A rede hidrográfica do Brasil é uma das maiores do mundo, com extensos rios, lagos e reservas subterrâneas. A maior parte dos rios que percorrem o país nasce em regiões pouco elevadas. O Amazonas e alguns de seus afluentes têm origem na cordilheira dos Andes, mas na maior parte de seu trajeto correm pelas planícies da região Amazônica. O predomínio de rios de planalto permite bom aproveitamento hidrelétrico. Os rios de planície são muito utilizados para a navegação.O transporte hidroviário passou a ser utilizado em maior escala no Brasil nos anos 1990. Para que um rio se torne uma hidrovia são necessárias obras de engenharia, como a dragagem (retirada de terra do fundo), o balizamento (demarcação de canais de navegação) e a sinalização para as embarcações. Alguns dos projetos hidroviários, no entanto, podem causar sérios impactos ao meio ambiente, como o que se pretendeu fazer para escoar a produção de soja do cerrado brasileiro pelo rio Paraguai. Ambientalistas se mostraram contrários ao projeto de uma hidrovia que atravessaria uma região de grande biodiversidade, como o Pantanal Mato-Grossense.
O Brasil possui uma das mais amplas, diversificadas e
extensas redes fluviais de todo o mundo. O maior país da América Latina conta
com a maior reserva mundial de água doce e tem o maior potencial hídrico da
Terra; cerca de 13% de toda água doce do planeta encontra-se em seu
território.
A maior parte dos rios brasileiros é de planalto,
apresentando-se encachoeirados e permitindo, assim, o aproveitamento
hidrelétrico. As bacias Amazônica e do Paraguai ocupam extensões de planícies,
mas as bacias hidrográficas do Paraná e do São Francisco são tipicamente de
planalto. Merecem destaque as quedas-d'água de Urubupungá (no rio Paraná),
Iguaçu (no rio Iguaçu), Pirapora, Sobradinho, Itaparica e Paulo Afonso (no rio
São Francisco), onde estão localizadas usinas hidrelétricas.
Os rios brasileiros apresentam regime de alimentação
pluvial, ou seja, são alimentados pelas águas das chuvas. Em decorrência de o
clima tropical predominar na maior parte do território, as cheias ocorrem
durante o verão, constituindo exceção alguns rios nordestinos, cujas cheias
ocorrem entre o outono e o inverno. Os rios do sul não tem vazante acentuada,
devido à boa distribuição das chuvas na região, assim como os da bacia
Amazônica, também favorecidos pela uniformidade pluviométrica da região.
No Brasil, predomina a drenagem exorreica, ou seja, os rios
correm em direção ao mar, como o Amazonas, o São Francisco, o Tocantins, o
Parnaíba, etc. Pouquíssimos são os casos de drenagem endorréica, em que os rios
se dirigem para o interior do país, desaguando em outros rios, como o Negro, o
Purus, o Paraná, o Iguaçu, o Tietê, entre outros.
Em sua maior parte, os rios brasileiros são perenes, isto é,
nunca secam. Mas na região semi-árida do Nordeste há rios que podem desaparecer
durante uma parte do ano, na estação seca: são os chamados rios temporários ou
intermitentes.
Lagos de barragem, que são resultantes da acumulação de
materiais e subdividem-se em lagunas ou lagoas costeiras, formadas a partir de
restingas, tais como as lagoas dos Patos e Mirim, no Rio Grande do Sul, e
lagoas de várzea, formadas quando as águas das cheias ficam alojadas entre
barreiras de sedimentos deixados pelos rios ao voltarem ao seu leito normal.
São comuns na Amazônia e no Pantanal Mato-Grossense;
Lagos de erosão, formados por processos erosivos, ocorrendo
no Planalto Brasileiro.
Os centros dispersores — ou seja, as porções mais altas do
relevo que separam as bacias fluviais — que merecem destaque no Brasil são
três: a cordilheira dos Andes, onde nascem alguns rios que formam o Amazonas; o
planalto das Guianas, de onde partem os afluentes da margem esquerda do rio
Amazonas; e o Planalto Brasileiro, subdividido em centros dispersores menores.
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