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HISTÓRIA DE RONDÔNIA E ACRE: TELÚRICO E EMBLEMÁTICO


ACRE: TELÚRICO E EMBLEMÁTICO
Justificar
O Tratado de Tordesilhas
Após o descobrimento da América e do Brasil, a Espanha e Portugal ajustaram as suas desavenças territoriais no Novo Mundo, com a unção papal, com a linha Norte-Sul do Tratado de Tordesilhas. Por este tratado, como se sabe, o Brasil era constituído de menos da metade das terras que hoje possui. A região do Acre estava completamente fora das terras então dominadas pelos portugueses.

Foi graças às incursões dos bandeirantes à procura de metais e pedras preciosas e à captura de índios que os brasileiros empurraram a fronteira estabelecida para oeste. Os bandeirantes do sudeste são decantados em prosa e verso pela suas proezas.

Fenômeno idêntico também se passou ao norte do país. Também foi a migração interna brasileira que ao povoar as terras não descobertas do extremo oeste marcou a presença do Brasil naquelas regiões. Este deslocamento de brasileiros não despertou a mesma consideração dada aos bandeirantes pela nação brasileira.

A Amazônia não despertava grande interesse por parte da Espanha. Os primitivos habitantes do Acre foram os índios (amoaca, arara, canamari e ipuriná).

Território Boliviano
O estabelecimento dos limites entre as terras de Portugal e Espanha, com a expansão da fronteira para além da linha vertical do Tratado de Tordesilhas, passou a ser estabelecido pelos Tratados de Madrid (1750) e de Santo Ildefonso (1777). Até 1850, a região do Acre era considerada pela Espanha como “Tierras no Discubiertas”. A partir de 1860 expedições exploratórias descobriram o potencial da borracha, viabilizada por força da Revolução Industrial, em curso na Europa. Em 1867, o Tratado de Ayacucho passou a estabelecer os limites entre o Brasil e a Bolívia, com desconhecimento da geografia local. Foi um tratado feito às cegas. As terras entre os rios Madeira e o Javari pertenceriam à Bolívia. Portanto, o Acre era território boliviano.

Povoamento
O nome Acre foi originário da palavra indígena AQUIRI. Existem algumas versões sobre o seu significado. Uma delas considera “rio de jacarés”. Acre seria uma corruptela de Aquiri, atribuída a um imigrante nordestino de sucesso no aviamento das encomendas dos seringueiros. Seu nome: Manoel Urbano da Encarnação (!). A grande seca nordestina de 1877/8 é que provocou a grande migração nordestina, especialmente do Ceará, para o Acre. Como se sabe os rios cruzam o território acreano de oeste para leste formando a bacia hidrográfica amazônica. Assim, viajar longas distâncias rio-acima nessa planície era uma tarefa hercúlea a ser realizada com barcos leves, movidos a remo. A navegação a vela é marítima (oceânica ou costeira) e não se adapta à hinterlândia fluvial de poucos ventos. Com os barcos a vapor é que foi possível a maior inserção do povo brasileiro por aquelas regiões. O Visconde de Mauá chegou a criar uma empresa de navegação fluvial com motores a vapor que parece existir até hoje. Essa empresa chegou a ser associada à Petrobras. No século passado, o Estado do Amazonas estendia sua jurisdição às terras ocupadas por brasileiros no território acreano.

A Questão do Acre
Em 1895, uma Comissão Demarcatória chefiada pelo Cel. Thaumaturgo de Azevedo mostrou quanto o Tratado de Ayacucho era desinteressante para o Brasil. Rechaçado pelo Governo Brasileiro criou-se a polêmica na imprensa. O Governo Brasileiro nomeia então o capitão-tenente Cunha Gomes que, no entanto, reconheceu os limites estabelecidos pelo Tratado. O traçado demarcatório que separa, ainda hoje, o Acre do Amazonas é conhecido como a linha Cunha Gomes. Já estávamos vivendo sob a égide da República. A Bolívia, para marcar sua presença, criou uma Delegação Nacional em Xapuri, cidade perto da fronteira, combatida pelos brasileiros.

Cem dias de Paravicini (início: 02.01.1899)
A Bolívia, por sua vez, reage à ação dos brasileiros e manda para a região um ministro plenipotenciário, Dom José Paravicini, que criou a cidade de Puerto Alonso. Paravicini decretou a abertura dos rios amazônicos à navegação internacional e começou a arrecadar impostos que antes iam para o Estado do Amazonas.

Insurreição Acreana (a partir de 01.05.1899)
Sessenta seringalistas da região se rebelaram contra as decisões do governo constituído pelos bolivianos e expulsaram seus representantes, pondo fim assim à gestão Paravicini.

A República Independente do Acre (PRIMEIRA REVOLUÇÃO)
A partir daqui, dá-se início à fase efetivamente revolucionária do Acre, após os esporádicos embates entre os interesses bolivianos e brasileiros. Para efeito deste texto, divide-se a história recente – final do século XIX e no século XX – em quatro grandes revoluções, como se observará a seguir. Destaca-se, nesta quadra da história, o grande personagem do livro já mencionado, o espanhol Luiz Galvez Rodrigues de Aria. Galvez estudou direito e serviu nas embaixadas da Espanha em Roma e Buenos Aires. Tinha vasta cultura, talento militar e administrativo. Tinha fama de mulherengo, envolvendo-se em grandes confusões por este motivo. Esteve em Buenos Aires e no Rio de Janeiro antes de sua ida para a Amazônia. O Galvez do livro de Márcio Souza é um personagem de romance. O autor o associa a D. Quixote, teatralizando sua atuação. O personagem tem tratamento debochado, passando por figura burlesca e picaresca. Alguns traços de sua personalidade e pelo fato de se fazer acompanhar, em sua incursão para oeste, por uma trupe teatral, possivelmente concorreram para esta caracterização. Galvez foi repórter jornalístico em Manaus e Belém. Paradoxalmente foi também funcionário do consulado da Bolívia nesta última cidade. Por exercer essas funções, em Junho de 1899 ele descobre e denuncia a trama: A Bolívia receberia o auxílio dos Estados Unidos para incorporar o território do Acre ao dela. Em caso de guerra os EUA apoiariam militarmente a Bolívia. A canhoneira americana Wilmington chegou mesmo a ser enviada para região, em missão de boa-vizinhança, sendo muito bem recebida pelas autoridades e populações locais. Na realidade fez o seu périplo rio-acima para mostrar força e as segundas intenções da Grande Nação do Norte. A denúncia de Galvez aborta a transação. Os jornais do Rio de Janeiro alardeiam a notícia que chocou a opinião pública brasileira. A Bolívia e os EUA negam as denúncias. Galvez, em associação com o Governo da Província do Amazonas, que financia a expedição com cinqüenta mil libras esterlinas, organiza uma expedição para tomar conta das terras em disputa. O fato de ser espanhol e aparentemente desvinculado do Governo do Amazonas foi fundamental, pois o governo federal não aprovava a empreitada. Assim o governo da província, envolvido totalmente no projeto, não se indispôs com o Governo Federal.

Campos Sales era o então Presidente do Brasil (1898/1902).
A expedição ao Acre, chefiada por Galvez, era composta de 20 homens, 202 volumes (com 20 rifles), embarcados no vapor Cidade do Pará (uma gaiola). O Acre era então explorado pela Bolívia e abandonado pelas autoridades brasileiras, o que permitiu a Galvez concluir: “Os habitantes do Acre não pertencem à livre e grande pátria Brasileira”. Foi assim que proclamou a República Independente do Acre (nos território dos rios Acre, Purus e Iaco) em 14.07.1899. Galvez passou a ocupar o cargo de Presidente e não de Imperador, como o romance relata. Sua capital passou a se chamar Cidade do Acre (novo nome de Puerto Alonzo). A assim chamada República do Acre teve mais sucesso no papel do que na realidade. Planejava-se com detalhes sobre saúde, educação, forças armadas e até tinha planos para instalação de telefones. Foi escrita uma Constituição e foram convocadas eleições. Enviaram-se cartas diplomáticas às nações amigas, inclusive à República do Brasil, solicitando reconhecimento do novo país. Tanto o Brasil como os EUA negaram tal reconhecimento. O autor deste texto não tem conhecimento se alguma nação o tenha feito.

O novo país começou sofrendo hostilidades de todas as partes: da Bolívia, de Manaus e Belém e do Rio de Janeiro. Como já disse, o Governador do Amazonas (Ramalho Jr.) na realidade estava em conluio com o Galvez: visavam criar uma situação de fato para anexar o território ao Brasil e ao Estado do Amazonas. A partir das leituras realizadas admite-se que o real interesse de Galvez era esse. A criação de uma República Independente foi um expediente estratégico para se chegar ao fim colimado. A história mostra o sucesso dessa trajetória. O que se pode discutir é se, de fato, isso estava nos planos do Galvez. A estratégia de reação da Bolívia para manter o território era invadir Mato Grosso ou contar com a intervenção dos EUA. Galvez interrompe o fluxo de mercadorias e da borracha. Em vista da situação difícil criada por esse embargo, em 28.12.99 o seringalista Antônio Souza Braga destitui Galvez.

Souza Braga, contudo, visava outro fim, claro no seu pronunciamento: “Se o Brasil mandar um só homem fardado eu entregarei tudo isto. Aos bolivianos, porém, não”. Souza Braga renuncia diante das dificuldades e da inapetência do governo brasileiro. Galvez reassume em 30.01.1900.
O Governo Federal manda força-tarefa da marinha brasileira para destituir Galvez e devolver o Acre ao domínio boliviano (15.03.1900). Não contou com resistência por parte dos revolucionários. Foi o fim da República Independente. Galvez não era nem D. Quixote tampouco Antônio Conselheiro. Sabia o que queria. O que, aliás, todos os brasileiros queriam. Somente o governo federal, dirigido pelo Sr. Campos Salles, era contrário a esses interesses.

Anotações do livro GALVEZ, O IMPERADOR DO ACRE
O livro começa em 1897, portanto nos primeiros anos da República, proclamada em 1889. Galvez morreu em 1946, com 87 anos. O narrador compra as memórias de Galvez num sebo de Paris, em 1973. O historiador Leandro Tocantins diz que as encontrou no Instituto Arqueológico de Pernambuco. “A bacia amazônica é a maior bacia hidrográfica do mundo e a única que não legou nenhuma civilização importante para a história do homem”. “Poucos brasileiros sabiam onde ficava o Acre em 1899”. Tampouco hoje, acrescenta o autor destas linhas.

Expedição dos Poetas
No embate entre as forças do Governo boliviano e do Governo do Amazonas, a história conta a formação de uma expedição armada, que levou o nome de Floriano Peixoto, mais conhecida como a expedição dos poetas. Composta de boêmios, profissionais liberais e intelectuais de Manaus, sem nenhuma experiência militar, fracassou em combate em 29.12.1900 em Puerto Alonzo.

O Bolivian Syndicate
Um expediente boliviano foi usar os interesses estrangeiros para conter a invasão brasileira à região. Foi assinado em 11.07.1901 entre bolivianos, americanos e ingleses para vigorar a partir de 02.04.1902, o famoso Bolivian Syndicate, com poderes ilimitados sobre a região para a exploração da borracha. Tratava-se de uma ameaça inconteste à soberania brasileira e boliviana. Mas a esses era o recurso que lhes restava.

A Revolução Acreana (SEGUNDA REVOLUÇÃO)
A grande figura desse período é o militar gaúcho Plácido de Castro. Financiado também pelo governo do Amazonas, formou um exército de seringueiros e de oficiais seringalistas. Seringueiro é o trabalhador que extrai a borracha. Seringalista o proprietário que explora a exploração.
A luta começou em 06.08.1902 - data nacional da Bolívia. Durou até 24.01.1903, quando foi tomado Puerto Alonzo, transformada em Porto Acre. Mais uma vez foi declarado o Estado Independente do Acre, com o objetivo agora explícito de sua anexação ao Brasil. Era tempo do Governo do Presidente Rodrigues Alves (1902/1906), no qual o Barão do Rio Branco exercia as funções de seu ministro do exterior. Após as manobras militares vitoriosas, as discussões diplomáticas se seguiram. Em 17.11.1903 foi assinado o Tratado de Petrópolis que rezava a posse definitiva da região pelo Brasil em troca de áreas no Mato Grosso, pagamento de dois milhões de libras esterlinas à Bolívia, cento e poucas mil libras ao Bolivian Syndicate e o comprometimento da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Outro livro de Márcio Souza (Mad Maria) romanceia este último acontecimento. A seguir, o Tratado do Rio de Janeiro (08.09.1909) põe fim à questão dos limites com o Peru. Nessas discussões foi invocada a figura jurídica do Utis Possidetis (posse produtiva do território). Os brasileiros de fato já dominavam a região. O autor acredita que esta mesma figura foi utilizada na Província Cisplatina, território anteriormente pertencente ao Brasil, que passou a constituir a República Oriental do Uruguai. Entre as reações contrárias à assinatura dos tratados com a Bolívia e Peru, destacou-se a atuação de Rui Barbosa, secundado por outros menos reconhecidos. A região foi transformada em Território Federal do Acre.

A “Revolução” Autonomista (TERCEIRA REVOLUÇÃO)
Este período é marcado pela liderança do Senador Guiomard (José Guiomard dos Santos), militar mineiro que foi governador nomeado pelo Governo Federal para administração do Território. Como território, o Acre viveu de 1904 a 1962. Nesse período foram inúmeros os movimentos autonomistas, a saber, a revolta do Juruá (1910) e outras mais brandas: 1913, 1918, 1934, 1957, etc. Em 1962, no governo João Goulart, se deu a criação do Estado do Acre. A partir daí a população pôde eleger sua bancada na Câmara Federal e no Senado Federal como qualquer outra unidade da Federação. Antes tinha poucos representantes. Como território, o Acre não se constituía uma unidade confederada da República. Não tinha autonomia. Seus mandatários eram designados pelo Governo Central, na maioria dos casos, sem mostrar maior interesse pela região, uma vez que cessado o período de seus mandatos voltavam para a região originária. Não foi o caso do Senador Guiomard. Os orçamentos regionais constituíam parte integrante do orçamento da União, o que implicava em dependência econômica e financeira. Algumas particularidades do novo Estado: seu território é maior do que o do Espírito Santo e o do Rio de Janeiros juntos. Só em 1990 o Acre foi ligado por rodovias ao resto do Brasil: BR-Rio Branco-Porto Velho. Se não é o único trata-se de um dos poucos estados brasileiros em que todos os governadores eleitos foram e são naturais do próprio estado.
A “Revolução” Ecológica (QUARTA REVOLUÇÃO)
O grande personagem desta quadra é indubitavelmente Chico Mendes. É tempo da revolução ambiental, da defesa do trabalhador e da Amazônia brasileira. Chico Mendes, seringueiro, organizador de sindicatos de trabalhadores locais, líder dos empates com os seringalistas, reconhecido internacionalmente antes de o ser nacionalmente, pregava o desenvolvimento sustentado da região. Não necessariamente a reforma agrária. Não dividir a terra, a floresta é que não pode ser privatizada. A luta da terra foi dando lugar à luta pelo meio ambiente. Aqueles empates – confronto entre os seringueiros e seringalistas – se deu mais acentuadamente durante os governos militares. A política de ocupação do território levou a inúmeros proprietários do sul-sudeste a se estabelecer na região, acabando com as matas, para começar atividades pecuárias. Esses novos proprietários são ainda conhecidos no Estado pela denominação de paulistas. Sua expressão e liderança cresceu com o seu assassinato anunciado. Chico avisou por escrito à Polícia Federal, ao Juiz de Direito, às autoridades constituídas da trama para a sua morte. Virou mártir. Graças à atuação da população local o Acre só foi devastado em suas matas numa extensão de 5% do seu território. Rondônia, Estado vizinho, tem mais de 70% de suas matas destruídas. A Revolução ainda não acabou. Existe o compromisso de transformar não só o Acre, mas toda a Amazônia em uma terra onde todos, sem exceção – índios, negros, brancos, seringueiros e ribeirinhos – possam viver em harmonia com o meio-ambiente, dentro de uma perspectiva de desenvolvimento humano e econômico sustentável e com justiça social. A Senadora Marina da Silva, companheira política de Chico Mendes e sua substituta na liderança do movimento, hoje é Ministra do Meio Ambiente do Governo Federal.


Ao chamar o Acre de Telúrico e Emblemático no título deste artigo o autor considera que da história desta região a nação brasileira pode se espelhar e colher valiosos exemplos para a tão necessária defesa da Amazônia e da Nacionalidade Brasileira. A cobiça internacional atualmente se volta para a magnífica biodiversidade amazônica, para sua gigantesca reserva de água doce e para as fabulosas jazidas minerais que lá se encontram. A nova revolução brasileira passa hoje pela defesa de nossas terras, mares, empresas, trabalho, idioma, história, tradições, tecnologia etc. O desenvolvimento sustentável da humanidade passa pela sociodiversidade, biodiversidade e a distribuição da água do planeta, itens que o Brasil, por suas características naturais e históricas, tem que exercer o seu importante papel. Um alerta final: a militância ecológica internacional pode estar mais interessada em defender os interesses do Primeiro Mundo do que os do Acre ou do Brasil.
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ESTRADAS EM RONDÔNIA NOS ANOS 1990



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RIO SETE VOLTAS EM COLORADO DO OESTE

RIO SETE VOLTAS EM COLORADO DO OESTE
RIO SETE VOLTAS EM COLORADO DO OESTE
RIO SETE VOLTAS EM COLORADO DO OESTE
LAGO DE CAPTAÇÃO E ABASTECIMENTO DE ÁGUA PARA A CIDADE
RIO SETE VOLTAS EM COLORADO DO OESTE
RIO SETE VOLTAS EM COLORADO DO OESTE
RIO SETE VOLTAS EM COLORADO DO OESTE
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CUIABÁ NA COPA DO MUNDO DE 2014

Cuiabá
Maquete do estádio José Fragelli - Verdão em Cuiabá - Mato Grosso - capacidade 42.500 pessoas.
Cuiabá
Maquete do estádio José Fragelli - Verdão em Cuiabá - Mato Grosso - capacidade 42.500 pessoas.
Cuiabá é a capital do estado brasileiro de Mato Grosso. O município está situado às margens do rio de mesmo nome, na sua margem esquerda, e forma uma conurbação com o município de Várzea Grande. Segundo a estimativa realizada em 2008 pelo IBGE, a população de Cuiabá é de 544.737 habitantes, enquanto que a população da conurbação ultrapassa os 780 mil habitantes.

Fundada em 1719, ficou praticamente estagnada desde o fim das jazidas de ouro até o início do século XX. Desde então, apresentou um crescimento populacional acima da média nacional, atingindo seu auge nas décadas de 1970 e 1980.

Nos últimos 15 anos, o crescimento diminuiu, acompanhando a queda que ocorreu na maior parte do país. Hoje, além das funções político-administrativas, é o pólo industrial, comercial e de serviços do estado. É conhecida como "cidade verde", por causa da grande arborização.

Toponímia

Há várias versões para a origem do nome "Cuiabá". Uma delas diz que o nome tem origem na palavra Bororo ikuiapá, que significa "lugar da ikuia" (ikuia: flecha-arpão, flecha para pescar, feita de uma espécie de cana brava; pá: lugar). O nome designa uma localidade onde os bororos costumavam caçar e pescar com essa flecha, no córrego da Prainha, afluente da esquerda do rio Cuiabá. Outra explicação possível é a de que Cuiabá seria uma aglutinação de kyyaverá (que em guarani significa "rio da lontra brilhante") em cuyaverá, depois cuiavá e finalmente cuiabá.

Uma terceira hipótese diz que a origem da palavra está no fato de existirem árvores produtoras de cuia à beira do rio, e que "Cuiabá" seria "rio criador de vasilha" (cuia: vasilha e abá: criador). Martius traduz o vocábulo como "fabricante ou fazedor de cuias". Teodoro Sampaio interpreta, duvidando da origem tupi, como "homem da farinha", o farinheiro. De cuy: farinha e abá: homem. Há ainda outras versões menos embasadas historicamente, que mais se aproximam de lenda do que de fatos. O certo é que até hoje não se sabe com certeza a origem do nome.

História

Os primeiros indícios de bandeirantes paulistas na região onde hoje fica cidade datam de entre 1673 e 1682, quando da passagem de Manoel de Campos Bicudo pela região. Ele fundou o primeiro povoado da região, onde o rio Coxipó deságua no Cuiabá, batizado de São Gonçalo.

Em 1718, chega ao local, já abandonado, a bandeira do sorocabano Pascoal Moreira Cabral. Em busca de indígenas, Moreira Cabral sobe pelo Coxipó, onde trava uma batalha, perdida, com os índios coxiponés. Com o ocorrido, voltam e, no caminho, encontram ouro. Deixam, então, a captura de índios para se dedicar ao garimpo. Pascoal Moreira foi eleito, em uma eleição direta, em plena selva, em 1719, comandante da região de Cuiabá.

Em 8 de abril de 1719, Pascoal assina a ata da fundação de Cuiabá no local conhecido como Forquilha, às margens do Coxipó, de forma a garantir os direitos pela descoberta à Capitania de São Paulo. A notícia da descoberta se espalha e a imigração para a região torna-se intensa.

Em outubro de 1722, índios escravos de Miguel Sutil, também bandeirante sorocabano, descobrem às margens do córrego da Prainha grande quantidade de ouro, maior que a encontrada anteriormente na Forquilha. O afluxo de pessoas torna-se grande e até a população da Forquilha muda-se para perto desse novo achado. Em 1723, já está erguida a igreja matriz dedicada ao Senhor Bom Jesus de Cuiabá, onde hoje é a basílica.

Já em 1726, chega o capitão-general governador da Capitania de São Paulo, Rodrigo César de Menezes, como representante do Estado português na cobrança de imposto. Em 1º de janeiro de 1727, Cuiabá é elevada à categoria de vila, com o nome de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá.

Tem-se muito confundido a fundação do arraial da Forquilha por questões ideológicas. Estudos historiográficos há muito já traçam a diferença entre uma e outra fundação, alegando-se que 1° de janeiro seria a data de elevação do arraial da Forquilha à categoria de vila, o que é um dissenso, pois não se pode fundar um município num lugar que só viria a ser descoberto anos depois. Porém, a data de 8 de abril se firmou enquanto data do município, desejosa de ser a primeira do oeste brasileiro. Logo, contudo, as lavras mostraram-se menores que o esperado, o que acarretou um abandono de parte da população.

Cuiabá foi elevada à condição de cidade em 17 de setembro de 1818, tornando-se a capital da então província de Mato Grosso em 28 de agosto de 1835 (antes a capital era Vila Bela da Santíssima Trindade). Mas, mesmo a mudança da capital para o município não é suficiente para impulsionar o desenvolvimento. Com a Guerra do Paraguai, Mato Grosso é invadido. Várias cidades são atacadas, mas as batalhas não chegam à capital. A maior baixa se dá com uma epidemia de varíola trazida pelos soldados que retomaram dos paraguaios o município de Corumbá. Metade dos cerca de 12 mil habitantes morre infectada.

Somente após a Guerra do Paraguai e o retorno da navegação pelas bacias dos rios Paraguai, Cuiabá e Paraná é que o município se desenvolve economicamente. A economia esteve nesse período baseada na cana-de-açúcar e no extrativismo. Esse momento produtivo não duraria muito e o município volta a ficar estagnado, desta vez até 1930. A partir dessa data, o isolamento é quebrado com as ligações rodoviárias com Goiás e São Paulo e a aviação comercial. A explosão no crescimento se dá depois da década de 1950, com a transferência de Capital Federal e o programa de povoamento do interior do país.

Nas décadas de 1970 e 1980, o município cresce muito, mas os serviços e a infra-estrutura não se expandem com a mesma rapidez. O agronegócio se expande pelo estado e o município começa a se modernizar e se industrializar. Depois de 1990, a taxa de crescimento populacional diminui e o turismo começa a ser visto como fonte de renda. Com quase 530 mil habitantes, o município convive com o trânsito tumultuado, a violência crescente, a falta de saneamento básico e a desigualdade social.

Geografia

Vista de Cuiabá a partir do rio Cuiabá.Cuiabá faz limite com os municípios de Chapada dos Guimarães, Campo Verde, Santo Antônio do Leverger, Várzea Grande, Jangada e Acorizal. É um entroncamento rodoviário-aéreo-fluvial e o centro geodésico da América do Sul, nas coordenadas 15°35'56",80 de latitude sul e 56°06'05",55 de longitude oeste. Situado na atual praça Pascoal Moreira Cabral, foi determinado por Marechal Cândido Rondon, em 1909 (o correto ponto do centro geodésico já foi contestado, mas cálculos feitos pelo Exército Brasileiro confirmaram as coordenadas do marco calculadas por Rondon).

Vegetação

O município é cercado por três grandes ecossistemas: a amazônia, o cerrado e o pantanal; está próximo da Chapada dos Guimarães e ainda é considerado a porta de entrada da floresta amazônica. A vegetação predominante no município é o cerrado, desde suas variantes mais arbustivas até as matas mais densas à beira dos cursos d'água.

Hidrografia

Cuiabá é abastecida pelo rio Cuiabá, afluente do Rio Paraguai e limite entre a capital e Várzea Grande. O município se encontra no divisor de águas das bacias Amazônica e Platina e é banhado também pelos rios Coxipó-Açu, Pari, Mutuca, Claro, Coxipó, Aricá, Manso, São Lourenço, das Mortes, Cumbuca, Suspiro, Coluene, Jangada, Casca, Cachoeirinha e Aricazinho, além de córregos e ribeirões.

Clima

O clima é tropical quente e úmido. As chuvas se concentram de setembro à abril, enquanto que no resto do ano as massas de ar seco sobre o centro do Brasil inibem as formações chuvosas. Nesses meses são comuns a chegada de frentes frias vindas do sul do país, deixando o clima Frio e úmido. Quando essas frentes se dissipam, o calor, associado à fumaça produzida pelas constantes queimadas nessa época, faz a umidade relativa do ar cair a níveis baixos, às vezes abaixo dos 15%, aumentando os casos de doenças respiratórias. A precipitação média anual de 1.469,4 mm, com intensidade máxima em janeiro, fevereiro e março. A temperatura máxima média chega a 34,1ºC, mas as máximas absolutas chegam a mais de 40ºC. A mínima média em julho, o mês mais frio, é de 16,0ºC. E segundo o INMET(1961-1990) a menor temperatura registrada foi de 3,3ºC em 18 de julho de 1975 e a maior de 42,1ºC em 16 de outubro de 2008.

Relevo

O quadro geomorfológico do município é, em grande parte, representado pelo Planalto da Casca e pela Depressão Cuiabana. Predominam os relevos de baixa amplitude com altitudes que variam de 146 a 250 metros na área da própria cidade.

Economia

A economia de Cuiabá, hoje, está centralizada no comércio e na indústria. No comércio, a representatividade é varejista, constituída por casas de gêneros alimentícios, vestuário, eletrodomésticos, de objetos e artigos diversos. O setor industrial é representado, basicamente, pela agroindústria. Muitas indústrias, principalmente aquelas que devem ser mantidas longe das áreas populosas, estão instaladas no Distrito Industrial de Cuiabá (DIICC), criado em 1978. Na agricultura, cultivam-se lavouras de subsistência e hortifrutigranjeiros.

O município, com um PIB de 6,67 bilhões de reais em 2005, de acordo com o IBGE, respondeu por 21,99% do total do PIB estadual, ocupando a primeira posição no ranking. No mesmo ano o PIB per capita. PIB esteve acima dos 10.000 reais,superando o PIB per capita de outras capitais como Campo Grande e Goiânia.

Cuiabá gera boa parte da energia elétrica consumida pelo estado. Próxima ao Distrito Industrial, funciona a Usina Termelétrica de Cuiabá. Concluída em 2002 e abastecida com gás natural boliviano, através de um ramal do Gasoduto Brasil-Bolívia, ela tem potência instalada de 480 MW, respondendo, em 2005, por 23,13%, do total da potência instalada do estado.

Demografia

Sua população estimada em 2008 foi de 544.737 habitantes. O número de eleitores em maio de 2008 era de 368.751, representando 18,596% do total de eleitores do estado.

O município viveu tranqüilamente até a década de 1960, quando um fluxo de imigrantes começou a vir para o estado, principalmente nas décadas de 1970 e 1980. Nesse período, a população passou de 57.860 habitantes em 1960 para 100.865 em 1970, 213.151 em 1980, 402.813 em 1991 e 483.346 em 2000, perfazendo 19,3% da população total do estado.

Atualmente já existe um projeto para a criação da região metropolitana de Cuiabá,com o objetivo de desenvolver integradamente os municípios do vale do rio Cuiabá,que,com exceção da capital e de Várzea Grande,permaneceram estagnados econômicamente devido a proximidade com o maior centro urbano do estado.

História - A atual capital Mato-Grossense foi fundada em 8 de abril de 1719 pelos bandeirantes Pascoal Moreira Cabral e Miguel Sutil, às margens do Córrego da Prainha, devido à descoberta de ouro nas, mais tarde denominadas, "Lavras do Sutil". Abundante, este ouro atraía povoadores provenientes tanto da Europa como dos estabelecimentos agrícolas do litoral do país. Com isso, um pequeno arraial foi se formando. Em 1º de janeiro de 1727, Cuiabá é elevada à vila passando a se chamar Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá e elevada à cidade em 17 de setembro de 1818 tornando-se Capital do Estado em 28 de agosto de 1835.

Fundada em 1719, ficou praticamente estagnada desde o fim das jazidas de ouro até o início do século XX. Desde então, apresentou um crescimento populacional acima da média nacional, atingindo seu auge nas décadas de 1970 e 1980.

Caminhando para completar 300 anos de fundação, Cuiabá só despontou para o crescimento a partir da década de 70. A cidade está entre as capitais com as maiores taxas de crescimento no País. A população mescla povos de todas as regiões, em especial da região sudeste e sul do Brasil. A cidade é uma das capitais brasileiras que apresentam melhor qualidade de vida.

Cuiabá, Centro Geodésico da América do Sul, ao lado de Várzea Grande, é a sua passagem para o maravilhoso santuário ecológico do Pantanal, a fascinante Chapada dos Guimarães, os surpreendentes e misteriosos vales do Araguaia, do Guaporé e Amazônia. Como corredor de acesso rodoviário para a região Norte e Amazônia Legal, a Cidade Verde proporciona encantamento através da sua gente receptiva, sua culinária, artesanato e um pouco da história de "desbravamento" do interior do Brasil.

A cidade é quente por natureza, mas o calor humano é mais forte. Apesar da alta temperatura, todos vivem felizes e aproveitam bastante as belas cachoeiras aos arredores. Quem quer que venha para cá, se apaixona... Como Capital de Mato Grosso, Cuiabá está privilegiada com sua localização próxima ao Pantanal Mato-grossense (90 quilômetros) e Chapada dos Guimarães (50 quilômetros).

A população cuiabana em si é muito hospitaleira. Essa é a marca registrada de um povo que está sempre pronto para ajudar quem quer que seja, sem cobrar. O cuiabano genuíno é honesto, amigável e guerreiro apesar de ser festeiro e muitos têm a tendência à boêmia. Daí o porque de a vida noturna ser uma das mais atrativas e badaladas da região Centro-Oeste. Dezenas de casas noturnas oferecem programas variados. A vida noturna cuiabana é uma das melhores do País.

A bebida típica cuiabana é o guaraná ralado. A cultura tradicional inclui as danças de rasqueado, cururu e siriri além da festa de São Benedito. A culinária inclui cardápio de peixes como Pacu, Pintado, Cachara e Dourado, "Maria Isabel" (carne seca com arroz) e farofa de banana.
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BRASIL: ASPECTOS GEOGRÁFICOS


O Brasil é o quinto maior país do mundo em extensão territorial. São 8.514.876 quilômetros quadrados, localizados na porção centro-oriental do continente sul-americano. Banhado a leste pelo oceano Atlântico em 7.367 quilômetros de costa, o país possui 15.719 quilômetros de fronteiras terrestres com todos os países do continente, com exceção do Chile e do Equador.

RELEVO DO BRASIL

Quase todo o relevo brasileiro tem formação antiga e resulta principalmente da sucessão de ciclos climáticos e da ação das forças internas da Terra, como a movimentação de placas tectônicas, as falhas e o vulcanismo. Essas forças determinam três tipos específicos de formação geológica: os escudos cristalinos, as bacias sedimentares e as cadeias orogênicas. Apenas os dois primeiros ocorrem no Brasil. Os escudos cristalinos, que compõem 46% do território brasileiro, são os mais antigos e por isso sofreram longos períodos de erosão e se tornaram mais estáveis do ponto de vista da movimentação tectônica. Neles há outras subdivisões, como as plataformas ou crátons e os cinturões orogênicos. As bacias sedimentares, presentes em 64% do território do Brasil, são constituídas em grande parte de rochas sedimentares, provenientes da desagregação de outras rochas ou de outros materiais, que recobrem áreas de plataforma. Uma das classificações do relevo brasileiro mais recente (1995), e aqui adotada, é a de Jurandyr Ross, do departamento de geografia da Universidade de São Paulo (USP). Seu trabalho é baseado no projeto Radambrasil, um levantamento realizado no território brasileiro, entre 1970 e 1985, com um equipamento especial de radar instalado em avião. Ross considera 28 unidades de relevo, divididas em planaltos, planícies e depressões.

Planaltos – São formas de relevo elevadas, com altitudes variáveis, que ofereceram maior dificuldade à erosão. Podem ser encontrados em qualquer tipo de estrutura geológica. Nas bacias sedimentares, os planaltos se caracterizam pela formação de escarpas (terreno muito íngreme, que lembra um degrau) em áreas de fronteira com as depressões. Formam também as chapadas, extensas superfícies planas de grande altitude. São exemplos de planalto em bacia sedimentar os da bacia do Paraná, onde se encontra a chapada dos Guimarães, com altitudes entre 900 e mil metros. Nas áreas de plataforma, pode haver formações planas, como a chapada do Cachimbo, nos planaltos residuais sul-amazônicos, e também regiões elevadas, como o pico da Neblina, nos planaltos norte-amazônicos. Com 2.994 metros, confirmados em 2004, o pico da Neblina é o ponto mais alto do relevo brasileiro. Nos planaltos que correspondem aos cinturões orogênicos predominam morros, canais e vales profundos (como nos planaltos e nas serras do Atlântico Leste-Sudeste) e também topos planos em forma de chapadas (planaltos e serras de Goiás e Minas Gerais).

Depressões – São áreas rebaixadas em conseqüência da erosão, que se formam entre as bacias sedimentares e os escudos cristalinos. Algumas das depressões localizadas às margens de bacias sedimentares são chamadas depressões marginais ou periféricas. Elas estão presentes em grande número no território brasileiro e são de variados tipos, como a depressão da Amazônia Ocidental (terrenos em torno de 200 metros de altitude) e a depressão da borda leste da bacia do Paraná (que chega a atingir, em São Paulo, altitudes entre 600 e 750 metros).

Planícies – São unidades de relevo geologicamente muito recentes. Sua formação ocorre em virtude da sucessiva deposição de material de origem marinha, lacustre ou fluvial em áreas planas. Em geral, estão próximas do litoral ou dos cursos de grandes rios e lagoas, como a planície do rio Amazonas – que margeia o leito do rio e seus afluentes e tem a maior extensão na ilha de Marajó – e as planícies da lagoa dos Patos e da lagoa Mirim, no litoral do Rio Grande do Sul.


TECNOLOGIA "MUDA" ALTITUDE DAS MONTANHAS

A altitude das montanhas brasileiras, calculada pela última vez entre as décadas de 1960 e 1970, está sendo revista pelo IBGE no projeto Pontos Culminantes. Enquanto as medidas anteriores eram obtidas com o uso do barômetro, as atuais utilizam-se do Sistema de Posicionamento Global (GPS, em sua sigla em inglês), que se vale de um conjunto de satélites para determinar a localização de um usuário do sistema. Essa tecnologia é muito mais precisa que a anterior e levou à alteração da altitude das montanhas mais altas do país. Uma das constatações do projeto é que nenhum ponto do Brasil supera 3 mil metros. Anteriormente, o Pico da Neblina aparecia com 3.104,1 metros. Até o fim de 2004 haviam sido divulgadas as novas altitudes para seis picos.


Neblina Serra Imeri de 3014,1 para 2993,78
31 de Março Serra Imeri de 2992,4 para 2972,66
Bandeira Serra do Caparão de 2889,8 para 2891,98
Pedra da Mina Serra da Mantiqueira de 2770 para 2798,39
Agulhas Negra Serra do Itatiaia de 2787 para 2791,55
Cristal Serra do Caparão de 2780 para 2769,76


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ILHAS MARÍTIMAS DO BRASIL


ILHAS MARÍTIMAS DO BRASIL

Existem dois grupos de ilhas marítimas: as costeiras e as oceânicas. As ilhas costeiras são as que se encontram apoiadas na plataforma, ou seja, na parte do relevo do continente que avança para o mar. As oceânicas são as que estão apoiadas no fundo do oceano. Algumas ilhas costeiras abrigam capitais de estados, como São Luís (MA), Vitória (ES) e a ilha de Santa Catarina (onde está a capital, Florianópolis); outras têm grande importância turística, como Itamaracá (PE), Itaparica (BA) e Ilha Grande (RJ), ou se destinam à preservação ecológica, como Abrolhos (BA). Já as ilhas oceânicas brasileiras são quase todas unidades de conservação ou de pesquisa, como o atol das Rocas, o arquipélago de Fernando de Noronha, os penedos de São Pedro e São Paulo e as ilhas de Trindade e Martim Vaz.
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ILHAS FLUVIAIS DO BRASIL


ILHAS FLUVIAIS DO BRASIL

A maior ilha fluvial do planeta é brasileira: com cerca de 20 mil quilômetros quadrados, a ilha do Bananal é quase do tamanho de Sergipe e localiza-se na bacia hidrográfica do Tocantins-Araguaia. No rio Negro, no estado do Amazonas, está localizado o segundo maior arquipélago fluvial do mundo, chamado de Anavilhanas. A ilha de Marajó, na foz do rio Amazonas, é do tipo fluvial-marítima e tem 48 mil quilômetros quadrados, extensão que lhe dá o título de a maior ilha de seu tipo do mundo.
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HIDROGRAFIA DO BRASIL


Bacias Hidrográficas do Brasil

foto:Bacia Hidrográfica do Brasil


HIDROGRAFIA DO BRASIL


A rede hidrográfica do Brasil é uma das maiores do mundo, com extensos rios, lagos e reservas subterrâneas. A maior parte dos rios que percorrem o país nasce em regiões pouco elevadas. O Amazonas e alguns de seus afluentes têm origem na cordilheira dos Andes, mas na maior parte de seu trajeto correm pelas planícies da região Amazônica. O predomínio de rios de planalto permite bom aproveitamento hidrelétrico. Os rios de planície são muito utilizados para a navegação.O transporte hidroviário passou a ser utilizado em maior escala no Brasil nos anos 1990. Para que um rio se torne uma hidrovia são necessárias obras de engenharia, como a dragagem (retirada de terra do fundo), o balizamento (demarcação de canais de navegação) e a sinalização para as embarcações. Alguns dos projetos hidroviários, no entanto, podem causar sérios impactos ao meio ambiente, como o que se pretendeu fazer para escoar a produção de soja do cerrado brasileiro pelo rio Paraguai. Ambientalistas se mostraram contrários ao projeto de uma hidrovia que atravessaria uma região de grande biodiversidade, como o Pantanal Mato-Grossense.

O Brasil possui uma das mais amplas, diversificadas e extensas redes fluviais de todo o mundo. O maior país da América Latina conta com a maior reserva mundial de água doce e tem o maior potencial hídrico da Terra; cerca de 13% de toda água doce do planeta encontra-se em seu território.

A maior parte dos rios brasileiros é de planalto, apresentando-se encachoeirados e permitindo, assim, o aproveitamento hidrelétrico. As bacias Amazônica e do Paraguai ocupam extensões de planícies, mas as bacias hidrográficas do Paraná e do São Francisco são tipicamente de planalto. Merecem destaque as quedas-d'água de Urubupungá (no rio Paraná), Iguaçu (no rio Iguaçu), Pirapora, Sobradinho, Itaparica e Paulo Afonso (no rio São Francisco), onde estão localizadas usinas hidrelétricas.

Os rios brasileiros apresentam regime de alimentação pluvial, ou seja, são alimentados pelas águas das chuvas. Em decorrência de o clima tropical predominar na maior parte do território, as cheias ocorrem durante o verão, constituindo exceção alguns rios nordestinos, cujas cheias ocorrem entre o outono e o inverno. Os rios do sul não tem vazante acentuada, devido à boa distribuição das chuvas na região, assim como os da bacia Amazônica, também favorecidos pela uniformidade pluviométrica da região.

No Brasil, predomina a drenagem exorreica, ou seja, os rios correm em direção ao mar, como o Amazonas, o São Francisco, o Tocantins, o Parnaíba, etc. Pouquíssimos são os casos de drenagem endorréica, em que os rios se dirigem para o interior do país, desaguando em outros rios, como o Negro, o Purus, o Paraná, o Iguaçu, o Tietê, entre outros.

Em sua maior parte, os rios brasileiros são perenes, isto é, nunca secam. Mas na região semi-árida do Nordeste há rios que podem desaparecer durante uma parte do ano, na estação seca: são os chamados rios temporários ou intermitentes.

Lagos de barragem, que são resultantes da acumulação de materiais e subdividem-se em lagunas ou lagoas costeiras, formadas a partir de restingas, tais como as lagoas dos Patos e Mirim, no Rio Grande do Sul, e lagoas de várzea, formadas quando as águas das cheias ficam alojadas entre barreiras de sedimentos deixados pelos rios ao voltarem ao seu leito normal. São comuns na Amazônia e no Pantanal Mato-Grossense;

Lagos de erosão, formados por processos erosivos, ocorrendo no Planalto Brasileiro.
Os centros dispersores — ou seja, as porções mais altas do relevo que separam as bacias fluviais — que merecem destaque no Brasil são três: a cordilheira dos Andes, onde nascem alguns rios que formam o Amazonas; o planalto das Guianas, de onde partem os afluentes da margem esquerda do rio Amazonas; e o Planalto Brasileiro, subdividido em centros dispersores menores.

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FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL


FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL

O território brasileiro está localizado a oeste do meridiano de Greenwich (longitude 0º) e, em virtude de sua grande extensão longitudinal, compreende quatro fusos horários, variando de duas a cinco horas a menos que a hora do meridiano de Greenwich (GMT). O primeiro fuso (30º O) tem duas horas a menos que a GMT. O segundo fuso (45º O), o horário oficial de Brasília, é três horas atrasado em relação à GMT. O terceiro fuso (60º O) tem quatro horas a menos que a GMT. O quarto e último possui cinco horas a menos em relação à GMT. Este último, que correspondia a parte Sudoeste do Estado do Amazonas e o Estado do Acre, foi extinto no Brasil.

Horário de verão – Prática adotada em vários países do mundo para economizar energia elétrica. Consiste em adiantar os relógios em uma hora durante o verão nos lugares onde, nessa época do ano, a duração do dia é significativamente maior que a da noite. Com isso, o momento de pico de consumo de energia elétrica é retardado em uma hora. Usado várias vezes no Brasil no decorrer do século XX (1931, 1932, 1949 a 1952, 1963 e 1965 a 1967), o horário de verão é retomado a partir de 1985. Em 2004 tem início em 02 de novembro, com duração prevista até 20 de fevereiro de 2005. Atinge 10 estados e o Distrito Federal: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Nos demais estados, tanto no inverno quanto no verão, não há diferença significativa na duração do dia e da noite. A economia resultante da adoção do horário de verão equivale, em média, a 1% do consumo nacional de energia.O principal objetivo da medida é desconcentrar o horário de pico de energia elétrica (17h às 22h), que resulta em economia de energia.
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CLIMAS DO BRASIL


CLIMAS DO BRASIL

A grande extensão territorial e as diferenças de relevo, altitude e dinâmica das massas de ar e das correntes marítimas, entre outros fatores, fazem com que o país tenha grande diversidade climática. Cortado no extremo norte pela linha do Equador e ao sul pelo trópico de Capricórnio, praticamente todo o Brasil se situa nas zonas de baixas latitudes (zona intertropical), nas quais predominam os climas quentes e úmidos, com média de temperatura de 20 ºC. A amplitude térmica – diferença entre as médias anuais de temperaturas máximas e mínimas – é menor nas proximidades do Equador e vai ficando maior na medida em que a latitude aumenta.Uma das classificações mais usadas para os tipos de clima do Brasil se baseia na origem, na natureza e na movimentação das massas de ar. No Brasil existem massas equatoriais, tropicais e polares. Segundo essa classificação, os tipos de clima presentes no país são equatorial, tropical, tropical de altitude, tropical atlântico ou tropical úmido, subtropical e semi-árido.

Equatorial – Ocorre na Amazônia, ao norte de Mato Grosso e a oeste do Maranhão, e está sob a ação das massas de ar equatorial continental e equatorial atlântica, de ar quente e geralmente úmido. Suas principais características são temperaturas médias elevadas (de 25 ºC a 27 ºC), chuvas durante todo o ano – com índices próximos de 2 mil milímetros anuais – e reduzida amplitude térmica, não ultrapassando 3 ºC. No inverno, essa região pode sofrer influência da massa polar atlântica, que atinge a Amazônia ocidental, ocasionando um fenômeno denominado friagem, ou seja, súbito rebaixamento da temperatura.

Tropical – Abrange todo o Brasil central, a porção oriental do Maranhão, grande parte do Piauí e a porção ocidental da Bahia e de Minas Gerais. Também é encontrado no extremo norte do país, em Roraima. Caracteriza-se por temperatura elevada (de 18 ºC a 28 ºC), com amplitude térmica de 5 ºC a 7 ºC, e estações bem definidas – uma chuvosa e outra seca. A estação de chuva é o verão, quando a massa equatorial continental está sobre a região. No inverno, com o deslocamento dessa massa e a ação da massa tropical continental, diminui a umidade e, então, ocorre a estação seca. Apresenta alto índice pluviométrico, em torno de 1,5 mil milímetros anuais.

Tropical de altitude – É encontrado nas partes mais elevadas, acima de 800 metros, do planalto Atlântico do Sudeste. Abrange principalmente trechos dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Recebe a influência da massa de ar tropical atlântica, que provoca chuvas no período de verão. Apresenta temperatura amena, entre 18 ºC e 22 ºC, e amplitude térmica anual entre 7 ºC e 9 ºC. No inverno, as geadas ocorrem com certa freqüência, em virtude da ação das frentes frias originadas do choque entre a massa tropical e a polar.

Tropical atlântico – Também chamado tropical úmido, estende-se pela faixa litorânea do Rio Grande do Norte ao Paraná. Sofre a ação direta da massa tropical atlântica, que, por ser quente e úmida, provoca chuvas intensas. Possui variação de temperatura entre 18 ºC e 26 ºC e amplitude térmica maior na medida em que se avança em direção ao Sul. No Nordeste, a maior concentração de chuva se dá no inverno. No Sudeste, no verão. O índice pluviométrico médio é alto, de 2 mil milímetros anuais, o que está associado ao relevo, com presença de planaltos e serras voltadas para o Atlântico.

Subtropical – Ocorre nas latitudes abaixo do trópico de Capricórnio: abrange o sul do estado de São Paulo e a maior parte do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. É influenciado pela massa polar atlântica, que determina uma temperatura média de 18 ºC e amplitude térmica elevada (10 ºC). As chuvas são pouco intensas, mil milímetros anuais, mas bem distribuídas durante o ano. Há geadas com freqüência e eventuais nevadas. Apresenta estações do ano relativamente bem marcadas. O verão é muito quente, e a temperatura pode ultrapassar os 30 ºC. O inverno, bastante frio, apresenta temperaturas inferiores a 0 ºC. A primavera e o outono têm temperatura média entre 12 ºC e 18 ºC.

Semi-árido – Típico do interior do Nordeste, na região conhecida como Polígono das Secas, corresponde a quase todo o sertão nordestino e aos vales médio e inferior do rio São Francisco. Sofre influência da massa tropical atlântica, que, ao chegar à região, já se apresenta com pouca umidade. Caracteriza-se por temperaturas elevadas (média de 27 ºC) e chuvas escassas, em torno de 700 milímetros anuais, e irregulares, concentradas nos quatro primeiros meses do ano. Há períodos em que a massa equatorial atlântica (superúmida) chega ao litoral norte da Região Nordeste e atinge o sertão, causando chuva intensa nos meses de fevereiro, março e abril. O fenômeno meteorológico El Niño também interfere na intensidade da seca nordestina.
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TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

Transposição do São Francisco

O projeto de transposição de parte das águas do rio São Francisco para as regiões mais secas do sertão nordestino começa a ser discutido pelo governo federal em 2000. A idéia é construir um sistema de canais, barragens e estações de bombeamento que alimentará rios e açudes de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba com água do Velho Chico. A proposta é paralisada em 2001, devido a dificuldades políticas, à estiagem e à crise energética naquele ano, e retomada em 2003, rebatizada de Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional. O Relatório de Impacto Ambiental sobre a transposição, encomendado pelo Ministério da Integração Nacional, identificou 44 efeitos do projeto, sendo 33 negativos, como perda de áreas de vegetação, redução da biodiversidade aquática e terrestre, proliferação de piranhas, diminuição da geração de energia hidrelétrica e aumento da tensão social na região, em conseqüência da desapropriação de terras. O projeto sofre forte oposição tanto do governo de Alagoas, de Sergipe e da Bahia quanto de entidades ambientalistas. Outra crítica é quanto ao fato de se propor levar água para regiões distantes, quando, na própria bacia do São Francisco, a população enfrenta dificuldades de acesso à água, especialmente em seu trecho norte, que percorre o Polígono das Secas. Para os defensores da transposição, ela garantirá o consumo humano e o desenvolvimento econômico do semi-árido, reduzindo o êxodo rural. Afirmam ainda que o projeto contará com programas ambientais e sociais que minimizarão ou compensarão os problemas gerados, criando áreas de conservação e programas de reflorestamento e de apoio às comunidades locais. Outra discussão que se trava é como revitalizar o São Francisco, cuja vazão, qualidade da água e biodiversidade vêm diminuindo em virtude de barragens, obras de irrigação irregular, falta de saneamento básico, contaminação por agrotóxicos, perda de matas ciliares e assoreamento do rio e seus afluentes.
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BACIAS HIDROGRÁFICAS DO BRASIL


BACIAS HIDROGRÁFICAS DO BRASIL

São áreas compreendidas entre divisores de água, nas quais toda a água que ali se precipita escoa por um ponto mais baixo, que é, normalmente, seu rio principal. As bacias são reunidas em regiões hidrográficas definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, para facilitar o planejamento ambiental e o uso racional desses recursos.

Região Hidrográfica do Rio Amazonas – Possui a maior bacia hidrográfica do mundo, a do rio Amazonas, com cerca de 7 milhões de quilômetros quadrados, dos quais quase 4 milhões estão em terras brasileiras. Seu rio principal nasce no Peru, com o nome de Vilcanota, e recebe depois as denominações de Ucaiali, Urubamba e Marañón. Quando entra no Brasil, vira Solimões, até o encontro com o rio Negro, próximo de Manaus. Desse ponto até a foz recebe o nome de Amazonas. Esse percurso, de 6,4 mil quilômetros, é o segundo maior do planeta em extensão, menor apenas que o do rio Nilo, no continente africano. É o maior em vazão de água, com largura média de 5 quilômetros. Conta com grande número de cursos de água menores e canais fluviais criados pelos processos de cheia e vazante. Localizada em uma região de planície, a bacia Amazônica tem cerca de 23 mil quilômetros de rios navegáveis, que possibilitam o desenvolvimento do transporte hidroviário. A navegação é importante nos grandes afluentes do Amazonas. Em 1997 é inaugurada a hidrovia do rio Madeira, que opera de Porto Velho a Itacoatiara. O Corredor Binacional Iténez-Guaporé deverá proteger as bacias hidrográficas do Guaporé-Madeira, no lado brasileiro, e Iténez, no boliviano, numa região que reúne a maior diversidade de peixes do mundo.

Regiões Hidrográficas Atlânticas – São compostas de várias pequenas e médias bacias costeiras formadas por rios que deságuam no oceano Atlântico, exceto os do Amapá, que fazem parte da região hidrográfica amazônica. O trecho Nordeste Ocidental abriga os rios situados entre a foz do rio Gurupi e a do rio Parnaíba. O trecho Nordeste Oriental fica entre a foz dos rios Parnaíba e São Francisco. O trecho Leste vai da Região Hidrográfica do São Francisco ao rio Mucuri. No trecho Sudeste, destacam-se as bacias dos rios Paraíba do Sul e Doce. As bacias conjugadas dos rios Itajaí, Capivari e aquelas ligadas ao rio Guaíba e ao sistema lagunar formam o trecho Sul das regiões hidrográficas atlânticas.

Região Hidrográfica do Parnaíba – No total, essa região ocupa uma área de cerca de 330 mil quilômetros quadrados, entre os estados do Ceará, do Maranhão e do Piauí. Os rios Balsas, Uruçuí-Preto, Gurguéia, Longá, Poti e Canindé são todos afluentes do Parnaíba, que em sua foz apresenta uma vazão média de 800 metros cúbicos por segundo. Ao desembocar na divisa do Piauí com o Maranhão, o rio Parnaíba forma o único delta oceânico das Américas. A piscicultura é a principal atividade econômica praticada no rio. A beleza do delta também atrai um número crescente de turistas para a região, transformada em área de proteção ambiental.

Região Hidrográfica do São Francisco – Possui uma área de quase 646 mil quilômetros quadrados e seu principal rio é o São Francisco. O Velho Chico, como é conhecido, nasce em Minas Gerais e percorre Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe até a foz, na divisa desses dois últimos estados. É o maior rio totalmente brasileiro e é fundamental na economia das regiões que percorre, pois permite a atividade agrícola em suas margens e oferece condições para a irrigação artificial de áreas mais distantes, o que vem sendo discutido. Tem afluentes permanentes, como os rios Cariranha, Pardo, Grande e das Velhas, e temporários, como os rios das Rãs, Paramirim e Jacaré. Seu maior trecho navegável se encontra entre as cidades de Pirapora (MG) e Juazeiro (BA), com extensão de quase 1,4 mil quilômetros. O potencial hidrelétrico do São Francisco é aproveitado, principalmente pelas usinas de Xingó e Paulo Afonso.

Região Hidrográfica do Paraná – Concentrando quase um terço da população brasileira em uma das áreas com o maior desenvolvimento econômico do país, a região é constituída pela bacia do rio Paraná, com cerca de 880 mil quilômetros quadrados. O rio Paraná tem quase 3 mil quilômetros e nasce na junção dos rios Paranaíba e Grande, na divisa entre Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Apresenta o maior aproveitamento hidrelétrico do Brasil, abrigando, por exemplo, a Usina de Itaipu e a hidrelétrica de Porto Primavera, a segunda maior usina do estado de São Paulo. Os afluentes do Paraná, como o Tietê e o Paranapanema, também contam com grande potencial para a geração de energia. A hidrovia do Tietê-Paraná é a mais antiga do país.

Região Hidrográfica do Uruguai – Com cerca de 175 mil quilômetros quadrados, a região é constituída pela parte brasileira da bacia do Uruguai, rio que surge da união dos rios Peixe e Pelotas. Tem grande importância tanto pelo seu potencial hidrelétrico como pela grande concentração de atividades agroindustriais. O trecho navegável do rio Uruguai fica entre São Borja e Uruguaiana (RS).

Região Hidrográfica do Paraguai – A região é constituída pela bacia brasileira do rio Paraguai e abriga a grande planície úmida do Pantanal, patrimônio nacional desde 1988 e Reserva da Biosfera da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) a partir de 2000. Com sua nascente em território brasileiro, na serra do Araporé, próxima a Cuiabá (MT), o rio Paraguai tem uma bacia de 1 milhão de quilômetros quadrados, um terço no Brasil e o restante na Argentina, na Bolívia e no Paraguai. É utilizado em larga escala para a navegação.

Região Hidrográfica do Tocantins/Araguaia – Ocupando 767 mil quilômetros quadrados, a região é definida pela bacia do rio Tocantins. O rio nasce em Goiás e desemboca na foz do Amazonas, mas o único trecho navegável fica entre Belém (PA) e Peixe (GO); parte de seu potencial hidrelétrico é aproveitada pela Usina de Tucuruí. O rio Araguaia nasce em Mato Grosso, na divisa com Goiás, e une-se ao rio Tocantins no extremo norte do estado de mesmo nome.

Políticas Públicas
Os esforços para criar políticas de gerenciamento dos recursos hídricos ganham impulso a partir da Constituição de 1988, que prevê novas leis para isso e a criação de uma agência para regulamentar o acesso e a proteção às bacias hidrográficas. Em vigor desde janeiro de 1997, a Lei de Recursos Hídricos estabelece os mecanismos e a estrutura institucional e administrativa necessários para colocar em prática uma política pública que assegure a disponibilidade de água e sua utilização racional. Para isso são criados os Comitês de Bacias Hidrográficas, que podem ser organizados pelos estados ou pela própria União. Eles funcionam como fóruns em que são discutidos os problemas relativos às bacias e são responsáveis também pela administração e pela solução dos conflitos em torno do uso da água.

Agência Nacional – A Agência Nacional de Águas (ANA) foca sua atuação em dois graves problemas do país: a poluição dos rios e a escassez de água, provocada por secas prolongadas, especialmente no Nordeste. A agência incentiva a organização de comitês de bacias hidrográficas, formados por usuários (como indústrias, fazendas agropecuárias e consumidores finais) e representantes de organizações não governamentais e do Poder Executivo, seja ele federal, estadual ou municipal. Um dos comitês, o da bacia do rio Paraíba do Sul, adota o princípio do "poluidor pagador" – quem usa a água paga por isso, e quem devolve a água poluída paga mais. É do rio Paraíba do Sul a água que abastece a capital carioca, pela transposição de suas águas para o rio Guandu. A cobrança pelo uso das águas do rio Paraíba do Sul tem início em 2003, de forma piloto. O dinheiro arrecadado será destinado à despoluição das bacias.

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ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO BRASIL


ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO BRASIL

São aquelas que ocupam os espaços existentes entre as rochas do subsolo e se movem pelo efeito da força da gravidade. Elas formam os aqüíferos, cujas reservas são estimadas em 112 trilhões de metros cúbicos em território brasileiro. Assim como os rios se dividem em bacias hidrográficas, as águas subterrâneas são classificadas em províncias – que geralmente abastecem os rios. No Brasil há dez províncias: Amazonas, Parnaíba, São Francisco, Paraná, Centro-Oeste, Costeira e as dos Escudos Setentrional, Central, Oriental e Meridional.

Aqüífero Guarani – Na província do Paraná se localiza o Aqüífero Guarani, a principal reserva subterrânea de água doce da América do Sul . O Guarani estende-se pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina e por partes do território do Uruguai, do Paraguai e da Argentina. Ele pode fornecer até 43 trilhões de metros cúbicos de água por ano, o suficiente para abastecer uma população de 500 milhões de habitantes.Uma camada de rocha basáltica protege o aqüífero das contaminações do solo. No entanto, uma pesquisa realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em 2002 apontou níveis de agrotóxicos próximos aos do limite de risco para a saúde humana na região de Ribeirão Preto (SP) e em outras quatro áreas: nas nascentes do rio Araguaia, no limite setentrional do aqüífero, na região de Lajes (SC), em Alegrete (RS) e no interior do Paraná. Nessas regiões, o risco de contaminação é grande porque o aqüífero não é protegido pela rocha basáltica.

Outros Aqüíferos – Embora não haja no Brasil dados precisos sobre as características e a capacidade da maioria desses reservatórios de água subterrâneos, sabe-se que outros aqüíferos importantes são o Serra Grande, o Cabeças e o Poti-Piauí, que ocupam uma área localizada entre o Piauí e o Maranhão; o São Sebastião, na Bahia; o Açu, no Rio Grande do Norte; o Solimões e o Alter do Chão, na Amazônia; além do Bauru e do Serra Geral, no Sudeste.
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