O que é bolsa de valores?
A bolsa de valores é um ambiente
de negociação no qual investidores podem comprar ou vender seus títulos
emitidos por empresas, sejam elas com capitais públicos, mistos ou privados.
Esse processo é intermediado com auxílio de correspondentes de negociações
através de corretoras.
O objetivo principal é configurar
um ambiente seguro e organizado para essas negociações. Dessa forma, garantir
que os investidores recebam as ações compradas de maneira eficiente e segura e
que as transações sejam rápidas e práticas.
Como funciona a bolsa de valores?
Por meio da bolsa de valores ,
uma empresa decide abrir seu capital e disponibilizar ações em troca de verba.
Então, os interessados podem se tornar “sócios” da empresa comprando pequenas
“fatias” do negócio.
A partir do IPO (Initial Public
Offering, em inglês; Oferta Pública Inicial, em português) da empresa, as ações
começam a ser negociadas, e o investidores fazem ofertas de compra e venda.
Esse movimento configura o mercado primário, que ajuda a delimitar uma relação
de oferta e demanda pelos títulos.
O investidor primário, por
exemplo, pode querer vender suas ações por achar que o preço delas vai cair (ou
simplesmente porque precisa do dinheiro), enquanto outro investidor pode optar
por comprá-las, na crença de que seu valor vai aumentar.
Se assim ocorrer, o investidor
primário vai lançar uma ordem de venda para suas ações, estipulando o valor que
pretende obter em troca delas.
O sistema da corretora, então,
envia uma ordem de venda para a bolsa de valores. Enquanto isso, aquele segundo
investidor interessado em comprar uma ação pode enviar uma ordem de compra (no
valor que está disposto a investir). Ele assim o faz por meio de sua corretora,
que também entrará no sistema automaticamente.
Quando a ordem de compra e venda
chega à bolsa com o mesmo valor, o negócio é fechado. Isso é o que se chama de
mercado secundário.
Esse processo, ao contrário do
que pode parecer, não é lento. Esqueça aquela gritaria ao telefone que você viu
em filmes como O Lobo de Wall Street. Atualmente, as principais bolsas do mundo
negociam online, pelo computador.
O que são ações?
Ações são papéis que representam
pequenas fatias de uma empresa. Ao comprá-los, na bolsa de valores, o
investidor torna-se “sócio” de uma parte ínfima da companhia em questão. Assim,
pode até ter direito a dividendos, dependendo da ação.
As ações são papéis que
representam uma parte do capital social da empresa. Ao comprá-las, você se
torna uma espécie de sócio. Assim, vai correr os riscos do empreendimento – e
também colher os louros do negócio
E o movimento das ações se dá de
acordo com as ofertas de compra e venda dos investidores. Normalmente, quanto
mais pessoas se interessam em comprar um ativo, mais ele se valoriza.
É importante entender que essa
valorização ou depreciação das ações não é um reflexo imediato ou direto da
saúde financeira da empresa. Por exemplo: a ação de uma empresa com as contas
em dia e faturamento em alta pode estar mais barata do que uma ação de uma
empresa altamente endividada.
Mas sempre há uma explicação.
Nesse caso, é possível que a empresa altamente endividada esteja prestes a
receber uma oferta de aquisição de uma companhia maior e bem avaliada pelo
mercado
Dessa forma, os investidores
especulam que aquela empresa vai se valorizar e correm para comprar uma
participação no negócio. E diante da concorrência, as ações ficam mais caras.
Como investir na bolsa de valores
Para aprender como investir na
bolsa de valores, você precisa de tempo e cautela, estudo e dedicação. Afinal,
sem um olhar crítico, acompanhamento de mercado e as devidas ferramentas, seus
investimentos podem se tornar uma verdadeira loteria.
Mas a aplicação financeira não é
roleta, nem jogo de azar. Por isso,
fazer negociações na bolsa é uma tarefa que exige prática. E nem sempre os
melhores caminhos são óbvios.
Entre os erros mais comuns, está
a pressa para ficar rico, o que leva alguns investidores não tão experientes a
aplicar altas quantias logo de cara.
E se os primeiros resultados são
positivos, surge outra ameaça: o excesso de confiança.
Lembre-se de que estamos falando
de renda variável e que não é por acaso que ela recebe esse nome. Isso quer dizer
que a conquista de um dia pode se tornar facilmente uma decepção no outro.
Investir na bolsa de valores
exige inteligência, pois é uma aplicação de alto risco. Não basta apostar em
uma ação seguindo a dica de um amigo ou porque ouviu falar sobre a empresa no
telejornal. Isso seria um investimento amador.
Ainda que você disponha de uma
alta quantia para a aplicação e se permita pequenas perdas, é fundamental ter
um método de investimento, comprando ações de forma planejada. Conhecer o
próprio perfil de investidor é um bom começo.
Para ajudar você a dar os
primeiros passos para investir na bolsa com sabedorias, confira abaixo mais
algumas dicas pontuais.
Começando a investir
Para começar a investir na bolsa
de valores, basta abrir uma conta em banco ou corretora, transferir o dinheiro
e iniciar as negociações. Elas ocorrem por telefone ou diretamente pelo Home
Broker, uma plataforma online que permite o investimento direto do seu
computador.
Com essa ferramenta, é possível
verificar informações pontuais como cotações das ações, ordens de compra e
venda e até gráficos de como as cotações das ações estão variando de acordo com
o tempo. Isso pode ajudar bastante nos seus investimentos.
Quanto investir na bolsa?
O valor a ser investido na bolsa
é muito relativo. Ele depende do quanto você tem e do que está disposto a
colocar em renda variável.
Na prática, se você está
começando, deve primeiro determinar se você tem o suficiente para alocar uma
parcela ínfima das suas reservas financeiras, como 5% ou 10%, para destinar a
ações.
Depois, deve conhecer a fundo as
taxas cobradas, para entender se as ordens de compra e venda não vão subtrair
parte considerável de seu investimento. Cada ordem pode custar entre R$ 7,50 e
R$ 20,00, dependendo da corretora ou banco – sem contar impostos e custódia.
Por fim, lembre que o capital
alocado em ações deve ser aquele do qual você não precisará em breve. Ou seja,
se você não deseja aplicar recursos por um longo período de tempo (melhor
pensar em anos, e não meses), a experiência na bolsa de valores vai ser ainda
mais arriscada.
Com essas premissas em vista,
você pode começar com valores bem pequenos, como R$ 1.000,00 ou R$ 5.000,00.
Quanto rende o investimento?
Está é outra questão repleta de
imprevisibilidade. O rendimento de suas ações vai depender das variações de
mercado e do quanto você investe.
O lucro (e eventual prejuízo) de
uma pessoa que opera com R$ 5.000 é muito diferente do de uma que opera com R$
50.000. E tudo depende, no fim das contas, de escolher as melhores empresas nos
melhores momentos.
Em 2016, a Bovespa, a bolsa de
valores oficial do Brasil, teve valorização de 38,94% em um ano. Foi a primeira
valorização anual desde 2012.
Isso não quer dizer que todo
mundo viu seus investimentos se valorizarem na mesma proporção. Teve gente que
lucrou muito mais, e teve investidor que perdeu tudo.
Neste ano de 2017, com
expectativas do mercado de domínio da inflação, de taxa básica de juros em um
dígito e de equilíbrio das contas do governo, a Bovespa está rumando para seu recorde
histórico. Se isso irá se confirmar, é outra história.
Riscos de investir na bolsa
Há dois principais riscos
envolvidos na bolsa de valores. O primeiro deles é o chamado risco de liquidez.
Ele é, basicamente, o risco de você não conseguir vender suas ações, caso
compre títulos de empresas que são pouco negociadas na bolsa. Por isso, é sempre
bom estar atento às tendências e movimentações no mercado antes de investir.
Outro risco é o da desvalorização
do ativo: você compra uma ação, a empresa vai mal, as ações caem e você não
recupera o investimento.
Quer um exemplo? No ano passado,
no ápice da crise política e econômica, antes do impeachment, Petrobras e Vale,
duas das maiores empresas brasileiras, se desvalorizaram muito.
No fim de 2016, puxaram uma alta
incrível (ambas as ações preferenciais voando a mais de 120%) e impulsionaram a
retomada da Bovespa. Assim, quem tinha ações preferenciais da Petrobras e as
vendeu em seu pior momento, quando estavam cotadas a R$ 5, perdeu muito
dinheiro (dependendo do momento de entrada no papel).
O fato é o seguinte: quando o
assunto é investimento em renda variável, o risco sempre vai existir.
Quem poderia prever que os
acontecimentos políticos e econômicos derrubariam as ações da Petrobrás, que há
seis anos estavam entre as mais valorizadas do Brasil? O que você pode fazer,
no máximo, é tentar diminuir os possíveis prejuízos.
Para não sair perdendo na bolsa,
ainda de acordo com o analista financeiro André Bono, vale a pena montar uma
carteira de ações diversificada. “Distribua o dinheiro entre muitas companhias.
Isso dilui o risco envolvido no investimento em cada empresa”, escreve ele em
seu blog.
Outra recomendação para minimizar
os riscos é esquecer aquela ideia fantasiosa de que você vai enriquecer do dia
para a noite investindo na bolsa de valores.
De acordo com o especialista,
esse pensamento conduz a um comportamento inseguro e propenso a perdas.
“Empresas com bons fundamentos costumam trazer bons resultados em longo prazo”,
sintetiza ele.
Qual valor mínimo para investir na bolsa de valores?
Não há valor mínimo para investir
na bolsa de valores. Você poderia até investir menos de R$ 100,00 no mercado
fracionário, mas um percentual elevado desse total seria gasto com taxas. Cada
ordem de compra ou venda custa entre R$ 7,50 e R$ 20,00, dependendo do banco ou
corretora.
Além desse valor por transação,
há a custódia, que é cobrada por algumas instituições (um percentual anual do
investimento) e Imposto de Renda (20% para operação fechada no mesmo dia e 15%
para operações normais).
Mas considerando um valor baixo
inicial, como os R$ 100,00 do exemplo, você teria que recorrer ao mercado
fracionário, que é a compra de números “quebrados” de ações.
Essa modalidade pode atrapalhar a
liquidez das operações futuras, ou seja, na hora de vender, é possível que você
tenha maior dificuldade de encontrar compradores. Por isso, o recomendado é
sempre comprar lotes de ações (100, 1.000 ou 100.000).
Quando surgiu a bolsa de valores
A primeira bolsa de valores
surgiu na Bélgica, na Antuérpia, em 1531. Comerciantes se encontravam em um
local para negociar cartas de crédito e notas promissórias de empresas,
governos e indivíduos. Depois, a ideia se expandiu, e foram criadas as grandes
“stock exchanges”.
Demorou um pouquinho até que as
mais importantes bolsas do mundo fossem estabelecidas: a de Londres, em 1690, e
a de Nova York, em 1792. Até hoje, Wall Street representa a maior bolsa de
valores do globo, em termos de capitalização das empresas participantes. No
Brasil, a primeira a surgir foi a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, em 1845.
Com o passar dos anos, porém, as
bolsas espalhadas pelo Brasil perderam espaço para a Bolsa de Valores de São
Paulo (Bovespa), criada em 1890, e acabaram sendo incorporadas a ela.
A partir dessa série de fusões, a
principal bolsa de valores brasileira se tornou a Bolsa de Valores, Mercadorias
e Futuros de São Paulo (BM&F Bovespa).
Horários de negociação da Bovespa
Se você não está muito
familiarizado com o mercado acionário, talvez não saiba, mas comprar ações não
é o único tipo de investimento que você pode fazer na bolsa de valores.
Por intermédio da Bovespa, são
negociados também títulos de renda fixa, contratos futuros de commodities,
contratos futuros de moedas e contratos futuros de índices.
Cada um desses tipos de
negociação ocorre em horários distintos do dia. Por isso, se você deseja
negociar ações, terá de fazer isso no período das 9h45 às 10h (pré-abertura),
das 10h às 17h (negociação), das 16h55 às 17h (call de fechamento) ou das 17h30
às 18h (after market).
Para que servem os leilões da Bovespa
Como são muitos os fatores que
influenciam o preço das ações, eventualmente a Bovespa promove leilões – uma
forma de determinar o valor ideal para ativos específicos de modo a atender aos
interesses de uma quantidade maior de investidores. Em outras palavras, é uma
forma de organizar as ofertas de compra e venda.
Os leilões podem ser promovidos
mediante acontecimentos específicos. A divulgação de um fato ou uma notícia
inédita com impacto direto no setor de determinada companhia e a alta
volatilidade da cotação das ações são alguns dos casos.
Mas não há mistério quanto ao
funcionamento desses eventos. Basicamente, a bolsa vai registrando lances até
que o prazo do leilão termine.
A diferença é que, no leilão,
qualquer um que dê um lance de compra acima do preço estipulado ou um lance de
venda abaixo do preço estipulado consegue fechar negócio.
O que é o Índice Bovespa (Ibovespa)?
O Índice Bovespa é o indicador
das ações mais negociadas da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA).
Essa carteira teórica reúne papéis que representam 80% de todo o volume
transacionado na bolsa e serve como parâmetro para o mercado nacional e
internacional.
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