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ALAGOAS - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DE ALAGOAS

GEOGRAFIA – Área: 27.767,7 km². Relevo: planície litorânea, planalto a norte e depressão no centro. Ponto mais elevado: serra Santa Cruz (844 m). Rios principais: Ipanema, Moxotó, Mundaú, Paraíba, São Francisco. Vegetação: floresta tropical, mangues litorâneos e caatinga. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Maceió (932.320), Arapiraca (121.520), Palmeira dos Índios (73.211), Rio Largo (69.915), Penedo (62.429), União dos Palmares (61.233), Coruripe (46.313), Santana do Ipanema (45.254), Delmiro Gouveia (44.909), São Miguel dos Campos (44.265) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: alagoano.

POPULAÇÃO – 3.095.910 (est. 2012).

CAPITAL – Maceió. Habitante: maceioense. População: 932.320 (est. 2012).

Localizado na Região Nordeste, Alagoas (AL) tem um litoral recortado, rico em belezas naturais, com muitas áreas de mangue e lagoas. O traçado da rodovia BR-101 acompanha toda a costa, desde a foz do rio São Francisco, que desenha a divisa sul com Sergipe, até o norte, em direção ao estado de Pernambuco. O clima na maior parte do território alagoano é o tropical, com temperaturas entre 18 ºC e 26 ºC e maior concentração de chuvas no inverno. No interior do estado, há regiões com clima semi-árido, onde as poucas chuvas são distribuídas irregularmente.

Turismo – A atividade econômica que mais cresce em Alagoas é o turismo, apoiado na existência de belas praias, variedade de paisagens e diversidade cultural e gastronômica. Dos 101 municípios do estado, 40 têm potencial turístico e 32 se tornaram prioridade de investimentos do Programa de Ação para o Desenvolvimento Integrado do Turismo (Prodetur), uma iniciativa do governo federal, que criou os projetos Costa Dourada, para o litoral norte, e Paraíso das Águas, para o litoral sul. O Costa Dourada prevê o investimento de 32 milhões de reais em ações de gestão, informatização e treinamento. O Paraíso das Águas engloba a área das lagoas na região metropolitana de Maceió, municípios importantes, como Marechal Deodoro e Arapiraca, até o rio São Francisco, na divisa com o estado de Sergipe. A cidade de Marechal Deodoro, antiga capital alagoana, atrai pelo rico acervo arquitetônico do período colonial. Em seu litoral está localizada a praia do Francês, a mais conhecida do estado. Com águas azuis, a praia é parcialmente protegida por uma orla de recifes que deixam o mar calmo. Na área não protegida, as fortes ondas permitem a prática de surfe.

Economia – Alagoas contribui com apenas 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de serviços corresponde a 59,1% da economia alagoana, boa parte apoiada nas atrações do turismo. A indústria responde por 32,6%. Apesar de ser um estado conhecido pelas plantações de cana destinadas à agroindústria do açúcar e do álcool, a agropecuária responde por apenas 8,2% da atividade econômica. Pobre e de baixa mecanização, a indústria do açúcar e do álcool depende das grandes plantações de cana-de-açúcar, que se estendem do litoral à Zona da Mata. Maior produtor de cana do Nordeste, com cerca de 25 milhões de toneladas, Alagoas só fica atrás de São Paulo e Paraná no ranking nacional. Açúcar e etileno respondem pela maior parte dos produtos exportados. Além da cana-de-açúcar, sobressai a produção de fumo, coco, algodão, arroz, feijão, milho, mandioca, mangaba, laranja, abacaxi, banana e leite.

O estado produz petróleo e gás natural. Destacam-se também o pólo cloroquímico e os setores industriais de alimentos, tecidos e vestuário. Trigo e fertilizantes são os principais produtos importados. Mas o estado ainda é pobre, com renda per capita de 3.012 reais, menos da metade da média do país.

Índices sociais – Alagoas detém a maior taxa de mortalidade infantil do Brasil. A cada mil crianças nascidas vivas, 57,7 morrem antes de completar 1 ano, mais que o dobro da média do país, que é de 27,5 mortes por mil nascidos vivos. Um em cada cinco alagoanos com mais de 10 anos vive com até um salário mínimo. O saneamento básico é outro grave problema: menos de 30% dos domicílios do estado têm rede de esgoto. Em 1991, sete dos dez municípios brasileiros mais pobres, segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), eram alagoanos. Em 2011, o IDH de Alagoas havia melhorado, mas continuava sendo o segundo menor do país. Nesse ano, o estado também apresentava a pior distribuição de renda. Com 19,2%, a taxa de analfabetismo é a mais alta do país.

Maceió
Capital – O destino preferido dos turistas é a capital, Maceió, uma das cidades mais visitadas da Região Nordeste. A rica culinária, à base de frutos do mar, é um dos principais atrativos. O prato típico do litoral é o sururu, uma espécie de marisco. A maior atração, no entanto, são as praias da região. Entre elas destaca-se a de Pajuçara, onde, durante a maré baixa, se forma uma piscina natural a 2 quilômetros da costa. O passeio até lá pode ser feito de jangada. O bairro do Pontal da Barra oferece os mais variados tipos de renda, um dos mais conhecidos produtos de artesanato da capital.

História
A região do atual estado de Alagoas desenvolve e consolida sua economia no período colonial com a produção de açúcar e a criação de gado, atividades em que predominava o trabalho escravo de negros e mestiços. No século XVI, piratas estrangeiros aportam no litoral e pilham o pau-brasil. No século seguinte, a região é submetida ao domínio holandês. Para manter o controle do território, os colonizadores portugueses entram em choque com os nativos e dizimam tribos indígenas hostis, como os caetés. Alagoas e Pernambuco sediam, no decorrer do século XVII, o mais importante centro de resistência dos negros à escravidão, o Quilombo dos Palmares, comunidade fundada por volta de 1590 que logo se transformaria num pólo de atração para os escravos das plantações canavieiras. O quilombo é destruído em 1694, por Domingos Jorge Velho. Zumbi, o mais conhecido líder de Palmares, escapa do ataque e continua a luta. Em 1695 é traído e morre numa emboscada. Durante quase todo o período colonial, a região de Alagoas integra a capitania de Pernambuco. Torna-se comarca em 1711 e se separa em 1817, para se transformar em capitania autônoma. A separação é uma represália do governo central à Revolta Pernambucana. Com a independência do Brasil, em 1822, torna-se província. Em 1839, Maceió passa a ser a capital, em substituição à cidade de Alagoas. A antiga capital passa posteriormente a chamar-se Marechal Deodoro, homenagem a seu filho mais ilustre, que proclamou a República em 1889 e foi o primeiro presidente do país.No período republicano, Alagoas mantém as características econômicas e sociais de seu passado colonial: economia agrícola da Zona da Mata e do Agreste e pequena industrialização. A sociedade permanece dependente do poder e do clientelismo dos coronéis, latifundiários e chefes das oligarquias locais. Só a partir dos anos 1960 a economia alagoana começa a se diversificar, em virtude dos programas da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) para a exploração do sal-gema e da aplicação de recursos da Petrobras para a produção de petróleo. O estado tem se beneficiado dos investimentos em turismo, concentrados principalmente na capital.
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ACRE - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO ACRE

GEOGRAFIA – Área: 152.581,4 km². Relevo: depressão na maior parte do território e planície estreita a norte. Ponto mais elevado: serra do Divisor ou de Conta (609 m). Rios principais: Acre, Envira, Juruá, Purus, Tarauacá. Vegetação: floresta Amazônica. Clima: equatorial. Municípios mais populosos: Rio Branco (358.500), Cruzeiro do Sul (86.600), Sena Madureira (35.700), Feijó (32.700), Tarauacá (28.200), Senador Guiomard (22.800), Brasiléia (19.300), Plácido de Castro (17.601), Epitaciolândia (13.650), Mâncio Lima (13.420) (2012). Hora local: -2h. Habitante: acreano.

POPULAÇÃO – 675.600 (2012)

CAPITAL – Rio Branco. Habitante: rio-branquense. População: 358.500 (est. 2012).

O Acre (AC) é o estado da Região Norte situado mais a oeste. Com duas horas a menos em relação ao fuso horário de Brasília (DF), nele se localiza o último povoamento do Brasil a ver o sol nascer, na serra da Moa, na divisa com o Peru. A intensa atividade extrativista, que atinge o auge no século passado, atrai brasileiros de várias regiões para o estado. Da mistura de tradições de sulistas, paulistas, nordestinos e índios surgiu uma culinária diversificada, que junta a carne-de-sol com o pirarucu, peixe típico da região, e pratos regados com molho tucupi, feito de mandioca. O transporte fluvial, concentrado nos rios Juruá, Tarauacá, Envira e Moa, é o principal meio de circulação, sobretudo entre novembro e junho, quando as chuvas deixam intransitável a BR-364, rodovia que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul.

Rio Branco
Meio ambiente – O Acre é o estado-símbolo da luta pela preservação da floresta Amazônica e pelo desenvolvimento sustentável, sobretudo após a morte de Chico Mendes, ambientalista e líder sindical dos seringueiros, assassinado em 22 de dezembro de 1988.Os seringueiros de Xapuri, terra de Chico Mendes, obtêm em março de 2002 o selo verde, concedido pelo Conselho de Manejo Florestal – FSC (sigla em inglês), atestando que a exploração da madeira da floresta é feita segundo padrões ambientalmente corretos. O selo do FSC, organização não-governamental com sede no México, é considerado a certificação florestal mais importante do mundo. A madeira com o selo triplica de valor e pode ser comercializada no nascente pólo moveleiro de Xapuri. Outros produtos da floresta são também comercializados, como o açaí – fruto de uma palmeira –, o óleo da copaíba e a folha da pimenta-longa, matéria-prima para a indústria de cosméticos. Os índios iauanauás, da região de Tarauacá, vendem urucum para indústrias de cosméticos dos Estados Unidos. No entanto, o modelo econômico sustentado na biodiversidade ainda corre risco, porque o desmatamento das regiões de floresta chega a atingir 60% em algumas áreas.

Economia – O Produto Interno Bruto (PIB) do Acre provém, sobretudo, do setor de serviços, que contribui com 69,8% da riqueza do estado. A indústria responde por 24,6% e a agropecuária, por 5,7% do PIB. O estado é o segundo maior produtor de borracha do país, atrás apenas do Amazonas. O Acre pode ser dividido em dois grandes pólos: o vale do rio Juruá, cujo centro se localiza na cidade de Cruzeiro do Sul, no noroeste do estado, e o vale do rio Acre, com sede na capital, Rio Branco, no sudeste.No vale do Juruá reside cerca de 30% da população, a maioria na zona rural. A região é bem preservada e abriga a Reserva Extrativista do Alto Juruá – a área mais rica em biodiversidade do planeta – e o Parque Nacional da Serra do Divisor. Mais industrializado e com agricultura mais produtiva, o vale do rio Acre responde pela maior parte da borracha e dos alimentos produzidos no estado, com destaque para as culturas de mandioca, arroz, milho e frutas.

Índices sociais – Os indicadores de saúde do Acre são preocupantes. A mortalidade infantil é a mais elevada da Região Norte: 33,2 crianças em cada mil nascidas vivas morrem antes de completar 1 ano. Em torno 64% das casas não têm abastecimento de água nem fossa séptica; quase metade não possui coleta de lixo.

História
Único estado compreendido no quinto fuso horário em relação a Greenwich, o Acre é a última grande área a ser incorporada ao Brasil. Pelos acordos de limites do período colonial, confirmados no Império, esse território pertencia à Bolívia, sendo uma pequena parte dele reivindicada pelo Peru. As entradas constantes de sertanistas brasileiros na região forçam a assinatura de novo acordo entre o Brasil e a Bolívia. Em 1867 é firmado o Tratado de Ayacucho, que fixa a fronteira entre os dois países na confluência dos rios Beni e Mamoré. Mas ainda era uma linha demarcatória imprecisa. Dez anos depois, em 1877, há uma grande seca no Nordeste. Fugindo dela, milhares de nordestinos, especialmente cearenses, emigram para a região Amazônica. Atraídos pela borracha, fixam-se na área mais ou menos correspondente ao atual estado do Acre. As autoridades bolivianas reagem ao que consideram invasão de seu território e, como medida para reconquistá-lo, fundam, em 1899, uma sede administrativa para o recolhimento de impostos: Puerto Alonso, mais tarde chamada Porto Acre. Como a medida não traz os resultados esperados, a Bolívia entrega o Acre a um poderoso grupo norte-americano para formar o que se chamou Bolivian Syndicate, em 1901, com o objetivo de desenvolver economicamente a região e em seguida reintegrá-la politicamente. Os brasileiros organizam rebeliões armadas e garantem sua permanência. A mais conhecida revolta é liderada pelo agrimensor gaúcho José Plácido de Castro, que reúne, em 1902, algumas dezenas de seringueiros e ocupa a vila de Xapuri. Suas tropas, alguns meses depois apoiadas pelo governo brasileiro, apoderam-se de Puerto Alonso, e Plácido de Castro proclama a independência da região. A disputa só termina em 1903, com o Tratado de Petrópolis, assinado entre Brasil e Bolívia. O Brasil compra a região dos bolivianos por 2 milhões de libras esterlinas e compromete-se a construir a ferrovia Madeira-Mamoré, que liga Guajará-Mirim a Porto Velho, em Rondônia, para dar saída aos produtos bolivianos pelo Atlântico. Houve resistência na Bolívia contra o tratado, além de conflitos com o Peru, que reivindicava direitos sobre o território.

Transformação em estado – No ano de 1904, o Acre torna-se território federal dividido em três departamentos: Alto Acre, Alto Purus e Alto Juruás, cujos prefeitos são nomeados pelo governo federal. O declínio da exportação da borracha, causado pelo surgimento de grandes plantações de seringueira na Ásia, e a estagnação econômica que se segue levam à intensificação da exploração madeireira, com a devastação de consideráveis áreas de floresta Amazônica.O território retoma o crescimento econômico somente nos anos 1940 e 1950, sustentado principalmente pelos recursos da União. No governo do presidente João Goulart, em 1962, com pouco mais de 200 mil habitantes, o Acre é elevado à condição de estado, ao atingir o nível de arrecadação fiscal exigido para essa transformação, conforme a Constituição de 1946.A borracha, pivô da crise com a Bolívia no fim do século XIX e princípio do XX, continua como principal produto na pauta de exportação do estado, embora em decadência. No período do milagre econômico, entre os anos 1960 e 1970, o Acre investe principalmente em extrativismo e agropecuária, o que atrai novas correntes de migrantes.
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TOCANTINS - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO TOCANTINS

GEOGRAFIA – Área: 277.620,9 km². Relevo: depressão na maior parte do território, planaltos ao sul e a nordeste, planície no centro, com a ilha do Bananal. Ponto mais elevado: serra Traíras (1.340 m). Rios principais: Araguaia, das Balsas, do Sono, Manuel Alves, Paranã, Tocantins. Vegetação: floresta Amazônica a norte, cerrado na maior parte do território com pequeno trecho de floresta tropical. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Palmas (260.600), Araguaína (158.350), Gurupi (78.720), Porto Nacional (56.280), Paraíso do Tocantins (43.850), Araguatins (32.370), Colinas do Tocantins (29.200), Miracema do Tocantins (28.720), Tocantinópolis (27.310), Guaraí (21.750) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: tocantinense.

POPULAÇÃO – 1.452.600 (est. 2012).

CAPITAL – Palmas. Habitante: palmense. População: 260.600 (est. 2012).

Cortado pela bacia dos rios Tocantins e Araguaia, o estado do Tocantins (TO) fica no centro do território nacional. Por situar-se numa área de transição, o estado apresenta características climáticas e físicas tanto da zona central do Brasil quanto da Amazônia. A região do cerrado cobre quase 90% do território tocantinense, e o restante é ocupado por florestas. No sudoeste está Bananal, a maior ilha fluvial do mundo, que abriga o Parque Nacional do Araguaia e reservas indígenas, como a dos carajás.As praias e a pesca esportiva nos rios Araguaia e Tocantins atraem anualmente cerca de 100 mil turistas de todo o país.

Economia – A contribuição do Tocantins para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional é de 0,26%, índice que supera apenas o de três outros estados: Roraima, Amapá e Acre. A participação da agricultura no PIB estadual é de 20,1%. A indústria responde por 25,7% e o setor de serviços, pelos 54,3% restantes. A pecuária bovina de corte é a principal atividade econômica. A cultura agrícola que mais se expande é a de soja, avançando rapidamente sobre o cerrado. De 2003 para 2004, sua produção cresce de 374,6 mil para 662,6 mil toneladas. Outros produtos importantes são o arroz, o milho, a mandioca e a cana-de-açúcar. As exportações são dominadas pela soja e pela carne bovina. No Tocantins existe também grande quantidade de minerais, como ouro e calcário. Indústrias têxteis, de alimentação, de minerais não metálicos, química, da construção civil e da madeira são os principais setores do estado.

Palmas
Índices sociais – O estado do Tocantins possui o mais baixo índice de coleta de esgoto da Região Norte: menos de 40% dos domicílios contam com esse serviço. A mortalidade infantil chega a 17,4 por mil nascidos vivos, quase cinco vezes maior que a dos países desenvolvidos, em torno de 6 por mil nascidos vivos.

Capital – O município de Palmas foi fundado em 1º de janeiro de 1990. É a mais nova capital brasileira e mantém o título de mais recente cidade planejada do país. O nome Palmas foi escolhido em homenagem à Comarca de São João da Palma, sede do primeiro movimento separatista da região, instalada em 1809, na barra do rio Palma com o rio Paranã. A capital é banhada pelo rio Tocantins.

História
Durante as lutas pela independência do Brasil, parte da elite goiana, com interesse nas áreas mais ao norte da província, não tem sucesso ao procurar estabelecer um governo autônomo na região do atual estado do Tocantins. No início do período republicano é feita nova tentativa de dividir Goiás. Somente na década de 1970 e na de 1980, porém, o movimento pela emancipação do norte goiano ganha força no Congresso Nacional. O apoio decorre, em boa parte, do consenso sobre a necessidade de acelerar a ocupação da área conhecida como Bico do Papagaio. Localizada na divisa com o Pará e o Maranhão, essa região é palco, a partir dos anos 1960, de violentos conflitos pela terra. Após a democratização do país, nos anos 1980, são viabilizadas as condições para o surgimento da nova unidade da federação. Em 5 de outubro de 1988, por disposição da nova Constituição federal, é criado o estado do Tocantins, com o desmembramento do norte de Goiás. Torna-se capital a recém-construída cidade de Palmas. O crescimento demográfico do estado, bem superior à média nacional, é alimentado pelas migrações regionais. O desenvolvimento econômico, ainda dependente do setor primário, é pequeno e insuficiente para atender às necessidades sociais. Por isso, Tocantins permanece entre os estados brasileiros com mais baixo nível de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
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BRASIL - ASPECTOS GEOGRÁFICOS E HISTÓRICOS DO BRASIL


GEOGRAFIA: Área: 8.514.205 km². Hora local: a mesma. Clima: equatorial, tropical, tropical de altitude, tropical atlântico, subtropical, semi-árido. Capital: Brasília. Cidades: São Paulo (aglomeração urbana: 17.300.000 em 2010. cidade: 11.138.581 em 2010). Rio de Janeiro (aglomeração urbana: 11.203.000 em 2010. cidade: 6.351.399 em 2010).Salvador (2.831.831), Belo Horizonte (2.650.564), Fortaleza (2.432.657), Brasília (2.382.049), Curitiba (1.927.010), Manaus (1.692.555), Recife (1.586.869), Porto Alegre (1.516.363)(2011).

POPULAÇÃO: 190,7 milhões (2011); nacionalidade: brasileira; composição: brancos 55,2%, pardos 38,2%, pretos 6%, amarelos 0,4%, indígenas 0,2%. Idioma: português (oficial). Religião: cristianismo (católicos 73,6%, evangélicos 15,4%), espiritismo, judaismo, cultos afro-brasileiros e outros (10,8%).

RELAÇÕES EXTERIORES: Organizações: Banco Mundial, FMI, Grupo do Rio, Mercosul, OEA, OMC, ONU. Embaixada: Tel. (61) 411-6161, fax (61) 411-6014 – Brasília (DF).

GOVERNO - República presidencialista. Div. administrativa: 26 estados e 1 Distrito Federal. Presidente: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (desde 2003). Principais Partidos: dos Trabalhadores (PT), Liberal (PL), da Social Democracia Brasileira (PSDB), do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), Democratas (DEM), Democrático Trabalhista (PDT), Socialista Brasileiro (PSB), Popular Socialista (PPS), Progressista (PP), Trabalhista Brasileiro (PTB), Comunista do Brasil (PC do B). Legislativo: bicameral – Senado, com 81 membros; Câmara dos Deputados, com 513 membros. Constituição: 1988.

Brasília
O Brasil tem quase a metade do território coberta pela floresta Amazônica, a principal reserva de biodiversidade do planeta. Maior país tropical do mundo, apresenta grande variedade de paisagens, como o cerrado, a caatinga, a mata Atlântica e o Pantanal Mato-Grossense. Ao longo de quase 8 mil quilômetros de extensão, o litoral possui manguezais, lagoas, coqueirais, serras e dunas. O relevo brasileiro é de baixa altitude, e o ponto mais alto é o pico da Neblina, no Amazonas, com 3.014 metros. A população é resultado de intensa miscigenação, desde o século XVI, entre índios, brancos e negros – estes últimos trazidos na época da escravidão. As desigualdades sociais, porém, marcam o país, que tem uma das maiores concentrações de renda do mundo.

HISTÓRIA
Por volta de 1500, a área do atual território brasileiro é habitada por uma população nativa estimada entre 3 e 5 milhões de índios, divididos em cerca de 1,5 mil grupos tribais. Os três principais troncos lingüísticos são tupi-guarani, das populações litorâneas; macro-jê, nos cerrados; e aruak, na Amazônia. O Brasil é oficialmente descoberto pelo navegador português Pedro Álvares Cabral, que chega ao litoral sul da Bahia, na região da atual cidade de Porto Seguro, em 22 de abril de 1500. A partir de 1530, a Coroa Portuguesa inicia a colonização, primeiro com a implantação das capitanias hereditárias, depois com o governo geral, criado em 1548 e instalado em 1549. As capitanias são extintas em 1759, e o governo geral dura até 1808. Do século XVI em diante, cresce o tráfico de escravos trazidos da África, e o negro se torna a maioria da força de trabalho na colônia. Nesse início da colonização, além da extração de pau-brasil, é principalmente a plantação de cana-de-açúcar, sobretudo no Nordeste, que impulsiona a economia.Entre o fim do século XVII e início do XVIII, são descobertas ricas jazidas de ouro nos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. O período de maior produção, em Minas Gerais, vai de 1735 a 1754. Em 1789, quando a Coroa anuncia a derrama, cobrança de impostos atrasados, eclode em Vila Rica (atual Ouro Preto) a Inconfidência Mineira. A revolta fracassa, e, em 1792, seu principal líder, Tiradentes, é condenado à morte pela forca no Rio de Janeiro.Em 1808, a corte portuguesa se transfere para o Brasil, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte. O regente dom João abre os portos coloniais, permite o funcionamento de fábricas e funda o Banco do Brasil. A colônia se torna, em 1815, Reino Unido a Portugal e Algarves. Em 1818, dom João VI é coroado rei. Três anos depois volta para Portugal, deixando seu filho mais velho, dom Pedro, como regente do Reino Unido. Em 7 de setembro de 1822, dom Pedro proclama a independência do Brasil.

Império - O regente é aclamado imperador com o título de dom Pedro I. O soberano outorga, em 25 de março de 1824, a primeira Constituição brasileira, que lhe dá amplos poderes. Em 7 de abril de 1831, sob forte pressão política e popular, dom Pedro I abdica do trono. Por causa da idade de seu herdeiro, dom Pedro II, com apenas 5 anos na época, o Brasil é governado durante quase uma década por quatro regências sucessivas, dirigidas por destacados líderes políticos, como o regente Diogo Feijó. É uma fase de grande agitação social e política. Em 1840, aos 14 anos, dom Pedro II tem sua maioridade antecipadamente declarada e é coroado imperador no ano seguinte. Na primeira década do Segundo Reinado, o regime se estabiliza e as províncias são pacificadas. Em 1850, o imperador põe fim ao tráfico de escravos, substituídos aos poucos por imigrantes europeus assalariados. De 1865 a 1870, o Brasil, aliado a Argentina e Uruguai, entra em guerra contra o Paraguai. No fim do conflito, quase dois terços da população do Paraguai estão mortos. A participação de negros e mulatos nas tropas brasileiras na Guerra do Paraguai dá impulso ao movimento abolicionista.Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel, filha de dom Pedro II, assina a Lei Áurea, que extingue a escravidão. Ao abandonar a defesa dos interesses dos proprietários de escravos, o Império perde a última base de sustentação política. Em 15 de novembro de 1889, a República é proclamada pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca.

República Velha - O primeiro período republicano, a República Velha, dura até 1930. Em 1891 é promulgada a segunda Constituição brasileira. As oligarquias agrárias controlam o governo. Os anos iniciais são marcados pela Revolta Federalista (1893/1895), no Rio Grande do Sul, e pelo conflito de Canudos, reprimido em 1897.Com o primeiro presidente civil, Prudente de Moraes, em 1894, tem início a política do café-com-leite, caracterizada pela alternância no poder de paulistas e mineiros. Na década de 1920, a insatisfação de setores militares com os sucessivos governos faz surgir movimentos de insurreição, que explodem no Rio de Janeiro, em 1922, em São Paulo, em 1924, e continuam até 1927, com a marcha de mais de dois anos da Coluna Prestes pelo interior do Brasil.A quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, abala a economia brasileira e leva ao corte dos subsídios para o café. Com a crise da política do café-com-leite, eclode a Revolução de 1930, que leva o gaúcho Getúlio Vargas ao poder.

Era Vargas - O novo presidente começa a implantar a indústria de base, reduz a importação e suspende o pagamento da dívida externa. Em 1932, o novo Código Eleitoral institui o direito de voto às mulheres. Em 1934, Vargas estabelece a jornada de trabalho de oito horas diárias e torna obrigatória a carteira profissional. Nesse mesmo ano, elege-se presidente pelo voto indireto da Assembléia Nacional Constituinte. É promulgada a terceira Constituição brasileira, que dá mais poder ao governo federal e cria a Justiça Eleitoral e a Justiça do Trabalho. Após derrotar a Intentona Comunista, em 1935, Vargas dá um golpe, em 1937, e implanta a ditadura do Estado Novo. A quarta Constituição é então outorgada, com clara inspiração fascista. Em 1942, o Brasil entra na II Guerra Mundial, ao lado dos Estados Unidos. A Força Expedicionária Brasileira (FEB) luta em solo italiano em 1944 e 1945, com 25 mil homens, dos quais 451 morrem em combate. A volta dos soldados ao Brasil causa entusiasmo popular e acelera as pressões pela democratização. Vargas renuncia em outubro. O general Eurico Gaspar Dutra, ex-ministro da Guerra, vence as eleições e toma posse em janeiro de 1946.

Período democrático - Instala-se, em 1946, nova Assembléia Constituinte. Em setembro, Dutra promulga a quinta Constituição brasileira, de caráter mais democrático, restaurando garantias individuais e a independência entre os poderes. Vargas ganha as eleições presidenciais de 1950. Cria então a Petrobras e estatiza o fornecimento de energia elétrica. Em 1954, sob forte pressão política dos partidos e de grupos conservadores, Vargas se suicida. No ano seguinte, Juscelino Kubitschek é eleito presidente. Seu governo privilegia os setores de energia, transporte, alimentação, indústria de base e educação. Em 1960, Kubitschek inaugura Brasília, a nova capital do país.Em 1961, o ex-governador paulista Jânio Quadros assume a Presidência, mas renuncia em agosto do mesmo ano. O vice, João Goulart, governa até 1964, em crise permanente, pois enfrenta forte oposição militar. Em 31 de março de 1964, as Forças Armadas depõem o presidente.

Regime militar - Em abril de 1964, o general Humberto de Alencar Castello Branco assume a Presidência. O novo regime é marcado pela supressão dos direitos constitucionais, pela perseguição policial e militar e pela censura prévia aos meios de comunicação. Em 1965, os partidos políticos existentes são abolidos, cria-se o bipartidarismo, com a Aliança Renovadora Nacional (Arena), governista, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de oposição.Em 1967, o Congresso aprova a sexta Constituição brasileira, que institucionaliza o regime, com eleições indiretas para a Presidência. O general Arthur da Costa e Silva assume a chefia do Estado no mesmo ano e, em dezembro de 1968, fecha o Congresso e decreta o Ato Institucional Nº- 5 (AI-5), que lhe dá poderes para fechar o Congresso e cassar mandatos. Amplia-se a ação de grupos de luta armada contra o regime. O general Emílio Garrastazu Médici chega à Presidência em 1969 e comanda o período de maior repressão, marcado por prisões, torturas, exílios, mortes e o desaparecimento de centenas de opositores. Simultaneamente, o governo promove o milagre econômico, fase de modernização e de crescimento acelerado do Produto Interno Bruto (PIB). Em 1974 toma posse o general Ernesto Geisel, que enfrenta dificuldades econômicas em razão do crescimento da dívida externa e da crise internacional do petróleo. Em 1979, o general João Baptista Figueiredo torna-se presidente. Ele sanciona a anistia política. O pluripartidarismo é restabelecido.Em 1978 e 1979, uma onda de greves, iniciada na região do ABC paulista, espalha-se pelo país, projetando a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, que, em 1980, comanda a fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). A Arena transforma-se no Partido Democrático Social (PDS), e o MDB acrescenta a palavra partido à sua sigla, tornando-se o PMDB. Surgem o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Em 1983, sindicatos fundam a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que rompe na prática com a legislação trabalhista restritiva do regime militar. No fim desse ano e início do seguinte, ocorrem enormes manifestações por eleições diretas para a Presidência da República. Em abril de 1984, a emenda constitucional das eleições diretas recebe 298 votos, mas não atinge os dois terços (320 votos) necessários para sua aprovação. Em janeiro de 1985, o candidato do PMDB a presidente, Tancredo Neves, com José Sarney – ex-liderança do PDS – como vice, derrota Paulo Maluf (PDS) na eleição no Colégio Eleitoral. Tancredo vence por 480 votos a 180.

Redemocratização - O presidente eleito adoece antes da posse e morre em abril de 1985. Sarney assume, restabelece a eleição presidencial direta e legaliza todos os partidos políticos, incluindo o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o Partido Comunista do Brasil (PC do B). Os dissidentes do PDS criam o Partido da Frente Liberal (PFL), e o Partido Socialista Brasileiro (PSB) é recriado. Os deputados federais e senadores reúnem-se na Assembléia Constituinte a partir de 1987 e, em 1988, promulgam a nova Constituição, que amplia os direitos individuais. Nesse mesmo ano, uma dissidência do PMDB forma o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Em 1989, nas primeiras eleições diretas para a Presidência desde 1960, Fernando Collor de Melo, do Partido da Reconstrução Nacional (PRN), derrota Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno. Sua primeira medida é o lançamento do Plano Collor, que estabelece o confisco monetário, até mesmo de contas correntes e poupanças, e o congelamento de preços e salários. Essas medidas não impedem que a inflação volte a crescer. Em abril de 1992, Collor é acusado de envolvimento em um esquema de corrupção coordenado por seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, o PC. Em outubro, sob pressão de grandes manifestações populares, a Câmara aprova a abertura do processo de impeachment contra o presidente e o afasta do cargo. Em dezembro, Collor renuncia pouco antes de ter seus direitos políticos suspensos pelo Senado. Seu vice, Itamar Franco, que havia assumido o governo interinamente em outubro, toma posse na Presidência da República.

Plano Real - Em julho de 1994, o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, coordena o lançamento do Plano Real, programa de estabilização econômica. A moeda brasileira passa a ser o real, e a inflação despenca. Poucos meses depois, Fernando Henrique (PSDB) vence as eleições presidenciais no primeiro turno. O novo presidente adota medidas para preservar a estabilidade econômica e atrair investimentos estrangeiros. Empresas estatais são privatizadas. Em 1997, o governo concentra seus esforços na aprovação do direito de reeleição dos ocupantes de cargos executivos. Em 1998, Fernando Henrique é reeleito, vencendo mais uma vez Luiz Inácio Lula da Silva, no primeiro turno. Em 1999, no início do segundo mandato, o presidente desvaloriza o real, medida destinada a incentivar as exportações, a entrada de capitais externos e a equilibrar as contas do país. Em 2000, Fernando Henrique sanciona a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que cria novas normas e limites mais estreitos para a administração das finanças públicas nos três níveis de governo: federal, estadual e municipal.

A corrida presidencial de 2002 concentra-se entre o governista José Serra (PSDB) e o oposicionista Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No segundo turno, em 27 de outubro, Lula vence com 52,7 milhões de votos, 61% do total. Desde meados de 2002, com a subida do petista nas pesquisas, a inflação e o dólar sobem, e o risco Brasil piora.

Governo Lula - Ao tomar posse, em 1º de janeiro de 2003, Lula adota uma política econômica conservadora, que mantém o acordo feito por Fernando Henrique com o FMI e eleva ainda mais a taxa de juros, para depois, no decorrer do ano, reduzi-la gradualmente. Com uma política econômica que agrada ao mercado internacional, o risco Brasil cai, e o dólar se estabiliza abaixo dos 3 reais. A reforma da Previdência, que aumenta a idade mínima para aposentadoria e institui as contribuições do funcionalismo público, é aprovada pelo Congresso Nacional. Waldomiro Diniz Um escândalo de corrupção eclode em fevereiro de 2004, com a divulgação de uma fita, gravada em 2002, que mostra o funcionário Waldomiro Diniz oferecendo contratos públicos a um chefe do "jogo do bicho" em troca de contribuições a candidatos do PT. As revelações enfraquecem o ministro da Casa Civil, José Dirceu, de quem Diniz é assessor direto. Em abril, o movimento dos sem-terra promove mais de 100 ocupações de fazendas, em protesto contra a lentidão da reforma agrária. Em junho, o governo federal consegue aprovar no Congresso sua proposta de reajuste de 8,3% para o salário mínimo; a oposição queria 15%. Nas eleições municipais, em outubro, o PT amplia o número de prefeituras sob seu controle, mas é derrotado em capitais importantes, como São Paulo e Porto Alegre. O PSDB se consolida como o principal partido de oposição. Os indicadores econômicos melhoram em 2004, com a projeção de um crescimento de 5%.

Reeleição de Lula – Lula é reeleito em 2006 no segundo turno para mandato de mais quatro anos, até 31 de novembro de 2010. O segundo mandato do governo Lula atinge níveis de popularidade que chegou a 86%. No segundo semestre de 2008 a crise mundial que atinge o mundo, chega ao Brasil, no entanto o país não sofre como as grandes potencias mundiais e, em meados de 2009, o Brasil dá sinais de recuperação, fazendo prevalecer a política econômica nacional do governo Lula.

Dilma Presidenta - Pela primeira vez na história do país, o Brasil é presidido por uma mulher: a mineira Dilma Vana Rousseff, 62. Escolhida por Lula e adotada pelo PT, a ex-ministra da Casa Civil nunca havia disputado uma eleição. Agora, depara-se com o desafio de suceder o presidente mais popular da história política brasileira. E sair da sombra dele para alçar voo próprio. Sua estada na presidência está prevista até o dia 1 de janeiro de 2015, podendo se estender por mais quatro anos, caso se candidate novamente e consiga se reeleger na eleição de 2014.

ARQUIVOS DA DITADURA AGITAM A CENA POLÍTICA
Tal como na Argentina e no Chile, o passado ditatorial é um tema polêmico na agenda política do Brasil. O assunto ocupa o centro das atenções com a publicação, em outubro de 2004, de fotos que mostrariam o jornalista Vladimir Herzog num cárcere militar, pouco antes de ser assassinado, em 1975 (posteriormente, negou-se que as imagens fossem de Herzog). O episódio reaviva o debate sobre os arquivos da repressão, que permanecem secretos. É divulgada uma nota do Ministério do Exército que defende a ação dos militares durante a ditadura e, logo em seguida, retirada por ordem do presidente Lula. Mas o ministro do Exército, o general Jorge Armando Félix, responsável direto pela nota, é mantido em seu posto, e quem sai do governo é o ministro da Defesa, José Viegas, que denuncia "a persistência do pensamento autoritário" no interior das Forças Armadas.
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HISTÓRIA DA CIDADE DE ALMAS - TOCANTINS

O Município de Almas foi descoberto por Manoel Ferraz de Araújo no dia 29 de setembro de 1734, e o inicio de sua primeira povoação provem de milhares de escravos trazidos e sob o comando do bandeirante português Bernardo Homem, isso quando o Brasil ainda era colônia de Portugal.

O Bandeirante Bernardo Homem usou seus escravos nas pesquisas que resultaram nas descobertas das minas de “ouro” em muitos locais do município de Almas, aqui ele e seus escravos mantiveram anos a fio nos trabalhos de garimpagem, em virtude do grande sucesso nesta peregrinação, registrada com a extração do ouro altamente surpreendente, escolheram esta localidade, que caracterizou o útero de onde nasceu o nome de “Arraial São Miguel de Almas”.

Uma das provas deste passado são as escavações nos arredores da cidade e no município e a construção do velho templo católico pelos escravos em honra a São Miguel, exaltaram a sua imagem e a colocaram sobre o imponente altar a fim de ser venerada e adorada como nosso padroeiro.

O nome São Miguel de Almas tem a sua origem lendária de que São Miguel é o pesador dos pecados das almas quando das chegadas destas à porta do céu, e que só depois de passarem por este crivo, têm ou não a permissão de sua entrada no “Paraíso”.

Com o evento da independência do Brasil, o português Bernardo Homem e seus escravos garimpeiros foram obrigados a abandonar as minas de ouro do Arraial São Miguel de Almas e regressarem por ordem da Corte de Portugal, conduzindo somas altíssimas de arrouba de ouro, e este ouro que deveria nos pertencer foi todo arrebatado pelo Império Britânico, tal fato ocorreu através de inventos industriais pesados e vendidos aos portugueses. Isso devido ao atraso deste.

Com o passar dos tempos, surgiu a primeira mudança, o esquecimento foi dominando, passando a se chamar São Miguel de Almas e, com o desenrolar da historia, desprezaram o nome São Miguel, e tanto que, com a criação do Distrito subordinado a Natividade, ficou absorvido o nome de São Miguel, legalmente e juridicamente ficando conservado apenas o nome de Almas e o nome de São Miguel foi escolhido como nosso santo padroeiro. Ainda quando Distrito, outro fato marcante da historia foi caracterizado com a descoberta das jazidas de Diamante nas margens do ribeirão Gameleira, entre este e o córrego Recantilhado, onde aglomerou presumidamente uns (três) mil garimpeiros por vários anos, não só do município de Almas, como também vindo de vários Estados da Federação à procura deste mineral precioso nº. 1, registrando o sucesso de muitos garimpeiros.

Quando a liberdade abriu suas asas sobre nós, com o evento ocorrido em 14 de novembro de 1958, caracterizado pela emancipação do município de Almas e em 01 de janeiro de 1959 a instalação do mesmo, teve como seu primeiro Prefeito nomeado para um período transitório, o Sr. Manoel Nepomuceno Lopes, conhecido por (Nezinho); seguido pelo segundo Prefeito nomeado para um período de um ano, o Sr. Ary Pereira Borges, prosseguindo com a nomeação do terceiro Prefeito para um período de seis meses, o Sr. Valdomiro Soares, conhecido por Váva.

Na primeira eleição que se processou neste município, foi eleito o quarto prefeito para um mandato de cinco anos, sendo que ele foi o primeiro prefeito eleito em nosso município - o Sr. Ary Pereira Borges; na segunda eleição, foi eleito o quinto Prefeito para um mandato de quatro anos - o Sr. Francisco Araújo de Carvalho; na terceira eleição, foi eleito o sexto Prefeito para um mandato de três anos - o Sr. Sisenando Pacini Filgueira; na quarta eleição foi eleito o sétimo Prefeito para um mandato de quatro anos - o Sr. Joel Lopes Soares; na quinta eleição, foi eleito o oitavo Prefeito para um mandato de quatro anos e mais dois anos de mandato tampão - o Sr. Sisenando Pacini Filgueira; na sexta eleição, foi eleito o nono Prefeito para um mandato de seis anos - o Sr. Hugo Araújo Filgueira; na sétima eleição, foi eleito o décimo Prefeito para um mandato de quatro anos - o Sr. Goianyr Barbosa de Carvalho, porém, com uma interrupção de um ano e quarenta e cinco dias, foi afastado por decreto estadual assumindo em seu lugar o interventor Lindomar de Souza; na oitava eleição, foi eleito o décimo primeiro prefeito para um mandato de quatro anos o Sr. Hugo Araújo Filgueira; na nona eleição, foi eleito o décimo segundo Prefeito para um período de quatro anos de 1997 a 2000 o Sr. Osmar Lima Cintra; na décima eleição, foi eleito o décimo terceiro Prefeito para um mandato de quatro anos - o Sr. Osmar Lima Cintra de 2001 a 2004; e na décima primeira eleição, foi eleito o décimo quarto Prefeito para um período de quatro anos - do ano de 2005 a 2008 - o Sr. Manoel Midas Pereira da Silva, atual prefeito.

Todos os prefeitos eleitos tiveram paralelos as Câmaras Municipais de Vereadores. Até 1988, as Câmaras eram compostas de apenas 07 vereadores, porém, com a nova Constituição Federal sancionada em 05 de outubro de 1988, as Câmaras Municipais dos menores municípios passaram a ser compostas de 09 vereadores.

O Município de Almas, na sua história, teve o Ouro como o ponto de partida da sua economia, seguida pela pecuária que sempre foi o potencial, em segundo lugar a agricultura. De dez anos para cá, a lavoura mecanizada ganhou um galopante espaço muito além a manual do velho costume, constituindo um considerável reflexo de progresso, mas com a desastrosa política agrícola e juros altíssimos adotada pelo governos de presidentes anteriores aos atuais as lavouras foram por água abaixo.

Há poucos anos foi implantado o Projeto da Vale do Rio Doce, que ficou em nosso município até o ano 2000, com esse projeto a cidade acelerou sua economia com dinheiro correndo solto no comércio local, quando o Vale deixou o município, o mesmo entrou novamente em crise, vindo a recuperar com a chegada do Projeto Tamborá, que construiu um frigorífico e está importando para outros estados e ainda gerou empregos aqui em nosso município, o que contribuiu para a chegada desse projeto foi o asfaltamento da TO 040 construída na gestão do ex-governador José Wilson Siqueira Campos no seu segundo mandato, fazendo a ligação da Belém-Brasilia, passando por Almas ligando ao estado da Bahia.
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HISTÓRIA DO ESTADO DE ALAGOAS

Calabar – herói ou traidor?
Chamava-se Domingos Fernandes Calabar, um mulato filho de dona Ângela Álvares, nascido na Vila de Porto Calvo. Estudado, rico e com espírito de liderança, avançou no seu tempo. Mesmo assim, ainda era discriminado pelos brancos portugueses e brasileiros, por sua condição de mestiço e filho bastardo. Possuia engenhos de açúcar, muito dinheiro, estudou em Olinda, era culto e muito bem informado.

Quando da Invasão Holandesa à Porto Calvo, lutou ao lado de seus conterrâneos contra esses invasores. Mas logo foi percebendo que eles tinham um projeto de colonização muito mais avançado e ético do que o dos portugueses. Não contou conversa: passou para o lado dos holandeses. 

Começa então, a história desse bravo alagoano, que alguns historiadores afirmam ter sido traidor, mas que ele próprio nunca se considerou assim. Deixou uma carta-testamento, mostrando a sua decisão. Nela, alegava que não se considerava traidor, porque o Brasil não era uma pátria. E que o projeto dos holandeses era muito melhor para os brasileiros. Mas não foi compreendido, obviamente. 

Calabar viveu as experiências mais desastrosas daquelas época. Acompanhava os holandeses em suas batalhas, destruindo engenhos e fazendas. Sabia que tudo aquilo que acontecia era porque seus conterrâneos não aceitavam a proposta de colonização dos invasores, optando mesmo pelos portugueses, já que eram descendentes destes. 

Por conhecer Recife e seu avançado projeto de desenvolvimento econômico-cultural, queria que tudo aquilo fosse implantado em Porto Calvo e Penedo. Não conseguiu. Seus conterrâneos venceram. Mas ele deixou bem patente em sua carta, que preferia derramar seu sangue por uma causa justa, que ele abraçou, do que viver sob o domínio mesquinho dos portugueses, que só queriam mesmo explorar os brasileiros. Foi morto e esquartejado, com partes do seu corpo distribuidas pelas ruas da Vila de Porto Calvo. Mas, os holandeses conseguiram recuperar tudo e fizeram o seu enterro com honras militares. Passou para a História da Holanda, como herói. A História do Brasil, o considera um traidor. Mas era escrita pelos portugueses. Na Holanda, ele é um herói. Existe até uma praça no Centro de Amsterdã, com seu nome, além de livros e documentos que comprovam as idéias de colonização desse bravo alagoano. 

Hoje, Porto Calvo só tem como monumentos para lembrar a sua importância na História de Alagoas, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, inaugurada em 1610 (existe no alto de sua fachada, essa data), com seu alta-mor em madeira, originalíssimo e as imagens da sua padroeira, de Cristo crucificado, de Nossa Senhora da Conceição e outras. É a mais antiga freguesia de Alagoas. Para lembrar Calabar, existem: o chamado Alto da Forca, onde dizem que ele foi enforcado, o Fórum, além de um clube, um bar e restaurante que levam o seu nome. Mas, o importante mesmo é a luta dos filhos da terra para resgatar a memória desse conterrâneo. São publicados livros e outros periódicos, enaltecendo a sua figura. A esperança é de que um dia, ele seja finalmente considerado Herói Nacional, como foi Zumbi, outro que os portugueses também consideravam como traidor.

Rumo à Independência
O progresso do Sul da Capitania de Pernambuco conhecido como Alagoas, fez com que sua população fosse logo desejando a independência. Mas nada era fácil. No início da segunda década do século XVIII, foi criada a Comarca de Alagoas, sob a jurisdição da Capitania de Pernambuco, e nomeado o primeiro Ouvidor Geral: José da Cunha Soares. 

Por não existir cursos jurídicos no Brasil, esse cargo era destinado a quem fosse mais letrado, com espírito de liderança. Transformava-se em comandante da Justiça, da Política e da Economia. E no período de mais de um século, entre 1711 a 1817 (ano da sua emancipação política), Alagoas teve 17 ouvidores-gerais. 

Foi exatamente na segunda metade do século XVIII, que surge Maceió, de um engenho de açúcar denominado Massayó. A palavra é de origem indígena, significando terra alagadiça, que deu origem ao riacho com o mesmo nome. O engenho, de propriedade de Apolinário Fernandes Padilha, localizava-se na atual Praça Dom Pedro II, com o engenho propriamente dito, a casa de purgar, a senzala, a casa grande e a capelinha em louvor a São Gonçalo, que ficava no meio do morro do Jacutinga (Ladeira da Catedral). Durou poucos anos. Ficou em fogo morto e o povoando foi crescendo. Surgiram novos moradores, que logo foram construindo suas casas e formando um arruado. Em 5 de dezembro de 1815, o povoado é elevado a categoria de Vila, desmembrando-se da Vila de Alagoas (atual Marechal Deodoro). 

Surgiram ainda as povoações de Anadia, Atalaia, Camaragibe, São Miguel dos Campos, Poxim e Porto de Pedras. A Comarca tinha como sede a vila de Alagoas, atual Marechal Deodoro, uma espécie de capital, já com suas Igrejas monumentais, ainda hoje preservadas. Penedo, Porto Calvo e Santa Luzia do Norte, eram as outras vilas, que continuavam crescendo e atraindo novos moradores. 

Ainda no século XIX existiam em Alagoas as vilas de Água Branca, Mata Grande, Pão de Açúcar, Traipu, Piranhas, Palmeira dos Índios, São Miguel dos Campos, Quebrangulo, Assembléia (Viçosa), Imperatriz (União dos Palmares), São José da Laje, Murici, São Luiz do Quitunde, Coqueiro Seco e Pilar. 

A traição que deu certo
A Comarca de Alagoas já esbanjava progresso, provocando ciumeira em meio as lideranças da Capitania de Pernambuco. Nas duas primeiras décadas do século XIX, já apresentava-se em condições de se tornar independente. Mas os donatários não aceitavam. Afinal, era daqui que eles abocanhavam uma boa parcela da arrecadação de impostos, além da grande produção de açúcar dos nossos engenhos. 

O Ouvidor Batalha, sempre sonhava em transformar Alagoas em Capitania e, ser o seu primeiro governador. Aproveitou a Revolução Pernambucana, que tinha como objetivo libertar-se de Portugal e, iniciou seu plano. Os revolucionários já haviam conquistado o apoio da Paraiba e Rio Grande do Norte. Faltava Alagoas e Sergipe (Comarcas), além da Bahia e Ceará. 

Um emissário foi enviado do Recife a Salvador, para tentar conquistar esse tão sonhado apoio. Passando por Alagoas, propagava os ideais revolucionários e conquistava alguns adeptos. Mas o Ouvidor Batalha não se encontrava na sede da Comarca e sim na vila de Atalaia, já em campanha em prol da emancipação política de Alagoas.
O emissário que trouxe a notícia para Alagoas e seguiu para Sergipe e Bahia, foi o Padre Roma. Aqui, encontrou um apoio de peso: o Comandante das Armas, Antonio José Vitoriano Borges da Fonseca, que atendendo ao pedido do Padre Roma, autorizou a destruição dos símbolos de Portugal e colocou em liberdade todos os presos. Passou por cima da autoridade maior da Comarca: o Ouvidor Batalha. Escreveu ao Conde D’Arcos, governador da Bahia, informando sobre os ideais da Revolução Pernambucana e seu apoio, pedindo o dele. Não conseguiu. Arrependeu-se de ter seguido os conselhos do Padre Roma. Era tarde demais. 

Em Atalaia, o Ouvidor Batalha, aproveitando os tumultos, escreve ao Conde D’Arcos comunicando-lhe das medidas que resolveu tomar: desmembrou a Comarca de Alagoas da jurisdição da Capitania de Pernambuco, enquanto durasse a revolução, e auto-nomeou-se governador provisório. Contou com o apoio que precisava, e venceu a batalha. Dias depois, Alagoas separou-se definitivamente de Pernambuco. Mas ele não conseguiu o que tanto sonhava: ser seu primeiro governador. 

O decreto assinado por Dom João VI, em 16 de setembro de 1817, emancipando Alagoas de Pernambuco, transformando a Comarca em Capitania, estabeleceu como capital a vila de Alagoas (atual Marechal Deodoro) e nomeando como primeiro governador, o português Sebastião Francisco de Melo e Póvoas, que acabara de governar a Capitania do Rio Grande do Norte. 

Ao desembarcar no porto de Jaraguá, o governador encantou-se com a vila de Maceió. Foi recebido com muitas festas e, hospedou-se no sobrado de um português na esquina das ruas do Comércio e Livramento, onde hoje funciona a Ótica Flamengo. 

Sua posse aconteceu na matriz de Nossa Senhora da Conceição, na capital, numa solenidade com muita pompa, autoridades diversas e muitos discursos. Mas o governador não gostou muito do aspecto urbano da antiga vila, sempre priorizando Maceió. 

E essa opção pela vila ao invés da capital, fez com que várias autoridades protestassem. Os de Alagoas (Marechal Deodoro) não aceitavam sob hipótese alguma, a instalação de repartições públicas na vila de Maceió, enquanto o próprio governador e várias outras personalidades políticas, econômicas e culturais, preferiam mesmo que os principais órgãos públicos fossem instalados em Maceió, por ser mais desenvolvida que a capital, possuir um movimentado porto e toda a infra-estrutura de uma capital. E assim foi feito. 

Melo e Póvoas instalou a Junta de Administração e Arrecadação da Real Fazenda, o Quartel Militar e a Alfândega. Ciumeira geral. 

Maceió crescia a olhos vistos. O governador, mandou que fosse elaborada uma planta urbana, para proporcionar um novo visual a vila. O traçado das ruas e das praças e os melhoramentos necessários. E assim surgiram as ruas do Comércio, do Sol, Livramento, Boa Vista, Moreira Lima, Augusta, Nova, Alegria e as praças Dom Pedro II e Martírios. O traçado continua o mesmo. Nunca houve alargamento, mudando apenas a arquitetura das casas. 

O governador afastou-se do cargo em fevereiro de 1822, retornando à Portugal. Criou-se uma junta governativa formada por Antonio José Ferreira, José de Souza Melo, Nicolau Paes Sarmento, Manoel Duarte e Antonio de Hollanda Cavalcante, que permaneceu até a independência do Brasil, quando a Capitania foi transformada em Província. 

A Província de Alagoas
Quando da independência do Brasil, Alagoas já esbanjava progresso, tendo o açúcar, como seu carro-chefe. Dezenas de engenhos produziam e exportavam através do Porto de Jaraguá. Os governadores passaram a ser denominados presidentes. E o primeiro deles, nomeado por Dom Pedro I, foi o pernambucano Nuno Eugênio de Lossio, que instalou o Conselho de Governo e autorizou as eleições para deputados e senadores.
O segundo presidente, foi o mineiro Cândido José de Araújo Viana (Marquês de Sapucaí), que ficou no cargo apenas cinco meses, período em que instalou o Correio Provincial. É substituído por Miguel Veloso da Silveira Nóbrega e Vasconcelos, que determinou a criação de câmaras municipais nas cidades e vilas. 

E novos governantes, chegavam e saiam em pouco tempo. Eram baianos, pernambucanos, mineiros, paulistas, gaúchos e de outras províncias, que não se adaptavam por aqui e terminavam renunciando. 

Novas vilas foram surgindo nessa primeira fase de Alagoas como Província. Em 13 de outubro de 1831, emanciparam-se de Atalaia, as vilas de Assembléia (atual Viçosa) e Imperatriz (União dos Palmares), ambas na zona da Mata alagoana. 

Também nesse período, ocorreu a chamada Cabanada Selvagem, revolta dos índios de Jacuípe, na região Norte da Província, contra o assassinato de seu cacique, provocando muitos conflitos e assassinatos, além de destruição de engenhos e fazendas. 

Em 1831, surge o primeiro jornal impresso de Alagoas, mais precisamente em Maceió: o Iris Alagoense. Teve duração curta, porque o coronelismo imperava naquela época. Seu principal redator sofreu um atentando, escapando por milagre e, decidindo-se mudar-se para Recife. Depois, o nome foi substituido por O Federalista Alagoense, já impresso em Maceió. A vila já estava com ares de capital. Tinha até jornal, enquanto a capital propriamente dita (Alagoas, atual Marechal Deodoro) entrava em processo de decadência. Em 1849, mais uma conquista de Maceió (já como capital): o primeiro estabelecimento de ensino secundário: Lyceu Alagoano, ainda hoje funcionando com nome original, depois de se chamado Colégio Estadual de Alagoas. 

Nos primeiros anos do Brasil independente, Alagoas “fervia”. Eram constantes conflitos entre brasileiros e portugueses. A Confederação do Equador, que explodiu em Pernambuco, chegou por aqui, tendo o apoio do senhor de engenho Manuel Vieira Dantas e sua mulher Ana Lins, de São Miguel dos Campos. Houve muita perseguição aos revolucionários e ela entricheirou-se em seu engenho em São Miguel dos Campos, lutando até o fim do conflito, tornando-se uma das heroínas de Alagoas. 

A notícia da abdicação de Dom Pedro I, chegou a Alagoas e provocou mais brigas entre brasileiros e portugueses. Os primeiros, representando a imensa maioria, em caminhada pelas ruas de Maceió, atacam o Quartel, apoderando-se de munições e chegam a prender lideranças portuguesas. Os manifestantes apoiavam a abdicação, por ser Dom Pedro II, brasileiríssimo. Enfim, o trono do Brasil, com um brasileiro. 

Dessa época (1822-1831), restam poucas reminiscências: Igrejas e conventos em Penedo, Marechal Deodoro e Porto Calvo. Em Maceió, o antigo forte de São João, atualmente um quartel do Exército, no Centro da cidade; o próprio traçado das ruas (obviamente que, com as edificações com arquiteturas diferentes); o porto de Jaraguá: a Igreja daquele bairro e, só. Tudo foi mudando aos poucos, preservando-se apenas os monumentos mais importantes. 

Maceió, capital
Desde os tempos do primeiro governador, Sebastião Francisco de Melo e Póvoas, Maceió já esbanjava progresso, provocando ciumeira entre os habitantes da velha Alagoas, a capital da Capitania e depois Província. O próprio governador, passava mais tempo na vida do que na capital. E, decidiu instalar as principais repartições públicas em Maceió. 

As mais importantes lideranças políticas daquela fase, eram: Tavares Bastos (na capital) e Cansanção de Sinimbu (em Maceió). Chegou-se a se formar uma verdadeira guerrilha, que ficou conhecida como Lisos e Cabeludos, provocando tumultos generalizados e mortes. 

No governo de Agostinho da Silva Neves, a situação agravou-se. Ele também permanecia mais em Maceió do que na capital da província. O ano de 1839 foi o pior de todo o período dessa administração. O presidente, chegou a ser preso por ordem do major Mendes da Fonseca, na capital. Solto, encaminhou-se ao porto do Francês, com ordem para deixar Alagoas. Mas pediu ao condutor do navio que fizesse o caminho de volta, dirigindo-se ao porto de Jaraguá. Ao chegar, foi recebido com muita festa pela população, liderada por Sinimbú, já auto-nomeado presidente da Província, enquanto na capital, Tavares Bastos, considerava-se também, presidente. Mas o titular, resolveu a questão de uma vez por todas. No dia 9 de dezembro de 1839, assina o decreto transferindo a capital da velha Alagoas (Marechal Deodoro) para Maceió. O fim de um sonho que tornou-se realidade, por justiça mesmo. Afinal, a vila era muito mais importante do que a capital da Província. 

A cada dezembro, os maceioenses comemoraram duas datas festivas: o dia 5, lembra 1815, quando o povoado foi elevado a categoria de vila (município de hoje) e o dia 9, a transferência da capital, a data mais importante, porque era o acontecimento mais esperado naquela época. 

Em 1859, Maceió recebe a visita do Imperador Dom Pedro II, que inaugurou a Catedral Metropolitana, com a bonita imagem da padroeira, Nossa Senhora dos Prazeres, presenteada pelo Barão de Atalaia e trazida de Portugal. A imagem representa os sete prazeres de Maria. Sua passagem pela capital ficou na História. Ele hospedou-se no sobrado do Barão de Atalaia (prédio anda hoje existente e preservado, que pertence a Aliança Comercial, na Praça Dom Pedro II). Esse sobrado de dois andares era o maior da cidade, mas seus moradores perderam a visão do mar, por causa de uma intriga com o Barão de Jaraguá, que construiu um outro mais alto, a sua frente (hoje, a Biblioteca Pública). O Imperador participou de festas na capital, e seguiu viagem para Penedo, Traipu, Pão de Açúcar e a cachoeira de Paulo Afonso, além de visita aos engenhos da zona da Mata e a Colônia de Leopoldina. 

Até as primeiras décadas do século XX, Bebedouro era o bairro nobre da capital, com suas mansões. Depois surgiu o Farol. A Avenida da Paz, no Centro, a beira-mar, era a preferida para a construção de bangalôs, onde viviam as mais tradicionais famílias da cidade. O Hotel Atlântico, foi durante muito anos, um dos mais procurados pelos viajantes. Construido a beira-mar e ao lado do riacho Salgadinho (limpíssimo), sempre foi um bonito exemplar da arquitetura das primeiras décadas do século XX. Sua arquitetura foi descaracterizada. O sobrado da família Machado, era outro exemplo de beleza arquitetônica. Depois foi adquirido pela Universidade Federal de Alagoas, para servir de Residência Feminina Universitária, passando logo após a abrigar o Museu de Folclore Théo Brandão. Abandonado, o prédio foi ruindo aos poucos e todo o acervo transferido para a antiga Reitoria. Mas, foi recentemente restaurado, esbanjando toda a sua beleza. A Avenida, era também o cartão-postal: praia limpa, com areia branca. Palco do carnaval de rua, com o desfile de blocos e escolas de samba, além de desfiles estudantís e militares, nas comemorações do Dia da Independência e da Emancipação Política de Alagoas. 

Os sobrados do Centro, emolduravam a paisagem típica de uma capital provinciana. O Hotel Bela Vista, na Praça dos Palmares, sempre foi o prédio de maior beleza arquitetônica, com sua varandas, com vista panorâmica para o mar da Avenida da Paz. Hoje é um edifício de 13 andares, que serve a representação do Ministério da Saúde. Ao lado, onde estão os edifícios do INSS, existia o antigo palácio do Governo, com quadro andares. A Praça Sinimbú, era repleta de sobrados, onde vivia a burguesia. Em frente o prédio da Linha de Bondes, com seu relógio. Foi derrubado, para construir a Faculdade de Engenharia, depois Reitoria da Universidade Federal de Alagoas, e atualmente, Espaço Cultural da Ufal. 

Imaginem Maceió no início do século XX, com seus sobrados, Igrejas e a população andando nas ruas centrais! Os homens de terno, gravata e chapéus e as mulheres de vestidos longos, esbanjando charme e elegância. Os bondes eram puxados por cavalos. Só depois, chegaram os movidos a eletricidade. Faziam o percurso entre o Centro, Trapiche, Bebedouro, Farol e Pajuçara. Até 1958, era esse o principal meio de transporte urbano. A alegria da juventude, que estudavam nos colégios São José, Instituto de Educação, Anchieta, Lyceu, Guido, Diocesano, Sacramento, Batista e outros. Depois surgiram as “sopas”, uma espécie de micro-ônibus. Mas os bondes deixaram saudade. 

E Maceió nunca parou de crescer. A cada censo realizado pelo IBGE, constata-se mais gente vivendo na capital alagoana, que neste início de novo milênio, ostenta uma população de mais de 800 mil habitantes. Novos bairros vão surgindo. Mas surgem também, novas favelas, que já somam quase 100, fruto do êxodo rural e do desemprego generalizado. 

Os bairros da orla marítima (Cruz das Almas, Jatiúca e Ponta Verde), que até a década de 1960, eram imensos sítios de coqueiros, foram atraindo moradores, com a construção de edifícios de apartamentos. Hoje, formam um verdadeiro labirinto de concreto. Mas existe uma lei municipal que proíbe a construção de prédios a beira-mar com mais de seis andares. Esses bairros só estão crescendo mais verticalmente (edifícios). Não existe mais espaço para casas. Essas são construídas na parte alta da cidade, como Barro Duro, Serraria, Tabuleiro do Martins e Benedito Bentes. Surgem condomínios fechados, com verdadeiras mansões, como o Aldebaran e Jardim do Horto. 

Nos anos 60, a novidade foi o Edifício Breda, com seus dez andares, onde a juventude sempre se dirigia para subir até o último andar, de elevador (novidade) e apreciar a beleza da orla marítima e das lagoa de Mundaú. Era ponto de encontro para namorados. Mas também serviu para suicídio de muita gente. Ainda nesse período, é construído o Edifício São Carlos, com 11 andares e 22 apartamentos, na Avenida da Paz, de frente para o mar. Foi o primeiro edifício de apartamento da cidade. Depois, outra atração: a escada rolante da Lobrás. Todos queriam experimentar, subindo na escada, sem precisar dos batentes, e se deliciar com a beleza da loja e suas mercadorias expostas. 

A capital modernizou-se, com edifícios comerciais e residenciais. Em 1989 ganhou seu primeiro shopping center: o Iguatemi. A partir daí, foram surgindo outros. Só em 1998, dez deles foram instalados, de pequeno e médio portes, abrindo-se assim 2 mil novos empregos diretos e 600 pontos de venda. O comércio descentralizou-se, atingindo os vários bairros.

O tradicional bairro de Jaraguá está sendo revitalizado. Seus sobrados, ruas estreitas e praças, ganham o visual de antigamente. O imponente prédio da Associação Comercial de Maceió, construido na década de 1920, foi restaurado. O mesmo ocorreu com o prédio da antiga Alfândega (Museu da Imagem e do Som), enquanto as ruas tiveram o asfalto retirado, para dar lugar ao calçamento em pedras. O projeto também beneficia a praia da Avenida, antigo cartão postal. 

O Centro da cidade, deverá ser revitalizado. Alguns prédios já foram, a exemplo do próprio Palácio Floriano Peixoto (Palácio dos Martírios – sede do governo), do Instituto Histórico, da Biblioteca Pública, da Aliança Comercial, Tribunal de Justiça, Assembléia Legislativa, Academia Alagoana de Letras e Teatro Deodoro, todos construídos no século passado. 

A cidade detém um bom lugar no ranking do turismo nacional. Na alta temporada de verão, fica com seus hotéis e pousadas lotados. Navios de passageiros, chegam ao Porto de Jaraguá, com centenas de estrangeiros. Os turistas visitam as praias, lagoas, bares, restaurantes, mirantes, monumentos históricos e adquirem o artesanato local. A vida noturna é bastante agitada. Existem bares, restaurantes e boates espalhados por vários pontos. Mas os destaques são: Stela Maris, Jatiúca, Ponta Verde, Pajuçara e Jaraguá. Todos na orla marítima. 

Guerras e guerrilhas
Alagoas sempre foi palco de conflitos e sua fama de terra violenta correu o país. No século XIX, surgiram vários desses conflitos. Na briga pela disputa da capital entre Marechal Deodoro e Maceió, consagrou-se dois alagoanos: Cansanção de Sinimbu e Tavares Bastos. Surgiu daí a chamada Guerra dos Lisos e Cabeludos, respectivamente conservadores e liberais. Era uma espécie de partidos políticos. 

Os Lisos, comandados por Tavares Bastos, denunciavam que Cansanção de Sinimbu queria dominar Alagoas, formando uma verdadeira oligarquia. O dia 4 de outubro de 1844, foi “um dia de cão” em Maceió. Os Lisos invadiram Maceió e comandaram um tiroteio no Centro, que durou duas horas. 

Ainda na década de 1840, surgem os temidos irmãos Moraes, que, para vingar a morte do pai, formaram um bando semelhante ao de Lampião, espalhando o terror por toda Alagoas. Para alguém morrer, bastava que o bando desconfiasse que este pertencia ao partido dos Cabeludos. A primeira vítima foi um tenente de Quebrangulo. 

Os irmãos Moraes, dividiam o ódio pelos assassinos do pai, aos integrantes dos Cabeludos. Tentaram matar o Barão de Atalaia, que diziam encontrar-se no Sertão de Pernambuco. Não encontraram o alvo, mas mataram um rapaz inocente, que estava na casa onde deveria se encontrar o Barão. 

Durante a Guerra do Paraguai, Alagoas enviou cerca de 3 mil homens para combate, inclusive toda a família Mendes da Fonseca (Deodoro e seus irmãos). A mãe, dona Rosa da Fonseca, vibrava com as notícias de vitória do Brasil, e demonstrava essa alegria, exibindo panos brancos nas janelas de sua casa na velha cidade de Alagoas. Mas três de seus filhos morreram em combate. Para ela, um ato de heroísmo. No final, o Paraguai ficou destruído. O que importava para o Brasil era mesmo acabar com aquele pequeno país, que na época adotava um sistema semelhante ao socialismo do século XX. O povo paraguaio, sempre teve espírito cívico. Quando surge algum ditador, procura derrubá-lo do poder. Assim fizeram com Alfredo Stroesner e mais recentemente com Raul Cubas. Ambos se refugiaram no Brasil. 

Nas décadas de 1920/30, o terror foi espalhado no Sertão alagoano com as sucessivas passagens de Lampião e seu bando, que evitavam as cidades por onde o trem passava. Mas, foi a polícia alagoana, que conseguiu acabar com essa fase de violência, matando Lampião, Maria Bonita e quase todos os cangaceiros, numa gruta, do outro lado do rio São Francisco, na localidade conhecida como Angicos. 

Os chefes políticos sempre dominaram Alagoas, espalhando a violência em várias regiões. Sempre ficavam impunes. Detinham o poder político e econômico. Muitos episódios marcaram a História de Alagoas, envolvendo famílias violentas. Os Malta, de Mata Grande, fizeram história, brigando entre si: Maia, de Pão de Açúcar; Teixeira, de Chã Preta; Mendes, de Palmeira dos Índios; Novaes, de Santana do Ipanema; Fidelis, de Pindoba; Calheiros, de Flexeiras; Tenório, de Quebrangulo (de onde surgiu o lendário Tenório Cavalcante, mais conhecido como o “homem da capa preta”, que migrou para o Rio de Janeiro, aterrorizando a Baixada Fluminense, com sua famosa metralhadora: a Lourdinha. 

Essas famílias, brigavam entre sí, por questões de terra e política. aterrorizando os moradores das cidades, que, temiam ser mortos. Em Mata Grande, os Malta brigavam entre primos, irmãos, tios e outros parentes, provocando tiroteios em plena rua. Ninguém se atrevia a abrir a porta. Sempre foram temidos e se orgulhavam disso. Pindoba, sempre foi dominada pelos Fidelis, que aterrorizaram a pequena cidade. Não é mais. Muitos morreram, outros estão presos e, os sobreviventes, já não seguem o que seus antecessores fizeram. Matavam friamente os pobres coitados, que “olhassem atravessado” para um deles. Mas, essa fase também vem acabando. Muitos desses valentões já morreram, e os descendentes, já não mais seguem essa atitude burra, em desuso no mundo moderno em que vivemos. Pindoba hoje é comandada por um jovem fazendeiro, que não tem qualquer grau de parentesco com os Fidelis. A paz estabeleceu-se na cidade.

Outro episódio que ficou na história, ocorreu mais recentemente, envolvendo as famílias Calheiros e Omena, com sucessivos crimes, aterrorizando Maceió. O cabo Henrique, da Polícia Militar, para vingar a morte do pai, juntou seus irmãos (Omena) para matar os integrantes de uma porção violenta da família Calheiros, que assinam-se Cavalcanti Lins, com base na cidade de Flexeiras. Assassinatos sucessivos entre as duas partes, eram manchetes dos jornais na época. 

No Sertão alagoano, surgem dois personagens, que aterrorizaram o Estado com sucessivos crimes: Floro e Valderedo. Iniciaram a matança por questão de vingança, e aos poucos, os assassinatos foram se sucedendo, culminando com uma espécie de bando, quase semelhante ao de Lampião.

Neste final de século, surgiu um outro bando, que aterrorizou o Sertão. Era de Marcos Capeta, um jovem revoltado, que assassinou dezenas de pessoas em várias cidades de Alagoas, Sergipe, Bahia e Pernambuco. Sempre conseguiu fugir da polícia. Mas foi morto pela PM baiana em agosto de 1999. 

Vez por outra, surgiam famílias que dominavam a política e a economia em seus municípios, envolvendo-se em questões de terras, culminando com muita violência. Aos poucos, o coronelismo vai acabando, graças a democracia, com a liberdade de imprensa e as denúncias feitas, envolvendo figuras importantes do mundo político e econômico, que acabam abandonando esse lado violento e engajando-se ao mundo globalizado, competitivo e criativo, ao lado dos chamados emergentes, que são pessoas pobres, que cresceram economicamente e se tornaram líderes e poderosos. 

Partidos e Imprensa
A segunda metade do século XIX foi de agitação política. A nível nacional, surgem os partidos Liberal e Conservador. Em Alagoas, foram criados os Luzias e Saquaremas, instalados durante a presidência de José Bento da Cunha Figueiredo. 

O partido dos Luzias, utilizava-se do jornal O Tempo, para alimentar a sua política, com idéias defendidas através de ataques ao presidente. Os Saquaremas, tinham o jornal Timbre Alagoano, atacando o partido oposicionista.

Na presidência de Pereira de Alencastro, esses dois partidos se dividiram. Os Luzias, formaram o Partido Progressista e o partido Histórico. Esse último coligou-se pouco tempo depois aos Saquaremas. Antes da Abolição da Escravidão, Alagoas já estava na luta por esse objetivo. Em setembro de 1881, foi instalada a Sociedade Libertadora Alagoana, que marcou época. Detinha dois jornais: O Lincoln e o Gutemberg, ambos engajados na luta pelo fim da escravidão. 

O ideal republicano começou a surgir com o jornal O Apóstolo, em 1871. Depois surgiu A República. Em 1888, o jornalista João Gomes Ribeiro fundou o Centro Republicano Federal de Maceió. Um ano depois, é proclamada a República, exatamente por um alagoano. 

A política em Alagoas sempre foi clientelista. Existiam e ainda existem, verdadeiros “curais eleitorais”, onde os chefes políticos mandam e demandam, comprando votos de eleitores pobres e analfabetos. Aos poucos, esse critério vai mudando. Mas ainda deverá demorar muito, para acabar de uma vez por toda com toda a bandalheira que existe em ano eleitoral, onde o dinheiro está acima de tudo. 

No início do século XX, dois irmãos dominaram o governo do Estado, como eleitos pelo povo: Joaquim Paulo e Euclides Vieira Malta, formando o que passou para a História como Oligarquia dos Malta. A família continuou dominando no alto Sertão, elegendo prefeitos e deputados estaduais. Mas, foi se dispersando e a cada eleição, seus candidatos vão sendo derrotados.

Nas décadas de 1930/40, os Góes Monteiro, formaram outra oligarquia. Alagoas passou a ser conhecida como “Alagóes”. Dois irmãos: Ismar de Goes Monteiro e Silvestre Péricles de Goes Monteiro, foram governadores (um, especificamente Interventor, na ditadura de Vargas e o segundo, governador eleito pelo povo). 

Já nos anos 70, 80 e até quase o final de 90, uma outra oligarquia dominou o Estado. Mas não uma familiar e sim, de amigos: Divaldo Suruagy e Guilherme Palmeira. Começaram eleitos indiretamente, durante a ditadura militar. Depois, foram ás urnas e ganharam. Quando não se candidatavam, apresentavam, um candidato, que era facilmente eleito. Só perderam e desapareceram da cena política, nas eleições de 1989. 

Essas oligarquias estão acabando. Os próprios coronéis da política, já se foram. Surgem os emergentes. Alguns de direita, outros de esquerda. São cidadãos que enriqueceram com esforço próprio, na agropecuária, na indústria, no comércio ou na prestação de serviços. Famílias tradicionais da política alagoana, como os Malta, de Mata Grande; Torres, de Água Branca; Bulhões, de Santana do Ipanema; Dantas, de Batalha; Sampaio, de Palmeira dos Índios; Vilela, de Viçosa; Moreira, de Capela; Gomes de Barros, de União dos Palmares, e tantas outras, estão perdendo espaço para novas lideranças políticas. 

O primeiro jornal impresso que surgiu em Alagoas, foi o Iris Alagoense, em 1831, em Maceió, que, ainda não capital da Província. Foi o primeiro passo para o avanço dessa área, com a criação de outros jornais, tanto em Maceió, como em Penedo, Marechal Deodoro e, depois: Viçosa, já na segunda metade do século XIX. Até mesmo nos engenhos, havia a preocupação com a cultura. No Bananal, do coronel Quintiliano Vital, em Viçosa, foi publicado o jornal O Camponês, com notícias envolvendo mais as atividades agrícolas. Seu primeiro número saiu exatamente no dia da Abolição da Escravidão. Seus editores não sabiam desse fato. A notícia chegou depois. 

O jornal mais antigo ainda em circulação (quinzenal), é O Semeador, da Arquidiocese de Maceió, fundado em 1913. O Jornal de Alagoas, circulou durante 85 anos, paralisando suas atividades em 1993. Atualmente o diário mais antigo é a Gazeta de Alagoas, da Organização Arnon de Mello, com 65 anos de existência e o de maior circulação no Estado. 

Funcionam em Maceió neste início de século, três jornais diários: Gazeta de Alagoas, O Jornal e Tribuna de Alagoas, pela ordem os de maior circulação. São cinco emissoras de Televisão: Gazeta (Globo), Pajuçara (SBT), Alagoas (Bandeirantes), Massayó (MTV) e Educativa. São dezenas de rádios AM e FM distribuidas entre a capital e cidades do interior. 

Nepotismo em Alagoas
O nepotismo (emprego público para parentes) é uma prática adotada no Brasil desde o seu descobrimento. Na primeira carta enviada por Péro Vaz de Caminha ao rei de Portugal, depois de vários elogios a nova terra, ele pede um emprego para um parente seu. 

Em Alagoas, logo que foi proclamada a República, essa prática aparece. O presidente Deodoro da Fonseca, nomeia seu irmão Pedro Paulino, para governador. De lá para cá, a prática é tão comum, que os pais já criam os filhos pensando num emprego público, que virá logo que ele complete a maioridade. E há casos até mesmo de falsificação de documentos, aumentando-se a idade, para que esse filho ingresse logo no serviço público e torne-se um marajá. 

Existe nepotismo abertamente, nos três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Famílias inteiras, usufruem do dinheiro público. Quando surge uma denúncia na imprensa, com a relação de integrantes de famílias de deputados, desembargadores, conselheiros do Tribunal de Contas, governadores, secretários de Estados e outras lideranças, o escândalo está formado, mas logo surge outro, esquecendo-se daquele. Ninguém perde um centavo da renda. Continuam marajás, usufruindo das benesses do governo. 

Na Assembléia Legislativa, cada um dos 27 deputados têm direito a 30 assessores. Um escândalo. Os gabinetes não comportam essa quantidade. Trabalham mesmo, no máximo, cinco. Os demais só aparecem no local para receber o cheque-salário. Boa parte desses assessores é formada por irmãos, primos, cunhados, filhos, sobrinhos e demais parentes dos deputados. O mesmo esquema é montado nos Tribunais de Justiça e de Contas. São ao todo, 1.500 funcionários públicos beneficiados com altos salários, que abocanham mais da metade da folha de pagamento. Uma vergonha nacional. 

A bandalheira sempre foi escancarada nas prefeituras do interior, onde os prefeitos empregam parentes nos mais diversos cargos, sem qualquer qualificação profissional. Empregavam. Não empregam mais. A Lei de Responsabilidade Fiscal aprovada pelo Congresso Nacional, de autoria do Executivo, pune os corruptos. Não se pode gastar mais do que arrecada. A torneira está fechada. Não existe dinheiro do governo federal para o que sempre fizeram. Tem que cortar despesas e, muitos já estão demitindo empregados e acabando com certas mordomias. 

Os pioneiros
Na época da colonização, os pioneiros foram: o alemão Cristovão Lins, fundador dos três primeiros engenhos, em Porto Calvo, e o português Antônio de Barros Pimentel, que fundou engenhos nos vales dos rios Camaragibe e Santo Antônio. Depois foram surgindo novas famílias, como os Mendonça, com seus engenhos de açúcar e fazendas de criação de gado. 

Mas só no século XIX, surge a indústria urbana em Alagoas. Em 1859, o Barão de Jaraguá, fundou a primeira fábrica de tecidos: a de Fernão Velho, ainda hoje existente. É o avanço da industrialização em Alagoas. Depois foram surgindo outras fábricas têxteis, como a de Saúde, da família Nogueira (Maceió): Vera Cruz, em São Miguel dos Campos (Contonifício João Nogueira) ainda funcionando: Alexandria, em Maceió, da família Lôbo e outras em Penedo e Pilar. Rio Largo cresceu com o avanço dessa atividade, através do comendador Teixeira Basto (duas fábricas), avançando mais ainda depois da administração do seu genro Gustavo Paiva, um verdadeiro construtor do progresso de Alagoas, que implantou naquela cidade, a mais avançada legislação trabalhista do Estado. Os operários tinham moradia, com conforto e toda infra-estrutura (energia elétrica e água canalizada), escolas de boa qualidade para os filhos; assistência médica; cinema, clube social, quadras de esportes, com piscina (uma novidade na época) e a garantia de salários e dia e todos os benefícios sociais possíveis. 

Outro pioneiro da indústria em Alagoas, foi o português Jacintho Nunes Leite, que estabeleceu-se em Bebedouro (ainda existe o casarão da família, bem preservado). Instalou indústrias (foi proprietário da fábrica de Fernão Velho); Os primeiros bondes da capital; energia elétrica e água canalizada, em Bebedouro e outros benefícios. O bairro, era naquela época (e até as primeiras décadas do século XX) o mais nobre de Maceió. Verdadeiras mansões emolduravam a paisagem que margeava a lagoa de Mundaú, proporcionando um bonito visual aos passageiros do trem que passava pelo local. 

Na última década do século XIX, é a vez das usinas. Já havia sido abolida a escravidão. Os engenhos estavam enfrentando uma grave crise, com os escravos livres, tendo que ser remunerados. Os velhos coronéis abandonavam a atividade, procurando outras mais rentáveis e que empregasse menos gente. 

Em 1891, surge a primeira usina de Alagoas: a Brasileiro, em Atalaia, fundada pelo Barão de Vandesmant, um francês, que apaixonou-se por Alagoas e aqui implantou uma moderna tecnologia, com a usina dispondo de toda a infra-estrutura tecnológica importada da Europa. E, deu um novo perfil a atividade: os trabalhadores passaram a ser operários, com moradia bem estruturada, assistência médica, extensiva aos familiares: legislação trabalhista avançada e aposentadoria. A usina funcionou até 1958. 

Na mesma década de 1890, surge a segunda usina: Leão, no antigo Engenho Utinga, em Rio Largo. A família Amorim Leão, também avança no tempo, implementando um novo estilo de produção, com base no incentivo ao trabalhador. Venceu. Ainda hoje a usina é comandada pela família, já na quinta geração e misturada a família francesa Dubeaux. 

A terceira usina fundada em Alagoas, foi em São José da Laje: Serra Grande, aproveitada de um antigo engenho banguê. O coronel Carlos Benigno Pereira de Lyra, foi outro pioneiro na industrialização alagoana. Pernambucano, fixou-se com a família naquela região e fez História. Dava total assistência aos seus empregados, produzia um açúcar de excelente qualidade, e já com a usina em poder de seu filho, Salvador Lyra, na década de 1930, lançou-se no mercado, o álcool como combustível, com a marca Usga (iniciais da usina). Foram instaladas bombas em São José da Laje, Maceió e Recife. Um sucesso, que incomodou as multinacionais. Com o poder de pressão, esses estrangeiros exigiram do então presidente Getúlio Vargas que acabasse com esse projeto da usina alagoana. Foram atendidos. E o álcool deixou de ser combustível, para só retornar na década de 1970, com a criação do Proálcool (Programa Nacional do Álcool), pelo então presidente Ernesto Geisel. 

Também no início do século XX, surge outro verdadeiro pioneiro da indústria em Alagoas: o cearense Delmiro Gouveia, que havia saído do Recife, depois que provocou muita confusão por lá, fruto de sua audácia, inteligência e criatividade, que incomodavam os empresários e políticos locais. Lá, na capital pernambucana, ele fundou o Mercado do Derby, uma espécie de shopping center do século XIX. Desembarcando em Penedo, navegou rio acima até chegar próximo à Cachoeira de Paulo Afonso, encantando-se com a paisagem e resolvido ficar. Bem próximo, no povoado Pedra, fundou a primeira fábrica têxtil do Sertão alagoano. Também incomodou os estrangeiros, já que concorria com a linha Corrente (inglesa). Implantou uma verdadeira revolução industrial em plena região da seca. Venceu. Pedra tornou-se uma cidade industrial, com a vila operária e toda a infra-estrutura moderna, onde os operários eram bem tratados pelo patrão, recebendo toda assistência social possível. Luz elétrica, um avanço no início do século XX. Nem a capital dispunha desse benefício. E Delmiro levou a energia elétrica a Pedra, através da Cachoeira de Paulo Afonso, onde ele fundou a primeira Hidrelétrica do Nordeste, hoje ainda esbanjando progresso e tecnologia. Foi assassinado em 10 de outubro de 1917, quando lia jornal na varanda de seu chalé. O crime chocou Pedra e todo o Sertão alagoano. Dois suspeitos, foram presos (ex-empregados da fábrica). Mas a dúvida continuava. Ninguém achava que fossem aqueles pobres coitados, admiradores do ex-patrão e até compadres. Tinha “costa quente” por trás de tudo. Mas foram esses ex-operários que pagaram a conta. Um morreu na cadeia e o outro ficou até o fim da sua pena. Mas a família nunca se conformou e reabriu o processo, já depois dele morto. Venceu. Foi a primeira sentença pós-morte, onde o culpado foi julgado inocente. Coisas de Alagoas mesmo. 

A fábrica de Delmiro Gouveia passou por vários donos. Na década de 1980, chegou ao estágio de pré-falência, levando o proprietário ao suicídio. Mas, recuperou-se. Foi adquirida pelo empresário Carlos Lyra, e hoje é uma das mais modernas do país. 

A Era Vargas
Quando o Brasil foi sacudido pela Revolução de 1930, levando o gaúcho Getúlio Vargas ao poder, Alagoas era governada por Álvaro Paes. A agitação política se restringia mais as grandes cidades. Inicia-se a fase dos interventores nomeados pelo presidente da República. Foram nove, em 15 anos da Era Vargas, que exerciam o cargo obedecendo as decisões do chefe da Nação. 

O primeiro desses interventores foi o sergipano Hermílio de Freitas Melro, que passou um ano no poder, sendo substituido por Luiz de França Albuquerque, alagoano de Viçosa, seguido do capitão Tasso Tinoco, Afonso de Carvalho e Temístocles Vieira de Azevedo. As eleições para deputados são realizadas em 1933, elegendo-se seis alagoanos: Manoel de Goes Monteiro, Izidro Teixeira de Vasconcelos, José Afonso Valente de Lima, Antonio de Melo Machado, Armando Sampaio Costa e Álvaro Guedes Nogueira, representantes do Estado, na Assembléia Constituinte, que promulgou a Constituição de 1934. 

Quem mais se destacou como interventor, foi o jurista Osman Loureiro, também eleito governador nas eleições de 1935, permanecendo no cargo até 1937 quando deu-se o Golpe do Estado Novo. Nesse período de dois anos, como representante eleito pelo povo, fez várias obras e liberou recursos para as áreas de educação, saúde e segurança pública. Depois, já na ditadura, voltou a ser interventor. 

Passaram ainda pela interventoria: José Maria Correia das Neves, Ismar de Goes Monteiro e Antonio Guedes de Miranda. Acaba assim a Era Vargas em Alagoas, iniciando-se o processo de redemocratização, com as eleições gerais de 1946. 

A ditadura de Vargas provocou muitas prisões de alagoanos, que defendiam a democracia. O escritor Graciliano Ramos, já famoso na época, foi preso no Rio de Janeiro. Esse episódio, gerou o livro Memórias do Cárcere, um best-seller. 

Apesar da ditadura, o povo adorava Getúlio, que implantou a Legislação Trabalhista, criou o salário mínimo (muito valorizado na época) e o voto da mulher. Alagoas viveu nas interventorias, satisfatoriamente. No Estado Novo não existia Congresso nem Assembléia. Portanto, gastos com deputados e senadores não era preocupação do governo. A arrecadação servia para pagar suficientemente os salários dos funcionários públicos.
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