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ESPÍRITO SANTO - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GEOGRAFIA – Área: 46.077,5 km². Relevo: baixada litorânea (40% do território) e serras (interior). Ponto mais elevado: pico da Bandeira, na serra do Caparaó (2.891,9 m). Rios principais: Doce, Itapemirim, Itaúnas, Jucu, São Mateus. Vegetação: floresta tropical, vegetação litorânea. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Vila Velha (425.200), Serra (410.900), Cariacica (371.800), Vitória (351.500), Cachoeiro de Itapemirim (214.030), Linhares (142.800), Colatina (128.220), Guarapari (119.080), São Mateus (111.100), Aracruz (79.890) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: capixaba.

POPULAÇÃO – 3.623.020 (est. 2012).

CAPITAL – Vitória. Habitante: vitoriense. População: 351.500 (est. 2012).

O litoral do Espírito Santo (ES) apresenta paisagens recortadas por serras e morros, características do Sul e do Sudeste, e regiões planas, com dunas e palmeiras, típicas do Nordeste do país. A capital, Vitória, fica em uma ilha costeira. Pouco mais ao sul está Guarapari, conhecida pelas praias de areia monazítica. No extremo norte localiza-se Itaúnas, no município de Conceição da Barra, famosa pelas grandes dunas. É na faixa litorânea que se concentram os descendentes dos primeiros colonizadores e sua culinária típica, como a moqueca capixaba, feita com tintura de urucum, de origem indígena. Nas serras predominam os descendentes de imigrantes alemães, suíços, holandeses e açorianos. O pico da Bandeira, com 2.891,9 metros, o terceiro ponto mais alto do Brasil, fica na divisa com Minas Gerais.

Economia – O estado tem aumentado sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Mas, com uma base industrial modesta, essa participação ainda é pequena, de 1,8% em 2011. O comércio é a principal atividade econômica do Espírito Santo, que está entre os sete primeiros estados exportadores do país. A capital do estado abriga o porto de Vitória – o segundo mais importante do Brasil, responsável por 16% dos embarques do país – e o de Tubarão. Entre os produtos locais de exportação destacam-se celulose, café e granito. De Minas Gerais são escoados minério de ferro, veículos e aço. Do Centro-Oeste, produtos agrícolas. Entram pelo Espírito Santo automóveis, grãos, máquinas agrícolas e carvão siderúrgico. Com a descoberta de grandes reservas petrolíferas a partir de 2002, o estado passa da sexta para a segunda posição entre os detentores das maiores reservas do país. A indústria, apoiada principalmente no aumento contínuo da extração de petróleo e gás natural, é a que mais cresce em 2002 e 2003. Na agricultura, o destaque são as lavouras de café, cuja produção só é menor que a de Minas Gerais. Nas áreas litorâneas plantam-se banana, abacaxi, mamão, maracujá e limão, enquanto nas montanhas são cultivados morango e uva. O estado possui a segunda maior fábrica de chocolates do país, a Garoto, com sede em Vila Velha. Em 2004, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) veta a compra da empresa pela multinacional Nestlé, que já vinha controlando sua produção desde 2002. O Cade determina que a Garoto seja vendida novamente, sob protestos da Nestlé, que decide recorrer judicialmente. O governo estadual teme pelo destino dos 3 mil funcionários da empresa e por impactos negativos na economia da cidade.

Índices sociais – A renda per capita do Espírito Santo é idêntica à média nacional: 17.631 reais. Embora seja o estado menos desenvolvido da Região Sudeste, apresenta indicadores sociais superiores aos demais. A taxa de mortalidade infantil é de 14,9 para cada mil nascidos vivos. Mais de 80% da população tem acesso à água, ao passo que um terço não possui serviços de coleta de esgoto. Dados do Ministério da Justiça indicam que o Espírito Santo apresenta taxa de homicídios de 52,1 por mil habitantes, a maior do país.

Vitória
Capital – Ao mesmo tempo que Vitória tem um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as capitais do país, apresenta também uma das maiores taxas de homicídio do Brasil. Segundo especialistas, é o resultado do desemprego, do crescimento desordenado, do tráfico de drogas e das desigualdades sociais.

História
Criada em 1534, a capitania do Espírito Santo começa a ser ocupada no ano seguinte. Seu donatário, Vasco Fernandes Coutinho, constrói os primeiros engenhos, transformando a produção e a exportação de açúcar na principal atividade econômica da capitania. A vida nos engenhos e povoados, no entanto, é prejudicada pela constante presença de corsários franceses e pela hostilidade dos índios goitacás e aimorés. Para melhor resistir a essa situação, a sede da capitania, Vila Velha, é abandonada, e uma nova é construída na ilha de Santo Antônio, com o nome de Vila Nova, atual Vitória. A mudança para a ilha não resolve o problema dos ataques indígenas. A situação só melhora com a ida do primeiro contingente de jesuítas, para a catequização dos índios, em 1551.

Anchieta – O padre José de Anchieta, que faria o trabalho mais cuidadoso nesse sentido, chega em 1552. A luta contra os franceses prossegue ao longo do litoral, até o Rio de Janeiro. Um índio da região, Araribóia, chefe dos temiminós, amigo dos portugueses e da família do governador-geral Mem de Sá, desempenha papel importante nessa disputa. Ele se desloca com as tropas portuguesas até o Rio de Janeiro, onde luta contra os franceses liderados por Nicolau Durand de Villegaignon.No século XVII e no XVIII, a capitania vive o declínio da economia canavieira. Enfrenta outras guerras, contra os holandeses, de 1625 a 1640. Na segunda metade do século XVII, cresce a busca de ouro. O governador Gil de Araújo envia, a partir de 1676, 14 expedições à serra das Esmeraldas, rio Doce acima. As tentativas fracassam, pois a pequena quantidade de ouro encontrada não é suficiente para apontar uma alternativa econômica para a região. O crescimento da mineração de ouro e diamante em Minas Gerais também contribui para essa retração.

Expansão cafeeira – O Espírito Santo começa a se recuperar apenas durante o Império, com a expansão da lavoura cafeeira e com o incremento da imigração européia. Italianos, alemães, portugueses, holandeses e suíços instalam-se nas colônias e nas vilas do interior. No início da República, o café chega a representar mais de 90% da receita do estado e possibilita investimentos em infra-estrutura na capital e nas principais cidades. Nessa época, o porto de Vitória torna-se um dos mais importantes do Brasil.Com a economia baseada na exportação de produtos agrícolas até meados da década de 1960, o Espírito Santo se beneficia, a partir dos anos 1970, da instalação de grandes projetos industriais, como as empresas estatais Companhia Vale do Rio Doce e Companhia Siderúrgica de Tubarão, depois privatizadas.
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DISTRITO FEDERAL - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO DISTRITO FEDERAL

GEOGRAFIA – Área: 5.801,9 km². Relevo: planalto de topografias suaves. Ponto mais elevado: pico do Roncador, na serra do Sobradinho (1.341 m). Rios principais: Descoberto, Paranoá, Preto, São Bartolomeu. Vegetação: cerrado. Clima: tropical. Município mais populoso: Brasília (2.580.000) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: brasiliense.

POPULAÇÃO – 2.580.000 (est. 2012).

CAPITAL – Brasília. Habitante: brasiliense. População: 2.580.000 (est. 2012).

No Distrito Federal (DF) localiza-se Brasília, a capital do país e o centro do poder político da União. Dividido em 19 regiões administrativas, com cidades-satélites no entorno da capital, o Distrito Federal está encravado no estado de Goiás, no Planalto Central, a uma altitude média de 1,1 mil metros. Brasília abriga as sedes do Executivo federal (Palácio do Planalto) e do Poder Legislativo (Congresso Nacional, composto de Câmara dos Deputados e Senado Federal). Na capital ficam também as mais altas cortes judiciais do país, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF), além dos ministérios, dos órgãos públicos e das embaixadas. Cidade projetada pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer e inaugurada em 1960, Brasília tem a forma de um avião, com duas asas unidas por um eixo central.

Economia – O setor de serviços responde por mais de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) do Distrito Federal, com quase dois terços dos recursos vindos da administração pública. A agropecuária, com menos de 1%, e a indústria, com cerca de 6%, têm a menor participação no PIB entre todas as unidades da Federação. Na indústria, destacam-se a da construção civil, a de transformação e a gráfica. A força do setor de serviços é ilustrada pelo fato de que a região, com apenas 5.801 quilômetros quadrados, mantém 291 agências bancárias. Esse número supera o de 15 estados brasileiros, sendo, por exemplo, o dobro do existente em Sergipe e nove vezes maior que o do Acre. Os medicamentos respondem por mais da metade das importações feitas pelo Distrito Federal. O motivo são as compras feitas pelo Ministério da Saúde para distribuição em todo o país. Drogas do coquetel anti-aids e vacinas, como as de prevenção de paralisia infantil e da hepatite, representam boa parte dos produtos trazidos do exterior. Por isso, o Distrito Federal apresenta déficit anual de mais de 500 milhões de dólares. Os investimentos do governo federal em tecnologia da informação e a chegada de grandes grupos de telecomunicações estimulam o surgimento de um pólo de informática com mais de mil empresas em Brasília. Conhecida como cidade movida pelo funcionalismo público, a capital federal passa por transformações nos últimos anos, e, atualmente, o setor privado contrata mais funcionários que o governo.

Índices sociais – Após a explosão demográfica verificada em 1960 e 1970, o crescimento populacional do Distrito Federal decai nos últimos anos. Mesmo assim, na década de 1990, a população salta de 1,6 milhão para 2 milhões de habitantes, o que representa um crescimento de 2,8%, superado apenas pelos estados da Região Norte. O Distrito Federal ostenta o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e os melhores indicadores do país: cerca de 90% das casas com rede de esgoto, 96% com coleta de lixo e 89% com rede de água. Na área educacional, registra os melhores índices de escolaridade, com taxa de alfabetização de quase 95%. O peso do governo federal no PIB local contribui para que o Distrito Federal tenha também a maior renda per capita do Brasil. A concentração de renda, porém, é grande. O rendimento mensal do 1% mais rico atinge 40,7 mil reais, o maior do país. O Distrito Federal lidera ainda em número de telefones celulares por habitante: quase 90% da população possui um aparelho móvel. Por outro lado, o crescimento desenfreado tem gerado problemas de urbanização nas cidades-satélites, com aumento da criminalidade, redução da qualidade de vida e do transporte, desemprego e processo de formação de favelas.

Brasília
Capital – Brasília é a principal atração do Distrito Federal. Em 1987, é declarada patrimônio cultural da humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em razão de seu valor arquitetônico e por ter sido a primeira cidade construída no século XX para ser uma capital. Brasília recebe constante afluxo de pessoas de todos os estados brasileiros e de outras nações. Atrai também místicos: muitos construíram, nas imediações da cidade, templos de diversas religiões. Essa diversidade cultural, que permite o encontro com estrangeiros de vários países, os mais diferentes sotaques, costumes e comidas típicas, é uma característica brasiliense marcante. Depois de fechado ao público por sete anos, o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, é reaberto em 2002 para visitação.

História
A idéia da transferência da capital do país para o interior é antiga. Os participantes da Conjuração Mineira, em 1789, acalentavam esse sonho. Logo após a independência, José Bonifácio apresenta à Assembléia Constituinte uma proposta de transferência da capital do Império do Rio de Janeiro para o interior do país. Uma capital com essa localização garantiria a ocupação de terras quase despovoadas e abriria novas frentes de desenvolvimento, além de ser menos vulnerável a ataques externos. Em 1877, o historiador Francisco Adolfo de Varnhagen, defensor do projeto, viaja para o Planalto Central e indica a região ao ministro da Agricultura, Tomás Coelho. A idéia é incorporada pela Constituição republicana de 1891. No ano seguinte, o lugar para o novo Distrito Federal é demarcado. Em 1954, um trecho dessa área é escolhido para sediar a capital. Trinta mil operários constroem Brasília em 41 meses, durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek. Com projeto urbanístico de Lúcio Costa e arquitetônico de Oscar Niemeyer, a nova capital é inaugurada em 21 de abril de 1960, data escolhida em homenagem a Tiradentes. No ano de fundação, a cidade já conta com 150 mil habitantes. No Plano Piloto, moram funcionários públicos. Nas cidades-satélites, estão os candangos – como são chamados os operários migrantes, a maioria nordestinos, que trabalharam na construção da capital. A população aumenta rapidamente à medida que a estrutura político-administrativa do governo federal se transfere para lá. Em 30 anos, o Distrito Federal alcança 1,6 milhão de habitantes, uma das mais altas taxas de crescimento demográfico do país. Em 1988, com a nova Constituição, ganha plena autonomia e passa a eleger seu governador e seus parlamentares.

Regiões administrativas – O Distrito Federal constitui uma unidade atípica na federação: não é um estado nem possui municípios. Consiste em um território autônomo, dividido em regiões administrativas. Exceto Brasília, capital federal e sede do governo do Distrito Federal, as demais regiões administrativas são conhecidas como cidades-satélites, com certa autonomia administrativa. Em 1961 criam-se as primeiras subprefeituras: Planaltina, Taguatinga, Sobradinho, Gama, Paranoá, Brazlândia e Núcleo Bandeirante. Em 1964 são substituídas por regiões administrativas. Surgem mais quatro dessas unidades em 1989: Ceilândia, Guará, Cruzeiro e Samambaia. Em 1993, acrescentam-se outras quatro: Santa Maria, São Sebastião, Recanto das Emas e Riacho Fundo. As três últimas regiões administrativas são criadas em 1994: Lago Sul, Lago Norte e Candangolândia.
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CEARÁ - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO CEARÁ

GEOGRAFIA – Área: 148.825,6 km². Relevo: planalto, planícies e várzeas (leste e oeste). Ponto mais elevado: pico Serra Branca, na serra do Olho d'Água (1.154 m). Rios principais: Acaraú, Banabuiú, Jaguaribe, Salgado. Vegetação: caatinga em quase todo o território, vegetação de restinga e salinas em estreita faixa litorânea. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Fortaleza (2.530.600), Caucaia (341.200), Juazeiro do Norte (270.920), Maracanaú (205.300), Sobral (180.500), Crato (130.800), Itapipoca (116.100), Maranguape (103.500), Iguatu (97.700), Quixadá (77.800) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: cearense.

POPULAÇÃO – 8.360.500 (est. 2012).

CAPITAL – Fortaleza. Habitante: fortalezense. População: 2.530.600 (est. 2012).

Com litoral de 573 quilômetros, o Ceará (CE) é um dos centros turísticos mais procurados do Brasil. São famosas suas praias e a culinária local, em que se destacam a lagosta, os frutos do mar e o baião-de-dois (arroz e feijão-fradinho). O território cearense abrange grandes extensões de serras e de sertões. Ao sul do estado situa-se a Floresta Nacional do Araripe, onde está a maior concentração mundial de fósseis do Período Cretáceo. Na divisa com o Piauí existe uma área de cerca de 3 mil quilômetros quadrados que não faz parte, oficialmente, de nenhum dos dois estados. Tecnicamente, a região é classificada como área de litígio, mas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não há disputa pela terra, cuja importância econômica é ínfima.

Economia – O setor industrial responde por 36,8% do Produto Interno Bruto (PIB) cearense, o de serviços e comércio por 57% e a agropecuária, por 6,1%. Nos últimos anos, mais de 1.100 empresas nacionais e estrangeiras instalam-se no estado, atraídas pelos incentivos que o governo oferece e pela mão-de-obra barata. Os principais setores são calçadista, metal-mecânico, siderúrgico, têxtil, de confecções e eletroeletrônico. Um pólo de floricultura no interior do estado fez do Ceará o segundo maior exportador de flores frescas cortadas do Brasil, atrás apenas de São Paulo. A produção de frutas também apresenta crescimento, com destaque para a banana, o abacaxi e o melão.

Índices sociais – O Ceará historicamente enfrenta problemas de escassez de água. Castigada pela seca e pela situação de desigualdade social, a população sofre com a desnutrição. No decorrer da década de 1990, programas de saúde familiar desenvolvidos pelo governo do estado e pela Pastoral da Criança, com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), conseguem reduzir a mortalidade infantil. Em 1990, entre crianças de até 1 ano, o número de mortes era de 72,5 em cada mil nascidas vivas. Em 2010, passa para 24,1 em mil. O resultado é obtido graças a medidas como ampliação da cobertura de vacinação, combate à desnutrição infantil e estímulo à amamentação.

Fortaleza
Capital – A região metropolitana de Fortaleza possui uma costa urbanizada, com boa rede hoteleira, restaurantes, casas de espetáculos, bares, museus e parques temáticos. Os 90 quilômetros de praias atraem turistas de todo o Brasil. Fortaleza, no entanto, enfrenta o problema crescente da violência, como as demais grandes cidades do país.

História
Colonos portugueses apoiados por expedições militares começam a ocupar o Ceará por volta de 1610. O objetivo é defender a capitania, criada em 1534, dos ataques de franceses, holandeses e ingleses, que se aliavam a tribos locais. O povoamento do interior e o desenvolvimento da agropecuária são incrementados quando proprietários de Pernambuco, da Paraíba e de Alagoas chegam à região, fugindo dos holandeses instalados no litoral nordestino no século XVII.

Os cearenses participam da Revolta Pernambucana, em 1817, das lutas de independência, enfrentando as forças portuguesas aquarteladas no Piauí, e da Confederação do Equador, de 1824, também liderada por Pernambuco. Durante o Império, o estado se envolve na campanha abolicionista e na republicana. Ceará e Amazonas são as primeiras províncias a declarar oficialmente extinta a escravidão, em 1884. Nas últimas décadas do século XIX, a seca faz dezenas de milhares de cearenses abandonar a região. A maior parte vai para a região Amazônica, a fim de trabalhar nos seringais.

A República contribui para fortalecer o poder dos grandes fazendeiros, os coronéis. Liderados pelo clã dos Acioli, eles controlam todo o estado por meio dos "currais eleitorais" (prática na qual os eleitores trocam o voto por dinheiro ou por outro benefício). O governo federal resolve intervir na poderosa oligarquia cearense e indica Marcos Franco Rabelo para governar o estado. Mas os coronéis reagem brutalmente, com o apoio do Padre Cícero, na Revolta do Juazeiro. As obras contra a seca se intensificam a partir dos anos 1940 e 1950, quando o governo federal aumenta os recursos aplicados no estado pelo Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), criado em 1943. Dezenas de açudes são construídos, alguns de grande capacidade, como os de Orós, Banabuiú e Araras, localizados, respectivamente, no sudeste, centro e noroeste do Ceará. Os recursos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a partir dos anos 1960, e os incentivos fiscais da década de 1970 fazem crescer principalmente os setores alimentício e têxtil. Este último se desenvolve graças às condições favoráveis ao plantio de algodão. Indústrias de transformação e de alimentos, entre outras, surgem apoiadas no aumento da produção de cana-de-açúcar e dos óleos de carnaúba, mamona e oiticica.
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BAHÍA - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DA BAHÍA

GEOGRAFIA – Área: 564.692,7 km². Relevo: planície no litoral, depressão a norte e a oeste e planície no centro. Ponto mais elevado: serra do Barbado (2.033,3 m). Rios principais: Carinhanha, de Contas, Grande, Itapecuru, Jequitinhonha, Pardo, Paraguaçu, São Francisco. Vegetação: floresta tropical, mangues litorâneos, caatinga e cerrado. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Salvador (3.020.000), Feira de Santana (575.170), Vitória da Conquista (315.600), Ilhéus (260.200), Itabuna (230.500), Juazeiro (212.000), Camaçari (202.300), Jequié (161.400), Alagoinhas (148.800), Lauro de Freitas (142.200) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: baiano.

POPULAÇÃO – 14.200.000 (est. 2012).

CAPITAL – Salvador. Habitante: soteropolitano. População: 3.020.000 (est. 2012).

Na Bahia (BA) reside o maior número relativo de negros e mulatos do Brasil, e a cultura africana tem grande influência na música, na culinária e no sincretismo religioso, celebrado nas festas de Nosso Senhor do Bonfim e de Iemanjá. A culinária é a mais mestiça do país. A moqueca de peixe à baiana é um exemplo: o peixe é preparado com o dendê, originário da África, e a cebola, que veio da Ásia, com base em uma técnica portuguesa. Vatapá, abará, mungunzá (conhecido como canjica no Sudeste) e acarajé são outros símbolos da cozinha local. A música e os ritmos baianos atraem visitantes do mundo todo, especialmente durante o Carnaval, o maior do país. O estado tem a mais extensa faixa litorânea do Brasil, e os turistas se espalham por suas praias famosas, como as do Forte, Itaparica, Morro de São Paulo, Ilhéus, Comandatuba, Porto Seguro, Arraial d’Ajuda, Trancoso, Alcobaça, Caravelas e o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, que reúne a maior variedade de corais do país.

Economia – De perfil predominantemente agrícola no passado, a Bahia abriga importante indústria petroquímica: um quarto de suas exportações é de petróleo e derivados. O turismo é outro segmento que cresce. Em 2000 é inaugurado o maior complexo hoteleiro do país, 60 quilômetros ao norte de Salvador: a Costa do Sauípe. Em Ilhéus cresce o pólo de informática. Disputando com outros estados uma acirrada guerra fiscal, os incentivos baianos atraem multinacionais em 2000 e 2001, como a montadora Ford, que alavanca a exportação de automóveis, e a empresa Monsanto, que instala na Bahia sua maior fábrica de herbicidas fora do território norte-americano. Os incentivos governamentais beneficiam também cerca de 15 mil agricultores do sul do estado, que voltam a investir no cacau, cultura seriamente prejudicada pela praga vassoura-de-bruxa. Surgida em 1989, a praga faz cair as safras de 300 mil toneladas na época para pouco mais de 110 mil toneladas em 2004. A queda leva 250 mil pessoas ao desemprego. Em 2001, uma área de 50 mil hectares recebe mudas clonadas e modificadas para resistir à vassoura-de-bruxa. A meta é renovar os 300 mil hectares de lavoura em cinco anos. Os primeiros resultados começam a aparecer em 2003. Entre os principais produtos agrícolas estão a mandioca e o milho, mas novas fronteiras se abrem no oeste baiano, onde se destaca a produção de laranja, banana, tomate, fibras e mamona. A produção de cana-de-açúcar e soja também aumenta nos últimos anos. Na pecuária, a criação de caprinos adapta-se às condições do clima semi-árido e traz bom retorno econômico. O estado tem o maior rebanho de cabras do país e o segundo de carneiros e ovelhas. A Bahia abriga a única mina de urânio em atividade no Brasil. Localizada entre os municípios de Caetité e Lagoa Real, no sul do estado, a mina possui reservas estimadas em 100 mil toneladas e produz 400 toneladas por ano. Entretanto, sua segurança começa a ser questionada: a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) exige a correção de falhas para que não haja riscos à população e ao meio ambiente.

Índices sociais – Em todo o estado, 40,4% dos domicílios não têm rede de esgoto. O índice de mortalidade infantil é de 23,7 mortes por mil crianças nascidas vivas. Na educação, a taxa de analfabetismo é de 13,7% entre os habitantes com 15 anos ou mais. Um quarto da população vive com até um salário mínimo, enquanto menos de 1% dos baianos recebe mais de 20 salários mínimos.

Salvador
Capital – Salvador, a capital do estado e a primeira do Brasil, tem arquitetura marcada pelas construções do período colonial. São igrejas, fortes, palácios e os casarões do Pelourinho, considerado patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

História
A Bahia é a primeira das capitanias hereditárias a ser retomada pela Coroa portuguesa e transformada em capitania real. Em 1549, o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, constrói a cidade de São Salvador, na Baía de Todos os Santos, para ser a capital da colônia. Além de sede política e administrativa, funciona como pólo de desenvolvimento econômico de toda a região, centralizando grande parte das exportações de açúcar, tabaco e algodão no século XVI e no XVII, de ouro e diamante no XVIII e do tráfico de escravos até meados do século XIX. Em 1763, com cerca de 60 mil habitantes, Salvador perde a condição de capital para o Rio de Janeiro. O declínio econômico da cidade e de todo o Recôncavo Baiano gera forte sentimento anticolonialista. Em 1798, a Conjuração Baiana, também conhecida como Revolta dos Alfaiates, que conta com representantes das camadas populares e médias, propõe a independência da colônia e uma sociedade baseada nos ideais da Revolução Francesa.

No século XIX, a província da Bahia sofre com a decadência da economia canavieira. Surgem depois novas áreas de prosperidade econômica, baseadas em monoculturas, como a zona cacaueira no sul do estado. Mas o empobrecimento é geral. Nos sertões do norte e do oeste, ao longo da bacia do São Francisco, a agropecuária de subsistência garante a sobrevivência da população, submetida ao poder das oligarquias e à influência de líderes messiânicos, como Antônio Conselheiro, fundador do arraial de Canudos. O arraial, visto pelo governo como ameaça à República e à ordem social, é destruído por tropas federais em 1897, após o envio de quatro expedições e de intensos combates. Antônio Conselheiro morre em conseqüência do jejum a que se entregara durante o conflito. Exumado dias depois, tem a cabeça decepada. O estado, como os demais da região, permanece à margem do poder durante a República Velha. Em 1912 sofre intervenção do governo federal, e Salvador é bombardeada. O ataque é uma represália ao apoio dado pelo governo baiano à oligarquia paulista, contrária ao governo do marechal Hermes da Fonseca. Em 1930, novamente a Bahia apóia os interesses da oligarquia paulista. Nesse ano, integra com Vital Soares a chapa encabeçada por Júlio Prestes na eleição presidencial. A chapa ganha nas urnas, mas perde para o movimento tenentista na Revolução de Outubro, que põe fim à República Velha.

Modernização do estado – O processo de modernização, a partir dos anos 1950, é marcado pela descoberta de petróleo no Recôncavo Baiano e pelo início de sua exploração, pela construção da Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso (1954) e pela abertura da rodovia Rio-Bahia (1957). Na década seguinte, o estado passa a receber recursos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), destinados, sobretudo, à ampliação da agricultura irrigada na bacia do São Francisco. Nos anos 1970, incentivos fiscais favorecem a implantação do Pólo Industrial de Aratu e do Pólo Petroquímico de Camaçari, na região metropolitana de Salvador, que se consolida como o maior centro industrial do Nordeste.
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AMAZONAS - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO AMAZONAS

GEOGRAFIA – Área: 1.570.745,7 km². Relevo: depressão na maior parte e faixa de planície perto do rio Amazonas e planaltos a leste. Ponto mais elevado: pico da Neblina, na serra Imeri (2993,8 m). Rios principais: Amazonas, Icá, Japurá, Javari, Juruá, Madeira, Negro, Nhamundá, Purus, Solimões. Vegetação: floresta Amazônica. Clima: equatorial. Municípios mais populosos: Manaus (1.710.500), Parintins (125.000), Manacapuru (88.510), Coari (84.550), Itacoatiara (81.400), Tefé (73.400), Maués (46.500), Tabatinga (44.600), Iranduba (40.660), Manicoré (40.100) (2012). Hora local: -1h a leste da linha Tabatinga-Porto Acre e -2h a oeste. Habitante: amazonense.

POPULAÇÃO – 3.312.420 (est. 2012).

CAPITAL – Manaus. Habitante: manauara ou manauense. População: 1.710.500 (est. 2012).

O Amazonas (AM) é o maior estado brasileiro em área e detém a maior biodiversidade do mundo. A bacia do rio Amazonas concentra um quinto de toda a água doce do planeta. No estado estão os pontos mais elevados do Brasil: o pico da Neblina, com 3.014 metros de altitude, e o 31 de Março, com 2.994 metros, ambos na fronteira com a Venezuela. O território amazonense abriga ainda o maior número de índios do país: 101,8 mil, quase um quarto do total. Raízes indígenas e nordestinas estão presentes na culinária e na cultura da região, que tem no peixe a base de seus principais pratos, como a moqueca com postas de tucunaré ou de surubim. A maior festa do estado, o festival folclórico de Parintins, no mês de junho, atrai turistas de todo o Brasil.

Economia – O Amazonas é o único estado da Região Norte em que a indústria é o principal setor da economia. O Pólo Industrial de Manaus, que responde por 66,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, fabrica eletroeletrônicos, bens de informática, motos, bicicletas, químicos e concentrados de refrigerante. Entre 1994 e 2011, a economia amazonense tem o maior crescimento acumulado do país: 186%. De janeiro a setembro de 2004, a indústria do estado, com a de São Paulo, é a que apresenta o melhor desempenho no país, impulsionada principalmente pela produção de material eletrônico, equipamentos de comunicações, plástico e borracha.

O ecoturismo é o segmento econômico que mais se expande no Amazonas. Com isso, cresce também o número de hotéis de selva no estado, a maioria nos arredores de Manaus, Manacapuru e Itacoatiara. O estado é o maior produtor de borracha do Brasil. Destaca-se também a exploração da madeira, mas o corte predatório ainda é um problema. Desde os anos 1970, pelo menos 600 mil quilômetros quadrados de mata foram derrubados, uma área superior à da França. Experiências de uso racional da floresta vêm sendo feitas na região de Tefé, em Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS), que preservam a fauna e a flora sem expulsar os ribeirinhos. As reservas de Mamirauá e Amanã e o Parque Nacional do Jaú somam 57,4 mil quilômetros quadrados – quase duas vezes a área da Bélgica. Entretanto, o avanço da soja começa a ameaçar a floresta no sul do estado. A maior parte do movimento de passageiros e carga está concentrada nos rios Madeira, Negro e Amazonas. O transporte aéreo é caro e o rodoviário, precário. Com baixo potencial hidrelétrico, o estado produz petróleo e gás natural. Em 2002, a Petrobras descobre uma reserva de gás natural de 6 bilhões de metros cúbicos em Itapiranga, a 200 quilômetros de Manaus. O rebanho bovino do Amazonas é o que mais cresce no país entre 2002 e 2003. A produção de carne no estado destina-se apenas ao consumo local. Mesmo assim, em setembro de 2004, a Federação Russa proíbe a importação de carne brasileira, após a descoberta de um foco de febre aftosa no município amazonense de Careiro da Várzea. Em junho, o governo russo já vetara a importação de Mato Grosso, em virtude da aparição da doença em região vizinha, no Pará. O embargo russo é suspenso em novembro apenas para a carne de Santa Catarina.

Zona Franca e Pólo Industrial – Instalada em Manaus, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) incentiva o setor industrial. Cerca de 450 indústrias se fixam em Manaus, formando o Pólo Industrial. Após período de retração, provocado pelas crises econômica e energética nos últimos anos, o pólo retoma o crescimento e impulsiona a economia do estado. O faturamento de 2011 é estimado em 35 bilhões de dólares, 18% maior que o de 2011. Apesar do crescimento de mais de 500% no volume de exportações nos últimos seis anos, apenas um décimo da produção do pólo é vendido para o exterior.

Índices sociais – O Amazonas tem baixa densidade demográfica. A maior parte dos municípios fica à beira dos rios, e nas áreas periodicamente alagadas é comum a construção de casas sobre palafitas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 a mortalidade infantil registrada no estado é de 16,8 por mil crianças nascidas vivas.

Manaus
Capital – Em Manaus, há marcos arquitetônicos do período áureo da borracha, como o Teatro Amazonas, construído com materiais nobres importados de várias partes do mundo, no fim do século XIX. Com a criação da Zona Franca de Manaus, a cidade se transforma em grande pólo de atração, abrigando metade dos habitantes do estado. Essa concentração traz vários problemas sociais, como altos índices de violência e prostituição infantil, déficit de moradia e precariedade nos serviços de saúde.

História
Até meados do século XVIII, quase toda a atual Amazônia brasileira pertencia à América hispânica. Nessa época, é praticamente desconhecida, sendo visitada apenas por missionários e aventureiros, alguns enviados em expedições oficiais. Portugueses e espanhóis exploram apenas as "drogas do sertão" – madeiras, resinas, ervas e condimentos –, nenhuma delas de importância econômica significativa. Isso explica, em parte, por que a Espanha cede com relativa facilidade a imensa área a Portugal no Tratado de Madri, de 1750. Desde essa época até meados do século XX, o Amazonas tem dificuldade para romper o modelo extrativista que está na base de sua ocupação. Em 1669, o capitão português Francisco da Mota Falcão funda o pequeno forte de São José do Rio Negro, núcleo inicial do que é hoje a cidade de Manaus. Ele se torna o foco de expansão para o povoamento da Amazônia, com a possibilidade de subida do rio Negro. Em 1757, a região é transformada em capitania de São José do Rio Negro, e nas décadas seguintes constroem-se fortalezas para sua defesa. Com a independência, a capitania integra-se à província do Pará e se envolve nas lutas da Cabanagem, entre 1835 e 1840. Em 1850, o governo imperial cria a província do Amazonas, com capital em Manaus.

Ciclo da borracha – Em 1866, quando cresce a importância da borracha para a economia local, o rio Amazonas é aberto à navegação internacional. Os seringais amazônicos atraem dezenas de milhares de migrantes, sobretudo nordestinos, para a coleta do látex. Tornam-se também objeto de interesse de grandes companhias estrangeiras. Entre 1890 e 1910, a produção de borracha do Amazonas corresponde a mais de 40% do total mundial. A população multiplica-se, a exportação da borracha chega a se igualar à do café e a economia cresce rapidamente. Em cerca de 50 anos, a população salta de 57.610 (Censo de 1872) para 1.439.052 habitantes (Censo de 1920). Chamada de Paris dos Trópicos, Manaus transforma-se em uma metrópole de estilo europeu – é a segunda cidade do país a instalar iluminação elétrica. Esse desenvolvimento não dura muito. Na década de 1910 e na de 1920, em razão da concorrência asiática, a borracha amazônica perde mercado, e a economia regional entra em rápido declínio. Depois do ciclo da borracha, a construção da rodovia Belém-Brasília, no fim dos anos 1950, é o primeiro passo para romper o isolamento e a estagnação econômica do estado. Em 1967 é instituída a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), com o objetivo de estabelecer um pólo industrial integrado ao mercado nacional, incentivado pela redução dos impostos de importação e exportação. Na esteira do Pólo Industrial da Zona Franca, desenvolvem-se o comércio, o turismo e a hotelaria, com a criação de aproximadamente 100 mil empregos.

Integração – No início da década de 1970 começa a ser estabelecido, por meio do Plano de Integração Nacional, um programa que prevê a construção de estradas, a ocupação planejada e o incentivo fiscal à instalação de empresas no estado. É dessa fase a criação de agrovilas ao longo das novas estradas, que atraem milhares de migrantes, especialmente das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul. A maioria dos projetos, porém, não dá certo. O solo da região, depois da retirada das árvores, raramente se mostra adequado à agricultura. Grande parte das estradas fica completamente abandonada e é engolida de novo pela floresta. É o caso da Transamazônica (BR-230), planejada para cruzar o estado de leste a oeste e conectá-lo à Região Nordeste. Atualmente, a rodovia fica transitável em apenas um pequeno trecho, durante a época da seca. A partir de meados dos anos 1980, a Zona Franca de Manaus começa a declinar, em decorrência do corte de incentivos, da queda de produção e da baixa demanda de mão-de-obra. Esse cenário se mantém nos anos 1990.
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AMAPÁ - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO AMAPÁ

GEOGRAFIA – Área: 142.814,6 km². Relevo: planície com mangues e lagos no litoral e depressão na maior parte, interrompida por planaltos residuais. Ponto mais elevado: serra Tumucumaque (701 m). Rios principais: Amazonas, Araguari, Jari, Maracá, Oiapoque. Vegetação: mangues litorâneos, campos gerais, floresta Amazônica. Clima: equatorial. Municípios mais populosos: Macapá (385.460), Santana (105.310), Laranjal do Jari (35.900), Oiapoque (16.800), Porto Grande (14.200), Mazagão (13.950), Vitória do Jari (10.890), Tartarugalzinho (8.700), Calçoene (7.980), Amapá (7.800) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: amapaense.

POPULAÇÃO – 598.400 (est. 2012).

CAPITAL – Macapá. Habitante: macapaense. População: 385.460 (est. 2012).

O Amapá (AP) é o mais bem preservado estado brasileiro e mantém intacta quase a totalidade da floresta Amazônica, que cobre 90% de seu território. A população é proporcionalmente a que mais cresceu no país entre 1991 e 2000, com aumento médio de 5,71% ao ano. A maior parte dos habitantes (89%) está nas cidades – mais da metade na capital –, uma concentração urbana inferior apenas à de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Ao sul, o Amapá faz divisa com o estado do Pará. Ao norte, o rio Oiapoque estabelece a fronteira com a Guiana Francesa.

Meio ambiente – Em agosto de 2002, o Amapá passa a abrigar o maior parque florestal do planeta, o Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque, com 3,8 milhões de hectares, área maior que a da Bélgica. O parque cobre a região noroeste do estado e a divisa com o Pará, protegendo as nascentes dos maiores rios estaduais, como o Oiapoque, o Jari e o Araguari. Em 2003 é anunciada a criação do Corredor Ecológico do Amapá. Abrangendo área superior à de Portugal, com mais de 10 milhões de hectares, o corredor é o maior do país – ocupa cerca de 70% da área do estado e visa ao manejo integrado de 12 unidades de conservação, inclusive o Parque do Tumucumaque, além de abrigar tribos indígenas de quatro etnias. Na foz do rio Araguari ocorre a maior pororoca do litoral brasileiro. Quando a maré sobe, uma onda colide estrondosamente com a massa de água doce que flui na direção contrária. A pororoca do Araguari avança rio adentro durante quase uma hora e meia e arrasta tudo o que estiver no leito.

Economia – Desde 1995, com a criação do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá (PDSA), o governo do estado desenvolve ações que associam crescimento e preservação ambiental. Os principais produtos estão relacionados com o extrativismo ou com o manejo da floresta: arcos e estacas de madeira, cavacos de pínus, palmito, castanha-do-pará e açaí. O manganês, que já foi a base da economia amapaense, perde importância com o esgotamento das jazidas. Ainda assim, o estado é um dos maiores produtores do mineral no país. Mandioca, arroz, milho, feijão e banana são as culturas mais comuns. Destacam-se também a pesca e a criação de búfalos. O Amapá apresenta sérios problemas nas áreas de energia, comunicação e transportes – não existe ligação rodoviária com o restante do país. Esse isolamento aproxima o estado de parceiros comerciais no exterior, como a Guiana Francesa e, por decorrência, a França.

Índices sociais – A taxa de mortalidade infantil do Amapá é de 24,9 para cada mil nascidos vivos, índice abaixo da média nacional. O estado detém o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a menor taxa de analfabetismo da Região Norte. No entanto, metade da população não tem acesso à água e três quartos não dispõem de serviços de coleta de esgoto.

Macapá
Capital – Macapá é cortada pela linha do Equador. Isso torna possível a passagem de um hemisfério a outro com o simples ato de atravessar uma rua. São atrações da cidade a Fortaleza de São José, construção portuguesa do século XVIII, e os passeios de barco pelos igarapés e pela foz do rio Amazonas.Em 2002, Macapá ganha o Museu Sacaca do Desenvolvimento Sustentável, a céu aberto, que reproduz a vida ribeirinha, com um sítio arqueológico demonstrativo. O nome Sacaca homenageia um curandeiro da região cujo apelido deriva de uma planta tradicionalmente usada para baixar o colesterol. Em novembro de 2004, o prefeito reeleito de Macapá, João Henrique Pimentel (PT), é preso temporariamente e indiciado pela Polícia Federal sob a acusação de desvio de verbas públicas e fraude em licitações. A Operação Pororoca, que investiga irregularidades em 17 obras públicas no estado, resulta em 31 mandados de prisão contra empresários e políticos, incluindo também o prefeito de Santana, Rosemiro Rocha (PL). Suspeita-se que o esquema de fraudes tenha desviado mais de 103 milhões de reais.

História
Pelo Tratado de Tordesilhas, a área do atual estado do Amapá pertencia aos espanhóis. Durante a União Ibérica entre Portugal e Espanha (1580/1640), a região é doada ao português Bento Parente, com o nome de capitania da Costa do Cabo Norte. Felipe II, rei da Espanha, agia assim com o objetivo de fortificar a região, ponto de atração constante de holandeses, ingleses e franceses, que chegam a instalar verdadeiros empórios comerciais no Amapá. Quando Portugal conquista a independência em relação à Coroa espanhola, Bento Parente continua como donatário da nova capitania. Embora o Tratado de Tordesilhas lhe destinasse a região, a Espanha não contesta a posse. O difícil para Portugal é enfrentar os franceses, que haviam instalado uma praça militar em Caiena, ao norte da capitania. A mais ousada tentativa de ocupação francesa ocorre em 1697. Ao assinar o Tratado de Utrecht, em 1713, a França reconhece a soberania portuguesa na região. Apesar disso, mantém-se a preocupação com os franceses. Entre 1764 e 1782, Portugal constrói a Fortaleza de São José, em Macapá, a maior do Brasil colônia.

Disputa com a França – Com a independência do Brasil, em 1822, o Amapá permanece ligado à província do Pará. Até o fim do século XIX, a região é pouco mais que uma praça de guerra, a rigor sem atividade econômica. Por essa época, porém, é descoberta a mina de ouro de Calçoene.Brasil e França continuam a disputar a região entre os rios Oiapoque e Araguari, que corresponde a quase metade do território do estado. A questão só se resolve em 1900, com a intermediação do presidente suíço Walter Hauser, que confirma os direitos brasileiros sobre a área.

No fim do século XIX, quando a Amazônia começa a viver o ciclo da borracha, o sul do Amapá também se beneficia da atividade extrativista. Em 1943, numa tentativa de apoiar o desenvolvimento da região, o governo federal desvincula o Amapá do Pará e o transforma em território federal, com capital em Macapá. Em 1946 inicia-se a exploração das ricas jazidas de manganês recém-descobertas na serra do Navio, concedidas à Indústria e Comércio de Minérios S.A. (Icomi), subsidiária da norte-americana Bethlehem Steel. Nos anos 1970, junto ao rio Jari, na divisa com o Pará, é implantado o Projeto Jari, ambicioso programa do empresário norte-americano Daniel Ludwig, ligado à exploração de madeira, ao cultivo de arroz e à produção de celulose. O projeto, porém, não se consolida. Na década de 1980 e na de 1990, a economia cresce de forma acentuada, com base no extrativismo mineral e vegetal e em algumas atividades industriais. Em 1988, beneficiado pelas disposições da nova Constituição federal, o Amapá torna-se estado.
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ALAGOAS - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DE ALAGOAS

GEOGRAFIA – Área: 27.767,7 km². Relevo: planície litorânea, planalto a norte e depressão no centro. Ponto mais elevado: serra Santa Cruz (844 m). Rios principais: Ipanema, Moxotó, Mundaú, Paraíba, São Francisco. Vegetação: floresta tropical, mangues litorâneos e caatinga. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Maceió (932.320), Arapiraca (121.520), Palmeira dos Índios (73.211), Rio Largo (69.915), Penedo (62.429), União dos Palmares (61.233), Coruripe (46.313), Santana do Ipanema (45.254), Delmiro Gouveia (44.909), São Miguel dos Campos (44.265) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: alagoano.

POPULAÇÃO – 3.095.910 (est. 2012).

CAPITAL – Maceió. Habitante: maceioense. População: 932.320 (est. 2012).

Localizado na Região Nordeste, Alagoas (AL) tem um litoral recortado, rico em belezas naturais, com muitas áreas de mangue e lagoas. O traçado da rodovia BR-101 acompanha toda a costa, desde a foz do rio São Francisco, que desenha a divisa sul com Sergipe, até o norte, em direção ao estado de Pernambuco. O clima na maior parte do território alagoano é o tropical, com temperaturas entre 18 ºC e 26 ºC e maior concentração de chuvas no inverno. No interior do estado, há regiões com clima semi-árido, onde as poucas chuvas são distribuídas irregularmente.

Turismo – A atividade econômica que mais cresce em Alagoas é o turismo, apoiado na existência de belas praias, variedade de paisagens e diversidade cultural e gastronômica. Dos 101 municípios do estado, 40 têm potencial turístico e 32 se tornaram prioridade de investimentos do Programa de Ação para o Desenvolvimento Integrado do Turismo (Prodetur), uma iniciativa do governo federal, que criou os projetos Costa Dourada, para o litoral norte, e Paraíso das Águas, para o litoral sul. O Costa Dourada prevê o investimento de 32 milhões de reais em ações de gestão, informatização e treinamento. O Paraíso das Águas engloba a área das lagoas na região metropolitana de Maceió, municípios importantes, como Marechal Deodoro e Arapiraca, até o rio São Francisco, na divisa com o estado de Sergipe. A cidade de Marechal Deodoro, antiga capital alagoana, atrai pelo rico acervo arquitetônico do período colonial. Em seu litoral está localizada a praia do Francês, a mais conhecida do estado. Com águas azuis, a praia é parcialmente protegida por uma orla de recifes que deixam o mar calmo. Na área não protegida, as fortes ondas permitem a prática de surfe.

Economia – Alagoas contribui com apenas 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de serviços corresponde a 59,1% da economia alagoana, boa parte apoiada nas atrações do turismo. A indústria responde por 32,6%. Apesar de ser um estado conhecido pelas plantações de cana destinadas à agroindústria do açúcar e do álcool, a agropecuária responde por apenas 8,2% da atividade econômica. Pobre e de baixa mecanização, a indústria do açúcar e do álcool depende das grandes plantações de cana-de-açúcar, que se estendem do litoral à Zona da Mata. Maior produtor de cana do Nordeste, com cerca de 25 milhões de toneladas, Alagoas só fica atrás de São Paulo e Paraná no ranking nacional. Açúcar e etileno respondem pela maior parte dos produtos exportados. Além da cana-de-açúcar, sobressai a produção de fumo, coco, algodão, arroz, feijão, milho, mandioca, mangaba, laranja, abacaxi, banana e leite.

O estado produz petróleo e gás natural. Destacam-se também o pólo cloroquímico e os setores industriais de alimentos, tecidos e vestuário. Trigo e fertilizantes são os principais produtos importados. Mas o estado ainda é pobre, com renda per capita de 3.012 reais, menos da metade da média do país.

Índices sociais – Alagoas detém a maior taxa de mortalidade infantil do Brasil. A cada mil crianças nascidas vivas, 57,7 morrem antes de completar 1 ano, mais que o dobro da média do país, que é de 27,5 mortes por mil nascidos vivos. Um em cada cinco alagoanos com mais de 10 anos vive com até um salário mínimo. O saneamento básico é outro grave problema: menos de 30% dos domicílios do estado têm rede de esgoto. Em 1991, sete dos dez municípios brasileiros mais pobres, segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), eram alagoanos. Em 2011, o IDH de Alagoas havia melhorado, mas continuava sendo o segundo menor do país. Nesse ano, o estado também apresentava a pior distribuição de renda. Com 19,2%, a taxa de analfabetismo é a mais alta do país.

Maceió
Capital – O destino preferido dos turistas é a capital, Maceió, uma das cidades mais visitadas da Região Nordeste. A rica culinária, à base de frutos do mar, é um dos principais atrativos. O prato típico do litoral é o sururu, uma espécie de marisco. A maior atração, no entanto, são as praias da região. Entre elas destaca-se a de Pajuçara, onde, durante a maré baixa, se forma uma piscina natural a 2 quilômetros da costa. O passeio até lá pode ser feito de jangada. O bairro do Pontal da Barra oferece os mais variados tipos de renda, um dos mais conhecidos produtos de artesanato da capital.

História
A região do atual estado de Alagoas desenvolve e consolida sua economia no período colonial com a produção de açúcar e a criação de gado, atividades em que predominava o trabalho escravo de negros e mestiços. No século XVI, piratas estrangeiros aportam no litoral e pilham o pau-brasil. No século seguinte, a região é submetida ao domínio holandês. Para manter o controle do território, os colonizadores portugueses entram em choque com os nativos e dizimam tribos indígenas hostis, como os caetés. Alagoas e Pernambuco sediam, no decorrer do século XVII, o mais importante centro de resistência dos negros à escravidão, o Quilombo dos Palmares, comunidade fundada por volta de 1590 que logo se transformaria num pólo de atração para os escravos das plantações canavieiras. O quilombo é destruído em 1694, por Domingos Jorge Velho. Zumbi, o mais conhecido líder de Palmares, escapa do ataque e continua a luta. Em 1695 é traído e morre numa emboscada. Durante quase todo o período colonial, a região de Alagoas integra a capitania de Pernambuco. Torna-se comarca em 1711 e se separa em 1817, para se transformar em capitania autônoma. A separação é uma represália do governo central à Revolta Pernambucana. Com a independência do Brasil, em 1822, torna-se província. Em 1839, Maceió passa a ser a capital, em substituição à cidade de Alagoas. A antiga capital passa posteriormente a chamar-se Marechal Deodoro, homenagem a seu filho mais ilustre, que proclamou a República em 1889 e foi o primeiro presidente do país.No período republicano, Alagoas mantém as características econômicas e sociais de seu passado colonial: economia agrícola da Zona da Mata e do Agreste e pequena industrialização. A sociedade permanece dependente do poder e do clientelismo dos coronéis, latifundiários e chefes das oligarquias locais. Só a partir dos anos 1960 a economia alagoana começa a se diversificar, em virtude dos programas da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) para a exploração do sal-gema e da aplicação de recursos da Petrobras para a produção de petróleo. O estado tem se beneficiado dos investimentos em turismo, concentrados principalmente na capital.
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ACRE - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO ACRE

GEOGRAFIA – Área: 152.581,4 km². Relevo: depressão na maior parte do território e planície estreita a norte. Ponto mais elevado: serra do Divisor ou de Conta (609 m). Rios principais: Acre, Envira, Juruá, Purus, Tarauacá. Vegetação: floresta Amazônica. Clima: equatorial. Municípios mais populosos: Rio Branco (358.500), Cruzeiro do Sul (86.600), Sena Madureira (35.700), Feijó (32.700), Tarauacá (28.200), Senador Guiomard (22.800), Brasiléia (19.300), Plácido de Castro (17.601), Epitaciolândia (13.650), Mâncio Lima (13.420) (2012). Hora local: -2h. Habitante: acreano.

POPULAÇÃO – 675.600 (2012)

CAPITAL – Rio Branco. Habitante: rio-branquense. População: 358.500 (est. 2012).

O Acre (AC) é o estado da Região Norte situado mais a oeste. Com duas horas a menos em relação ao fuso horário de Brasília (DF), nele se localiza o último povoamento do Brasil a ver o sol nascer, na serra da Moa, na divisa com o Peru. A intensa atividade extrativista, que atinge o auge no século passado, atrai brasileiros de várias regiões para o estado. Da mistura de tradições de sulistas, paulistas, nordestinos e índios surgiu uma culinária diversificada, que junta a carne-de-sol com o pirarucu, peixe típico da região, e pratos regados com molho tucupi, feito de mandioca. O transporte fluvial, concentrado nos rios Juruá, Tarauacá, Envira e Moa, é o principal meio de circulação, sobretudo entre novembro e junho, quando as chuvas deixam intransitável a BR-364, rodovia que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul.

Rio Branco
Meio ambiente – O Acre é o estado-símbolo da luta pela preservação da floresta Amazônica e pelo desenvolvimento sustentável, sobretudo após a morte de Chico Mendes, ambientalista e líder sindical dos seringueiros, assassinado em 22 de dezembro de 1988.Os seringueiros de Xapuri, terra de Chico Mendes, obtêm em março de 2002 o selo verde, concedido pelo Conselho de Manejo Florestal – FSC (sigla em inglês), atestando que a exploração da madeira da floresta é feita segundo padrões ambientalmente corretos. O selo do FSC, organização não-governamental com sede no México, é considerado a certificação florestal mais importante do mundo. A madeira com o selo triplica de valor e pode ser comercializada no nascente pólo moveleiro de Xapuri. Outros produtos da floresta são também comercializados, como o açaí – fruto de uma palmeira –, o óleo da copaíba e a folha da pimenta-longa, matéria-prima para a indústria de cosméticos. Os índios iauanauás, da região de Tarauacá, vendem urucum para indústrias de cosméticos dos Estados Unidos. No entanto, o modelo econômico sustentado na biodiversidade ainda corre risco, porque o desmatamento das regiões de floresta chega a atingir 60% em algumas áreas.

Economia – O Produto Interno Bruto (PIB) do Acre provém, sobretudo, do setor de serviços, que contribui com 69,8% da riqueza do estado. A indústria responde por 24,6% e a agropecuária, por 5,7% do PIB. O estado é o segundo maior produtor de borracha do país, atrás apenas do Amazonas. O Acre pode ser dividido em dois grandes pólos: o vale do rio Juruá, cujo centro se localiza na cidade de Cruzeiro do Sul, no noroeste do estado, e o vale do rio Acre, com sede na capital, Rio Branco, no sudeste.No vale do Juruá reside cerca de 30% da população, a maioria na zona rural. A região é bem preservada e abriga a Reserva Extrativista do Alto Juruá – a área mais rica em biodiversidade do planeta – e o Parque Nacional da Serra do Divisor. Mais industrializado e com agricultura mais produtiva, o vale do rio Acre responde pela maior parte da borracha e dos alimentos produzidos no estado, com destaque para as culturas de mandioca, arroz, milho e frutas.

Índices sociais – Os indicadores de saúde do Acre são preocupantes. A mortalidade infantil é a mais elevada da Região Norte: 33,2 crianças em cada mil nascidas vivas morrem antes de completar 1 ano. Em torno 64% das casas não têm abastecimento de água nem fossa séptica; quase metade não possui coleta de lixo.

História
Único estado compreendido no quinto fuso horário em relação a Greenwich, o Acre é a última grande área a ser incorporada ao Brasil. Pelos acordos de limites do período colonial, confirmados no Império, esse território pertencia à Bolívia, sendo uma pequena parte dele reivindicada pelo Peru. As entradas constantes de sertanistas brasileiros na região forçam a assinatura de novo acordo entre o Brasil e a Bolívia. Em 1867 é firmado o Tratado de Ayacucho, que fixa a fronteira entre os dois países na confluência dos rios Beni e Mamoré. Mas ainda era uma linha demarcatória imprecisa. Dez anos depois, em 1877, há uma grande seca no Nordeste. Fugindo dela, milhares de nordestinos, especialmente cearenses, emigram para a região Amazônica. Atraídos pela borracha, fixam-se na área mais ou menos correspondente ao atual estado do Acre. As autoridades bolivianas reagem ao que consideram invasão de seu território e, como medida para reconquistá-lo, fundam, em 1899, uma sede administrativa para o recolhimento de impostos: Puerto Alonso, mais tarde chamada Porto Acre. Como a medida não traz os resultados esperados, a Bolívia entrega o Acre a um poderoso grupo norte-americano para formar o que se chamou Bolivian Syndicate, em 1901, com o objetivo de desenvolver economicamente a região e em seguida reintegrá-la politicamente. Os brasileiros organizam rebeliões armadas e garantem sua permanência. A mais conhecida revolta é liderada pelo agrimensor gaúcho José Plácido de Castro, que reúne, em 1902, algumas dezenas de seringueiros e ocupa a vila de Xapuri. Suas tropas, alguns meses depois apoiadas pelo governo brasileiro, apoderam-se de Puerto Alonso, e Plácido de Castro proclama a independência da região. A disputa só termina em 1903, com o Tratado de Petrópolis, assinado entre Brasil e Bolívia. O Brasil compra a região dos bolivianos por 2 milhões de libras esterlinas e compromete-se a construir a ferrovia Madeira-Mamoré, que liga Guajará-Mirim a Porto Velho, em Rondônia, para dar saída aos produtos bolivianos pelo Atlântico. Houve resistência na Bolívia contra o tratado, além de conflitos com o Peru, que reivindicava direitos sobre o território.

Transformação em estado – No ano de 1904, o Acre torna-se território federal dividido em três departamentos: Alto Acre, Alto Purus e Alto Juruás, cujos prefeitos são nomeados pelo governo federal. O declínio da exportação da borracha, causado pelo surgimento de grandes plantações de seringueira na Ásia, e a estagnação econômica que se segue levam à intensificação da exploração madeireira, com a devastação de consideráveis áreas de floresta Amazônica.O território retoma o crescimento econômico somente nos anos 1940 e 1950, sustentado principalmente pelos recursos da União. No governo do presidente João Goulart, em 1962, com pouco mais de 200 mil habitantes, o Acre é elevado à condição de estado, ao atingir o nível de arrecadação fiscal exigido para essa transformação, conforme a Constituição de 1946.A borracha, pivô da crise com a Bolívia no fim do século XIX e princípio do XX, continua como principal produto na pauta de exportação do estado, embora em decadência. No período do milagre econômico, entre os anos 1960 e 1970, o Acre investe principalmente em extrativismo e agropecuária, o que atrai novas correntes de migrantes.
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TOCANTINS - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO TOCANTINS

GEOGRAFIA – Área: 277.620,9 km². Relevo: depressão na maior parte do território, planaltos ao sul e a nordeste, planície no centro, com a ilha do Bananal. Ponto mais elevado: serra Traíras (1.340 m). Rios principais: Araguaia, das Balsas, do Sono, Manuel Alves, Paranã, Tocantins. Vegetação: floresta Amazônica a norte, cerrado na maior parte do território com pequeno trecho de floresta tropical. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Palmas (260.600), Araguaína (158.350), Gurupi (78.720), Porto Nacional (56.280), Paraíso do Tocantins (43.850), Araguatins (32.370), Colinas do Tocantins (29.200), Miracema do Tocantins (28.720), Tocantinópolis (27.310), Guaraí (21.750) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: tocantinense.

POPULAÇÃO – 1.452.600 (est. 2012).

CAPITAL – Palmas. Habitante: palmense. População: 260.600 (est. 2012).

Cortado pela bacia dos rios Tocantins e Araguaia, o estado do Tocantins (TO) fica no centro do território nacional. Por situar-se numa área de transição, o estado apresenta características climáticas e físicas tanto da zona central do Brasil quanto da Amazônia. A região do cerrado cobre quase 90% do território tocantinense, e o restante é ocupado por florestas. No sudoeste está Bananal, a maior ilha fluvial do mundo, que abriga o Parque Nacional do Araguaia e reservas indígenas, como a dos carajás.As praias e a pesca esportiva nos rios Araguaia e Tocantins atraem anualmente cerca de 100 mil turistas de todo o país.

Economia – A contribuição do Tocantins para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional é de 0,26%, índice que supera apenas o de três outros estados: Roraima, Amapá e Acre. A participação da agricultura no PIB estadual é de 20,1%. A indústria responde por 25,7% e o setor de serviços, pelos 54,3% restantes. A pecuária bovina de corte é a principal atividade econômica. A cultura agrícola que mais se expande é a de soja, avançando rapidamente sobre o cerrado. De 2003 para 2004, sua produção cresce de 374,6 mil para 662,6 mil toneladas. Outros produtos importantes são o arroz, o milho, a mandioca e a cana-de-açúcar. As exportações são dominadas pela soja e pela carne bovina. No Tocantins existe também grande quantidade de minerais, como ouro e calcário. Indústrias têxteis, de alimentação, de minerais não metálicos, química, da construção civil e da madeira são os principais setores do estado.

Palmas
Índices sociais – O estado do Tocantins possui o mais baixo índice de coleta de esgoto da Região Norte: menos de 40% dos domicílios contam com esse serviço. A mortalidade infantil chega a 17,4 por mil nascidos vivos, quase cinco vezes maior que a dos países desenvolvidos, em torno de 6 por mil nascidos vivos.

Capital – O município de Palmas foi fundado em 1º de janeiro de 1990. É a mais nova capital brasileira e mantém o título de mais recente cidade planejada do país. O nome Palmas foi escolhido em homenagem à Comarca de São João da Palma, sede do primeiro movimento separatista da região, instalada em 1809, na barra do rio Palma com o rio Paranã. A capital é banhada pelo rio Tocantins.

História
Durante as lutas pela independência do Brasil, parte da elite goiana, com interesse nas áreas mais ao norte da província, não tem sucesso ao procurar estabelecer um governo autônomo na região do atual estado do Tocantins. No início do período republicano é feita nova tentativa de dividir Goiás. Somente na década de 1970 e na de 1980, porém, o movimento pela emancipação do norte goiano ganha força no Congresso Nacional. O apoio decorre, em boa parte, do consenso sobre a necessidade de acelerar a ocupação da área conhecida como Bico do Papagaio. Localizada na divisa com o Pará e o Maranhão, essa região é palco, a partir dos anos 1960, de violentos conflitos pela terra. Após a democratização do país, nos anos 1980, são viabilizadas as condições para o surgimento da nova unidade da federação. Em 5 de outubro de 1988, por disposição da nova Constituição federal, é criado o estado do Tocantins, com o desmembramento do norte de Goiás. Torna-se capital a recém-construída cidade de Palmas. O crescimento demográfico do estado, bem superior à média nacional, é alimentado pelas migrações regionais. O desenvolvimento econômico, ainda dependente do setor primário, é pequeno e insuficiente para atender às necessidades sociais. Por isso, Tocantins permanece entre os estados brasileiros com mais baixo nível de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
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BRASIL - ASPECTOS GEOGRÁFICOS E HISTÓRICOS DO BRASIL


GEOGRAFIA: Área: 8.514.205 km². Hora local: a mesma. Clima: equatorial, tropical, tropical de altitude, tropical atlântico, subtropical, semi-árido. Capital: Brasília. Cidades: São Paulo (aglomeração urbana: 17.300.000 em 2010. cidade: 11.138.581 em 2010). Rio de Janeiro (aglomeração urbana: 11.203.000 em 2010. cidade: 6.351.399 em 2010).Salvador (2.831.831), Belo Horizonte (2.650.564), Fortaleza (2.432.657), Brasília (2.382.049), Curitiba (1.927.010), Manaus (1.692.555), Recife (1.586.869), Porto Alegre (1.516.363)(2011).

POPULAÇÃO: 190,7 milhões (2011); nacionalidade: brasileira; composição: brancos 55,2%, pardos 38,2%, pretos 6%, amarelos 0,4%, indígenas 0,2%. Idioma: português (oficial). Religião: cristianismo (católicos 73,6%, evangélicos 15,4%), espiritismo, judaismo, cultos afro-brasileiros e outros (10,8%).

RELAÇÕES EXTERIORES: Organizações: Banco Mundial, FMI, Grupo do Rio, Mercosul, OEA, OMC, ONU. Embaixada: Tel. (61) 411-6161, fax (61) 411-6014 – Brasília (DF).

GOVERNO - República presidencialista. Div. administrativa: 26 estados e 1 Distrito Federal. Presidente: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (desde 2003). Principais Partidos: dos Trabalhadores (PT), Liberal (PL), da Social Democracia Brasileira (PSDB), do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), Democratas (DEM), Democrático Trabalhista (PDT), Socialista Brasileiro (PSB), Popular Socialista (PPS), Progressista (PP), Trabalhista Brasileiro (PTB), Comunista do Brasil (PC do B). Legislativo: bicameral – Senado, com 81 membros; Câmara dos Deputados, com 513 membros. Constituição: 1988.

Brasília
O Brasil tem quase a metade do território coberta pela floresta Amazônica, a principal reserva de biodiversidade do planeta. Maior país tropical do mundo, apresenta grande variedade de paisagens, como o cerrado, a caatinga, a mata Atlântica e o Pantanal Mato-Grossense. Ao longo de quase 8 mil quilômetros de extensão, o litoral possui manguezais, lagoas, coqueirais, serras e dunas. O relevo brasileiro é de baixa altitude, e o ponto mais alto é o pico da Neblina, no Amazonas, com 3.014 metros. A população é resultado de intensa miscigenação, desde o século XVI, entre índios, brancos e negros – estes últimos trazidos na época da escravidão. As desigualdades sociais, porém, marcam o país, que tem uma das maiores concentrações de renda do mundo.

HISTÓRIA
Por volta de 1500, a área do atual território brasileiro é habitada por uma população nativa estimada entre 3 e 5 milhões de índios, divididos em cerca de 1,5 mil grupos tribais. Os três principais troncos lingüísticos são tupi-guarani, das populações litorâneas; macro-jê, nos cerrados; e aruak, na Amazônia. O Brasil é oficialmente descoberto pelo navegador português Pedro Álvares Cabral, que chega ao litoral sul da Bahia, na região da atual cidade de Porto Seguro, em 22 de abril de 1500. A partir de 1530, a Coroa Portuguesa inicia a colonização, primeiro com a implantação das capitanias hereditárias, depois com o governo geral, criado em 1548 e instalado em 1549. As capitanias são extintas em 1759, e o governo geral dura até 1808. Do século XVI em diante, cresce o tráfico de escravos trazidos da África, e o negro se torna a maioria da força de trabalho na colônia. Nesse início da colonização, além da extração de pau-brasil, é principalmente a plantação de cana-de-açúcar, sobretudo no Nordeste, que impulsiona a economia.Entre o fim do século XVII e início do XVIII, são descobertas ricas jazidas de ouro nos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. O período de maior produção, em Minas Gerais, vai de 1735 a 1754. Em 1789, quando a Coroa anuncia a derrama, cobrança de impostos atrasados, eclode em Vila Rica (atual Ouro Preto) a Inconfidência Mineira. A revolta fracassa, e, em 1792, seu principal líder, Tiradentes, é condenado à morte pela forca no Rio de Janeiro.Em 1808, a corte portuguesa se transfere para o Brasil, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte. O regente dom João abre os portos coloniais, permite o funcionamento de fábricas e funda o Banco do Brasil. A colônia se torna, em 1815, Reino Unido a Portugal e Algarves. Em 1818, dom João VI é coroado rei. Três anos depois volta para Portugal, deixando seu filho mais velho, dom Pedro, como regente do Reino Unido. Em 7 de setembro de 1822, dom Pedro proclama a independência do Brasil.

Império - O regente é aclamado imperador com o título de dom Pedro I. O soberano outorga, em 25 de março de 1824, a primeira Constituição brasileira, que lhe dá amplos poderes. Em 7 de abril de 1831, sob forte pressão política e popular, dom Pedro I abdica do trono. Por causa da idade de seu herdeiro, dom Pedro II, com apenas 5 anos na época, o Brasil é governado durante quase uma década por quatro regências sucessivas, dirigidas por destacados líderes políticos, como o regente Diogo Feijó. É uma fase de grande agitação social e política. Em 1840, aos 14 anos, dom Pedro II tem sua maioridade antecipadamente declarada e é coroado imperador no ano seguinte. Na primeira década do Segundo Reinado, o regime se estabiliza e as províncias são pacificadas. Em 1850, o imperador põe fim ao tráfico de escravos, substituídos aos poucos por imigrantes europeus assalariados. De 1865 a 1870, o Brasil, aliado a Argentina e Uruguai, entra em guerra contra o Paraguai. No fim do conflito, quase dois terços da população do Paraguai estão mortos. A participação de negros e mulatos nas tropas brasileiras na Guerra do Paraguai dá impulso ao movimento abolicionista.Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel, filha de dom Pedro II, assina a Lei Áurea, que extingue a escravidão. Ao abandonar a defesa dos interesses dos proprietários de escravos, o Império perde a última base de sustentação política. Em 15 de novembro de 1889, a República é proclamada pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca.

República Velha - O primeiro período republicano, a República Velha, dura até 1930. Em 1891 é promulgada a segunda Constituição brasileira. As oligarquias agrárias controlam o governo. Os anos iniciais são marcados pela Revolta Federalista (1893/1895), no Rio Grande do Sul, e pelo conflito de Canudos, reprimido em 1897.Com o primeiro presidente civil, Prudente de Moraes, em 1894, tem início a política do café-com-leite, caracterizada pela alternância no poder de paulistas e mineiros. Na década de 1920, a insatisfação de setores militares com os sucessivos governos faz surgir movimentos de insurreição, que explodem no Rio de Janeiro, em 1922, em São Paulo, em 1924, e continuam até 1927, com a marcha de mais de dois anos da Coluna Prestes pelo interior do Brasil.A quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, abala a economia brasileira e leva ao corte dos subsídios para o café. Com a crise da política do café-com-leite, eclode a Revolução de 1930, que leva o gaúcho Getúlio Vargas ao poder.

Era Vargas - O novo presidente começa a implantar a indústria de base, reduz a importação e suspende o pagamento da dívida externa. Em 1932, o novo Código Eleitoral institui o direito de voto às mulheres. Em 1934, Vargas estabelece a jornada de trabalho de oito horas diárias e torna obrigatória a carteira profissional. Nesse mesmo ano, elege-se presidente pelo voto indireto da Assembléia Nacional Constituinte. É promulgada a terceira Constituição brasileira, que dá mais poder ao governo federal e cria a Justiça Eleitoral e a Justiça do Trabalho. Após derrotar a Intentona Comunista, em 1935, Vargas dá um golpe, em 1937, e implanta a ditadura do Estado Novo. A quarta Constituição é então outorgada, com clara inspiração fascista. Em 1942, o Brasil entra na II Guerra Mundial, ao lado dos Estados Unidos. A Força Expedicionária Brasileira (FEB) luta em solo italiano em 1944 e 1945, com 25 mil homens, dos quais 451 morrem em combate. A volta dos soldados ao Brasil causa entusiasmo popular e acelera as pressões pela democratização. Vargas renuncia em outubro. O general Eurico Gaspar Dutra, ex-ministro da Guerra, vence as eleições e toma posse em janeiro de 1946.

Período democrático - Instala-se, em 1946, nova Assembléia Constituinte. Em setembro, Dutra promulga a quinta Constituição brasileira, de caráter mais democrático, restaurando garantias individuais e a independência entre os poderes. Vargas ganha as eleições presidenciais de 1950. Cria então a Petrobras e estatiza o fornecimento de energia elétrica. Em 1954, sob forte pressão política dos partidos e de grupos conservadores, Vargas se suicida. No ano seguinte, Juscelino Kubitschek é eleito presidente. Seu governo privilegia os setores de energia, transporte, alimentação, indústria de base e educação. Em 1960, Kubitschek inaugura Brasília, a nova capital do país.Em 1961, o ex-governador paulista Jânio Quadros assume a Presidência, mas renuncia em agosto do mesmo ano. O vice, João Goulart, governa até 1964, em crise permanente, pois enfrenta forte oposição militar. Em 31 de março de 1964, as Forças Armadas depõem o presidente.

Regime militar - Em abril de 1964, o general Humberto de Alencar Castello Branco assume a Presidência. O novo regime é marcado pela supressão dos direitos constitucionais, pela perseguição policial e militar e pela censura prévia aos meios de comunicação. Em 1965, os partidos políticos existentes são abolidos, cria-se o bipartidarismo, com a Aliança Renovadora Nacional (Arena), governista, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de oposição.Em 1967, o Congresso aprova a sexta Constituição brasileira, que institucionaliza o regime, com eleições indiretas para a Presidência. O general Arthur da Costa e Silva assume a chefia do Estado no mesmo ano e, em dezembro de 1968, fecha o Congresso e decreta o Ato Institucional Nº- 5 (AI-5), que lhe dá poderes para fechar o Congresso e cassar mandatos. Amplia-se a ação de grupos de luta armada contra o regime. O general Emílio Garrastazu Médici chega à Presidência em 1969 e comanda o período de maior repressão, marcado por prisões, torturas, exílios, mortes e o desaparecimento de centenas de opositores. Simultaneamente, o governo promove o milagre econômico, fase de modernização e de crescimento acelerado do Produto Interno Bruto (PIB). Em 1974 toma posse o general Ernesto Geisel, que enfrenta dificuldades econômicas em razão do crescimento da dívida externa e da crise internacional do petróleo. Em 1979, o general João Baptista Figueiredo torna-se presidente. Ele sanciona a anistia política. O pluripartidarismo é restabelecido.Em 1978 e 1979, uma onda de greves, iniciada na região do ABC paulista, espalha-se pelo país, projetando a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, que, em 1980, comanda a fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). A Arena transforma-se no Partido Democrático Social (PDS), e o MDB acrescenta a palavra partido à sua sigla, tornando-se o PMDB. Surgem o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Em 1983, sindicatos fundam a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que rompe na prática com a legislação trabalhista restritiva do regime militar. No fim desse ano e início do seguinte, ocorrem enormes manifestações por eleições diretas para a Presidência da República. Em abril de 1984, a emenda constitucional das eleições diretas recebe 298 votos, mas não atinge os dois terços (320 votos) necessários para sua aprovação. Em janeiro de 1985, o candidato do PMDB a presidente, Tancredo Neves, com José Sarney – ex-liderança do PDS – como vice, derrota Paulo Maluf (PDS) na eleição no Colégio Eleitoral. Tancredo vence por 480 votos a 180.

Redemocratização - O presidente eleito adoece antes da posse e morre em abril de 1985. Sarney assume, restabelece a eleição presidencial direta e legaliza todos os partidos políticos, incluindo o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o Partido Comunista do Brasil (PC do B). Os dissidentes do PDS criam o Partido da Frente Liberal (PFL), e o Partido Socialista Brasileiro (PSB) é recriado. Os deputados federais e senadores reúnem-se na Assembléia Constituinte a partir de 1987 e, em 1988, promulgam a nova Constituição, que amplia os direitos individuais. Nesse mesmo ano, uma dissidência do PMDB forma o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Em 1989, nas primeiras eleições diretas para a Presidência desde 1960, Fernando Collor de Melo, do Partido da Reconstrução Nacional (PRN), derrota Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno. Sua primeira medida é o lançamento do Plano Collor, que estabelece o confisco monetário, até mesmo de contas correntes e poupanças, e o congelamento de preços e salários. Essas medidas não impedem que a inflação volte a crescer. Em abril de 1992, Collor é acusado de envolvimento em um esquema de corrupção coordenado por seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, o PC. Em outubro, sob pressão de grandes manifestações populares, a Câmara aprova a abertura do processo de impeachment contra o presidente e o afasta do cargo. Em dezembro, Collor renuncia pouco antes de ter seus direitos políticos suspensos pelo Senado. Seu vice, Itamar Franco, que havia assumido o governo interinamente em outubro, toma posse na Presidência da República.

Plano Real - Em julho de 1994, o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, coordena o lançamento do Plano Real, programa de estabilização econômica. A moeda brasileira passa a ser o real, e a inflação despenca. Poucos meses depois, Fernando Henrique (PSDB) vence as eleições presidenciais no primeiro turno. O novo presidente adota medidas para preservar a estabilidade econômica e atrair investimentos estrangeiros. Empresas estatais são privatizadas. Em 1997, o governo concentra seus esforços na aprovação do direito de reeleição dos ocupantes de cargos executivos. Em 1998, Fernando Henrique é reeleito, vencendo mais uma vez Luiz Inácio Lula da Silva, no primeiro turno. Em 1999, no início do segundo mandato, o presidente desvaloriza o real, medida destinada a incentivar as exportações, a entrada de capitais externos e a equilibrar as contas do país. Em 2000, Fernando Henrique sanciona a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que cria novas normas e limites mais estreitos para a administração das finanças públicas nos três níveis de governo: federal, estadual e municipal.

A corrida presidencial de 2002 concentra-se entre o governista José Serra (PSDB) e o oposicionista Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No segundo turno, em 27 de outubro, Lula vence com 52,7 milhões de votos, 61% do total. Desde meados de 2002, com a subida do petista nas pesquisas, a inflação e o dólar sobem, e o risco Brasil piora.

Governo Lula - Ao tomar posse, em 1º de janeiro de 2003, Lula adota uma política econômica conservadora, que mantém o acordo feito por Fernando Henrique com o FMI e eleva ainda mais a taxa de juros, para depois, no decorrer do ano, reduzi-la gradualmente. Com uma política econômica que agrada ao mercado internacional, o risco Brasil cai, e o dólar se estabiliza abaixo dos 3 reais. A reforma da Previdência, que aumenta a idade mínima para aposentadoria e institui as contribuições do funcionalismo público, é aprovada pelo Congresso Nacional. Waldomiro Diniz Um escândalo de corrupção eclode em fevereiro de 2004, com a divulgação de uma fita, gravada em 2002, que mostra o funcionário Waldomiro Diniz oferecendo contratos públicos a um chefe do "jogo do bicho" em troca de contribuições a candidatos do PT. As revelações enfraquecem o ministro da Casa Civil, José Dirceu, de quem Diniz é assessor direto. Em abril, o movimento dos sem-terra promove mais de 100 ocupações de fazendas, em protesto contra a lentidão da reforma agrária. Em junho, o governo federal consegue aprovar no Congresso sua proposta de reajuste de 8,3% para o salário mínimo; a oposição queria 15%. Nas eleições municipais, em outubro, o PT amplia o número de prefeituras sob seu controle, mas é derrotado em capitais importantes, como São Paulo e Porto Alegre. O PSDB se consolida como o principal partido de oposição. Os indicadores econômicos melhoram em 2004, com a projeção de um crescimento de 5%.

Reeleição de Lula – Lula é reeleito em 2006 no segundo turno para mandato de mais quatro anos, até 31 de novembro de 2010. O segundo mandato do governo Lula atinge níveis de popularidade que chegou a 86%. No segundo semestre de 2008 a crise mundial que atinge o mundo, chega ao Brasil, no entanto o país não sofre como as grandes potencias mundiais e, em meados de 2009, o Brasil dá sinais de recuperação, fazendo prevalecer a política econômica nacional do governo Lula.

Dilma Presidenta - Pela primeira vez na história do país, o Brasil é presidido por uma mulher: a mineira Dilma Vana Rousseff, 62. Escolhida por Lula e adotada pelo PT, a ex-ministra da Casa Civil nunca havia disputado uma eleição. Agora, depara-se com o desafio de suceder o presidente mais popular da história política brasileira. E sair da sombra dele para alçar voo próprio. Sua estada na presidência está prevista até o dia 1 de janeiro de 2015, podendo se estender por mais quatro anos, caso se candidate novamente e consiga se reeleger na eleição de 2014.

ARQUIVOS DA DITADURA AGITAM A CENA POLÍTICA
Tal como na Argentina e no Chile, o passado ditatorial é um tema polêmico na agenda política do Brasil. O assunto ocupa o centro das atenções com a publicação, em outubro de 2004, de fotos que mostrariam o jornalista Vladimir Herzog num cárcere militar, pouco antes de ser assassinado, em 1975 (posteriormente, negou-se que as imagens fossem de Herzog). O episódio reaviva o debate sobre os arquivos da repressão, que permanecem secretos. É divulgada uma nota do Ministério do Exército que defende a ação dos militares durante a ditadura e, logo em seguida, retirada por ordem do presidente Lula. Mas o ministro do Exército, o general Jorge Armando Félix, responsável direto pela nota, é mantido em seu posto, e quem sai do governo é o ministro da Defesa, José Viegas, que denuncia "a persistência do pensamento autoritário" no interior das Forças Armadas.
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