GEOGRAFIA – Área: 95.346,2
km². Relevo: terrenos baixos, enseadas e ilhas no litoral, planaltos a
leste e a oeste e depressão no centro. Ponto mais elevado: morro da Boa
Vista, na serra da Anta Gorda (1.827 m). Rios principais: Canoas, do
Peixe, Itajaí-Açu, Pelotas, Peperi-Guaçu, Negro, Uruguai. Vegetação:
mangues no litoral, mata de araucária no centro, campos a sudoeste e
faixas da floresta a leste e a oeste. Clima: subtropical. Municípios
mais populosos: Joinville (500.900), Florianópolis (449.900), Blumenau
(304.350), São José (202.600), Criciúma (195.780), Chapecó (174.220),
Lages (171.050), Itajaí (170.789), Jaraguá do Sul (126.661), Palhoça
(125.346) (2013). Hora local: a mesma. Habitante: catarinense ou
barriga-verde.
POPULAÇÃO – 6.200.000 (est. 2013). Densidade: 60,9 hab./km² (est. 2013). Cresc. dem.: 1,2% ao ano (1991-2013). Pop. urb.: 79,9% (2013).
DESCRIÇÃO
Menor e menos populoso estado da Região Sul, Santa Catarina (SC) apresenta enseadas e muitas ilhas no litoral e planaltos a leste e a oeste. De clima subtropical, o estado tem as quatro estações bem marcadas, com verões quentes e invernos rigorosos no planalto. Santa Catarina recebe grande influência de imigrantes portugueses, alemães e italianos. O litoral e Florianópolis foram colonizados por açorianos. Na culinária, são famosos o pirão de peixe, no sul do estado, e os pratos alemães e a marrecada, no norte. Na capital, o destaque é a seqüência de camarão. A Oktoberfest, tradicional festa da cerveja de Blumenau, é a mais concorrida entre as festividades trazidas pelos colonizadores.
Turismo – As praias catarinenses, ao longo de 561 quilômetros de costa, são um dos destinos preferidos dos turistas que visitam o estado. A capital, Florianópolis, é a principal atração, seguida por Garopaba, no litoral sul, e Balneário Camboriú, ao norte. No Planalto Catarinense, região de Lages, crescem o turismo de inverno e as fazendas de turismo, que diferem dos hotéis-fazenda pela estrutura mais rústica e pela possibilidade de contato direto com tarefas realizadas nas plantações e nos currais. São Joaquim, Urupema e Urubici atraem visitantes pela ocorrência de neve.
Economia – Santa Catarina é um dos poucos estados em que a atividade industrial supera o setor de serviços no Produto Interno Bruto (PIB) local. A indústria catarinense responde por 48,5%, enquanto serviços representam 37%. A força do estado está baseada sobretudo na agroindústria, com as grandes empresas Bunge, Sadia, Seara e Chapecó.
A agropecuária, baseada em pequenas propriedades, ocupa 70% do território catarinense. No oeste, a criação de suínos e aves impulsiona a agroindústria. O estado é grande produtor de milho, arroz, trigo, cebola, pinhão, erva-mate e maçã. Florianópolis destaca-se como o maior produtor de ostras do país. Além da agroindústria, no oeste, há pólos industriais diversificados em todo o estado: cerâmica no sul; têxtil, motores e metalurgia no norte. Em torno de Joinville, no norte, estão instalados fabricantes de móveis e de material de construção. Móveis, carne de frango, porco e peru, compressores e tecidos são os principais produtos exportados por Santa Catarina, que importa máquinas e equipamentos, petroquímicos,
grãos, veículos e o algodão utilizado pela indústria têxtil.
Ciclone Catarina – A passagem de um raro ciclone no litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, em março de 2004, causa estragos em 40 cidades e surpreende os meteorologistas, que subestimaram a intensidade do fenômeno. Com rajadas de vento com velocidade superior a 100 quilômetros por hora, o ciclone atinge principalmente o litoral catarinense, danificando quase 40 mil casas. Registram-se duas mortes e oito desaparecimentos. Nos dois estados, 10 mil pessoas ficam desabrigadas. A formação de ciclones extratropicais é comum na região, mas a força do Catarina chega a causar divergências entre os especialistas. Para alguns meteorologistas, trata-se de um furacão – o primeiro a ser registrado no Atlântico Sul. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), porém, o Catarina é um ciclone com características híbridas.
Índices sociais – A renda per capita catarinense é de 9.272 reais, a quinta maior do país. O estado tem uma taxa de mortalidade infantil de 18,2 em cada mil nascidos vivos e apresenta o segundo maior índice de alfabetização do país: 94,5%, atrás apenas do Distrito Federal, que é também a única unidade da federação com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) maior que o de Santa Catarina.
Capital – Florianópolis ocupa uma pequena parte do continente e toda a ilha de Santa Catarina. Com paisagens variadas de mangues, lagoas e dunas, o município abriga 101 praias. A população desfruta o mais alto IDH entre as capitais brasileiras. A riqueza de belezas naturais faz com que a cidade seja um dos principais destinos de turistas na Região Sul, atraindo também visitantes dos países vizinhos. A capital não é, porém, a mais populosa nem a mais rica cidade catarinense, posição ocupada por Joinville.
História
Diversas expedições exploram o litoral catarinense desde o início do século XVI. Em 1532, a expedição de Sebastião Caboto troca o nome da ilha dos Patos para Santa Catarina. O interior fica fora dos domínios portugueses delimitados pelo Tratado de Tordesilhas. Em 1534, o território é doado a Pero Lopes de Souza, irmão de Martim Afonso de Souza, donatário da capitania de São Vicente. Somente um século mais tarde é que começam as primeiras atividades colonizadoras, com a criação de alguns povoados, como o de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco e o de Nossa Senhora do Desterro, na ilha de Santa Catarina, futura cidade de Florianópolis. Depois de assinar o Tratado de Madri (1750), Portugal passa a incentivar a imigração açoriana, tanto para Santa Catarina como para o Rio Grande do Sul, ambos transformados em capitanias. Os colonos se fixam especialmente na faixa litorânea.
Chegada de imigrantes – Durante a Regência, a província se envolve na Revolta dos Farrapos (1835/1845), na qual liberais partidários do regime federativo e republicano se insurgem contra o governo central. No Segundo Reinado e na República Velha, Santa Catarina recebe grande quantidade de alemães, italianos e eslavos, que se estabelecem em colônias no Vale do Itajaí. Organizados em propriedades familiares pequenas e produtivas, os imigrantes lançam as bases de uma economia diversificada, que faria da agroindústria catarinense uma das mais avançadas do país. Esse progresso, porém, não ocorre sem conflitos. Na Guerra do Contestado, entre 1912 e 1916, camponeses pobres entram em violento confronto pelas terras e matas do noroeste do estado. Inicialmente, o movimento tinha inspiração religiosa, mas rapidamente adquire um sentido social de protesto contra a política agrária.
Industrialização – Da década de 1940 em diante, a modernização do país não modifica substancialmente a base econômica, social e cultural construída pelos imigrantes. Nas cidades mais próximas do litoral, como Joinville, Brusque, Blumenau e Criciúma, o artesanato familiar evolui para a moderna e diversificada atividade industrial. No interior, as
pequenas e médias propriedades familiares sustentam e expandem grande complexo madeireiro, moveleiro e agroindustrial em Lages, Rio do Sul, Joaçaba, Chapecó, Concórdia
e em outras cidades.
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