O Parque Nacional do Pantanal é um parque nacional situado a sudoeste de Mato Grosso, um estado do Brasil, protegendo o bioma do Pantanal. Com 136.028,00 hectares, tem o objetivo de proteger e preservar todo ecossistema pantaneiro, bem como sua biodiversidade, mantendo o equilíbrio dinâmico e a integridade ecológica dos ecossistemas contidos no Parque. É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Considerado pela UNESCO Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera. Em que pese o nome, há um reduzido número de áreas pantanosas na região pantaneira.
O Pantanal é resultado de uma grande depressão da crosta terrestre, de origem pré-andina, que formou um enorme delta interno, onde deságuam numerosos rios vindos do planalto.
Na estação das chuvas, essa depressão fica quase em sua totalidade inundada.
E nos períodos secos, transforma-se num pontilhado de pequenas lagoas, refúgio obrigatório de milhares de animais.
Situado no extremo oeste brasileiro, o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense representa a maior área periodicamente inundável do continente americano, além de concentrar as maiores e mais espetaculares populações da fauna silvestre neotropical. Por si só, essas características o tomam único no gênero, tendo sido sua área de conservação recentemente ampliada com a aquisição pela The Nature Conservancy de duas áreas próximas não-alagáveis, essenciais para a reprodução principalmente da fauna terrestre.
A vegetação é um prolongamento do ceifado brasileiro, também chamado de savana. Mas sofre influência, ao norte, da região amazônica, abrigando elementos característicos desses dois ecossistemas.
Na área do Parque propriamente ocorre o ceifado gramíneo-lenhoso, ou campo, de coloração verde na época das chuvas e mais amarelado na estação seca.
Com altura não superior a 20 metros, é comum se ver nas áreas menos alagadas grandes agrupamentos de buriti (Mauritia sp), além do típico cambará (Vochysia divergens), pau-d'alho (Galesia sp), aroeirinha (Astronium sp) e louros (Ocotea spp).
Por sua diversidade de ambientes e áreas de transição, o Pantanal guarda uma das faunas mais variadas do planeta.
Nas árvores mais altas habitam o jaburu (Jabiru mycteria), cabeça-seca (Mycteria americana) e maguari (Ardea cocoi), enquanto os remansos são comumente procurados pelas garças (Casmerodius albus), garças-reais (Pitherodius pileatus) e colhereiros (Ajaia ajaia).
Entre as aves maiores estão também a arara-azul (Anodorhynchus hiacynthinus) e diversas de rapina.
Destaque entre os répteis, o jacaré-do-pantanal (Caiman crocodillus yacare) ajuda a manter em equilíbrio os cardumes de piranhas (Pugocentrus spp, Pygopristis spp e Serrasalmus spp).
Enquanto nos locais mais inundados podem ser observados o cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus), capivara (Hydrochaeris hydrochaeris), lontra (Lontra sp) e ariranha (Ptenomura brasiliensis).
Nas águas dos rios ocultam-se o pintado (Pseudoplatystoma corruscans), dourado (Salminus maxillosus) e pacú (Piaractus mesopotamicus).
Em nos segmentos mais secos, podem ser vistos o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), o esguio lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), onça (Panthera onca) e ema (Rhea americana).
A não-venenosa sucuri (Eunectes murinus) é a maior representante dos ofídios.
Clima
Com características tropicais continentais, a temperatura média varia de 23° a 25° C, com precipitação anual acima de 1.000 mm. O regime de chuvas é tropical, apresentando a época seca, de maio a setembro, e a chuvosa, de outubro a abril, sendo que em dezembro e fevereiro são considerados os meses mais chuvosos. A planície pantaneira facilita o pulso de frentes frias e fortes massas de ar polar para a região amazônica, podendo a temperatura chegar raramente, no pantanal, próximo a 0ºC; e com a atuação de massas de ar seco e quente alcançar até acima de 40ºC.
Relevo
O pantanal como um todo, é caracterizado por uma enorme superfície de acumulação, de topografia bastante plana e freqüentemente sujeita a inundações, sendo a rede de drenagem comandada pelo rio Paraguai.
Vegetação
É caracterizada por uma área de tensão ecológica de contato entre as regiões fitoecológica da Savana ou Cerrado e da Floresta Estacional Semidecídua. A cobertura vegetal é classificada por Savana Gramíneo-Lenhosa, Floresta Semidecídua Aluvial e Floresta Semidecídua das Terras Baixas.
Fauna
O Pantanal Matogrossense é um dos ecossistemas mais produtivos do Brasil. As condições ambientais favorecem o estabelecimento de grande variedade de fauna. Pode-se observar fauna terrestre (capivara,lobo-guará, cervo-do-pantanal, jaguatirica, lontra, cutia), aves (garça moura, garça branca) e répteis (cobras, jacarés),etc.
História
A criação do Parque atendeu à reivindicações da sociedade e comunidade científica, para criação de uma unidade de conservação que protegesse amostras significativas do bioma pantanal. O Parque incorporou a antiga Reserva do Cara-cará, a qual na década de 80 foi base de operações no combate à ação dos caçadores de jacarés, e praticamente dobrou seu território com a compra de uma antiga fazenda de gados, que foi inundada em consequência das transformações da região, por ações antrópicas diversas. A região era também ocupada por índios Guatos. Provavelmente os primeiros ocupantes pantaneiros foram os espanhóis vindos da Bolívia por volta de 1550. As lendas mais correntes são as do minhocão (uma enorme serpente aquática que derruba os barrancos dos rios), das lagoas que se enfurecem com a presença de pessoas gritando e histórias de onças, sucuris e aventuras de caça e pesca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário