Estado do Tocantins, a população de Natividade, junto com o clero tocantinense e o recém-criado Conselho de Cultura, desenvolveu campanha para tornar a já venerada Nossa Senhora da Natividade em padroeira do Estado. dom Celso Pereira de Almeida, bispo diocesano de Porto Nacional envia, em março de 1992, solicitação ao papa João Paulo II, expressando o desejo dos devotos de Nossa Senhora, de vê-la consagrada padroeira do seu novo Estado. Diz dom Celso: "sendo nosso povo católico, na grande maioria, e devoto de Nossa Senhora, temos, nós bispos, recebido freqüentes apelos a fim de pedirmos a Vossa Santidade se digne declarar Nossa Senhora, sob a invocação de Nossa Senhora da Natividade, padroeira principal deste Estado"

Acrescenta ainda dom Celso na sua justificativa , que os habitantes do sul do Estado "veneram com muito afeto a imagem de Nossa Senhora da Natividade, trazida para a nossa região pelos missionários jesuítas. Esta devoção é sempre viva no nosso povo". (BRAGA, 1994, p. 14). A solicitação foi aceita pelo Vaticano e em 15 de agosto de 1992 dom Celso oficializa, durante a Romaria do Bonfim, em Natividade, Nossa Senhora da Natividade padroeira principal do Tocantins.

Festa do Divino Espírito Santo
A folia do Divino é uma manifestação que anuncia a presença do Espírito Santo, através da romaria e do giro da folia do divino.

Representando as andanças de Jesus Cristo e seus 12 apóstolos, um grupo de homens montados a cavalo, conduzido por um alferes, faz uma jornada pelo sertão durante 40 dias. Neste período, eles percorrem as casas dos lavradores, abençoando as famílias e convidando a todos para a festa da hóstia consagrada, cuja data se aproxima. Durante este giro pelo sertão, os foliões também recolhem donativos para a festa.

Já na romaria, numa peregrinação religiosa, os fiéis conduzem a bandeira do Divino Espírito Santo.

Festejos de Nossa Senhora do Rosário
A cidade de Monte do Carmo, nascida arraial do Carmo, foi fundada em 1746, em função das minas de ouro, e fica a 89 Km de Palmas. Realizada todos os anos, no mês de julho, os festejos de Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora do Carmo e Divino Espírito Santo. A festividade secular mistura fé e folclore, através de uma série de rituais que reúnem costumes religiosos dos brancos europeus e dos negros africanos, o que transforma a festa em uma atração única, mantida com fidelidade pela população local.

Há informações de que essas manifestações, ainda hoje realizadas em datas específicas, com o passar do tempo foram se juntando e passando a ser comemoradas no período de 7 a 18 de julho. Nossa Senhora do Carmo, padroeira da cidade, celebrada em 16 de julho, trouxe para sua festa as comemorações ao Divino Espírito Santo e Senhora do Rosário. Acredita-se que isso aconteceu devido às dificuldades da população do sertão em ir às festas em datas diversas e da falta de padres para as celebrações. É possível afirmar que essa junção tenha acontecido há pelo menos 80 anos.
Caçada
Monte do Carmo possui uma forte influência das culturas portuguesa e africana. Na cidade pode-se vivenciar, a cada ano, sons de bandas de músicas, de tambores, reco-recos, cuícas e tamborins e danças como congos, taieiras e sússia. Um dos pontos altos da festa é a caçada da rainha. Em pleno dia, o cortejo é aberto por tocadores de tambor que vão ditando os passos do público no ritmo da sússia. No meio do povo, os caretas – homens mascarados – divertem os adultos e aterrorizam as crianças. Somente depois surgem os “caçadores” e “caçadeiras”, montados em cerca de 40 cavalos e vestidos especialmente para este momento – mulheres de vestidos longos, em várias tonalidades, homens de preto e branco.

No final do cortejo, o rei e a rainha da festa, também vestidos a caráter, se dirigem para uma área periférica de Monte do Carmo. Ali, quase duas mil pessoas permanecem por mais de duas horas cantando e dançando. A caçada é uma tradição secular. Conta a lenda que esta manifestação surgiu quando a imagem de Nossa Senhora do Rosário começou a desaparecer da igreja misteriosamente, sendo encontrada em seguida na Serra do Carmo. Na terceira vez, os negros foram buscá-la tocando tambores, cantando e dançando, o que encerrou a série de desaparecimentos.

Roda de São Gonçalo
Conta a lenda que São Gonçalo reunia em Amarante, Portugal, várias mulheres que durante uma semana dançavam até a exaustão. O objetivo do santo era extenuar as mulheres para que no Domingo, dia do Senhor, elas ficassem em repouso e isentas de pecado. A lenda conta ainda que o santo tocava viola para as mulheres dançarem.

No Brasil, a devoção a São Gonçalo vem desde a época do descobrimento. O seu culto deu origem à dança de São Gonçalo, cuja referência mais antiga data de 1718, quando na Bahia assistiu-se a um festejo com uma dança dentro da igreja. No final, os bailarinos tomaram a imagem do santo e dançaram com ela, sucedendo-se os devotos. Essa dança foi proibida logo em seguida pelo Conde de Sabugosa, por associa-lá às festas que se costumavam fazer pelas ruas em dia de São Gonçalo, com homens brancos, mulheres, meninos e negros com violas, pandeiros e adufes dando vivas a São Gonçalo.

São Gonçalo tem, para os seus devotos, a tradição de santo casamenteiro. Inicialmente, a dança tinha um caráter erótico, que com o tempo foi desaparecendo, permanecendo apenas o aspecto religioso.

Em Arraias, no sul do Estado, a dança de São Gonçalo é chamada de roda, e sempre é dançada em pagamento a uma promessa por mulheres em pares, vestidas de branco, com fitas vermelhas colocadas do ombro direito até a cintura. Nas mãos carregam arcos de madeira, enfeitados com flores de papel e iluminados com pavios feitos de cera de abelha. Também participam do ritual dois homens vestidos de branco com fitas vermelhas traspassadas. Os homens tocam viola e tem a função de acompanhar as dançarinas para que estas não se percam nas evoluções da dança.

Os violeiros entoam versos em louvor a São Gonçalo, que fica colocado num altar preparado exclusivamente para a festa, em frente ao qual se faz as evoluções da roda. Acompanha, ainda, a roda de São Gonçalo, um cruzeiro todo iluminado, colocado próximo ao altar.
Romaria do Bonfim
Pelos milhares de fiéis que atrai anualmente, a Romaria do Bonfim é a manifestação religiosa mais popular do estado do Tocantins, celebrada nos municípios de Natividade, na região sudeste, e em Araguacema, no sudoeste.

Em Natividade, a celebração à imagem do Cristo crucificado já dura quase 200 anos e costuma atrair mais de 50 mil pessoas, do Tocantins e de diversos estados brasileiros. Realizada sempre na primeira quinzena do mês de agosto, as comemorações duram mais de 10 dias. Para chegar até o pequeno povoado onde acontecem os louvores, muitos fiés seguem em peregrinação, durante noites e dias seguidos.

No município de Araguacema, a Romaria do Bonfim teve inicio em 1932 e costuma reunir cerca de 10 mil pessoas, do Tocantins e do Sul do Pará.

Nos dois municípios, a peregrinação surgiu a partir de imagens de Cristo encontradas, por acaso, no meio de matas.
Sússia e Jiquitaia
O som agitado da sússia, marcado pelo ritmo dos tambores e cuícas, conduz homens mulheres a uma espécie de bailado, em que giram em círculos. São características que levam a crer que esta dança folclórica tenha origem no período de escravidão.

A sússia está presente em todas as regiões do Estado (nas cidades de Paranã, Santa Rosa do Tocantins, Monte do Carmo, Natividade, Conceição do Tocantins, Peixe e Tocantinópolis), predominando nas cidades do Sul e Sudeste, regiões onde a influência negra é mais marcante. A Jiquitaia é um passo em que se dança a Sússia.
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COMUNIDADE QUILOMBOLAS DE TOCANTINS

Foi com a Portaria nº 06 de 1º de março de 2004, que a Fundação Cultural Palmares deu o reconhecimento a algumas comunidades remanescentes de quilombolas em alguns estados, entre elas, as do Tocantins.

O Governo do Estado do Tocantins tem trabalhado conjuntamente com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Governo Federal. Entre as ações realizadas estão: a capacitação dos gestores públicos; a realização de um diagnóstico de seis comunidades quilombolas e a criação do Comitê Gestor de Implementação do Plano Estadual de Promoção da Igualdade Étnico-Racial do Tocantins.

Atualmente, estão sendo construídas casas em algumas comunidades em parceria com a Caixa Econômica Federal, por meio da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano.

O Governo do Estado está dando uma atenção especial às comunidades quilombolas com ações na área da saúde, da agricultura, promovendo a inserção das famílias nos programas sócias do Governo Federal e Estadual, levando eletrificação rural, cursos de geração de renda, entre outras ações.

O mais importante é que o Governo do Estado está discutindo melhorias para as comunidades respeitando suas características e preservando os aspectos culturais.
Comunidades Quilombolas reconhecidas no Tocantins

- Comunidade Barra de Aroeira, localizada no município de Santa Tereza do Tocantins, com uma população estimada em 350 habitantes;
- Comunidade Morro São João, localizada no município de Santa Rosa do Tocantins, com uma população estimada em 270 pessoas;
- Comunidade do Prata, localizada em São Félix do Tocantins, com aproximadamente 210 habitantes;
- Comunidade Mimoso de Kalunga, localizada em Arraias, com aproximadamente 225 famílias;
- Comunidade Lagoa da Pedra, localizada em Arraias, com aproximadamente 150 moradores;
- Comunidade Cocalinho, localizada no município de Santa Fé do Araguaia, com aproximadamente 240 habitantes;
- Comunidade Malhadinha, localizada em Brejinho de Nazaré;
- Comunidade Córrego Fundo, localizada em Brejinho de Nazaré;
- Comunidade Redenção, localizada em Natividade;
- Comunidade da Baviera, localizada em Aragominas, tem 1020 famílias;
- Comunidade Mumbuca, localizada em Mateiros, tem aproximadamente 150 famílias;
- Comunidade São Joaquim, em Porto Alegre, tem aproximadamente 240 habitantes;
- Comunidade Lajinha, localizada em Porto Alegre do Tocantins;
- Comunidade São José, localizada em Chapada da Natividade, tem aproximadamente 80 famílias;
- Comunidade Chapada da Natividade.
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BRASÃO DE ARMAS DE TOCANTINS

BRASÃO DE ARMAS DE TOCANTINS
Criado pela lei 092/89, de 17 de novembro de 1989, publicada na primeira Constituição do Estado do Tocantins, o Brasão de Armas do Estado é um escudo elíptico, preenchido na metade superior pela cor azul e carregado com a metade de um sol de ouro estilizado, do qual se vêem cinco raios maiores e oito menores, limitados na linha divisória. A metade inferior do escudo é uma asna azul, ladeada nos flancos direito e esquerdo de branco e no termo de amarelo ouro.

Sob o escudo, lista azul com a inscrição "Estado do Tocantins" e a data "1º de janeiro de 1989", em letras brancas, fazendo referência à data de instalação do Estado.

Em timbre, uma estrela de amarelo ouro com borda azul, encimada pela expressão em tupi "CO YVY ORE RETAMA", que significa em português “Esta terra é nossa”, escrita em sobre listel azul.

Significados
O sol amarelo, do qual se vê apenas a metade despontando no horizonte contra o azul do firmamento, é a imagem idealizada ainda nos primórdios da história do novo Estado, quando sua emancipação mais parecia um sonho inatingível. Simboliza o Estado nascente. A asna em azul, cor do elemento água, representa a confluência dos rios Araguaia e Tocantins, fonte perene de riquezas e recursos hidroenergéticos.

Os campos em amarelo e branco lembram, respectivamente, o rico solo tocantinense e a paz desejada para o Estado.

Em timbre, a estrela em amarelo representa a condição do Estado do Tocantins como uma das unidades da Federação Brasileira. Como suporte, a coroa de louros que era colocada na fronte dos heróis vitoriosos, em verde, como justa homenagem e reconhecimento ao valor dos tocantinenses cujo esforço transformaram o sonho tão longínquo de emancipação na mais viva realidade.
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