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HISTÓRIA DO MATO GROSSO - MT

O Povoamento
As origens históricas do povoamento de Mato Grosso estão ligadas às descobertas de ricos veios auríferos, já no começo do século 18. Em 1718, o bandeirante Antônio Pires de Campos, que um ano antes esteve às margens do Rio Coxipó, em local denominado São Gonçalo Velho, onde combateu e aprisionou centenas de índios Coxiponé (Bororo), encontrou-se com gente da Bandeira de Paschoal Moreira Cabral Leme, informando-lhes sobre a possibilidade de escravizarem índios à vontade. Ao ser informado da fartura da (possível) prea, Paschoal Moreira Cabral Leme seguiu Coxipó acima: o seu intento, no entanto, não foi realizado, pois no confronto com o gentio da terra, na confluência dos rios Mutuca e Coxipó, os temíveis Coxiponé, que dominavam esta região, teve sua expedição totalmente rechaçada pelas bordunas e flexas certeiras daquele povo guerreiro. Enquanto a expedição de Moreira Cabral se restabelecia dos danos causados pela incursão Coxiponé, dedicaram-se ao cultivo de plantações de subsistência, apenas visando o suprimento imediato da bandeira. Foi nesta época que alguns dos seus companheiros, embrenhando-se Coxipó acima, encontraram em suas barrancas as primeiras amostras de ouro. Entusiasmados pela possibilidade de riqueza fácil, renegaram o objetivo principal da bandeira, sob os protestos imediatos de Cabral Leme, que, entretanto, aderiu aos demais. Foi desta forma que estando a procura de índios para escravizar Paschoal Moreira Cabral Leme encontrou ouro em quantidade inimaginada. Desta forma os paulistas bateram as estremas das regiões cuiabanas, onde o ouro se desvendava aos seus olhos. A descoberta do ouro levou os componentes da bandeira de Cabral a se deslocarem para uma área onde tivessem maior facilidade de ação. Surgiu Forquilha, a povoação pioneira de todo Mato Grosso, na confluência do Rio Coxipó com o Ribeirão Mutuca, exatamente onde tempos havia ocorrido terrível embate entre paulistas e índios da nação Coxiponé. Espalhou-se então a notícia da descoberta das Minas do Cuyabá. Vale dizer que o adensamento de Forquilha foi inevitável, o que preocupou a comunidade quanto à manutenção da ordem e estabilidade do núcleo. Este fato levou Paschoal Moreira Cabral, juntamente com alguns bandeirantes, a lavrar uma ata e fundar o Arraial de Cuiabá, em 08 de abril de 1719, devendo a partir de então, seguir administrativamente os preceitos e determinações legais da Coroa. Na verdade, a Ata de Criação de Cuiabá deixa nítida a preocupação de Paschoal Moreira Cabral em notificar à Coroa Portuguesa os seus direitos de posse sobre as novas lavras. Em 1722, ocorreu a descoberta de um dos veios auríferos mais importantes da área, no local denominado Tanque do Arnesto, por Miguel Sutil, que aportara em Cuiabá com o intuito de dedicar-se à agricultura. Com a propagação de que constituíam os veios mais fartos da área, a migração oriunda de todas as partes da colônia tornou-se mais intensa, fato que fez de Cuiabá, no período de 1722 a 1726, uma das mais populosas cidades do Brasil, na época. 

Primórdios Cuiabanos
Em 1722, por Provisão Régia, o Arraial de Cuiabá foi elevado à categoria de distrito da Capitania de São Paulo. A Coroa mandou que o governador da Capitania de São Paulo, Dom Rodrigo Cesar de Menezes instalasse a Villa, o município, estrutura suprema local de governo. Dom Rodrigo partiu de São Paulo a 06 de junho de 1726 e chegou a Cuiabá a 15 de novembro do mesmo ano. A 1º de janeiro instalou a Villa. Há de se dizer, entretanto, que na administração do governador Rodrigo Cesar de Menezes, que trouxe ao Arraial mais de três mil pessoas, houveram transformações radicais no sistema econômico-administrativo da Villa. A medida mais drástica foi a elevação do imposto cobrado sobre o ouro, gerando aumento no custo de vida, devido ao crescimento populacional, agravando a situação precária do garimpo já decadente. Estes fatos, aliados à grande violência que mesclou a sua administração, bem como a escassez das minas de Cuiabá, tornaram-se fundamentais para a grande evasão populacional para outras áreas. A 29 de março de 1729, D. João V, criou o cargo de Ouvidor em Cuiabá. Apesar do Brasil já se desenvolver a 200 anos, Cuiabá ainda participou da estrutura antiga dos municípios, em que o poder máximo era exercido pelo legislativo, cabendo ao executivo um simples papel de Procurador. O chefe nato do legislativo era a autoridade suprema do Judiciário. Por isso o poder municipal era também denominado de Ouvidoria de Cuiabá. Ainda não se usava designar limite ou área ao município; apenas recebia atenção formal a sede municipal, com perímetro urbano. O resto do território se perdia num indefinido denominado Districto. Por isso se costumava dizer “Cuyabá e seu Districto”. Naquele tempo os garimpeiros corriam atrás das manchas, lugares que rendiam muito ouro. Assim, em 1737, por ocasião das notícias de muito ouro para as bandas do Guaporé, enorme contingente optou pela migração. 

Se a situação da Vila de Cuiabá já estava difícil, tornou-se pior com a criação da Capitania, em 09 de maio de 1748. Em 1751, a vila contava com seis ruas, sendo a principal a Rua das Trepadeiras (hoje Pedro Celestino). Muitos de seus habitantes migraram para a capital da Capitania, atraídos pelos privilégios oferecidos aos que ali fossem morar. Este fator permitiu que Cuiabá ficasse quase estagnada por período de setenta anos. 

Vila Bela da Santíssima Trindade - Antiga Capital
Por ordem de Portugal, a sede da Capitania foi fixada no Vale do Rio Guaporé, por motivos políticos e econômicos de fronteira. D. Antônio Rolim de Moura Tavares, Capitão General, foi nomeado pela Carta Régia de 25 de janeiro de 1749. Tomou posse a 17 de janeiro de 1751. Rolim de Moura era fidalgo português e primo do Rei, mais tarde foi titulado Conde de Azambuja. A 19 de março de 1752, D. Rolim de Moura fundou Villa Bela da Santíssima Trindade, às margens do Rio Guaporé, que se tornou capital da Capitania de Mato Grosso. Vários povoados haviam se formado na porção oestina, desde 1726 até a criação da Capitania, a exemplo de Santana, São Francisco Xavier e Nossa Senhora do Pilar. Esses povoados, além de constituírem os primeiros vestígios da ocupação da porção ocidental da Capitania, tornaram-se o embrião para o surgimento de Vila Bela, edificada na localidade denominada Pouso Alegre. O crescimento de Vila Bela foi gradativo e teve como maior fator de sua composição étnica, os negros oriundos da África para trabalho escravo, além dos migrantes de diversas áreas da Colônia. O período áureo de Vila Bela ocorreu durante o espaço de tempo em que esteve como sede política e administrativa da Capitania, até 1820. A partir daí, começou a haver descentralização política, e Vila Bela divide com Cuiabá a administração Provincial. No tempo do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, no início do século XIX, Cuiabá atraía para si a sede da Capitania. Vila Bela recebia o título de cidade sob a denominação de Matto Grosso. A medida tardou a se concretizar, dando até ocasião de se propor a mudança da capital para Alto Paraguay Diamantino (atualmente município de Diamantino). A Lei nº. 09, de 28 de agosto de 1835, encerrou definitivamente a questão da capital, sediando-a em Cuiabá. Tratou-se de processo irreversível a perda da capital em Vila Bela, quando esta “vila” declinava após o governo de Luíz de Albuquerque. A cidade de Matto Grosso, a nova denominação, passou às ruínas, e era considerada como qualquer outro município fronteiriço. Hoje em dia a cidade passou a ser vista de uma outra maneira, principalmente pelo redescobrimento de sua riqueza étnico-cultural. A Lei Federal nº. 5.449, de 04 de julho de 1968 tornou Mato Grosso município de Segurança Nacional. Em 29 de novembro de 1978, a Lei nº. 4.014, alterava a denominação de Mato Grosso para Vila Bela da Santíssima Trindade, voltando ao nome original.

Período de Capitania
No período de Capitania, Portugal se empenhou na defesa do território conquistado. A preocupação com a fronteira, a extensa linha que ia do Paraguai ao Acre, continha um aspecto estratégico: ocupar o máximo de território possível na margem esquerda do Rio Guaporé e na direita do Rio Paraguai. O rio e as estradas eram questões de importância fundamental, pois apenas se podia contar com animais e barcos. À Capitania de Mato Grosso faltava povo e recursos financeiros para manter a política de conquista. Favorecimentos especiais foram prometidos para os que morassem em Vila Bela, visando o aumento da povoação. Como o Rio Paraguai era vedado à navegação até o Oceano Atlântico, os governadores da Capitania agilizaram o domínio dos caminhos para o leste e a navegação para o norte, pelos rios Madeira, Arinos e Tapajós. Ocorreram avanços de ambas as partes, Portugal e Espanha, para território de domínio oposto. Antes da criação da Capitania de Mato Grosso, os missionários jesuítas espanhóis ocuparam a margem direita do Rio Guaporé, como medida preventiva de defesa. Para desalojar os missionários, Rolim de Moura não duvidou em empregar recursos bélicos. No governo do Capitão General João Carlos Augusto D’Oeynhausen, Dom João VI instituiu o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, a 16 de dezembro de 1815. A proximidade do governo supremo situado no Rio de Janeiro favoreceu a solução mais rápida das questões de governo. A independência de comércio trouxe novos alentos à vida mato-grossense. 

Com a aproximação do fim da Capitania, Cuiabá assumiu aos poucos a liderança política. Vila Bela da Santíssima Trindade funcionou eficazmente como centro político da defesa da fronteira. Não podia ostentar o brilho comercial de Cuiabá e Diamantino. O último governador da Capitania, Francisco de Paula Magessi Tavares de Carvalho já governou todo o tempo em Cuiabá. Em Mato Grosso, precisamente nos anos de maturação da Independência, acirraram-se as lutas pelo poder supremo da Capitania. A nobreza, o clero e o povo depuseram o último governador Magessi. Em seu lugar se elegeu uma Junta Governativa. Enquanto uma Junta se elegia em Cuiabá, outra se elegeu em Mato Grosso, topônimo que passou a ser conhecido Vila Bela da Santíssima Trindade, a partir de 17 de setembro de 1818. Sob o regime de Juntas Governativas entrou Mato Grosso no período do Brasil Independente, tornando-se Província. 

Segundo Império
O primeiro presidente da Província de Mato Grosso, nomeado por Dom Pedro II, foi o cuiabano cônego José da Silva Magalhães, que assumiu a 28 de outubro de 1840. Em 1844, chega a Cuiabá o médico Dr. Sabino da Rocha Vieira para cumprir pena no Forte Príncipe da Beira. Fora o chefe da famosa Sabinada, pretendendo implantar uma República no Brasil. Neste mesmo ano de 1844, o francês Francis Castelnau visitou Mato Grosso em viagem de estudos. Tornou-se célebre pelos legados naturalistas. O cel. João José da Costa Pimentel foi nomeado para a presidência da Província a 11 de junho de 1849. Augusto Leverger, nomeado a 07 de outubro de 1850, assumiu o governo Provincial a 11 de fevereiro de 1851. Exerceu a presidência cinco vezes. Além de providências notáveis no tempo da Guerra do Paraguai, notabilizou-se pela pena de historiador de Mato Grosso. Importante Tratado abriu as portas do comércio de Mato Grosso para o progresso: o de 06 de abril de 1856. Graças à habilidade diplomática do Conselheiro Paranhos, Brasil e Paraguai celebraram o Tratado da Amizade, Navegação e Comércio. O primeiro vapor a sulcar as águas da Província de Mato Grosso foi o Water Witch, da marinha dos Estados Unidos, sob o comando do Comodoro Thomaz Jefferson Page, em 1853, incumbido pelo seu governo da exploração da navegação dos afluentes do Prata. Em 1859, ao tomar posse o presidente Antônio Pedro de Alencastro (o 2º Alencastro), chegou a Mato Grosso o Ajudante de Ordens, o capitão Manoel Deodoro da Fonseca, o futuro proclamador da República. No ano de 1862, o célebre pintor Bartolomé Bossi, italiano, visitou a Província de Mato Grosso, deixando um livro de memórias. Imortalizou em tela acontecimentos da época. Sobressai na História de Mato Grosso o episódio da Guerra do Paraguai. Solano Lopes aprisionou a 12 de novembro de 1864 o navio brasileiro Marquês de Olinda, que havia acabado de deixar o porto de Assunção, conduzindo o presidente eleito da Província de Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos. Começara ali a Guerra do Paraguai, de funestas lembranças para Mato Grosso. Os mato-grossenses foram quase dizimados pela varíola. Um efeito cascata se produziu atingindo povoações distantes. Metade dos moradores de Cuiabá pereceu. No entanto, o povo de Mato Grosso sente-se orgulhoso dos feitos da Guerra do Paraguai onde lutaram em minoria de gente e de material bélico, mas tomando por aliado o conhecimento da natureza e sempre produzindo elementos surpresa. Ruas e praças imortalizaram nomes e datas dos feitos dessa guerra. A notícia do fim da Guerra do Paraguai chegou a Cuiabá no dia 23 de março de 1870, com informações oficiais. O vapor Corumbá chegou embandeirado ao porto de Cuiabá, às cinco da tarde, dando salvas de tiros de canhão. Movimento notável ocorrido nesse período do Segundo Império foi o da abolição da escravatura. O símbolo do movimento aconteceu a 23 de março de 1872: O presidente da Província, Dr. Francisco José Cardoso Júnior, libertou 62 escravos, ao comemorar o aniversário da Constituição do Império. Em dezembro do mesmo ano, foi fundada a “Sociedade Emancipadora Mato-Grossense”, sendo presidente o Barão de Aguapeí. A 12 de agosto de 1888, nasceu o Partido Republicano. Nomeiam-se líderes; José da Silva Rondon, José Barnabé de Mesquita, Vital de Araújo, Henrique José Vieira Filho, Guilherme Ferreira Garcêz, Frutuoso Paes de Campos, Manoel Figueiredo Ferreira Mendes. A notícia da Proclamação da República tomou os cuiabanos de surpresa a 09 de dezembro de 1889, trazida pelo comandante do Paquetinho Coxipó, pois vinte e um dias antes, a 18 de novembro felicitaram Dom Pedro II por ter saído ileso do atentado de 15 de junho. A 02 de setembro a Assembléia Provincial aprovara unânime a moção congratulatória pelo aniversário do Imperador. Ao findar o Império, a Província de Mato Grosso abrigava 80.000 habitantes.

Primeira República
Em 09 de dezembro de 1889, Antônio Maria Coelho assumiu as rédeas do governo republicano em Mato Grosso. A 15 de agosto de 1891 se promulgava a Primeira Constituição do Estado de Mato Grosso. O termo Província deu lugar a Estado. O chefe do executivo mantinha a denominação de presidente. Eleito pela Assembléia Legislativa, o jurista Dr. Manoel José Murtinho assumiu o cargo de primeiro presidente do Estado de Mato Grosso, a 16 de agosto de 1891. Em 1894, os salesianos chegaram a Mato Grosso, a pedido do bispo Dom Carlos Luís D’Amour ao fundador Dom Bosco. Os salesianos deixaram histórico rastro cultural em Mato Grosso, notabilizaram-se pelas Missões entre povos indígenas. O conturbado período político de 1889 a 1906 assinalou progressos econômicos. Usinas açucareiras da beira do Rio Cuiabá desenvolveram-se, tornando-se potências econômicas no Estado. Notabilizaram-se as usinas Conceição, Aricá, Itaici - além de outras. Também a produção de borracha tomou notável impulso. Outra fonte de riqueza em crescimento foram os ervais da região fronteiriça com o Paraguai. Em 1905 tiveram início as obras da estrada de ferro, que cortou o sul do Estado. Os chefes do Partido Republicano, além de se reunirem em pontos de difícil acesso, como nos seringais, também obtiveram asilo político no Paraguai, ali editaram o jornal “A Reação”, que entrava clandestinamente em Mato Grosso. Em 1906, Generoso Ponce retorna a Mato Grosso e em Corumbá se encontra com Manoel José Murtinho, então adversário político. Fazem as pazes e nasce o movimento denominado “Coligação”. O Partido Republicano ordena as forças para a retomada do poder presidencial de Cuiabá, pressionando do sul e do norte. Ponce sobe de Corumbá e o cel. Pedro Celestino desce de Alto Paraguai Diamantino. Ponce agia às pressas, porque o presidente Antônio Paes de Barros pedira socorro à União. Do Rio de Janeiro o gal. Dantas Barreto partiu em auxílio ao presidente do Estado de Mato Grosso. As duas tenazes, do norte e do sul, à medida que progrediam o avanço, recebiam adesões de patriotas. Cerca de 4.000 homens cercaram Cuiabá. O presidente Antônio Paes de Barros, vendo-se impotente, furou o cerco, tomando disfarce, mas foi descoberto nas imediações da fábrica de pólvora do Coxipó, onde foi assassinado, a 06 de julho de 1906. A 15 de agosto de 1907, o cel. Generoso Paes Leme de Souza Ponce assumiu o governo do Estado de Mato Grosso. Seus substitutos legais eram o cel. Pedro Celestino Corrêa da Costa, dr. Joaquim Augusto da Costa Marques e o cel. João Batista de Almeida Filho. O cel. Pedro Celestino foi substituído pelo Dr. Joaquim Augusto da Costa Marques, que tomou posse a 15 de agosto de 1911, tendo como vice o cel. Joaquim Caraciolo Peixoto de Azevedo, dr. José Carmo da Silva Pereira e o Dr. Eduardo Olímpio Machado. O presidente Costa Marques conseguiu a proeza de governar ininterruptamente, fato inédito naqueles tempos de política turbulenta. A Costa Marques sucedeu em 15 de agosto de 1915, o gal. Caetano Manoel de Faria e Albuquerque. 

Eram difíceis os tempos de I Grande Guerra Mundial, sendo que a 22 de janeiro de 1918, tomou posse D. Francisco de Aquino Corrêa, Bispo de Prusíade, eleito para o quadriênio 1918-1922, governando por todo seu mandato. Posteriormente foi eleito, por voto direto o cel. Pedro Celestino Corrêa da Costa, que assumiu o governo em 22 de janeiro de 1922, cujo mandato se expiraria em 1926. No entanto, não chegou a completá-lo, deixando o comando do governo, por motivos de saúde, a 1º de novembro de 1924. Nesta ocasião o 1º vice-presidente, Dr. Estevão Alves Corrêa, assumiu a presidência, governando até o fim do mandato. Neste período cruzou o chão mato-grossense a épica “Coluna Prestes”, que passou por diversas localidades do Estado, deixando um rastro de admiração e tristeza. O 10º presidente constitucional do Estado de Mato Grosso foi o Dr. Mário Corrêa da Costa, que governou de 1926 até 1930. O Dr. Anibal Benício de Toledo, 11º presidente constitucional, assumiu o governo estadual a 22 de janeiro, para o quadriênio 1930-1934. Esteve à frente da governadoria apenas por 9 meses e 8 dias, em função dos resultados práticos da Revolução de 30. Na sequência assumiu o governo o major Sebastião Rabelo Leite - Comandante da Guarnição Militar de Cuiabá. 

Segunda República
Os anos de 1930-1945 foram marcados por forte influência européia. A política centralizadora de Getúlio Vargas se fez sentir em Mato Grosso: interventores federais foram nomeados por entre exercícios de curto governo. A 16 de julho de 1934, o Congresso Nacional promulgou uma nova Constituição Federal, que foi seguida pela estadual mato-grossense, a 07 de setembro de 1935. O título de presidente foi substituído pelo de governador. Os constituintes estaduais elegeram o Dr. Mário Corrêa da Costa para governador, que tomou posse como o 12º governo constitucional. Foi este um governo marcado por agitações políticas. A normalidade voltou com a eleição do bel. Júlio Strubing Müller pela Assembléia Legislativa para governador, que assumiu o cargo em 04 de outubro de 1937. Ocorrendo o golpe do “Estado Novo” de Getúlio Dornelles Vargas a 10 de novembro de 1937, o Estado de Mato Grosso passou ao regime de interventoria novamente. Nesse período registraram-se progressos econômicos e notável participação de Mato Grosso na Segunda Guerra Mundial. Em 15 de outubro de 1939, instalou-se em Cuiabá a Rádio Voz do Oeste, sob a direção de seu criador, Jercy Jacob: professor, poeta, músico, compositor e técnico em radieletricidade. Marcou época o programa “Domingo Festivo na Cidade Verde”, apresentado por Rabello Leite e Alves de Oliveira, ao vivo, no anfiteatro do Liceu Cuiabano. Mais tarde, Alves de Oliveira e Adelino Praeiro deram seqüência ao programa no Cine Teatro Cuiabá. Por efeito da Constituição Federal de 1946, um novo período de normalidade se instituiu. A Assembléia Constituinte de Mato Grosso elegeu o primeiro governador do período, Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo. A 03 de outubro de 1950 houve eleições para governador, concorrendo Filinto Müller, pelo Partido Social Democrata e Fernando Corrêa da Costa pela União Democrática Nacional. Venceu Fernando Corrêa, que tomou posse a 31 de janeiro de 1951, governando até 31 de janeiro de 1956. Fernando Corrêa da Costa instalou a Faculdade de Direito de Mato Grosso, núcleo inicial da futura Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT. 

O engenheiro civil João Ponce de Arruda recebeu das mãos de Fernando Corrêa o governo de Mato Grosso, administrando o Estado por cinco anos, de 31 de janeiro de 1956 até 31 de janeiro de 1961. A 19 de janeiro de 1958, faleceu no Rio de Janeiro Cândido Mariano da Silva Rondon ou simplesmente o Marechal Rondon, como ficou mundialmente conhecido. Em 31 de janeiro de 1961, pela segunda vez, o médico Fernando Corrêa da Costa tomou posse como governador. Em seu segundo mandato ocorreu a Revolução de 31 de março de 1964, o que serviu para “esticar” o período de governo, permanecendo à frente do executivo até 15 de março de 1966. Governou nesta segunda vez por 5 anos, 1 mês e 15 dias. Em 1964 Mato Grosso tornou-se um dos focos do movimento revolucionário. Declarada a Revolução em Minas Gerais, a tropa do 16º Batalhão de Caçadores de Cuiabá avançou para Brasília, sendo a primeira unidade militar a ocupar a capital da República. O governo militar instituiu o voto indireto para governador. O nome era proposto pela Presidência da República, homologado pela Assembléia Legislativa. Apenas em 1982, voltariam as eleições diretas. No primeiro governo revolucionário, o Dr. Roberto de Oliveira Campos, mato-grossense de largo passado de serviços públicos, foi escolhido para Ministro de Planejamento. No governo do general Castelo Branco, o mato-grossense general Dilermando Gomes Monteiro exerceu a função de Subchefe da Casa Militar, passando a Chefe da Casa Militar no governo do gal. Ernesto Geisel, posteriormente a Comandante do II Exército e a Ministro do Superior Tribunal Militar. Filinto Müller se projetou como senador, nacionalmente. Líder do governo no Senado Federal, Presidente do Senado e Presidente da ARENA. Faleceu em desastre aéreo nas proximidades de Paris, em 1972, na chamada “Tragédia de Orly”, quando exercia a função de Presidente do Congresso Nacional. Ao par do progresso material, o Estado desenvolveu-se culturalmente. No governo de Pedro Pedrossian, que governou por cinco anos, surgiram as universidades de Cuiabá e Campo Grande. Verificou-se a inauguração da primeira emissora de televisão, a TV Centro América, em 1969. Logo a seguir Mato Grosso se ligaria ao resto do Brasil por microondas, pela EMBRATEL, e logo pelo sistema de Discagem Direta a Distância - DDI. Mato Grosso tornou-se ponto de apoio ao governo federal para o projeto de integração da Amazônia, desfraldado o slogan “integrar para não entregar”. Uma das conseqüências do desenvolvimento foi o desmembramento do território, formando o Estado de Mato Grosso do Sul, a 11 de outubro de 1977, através da Lei Complementar nº. 31. O novo Estado foi instalado a 1º de janeiro de 1979. No período pós Estado Novo, dois mato-grossenses subiram à Presidência da República: Eurico Gaspar Dutra e Jânio da Silva Quadros. 

A crise econômica brasileira se tornou aguda nesse período com a desvalorização acelerada da moeda nacional. Sem os suportes de projetos federais especiais para a fronteira agrícola, os migrantes em parte se retiraram de Mato Grosso. No entanto, um projeto de maior monta é o conjunto de infra-estrutura de transporte. O projeto de estrada de ferro ligando São Paulo a Cuiabá entra em fase de efetivação, a fim de resolver parte dos problemas de transporte de grãos. O projeto de uma zona de Processamento de Exportação entra em fase de implantação. Visa-se exportar os produtos mato-grossenses por via fluvial. O povo migrado para Mato Grosso tem, com a crise brasileira, a ocasião de uma pausa no desenfreado trabalho de progresso, ocupando-se com o aprofundamento da cultura mato-grossense. Mato Grosso ingressa definitivamente na idade da cultura, completando o desenvolvimento material, comercial e industrial.

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CIDADE DE GOIÁS (GOIÁS VELHO) - GOIÁS

Goiás Velho - A cidade de Goiás, hoje conhecida como Goiás Velho, foi a primeira capital do Estado e surgiu da existência de um vilarejo chamado Arraial de Santana, fundado em 1727 por Bartolomeu Bueno, filho de Bartolomeu Bueno da Silva, o bandeirante conhecido como Anhangüera, que havia partido de São Paulo em direção às terras de Goiás em 1682. Em 1739, a colônia localizada no Rio Vermelho, onde grande quantidade de ouro havia sido descoberta, passou a se chamar Vila Boa de Goiás, mantendo-se como capital do Estado até 1934. A cidade de 22.000 habitantes foi tombada como monumento histórico nacional e se encontra a 144 km de distância de Goiânia, a atual capital do Estado.

Entre as principais atrações turísticas da cidade de Goiás Velho encontram-se antigas igrejas como as igrejas do Carmo (1756), de São Francisco de Paula (1761), de Santa Bárbara (1780) e de Nossa Senhora da Abadia (1790). No interior desses antigos templos religiosos destacam-se obras de influência barroca, pinturas do século XIX e trabalhos do escultor Veiga Vale, originário da cidade de Goiás. A igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, construída em 1779, abriga atualmente o Museu de Arte Sacra da cidade, que exibe 36 dos 200 trabalhos em escultura atribuídos a Veiga Vale.

O Museu das Bandeiras, situado no prédio onde funcionava a antiga Câmara e a Cadeia Pública, construído em 1755. As paredes têm um metro de largura e foram preservadas da forma original. O acervo do museu inclui instrumentos de tortura que datam do período da escravidão, mobiliários das igrejas, quadros e objetos de arte diversos, documentos históricos e produtos artesanais elaborados pelos índios Carajás.

Outro edifício datado do século XVIII e preservado na cidade de Goiás é o Palácio do Conde dos Arcos (1756), que contém preciosas peças de mobiliário da época e hoje foi transformado num centro cultural. A casa do século XVIII, onde viveu por toda a vida a poetisa Cora Coralina, que se tornou um símbolo da cidade de Goiás, também se transformou em museu onde podem ser encontradas fotografias, mobiliário, prêmios e vídeos ilustrativos de sua vida e de seu trabalho.

O atelier da artista é também local de atração de turistas e amantes das artes plásticas. A matéria prima de seus trabalhos é exclusivamente areia, em várias tonalidades, recolhida pela própria artista nos rios da região, e utilizada em telas de diversos tamanhos, que reproduzem com a perfeição de mestre, paisagens rurais e urbanas do Estado de Goiás. Sua obra já foi objeto de várias reportagens internacionais e seus quadros encontram-se atualmente espalhados por todo o mundo.

História
Antes da chegada dos europeus ao continente americano, a porção central do Brasil era ocupada por indígenas do tronco linguístico macro-jê, como os acroás, os xacriabás, os xavantes, os caiapós, os javaés etc.

Descobertas as Minas Gerais de um lado e as minas de Cuiabá, de outro, no século XVII, uma ideia renascentista (a de que os filões de metais preciosos se dispunham de forma paralela em relação ao equador) iria alimentar a hipótese de que, entre esses dois pontos, também haveria do mesmo ouro. Assim, foram intensificadas as investidas bandeirantes, principalmente paulistas, em território goiano, que culminariam tanto com a descoberta quanto com a apropriação das minas de ouro dos índios goiases, que seriam extintos dali mais rapidamente que o próprio metal. Ali, onde habitava a nação Goiá, Bartolomeu Bueno da Silva fundaria, em 1727, o Arraial de Sant'Anna.

Pouco mais de uma década depois, em 1736, o local seria elevado à condição de vila administrativa, com o nome de Vila Boa de Goyaz (ortografia arcaica). Nesta época, ainda pertencia à Capitania de São Paulo. Em 1748, foi criada a Capitania de Goiás, mas o primeiro governador, dom Marcos de Noronha, o Conde dos Arcos, só chegaria ali cinco anos depois.

Com ele, instalou-se um "Estado mínimo" e, logo, a vila transforma-se em capital da comarca. Noronha manda construir, então, entre outros prédios, a Casa de Fundição, em 1750, e o Palácio que levaria seu nome (Conde dos Arcos), em 1751. Décadas depois, outro governador - Luís da Cunha Meneses, que ficou no cargo de 1778 a 1783-, cria importantes marcos, fazendo a arborização da vila, o alinhamento de ruas e estabelecendo o primeiro plano de ordenamento urbano, que delineou a estrutura mantida até hoje.

Com o esgotamento do ouro, em fins do século XVIII, Vila Boa teve sua população reduzida e precisou reorientar suas atividades econômicas para a agropecuária, mas ainda assim cultural e socialmente sempre esteve sintonizada com as modas do Rio de Janeiro, então capital do Império. Daí até o início do século XX, as principais manifestações seriam de arte e cultura, com sarais, jograis, artes plásticas, literatura, arte culinária e cerâmica - além de um ritual único no Brasil, a Procissão do Fogaréu, realizada na Semana Santa.

Entretanto, a grande mudança, que já vinha sendo ventilada há muito tempo, foi a transferência da capital estadual para Goiânia, nos anos trinta e quarenta, coordenada pelo então interventor do Estado, Pedro Ludovico Teixeira. De certa forma, foi essa decisão que preservou a singular e exclusiva arquitetura colonial da Cidade de Goiás.

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CEREJEIRAS - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE CEREJEIRAS


Cerejeiras é um município brasileiro do estado de Rondônia. Localiza-se a uma latitude 13º11'20" sul e a uma longitude 60º48'44" oeste, estando a uma altitude de 277 metros. Sua população estimada em 2010 era de 17.030 habitantes. Possui uma área de 2 783,31 km².

Características geográficas
Área: 2 783,305 km²
População: 17 030 hab. IBGE/2011
Densidade: 6,12 hab./km²
Altitude: 277 m
Clima: Equatorial Am
Fuso horário: UTC−4
Aniversário: 5 de agosto de 1983
Fundação: 5 de agosto de 1983
Gentílico: cerejeirense

Significado do Nome
O Núcleo Urbano de Apoio Rural, que surgiu naquele local, recebeu o nome de Cerejeiras devido à existência em abundância da árvore que lhe empresta o nome, cuja madeira é utilizada na construção civil de luxo, carpintaria e construção naval.


História da Cidade
Os primeiros imigrantes chegaram a Cerejeiras em 1875. Todavia, sua história teve início no século XVIII, com o acampamento fundado às margens do rio Guaporé, pelo capitão Antônio Rolim de Moura, em 1750, em viagem de Vila Bela, então capital do Mato Grosso, à Conceição, onde hoje é o Forte Príncipe da Beira. Este acampamento, posteriormente, foi ocupado por escravos, em sua maioria, fugidos de Vila Bela e passou a ser então um ponto de apoio à navegação do rio Guaporé. O vilarejo ficou estagnado à margem da civilização durante quase dois séculos. Nesse espaço de tempo, o único fato notável ocorrido no lugarejo foi a colocação de um cruzeiro de bronze ilustrado com chumbo e com a transcrição de um versículo bíblico em alemão, datado de 3 de janeiro de 1907. Embora não existam registros, os moradores mais antigos dizem que essa cruz foi levada pela família de um alemão que, em viagem pelo rio Guaporé, ali faleceu vitimado pela febre amarela. Registros posteriores indicam que o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon mandou fazer explorações e levantamento dos rios localizados desde as proximidades da estação de Vilhena até o rio Guaporé, coletando informações científicas sobre borracha, zoologia, etnografia, mineralogia, geologia e águas termais. Todo material foi levado para o Rio de Janeiro (Jardim botânico e Museu Nacional). Conforme relatórios de 1915 do executor da estratégica linha telegráfica Cuiabá - Santo Antônio do Rio Madeira. Em 1920, o então chefe do 27º distrito telegráfico, o Major Alecariense Fernandes da Costa, sugeriu uma construção de uma linha Ramal-Telegráfica, partindo da estação de Vilhena em direção ao Vale do Guaporé, interligando todos os lugarejos então conhecidos, dentre eles o lugarejo que deu origem ao município de Cerejeiras. Entretanto o ramal não saiu devido às dificuldades financeiras e porque também havia políticos interessados em levar ao descrédito o trabalho de Rondon. Com o advento da Segunda Guerra Mundial veio a necessidade do extrativismo da borracha, abundante na região amazônica, inclusive na localidade que marca os primórdios de Cerejeiras. Foi a época da imigração nordestina para o local, os chamados soldados da borracha, que vinham para colaborar no esforço de guerra dos aliados. Em 1943 foi construída uma pista de pouso para aviões Catalina que traziam e levavam os soldados da borracha nordestinos. Foi nesse ano que iniciou um processo de aumento da população com a instalação dessa leva de imigrantes. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o elevado custo da borracha brasileira, sua população foi-se exaurindo até sumir por completo. Da mesma maneira, o lugarejo, ficou estagnado até o início do processo de ocupação do Estado, a partir da década de 60. Durante o processo de colonização de Estado, as terras fora do eixo da BR 364 foram as últimas a serem ocupadas, da mesma maneira como foi postergada na construção das linhas telegráficas. Devido à existência de alguns aglomerados urbanos na região a as informações sobre a qualidade das terras, o INCRA, em 4 de outubro de 1973, criava o Projeto Integrado de Colonização Paulo Assis Ribeiro, implantado em 21 de agosto do ano seguinte na gleba Guaporé, onde se instalaram as primeiras famílias. Uma precária estrada de penetração foi aberta seguindo a mesma direção proposta pelo Major Alecariense Costa, nas margens da qual, e no final, agricultores postaram-se abrindo clareiras e plantando nas terras férteis. No Referenciado Projeto Integrado de Colonização Paulo Assis Ribeiro, inicialmente chamado de colorado, surgiu uma povoação no cruzamento da linha terceira, eixo com a linha três, onde antes existia a Fazenda Escondido. Era o início do núcleo urbano que deu início a atual cidade de Cerejeiras. O município foi criado no dia 5 de agosto de 1983, pelo Decreto Lei nº 071, assinado pelo Governador Jorge Teixeira de Oliveira, com área desmembrado do município de Colorado DOeste. Através da Lei nº 570, de 22 de junho de 1994, o município cedeu área territorial para criação do município de Alto Alegre dos Parecis. Através da Lei nº 645, de 27 de dezembro de 1995, o município voltou a ceder área territorial, desta vez para criação do município de Pimenteiras do Oeste.

HINO DE CEREJEIRAS

Tua história é forjada na bravura
No destemor do nobre bandeirante.
Na solidão sem fim dos seringais
E a fibra indomável do migrante.

Na campina verdejante da fazenda
Foi a escola o berço promissor,
Onde o projeto dividiu a terra
Com justiça ao bravo lavrador.

Cerejeiras,
Onde o campo plantado
É mais verde e bonito,
Com o fruto da terra
Vicejando no vale
E abraçando o infinito.

E tens hoje a epopéia do migrante
A construir em ti um mundo novo,
Traçando sobre a Terra o teu futuro
E o feliz destino de teu povo.

A nobreza que há na selva da Amazônia
Onde teu nome o povo foi buscar.
Na união do povo brasileiro
Que escolheu em ti viver e amar.

Cerejeiras,
Onde o campo plantado
É mais verde e bonito,
Com o fruto da terra
Vicejando no vale
E abraçando o infinito.

Referências
www.cerejeiras.ro.gov.br
Wikipedia
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GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE CEREJEIRAS - RONDÔNIA


Cerejeiras é um município brasileiro do estado de Rondônia. Localiza-se a uma latitude 13º11'20" sul e a uma longitude 60º48'44" oeste, estando a uma altitude de 277 metros. Sua população estimada em 2010 era de 17.030 habitantes. Possui uma área de 2 783,31 km².

Características geográficas
Área: 2 783,305 km²
População: 17 030 hab. IBGE/2011
Densidade: 6,12 hab./km²
Altitude: 277 m
Clima: Equatorial Am
Fuso horário: UTC−4
Aniversário: 5 de agosto de 1983
Fundação: 5 de agosto de 1983
Gentílico: cerejeirense

Significado do Nome
O Núcleo Urbano de Apoio Rural, que surgiu naquele local, recebeu o nome de Cerejeiras devido à existência em abundância da árvore que lhe empresta o nome, cuja madeira é utilizada na construção civil de luxo, carpintaria e construção naval.


História da Cidade
Os primeiros imigrantes chegaram a Cerejeiras em 1875. Todavia, sua história teve início no século XVIII, com o acampamento fundado às margens do rio Guaporé, pelo capitão Antônio Rolim de Moura, em 1750, em viagem de Vila Bela, então capital do Mato Grosso, à Conceição, onde hoje é o Forte Príncipe da Beira. Este acampamento, posteriormente, foi ocupado por escravos, em sua maioria, fugidos de Vila Bela e passou a ser então um ponto de apoio à navegação do rio Guaporé. O vilarejo ficou estagnado à margem da civilização durante quase dois séculos. Nesse espaço de tempo, o único fato notável ocorrido no lugarejo foi a colocação de um cruzeiro de bronze ilustrado com chumbo e com a transcrição de um versículo bíblico em alemão, datado de 3 de janeiro de 1907. Embora não existam registros, os moradores mais antigos dizem que essa cruz foi levada pela família de um alemão que, em viagem pelo rio Guaporé, ali faleceu vitimado pela febre amarela. Registros posteriores indicam que o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon mandou fazer explorações e levantamento dos rios localizados desde as proximidades da estação de Vilhena até o rio Guaporé, coletando informações científicas sobre borracha, zoologia, etnografia, mineralogia, geologia e águas termais. Todo material foi levado para o Rio de Janeiro (Jardim botânico e Museu Nacional). Conforme relatórios de 1915 do executor da estratégica linha telegráfica Cuiabá - Santo Antônio do Rio Madeira. Em 1920, o então chefe do 27º distrito telegráfico, o Major Alecariense Fernandes da Costa, sugeriu uma construção de uma linha Ramal-Telegráfica, partindo da estação de Vilhena em direção ao Vale do Guaporé, interligando todos os lugarejos então conhecidos, dentre eles o lugarejo que deu origem ao município de Cerejeiras. Entretanto o ramal não saiu devido às dificuldades financeiras e porque também havia políticos interessados em levar ao descrédito o trabalho de Rondon. Com o advento da Segunda Guerra Mundial veio a necessidade do extrativismo da borracha, abundante na região amazônica, inclusive na localidade que marca os primórdios de Cerejeiras. Foi a época da imigração nordestina para o local, os chamados soldados da borracha, que vinham para colaborar no esforço de guerra dos aliados. Em 1943 foi construída uma pista de pouso para aviões Catalina que traziam e levavam os soldados da borracha nordestinos. Foi nesse ano que iniciou um processo de aumento da população com a instalação dessa leva de imigrantes. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o elevado custo da borracha brasileira, sua população foi-se exaurindo até sumir por completo. Da mesma maneira, o lugarejo, ficou estagnado até o início do processo de ocupação do Estado, a partir da década de 60. Durante o processo de colonização de Estado, as terras fora do eixo da BR 364 foram as últimas a serem ocupadas, da mesma maneira como foi postergada na construção das linhas telegráficas. Devido à existência de alguns aglomerados urbanos na região a as informações sobre a qualidade das terras, o INCRA, em 4 de outubro de 1973, criava o Projeto Integrado de Colonização Paulo Assis Ribeiro, implantado em 21 de agosto do ano seguinte na gleba Guaporé, onde se instalaram as primeiras famílias. Uma precária estrada de penetração foi aberta seguindo a mesma direção proposta pelo Major Alecariense Costa, nas margens da qual, e no final, agricultores postaram-se abrindo clareiras e plantando nas terras férteis. No Referenciado Projeto Integrado de Colonização Paulo Assis Ribeiro, inicialmente chamado de colorado, surgiu uma povoação no cruzamento da linha terceira, eixo com a linha três, onde antes existia a Fazenda Escondido. Era o início do núcleo urbano que deu início a atual cidade de Cerejeiras. O município foi criado no dia 5 de agosto de 1983, pelo Decreto Lei nº 071, assinado pelo Governador Jorge Teixeira de Oliveira, com área desmembrado do município de Colorado DOeste. Através da Lei nº 570, de 22 de junho de 1994, o município cedeu área territorial para criação do município de Alto Alegre dos Parecis. Através da Lei nº 645, de 27 de dezembro de 1995, o município voltou a ceder área territorial, desta vez para criação do município de Pimenteiras do Oeste.

HINO DE CEREJEIRAS

Tua história é forjada na bravura
No destemor do nobre bandeirante.
Na solidão sem fim dos seringais
E a fibra indomável do migrante.

Na campina verdejante da fazenda
Foi a escola o berço promissor,
Onde o projeto dividiu a terra
Com justiça ao bravo lavrador.

Cerejeiras,
Onde o campo plantado
É mais verde e bonito,
Com o fruto da terra
Vicejando no vale
E abraçando o infinito.

E tens hoje a epopéia do migrante
A construir em ti um mundo novo,
Traçando sobre a Terra o teu futuro
E o feliz destino de teu povo.

A nobreza que há na selva da Amazônia
Onde teu nome o povo foi buscar.
Na união do povo brasileiro
Que escolheu em ti viver e amar.

Cerejeiras,
Onde o campo plantado
É mais verde e bonito,
Com o fruto da terra
Vicejando no vale
E abraçando o infinito.

Referências
www.cerejeiras.ro.gov.br
Wikipedia
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PRESIDENTE MÉDICI - RONDÔNIA (GEOGRAFIA E HISTÓRIA)


Presidente Médici é um município brasileiro do estado de Rondônia. Localiza-se a uma latitude 11º10'33" sul e a uma longitude 61º54'03" oeste, estando a uma altitude de 185 metros. Sua população estimada em IBGE 2011 era de 22.516 habitantes. Possui uma área de 1.758 km².

Fundação: 16 de junho de 1981
Gentílico: medicense

Demografia
Os primeiros colonos chegaram ao local na margem da BR-364, na década de sessenta, instalaram-se em apenas quatro barracas no meio do lamaçal, dando-lhe o nome de Trinta e Três, por distar 33 quilômetros da Vila de Rondônia, atual cidade de Ji-Paraná. Seus moradores, todos agricultores, socorriam de alguma forma os motoristas e passageiros das viaturas que ficavam retidas em um imenso atoleiro conhecido por Muqui, nas proximidades do rio com este nome.

O lugarejo crescia em número de habitantes e casas com a chegada de novos colonos que nele se estabeleciam a apesar da situação litigiosa. No primeiro semestre de 1972, sua população atingia mais de 800 habitantes e os ônibus que ligavam Cuiabá a Porto Velho, faziam ponto de parada no local, agora com aspecto de Vila e com dois nomes Nova Jerusalém e Nova Canaã, ostentados em placas distintas colocadas pelos líderes de cada grupo de agricultores em frente de suas respectivas casas.

Devido a estagnação econômica e a falta de investimentos, houve evasão populacional nos últimos dez anos. A falta de empregos diretos e indiretos a ausência de instituições de ensino superior tem afugentado os jovens, que procuram outras cidades para trabalhar e estudar.

História
Em 1915 surgem os primeiros registros sobre a origem do município de Presidente Médici, da passagem da comissão de Rondon pela região. Dados constantes do relatório da Comissão de Rondon daquele ano informam que a região era habitada por seringueiros e trabalhadores do seringal São Pedro do Muqui. A região permaneceu praticamente imutável até a abertura da rodovia federal BR 364, do início do incentivo à colonização do Estado de Rondônia e da região Norte do país.

Os primeiros colonos chegaram ao local da margem da rodovia BR 364, a partir da década de sessenta, instalando-se em quatro barracas ao lado do lamaçal que cobria a estrada. A localidade ficou conhecida como "Trinta e Três" por estar a 33 km da "Vila de Rondônia", atual cidade de Ji - Paraná.

A imigração ficou mais intensa a partir de 1970, onde originou os conflitos litigiosos com o proprietário das terras, Sr.José Milton de Andrade Rios, que acusava os colonos imigrantes de grileiros e invasores de suas terras. As terras ocupadas pelos colonos estavam situadas entre os igarapés Preto e Leitão, que segundo o pretenso proprietário, faziam parte da Fazenda Presidente Hermes, de sua propriedade.

O INCRA tentava impedir a fixação dos colonos no local por não haver uma definição sobre a posse de terras, quanto se era do senhor Milton Rios ou da União. O lugarejo crescia com a chegada de novos colonos. Diante da situação, o INCRA/RO criou o setor Leitão que era uma extensão do Projeto Integrado de Colonização Outro Preto para assentar dentro das normas os colonos. O vilarejo ficou como sede do projeto que surgia.

No primeiro semestre de 1972, a população do vilarejo atingia mais de 800 habitantes e os ônibus que ligava Cuiabá/MT a Porto Velho/RO faziam ponto de parada no local, agora com aspecto de Vila, e já elevado à categoria de subdistrito. Os pioneiros discutiam o novo nome do lugar em substituição ao "Vila 33" e colocavam placas em frente de suas casas sugerindo os mais diversos nomes como: Nova Canaã, Nova Jerusalém e outros. Por um plebiscito escolheram um nome dentre vários apresentados, como Getúlio Vargas, Presidente Médici, Fátima do Norte, Cruzeiros do Sul, além de Nova Canaã e Nova Jerusalém, tendo saído vencedor o nome do presidente da república da época, Emilio Garrastazu Médici, confirmado em 30 de julho de 1973 pelo governador do território de Rondônia, Teodorico Gahyva. O povo chamava o povoado de "péla - jegue" em sentido pejorativo.

As autoridades em conjunto com a população passaram a analisar todas as possibilidades de conseguir a transformação do subdistrito em distrito. Foi convocadas uma reunião com a comunidade, para escolher um grupo de pessoas que ia defender seus interesses. Surgiu a "Sociedade amiga da vila". Com o novo nome de Presidente Médici o povoado foi elevado à categoria de distrito do município de Ji - Paraná no dia 30 de janeiro de 1978 pelo Decreto -Lei nº 81.272.

Em decorrência do seu desenvolvimento sócio econômico, foi o distrito de Presidente Médici elevado à categoria de município, pela Lei nº 6.921, de 16 de junho de 1981, assinada pelo então Presidente da República, João Batista de Figueiredo, mantendo o mesmo nome com as áreas desmembradas do município de Ji - Paraná.
Em cumprimento às Leis nºs 103, de 20 de maio de 1986; 157, de 19 de junho de 1987 e 604, de 10 de abril de 1995, o município cedeu área territorial para criação dos municípios de: Alvorada DOeste, Nova Brasilândia DOeste e Ministro Andreazza, respectivamente. A lei nº 493, de 9 de julho de 1993 prevê a cessão de área territorial do município de Ministro Andreazza para Presidente Médici.

Significado do Nome
Os pioneiros discutiam o novo nome do lugar em substituição ao Vila 33 e colocavam placas em frente de suas casas sugerindo os mais diversos nomes como: Nova Canaã, Nova Jerusalém e outros. Por um plebiscito escolheram um nome dentre vários apresentados, como Getúlio Vargas, Presidente Médici, Fátima do Norte, Cruzeiros do Sul, além de Nova Canaã e Nova Jerusalém, tendo saído vencedor o nome do presidente da república da época, Emilio Garrastazu Médici, confirmado em 30 de julho de 1973 pelo então governador do território de Rondônia, Teodorico Gahyva. Apesar do nome escolhido o povo, chamava o povoado de péla - jegue em sentido pejorativo, mas com o decorrer do tempo caiu em esquecimento.

Referências
www.presidentemedici.ro.gov.br
Wikipédia
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ALVORADA DO OESTE - RONDÔNIA


Alvorada d'Oeste é um município brasileiro do estado de Rondônia. Localiza-se a uma latitude 11º20'29" sul e a uma longitude 62º17'11" oeste, estando a uma altitude de 224 metros. Sua população estimada em 2011 era de 17.215 habitantes. Possui uma área de 2.982 km².

História
Alvorada do Oeste nasceu no ano de 1978, época em que era denominada de Linha 52, devido a sua localização na BR-429. Surgiu da necessidade de assentamento das famílias vindas principalmente da região Sul do país. Em 1979, a região pertencia à área rural do Distrito de Presidente Médici, município de Ji-Paraná. Quando uns grupos de moradores reuniram-se com o objetivo de planejarem a formação de um povoado. A primeira iniciativa deste grupo ocorreu no dia 20 de abril de 1979, nesse dia decidiram pela construção de uma escola, para atender 20 crianças. A escola foi construída na propriedade de Antônio dos Santos, quilômetro 47,5 da então linha topográfica aberta pela empresa de topográfica Basevi (hoje BR 429) hoje distante a 4,5 km do centro de Alvorada D’Oeste. No início do mês de julho de 1979, João Távora Filho vai à subprefeitura e convida o administrador do Distrito de Presidente Médici Antonio Geraldo da Silva (Toninho) a conhecer o local, onde eles pretendiam fundar um povoado. Antônio Geraldo admirou-se da corajosa iniciativa de João Távora e de seus amigos em fundar um povoado no meio da floresta então aceitou o convite de conhecer a região. Após ter feito a visita o administrador do distrito de Presidente Médice, promete levar a proposta para os seus superiores. No dia 10 de agosto deu início a roçada da área onde iriam formar as primeiras quadras. Naquele mesmo ano deu-se início ao a roçada que irão formar as primeiras quadras da cidade. Neste mesmo ano, o INCRA, efetuou a entrega dos primeiros lotes na região e delimitou uma área de 80 hectares, destinados para o espaço da cidade, que hoje devido à necessidade de expansão soma 120 hectares.

A cidade ficou na condição de Sub-Distrito do Município de Ji-Paraná até o ano de 1981, depois passando a ser Distrito de Presidente Médici, e exatamente em 20 de maio de 1986 teve sua emancipação Política e Administrativa. Sua instalação foi firmada em 01 de Janeiro de 1989 com o nome Alvorada do Oeste. Hoje, o Município conta com uma população residente estimada em 16.864 habitantes, sendo que 11.286 residem na área rural e 8.546 na área urbana. Podemos considerar que atualmente temos uma população estabilizada. Nossos habitantes são proprietários de terras, comerciantes e funcionários públicos de todas as esferas. Os setores agrícolas e pecuários são à base de sustentação econômica do município. O agrícola produzindo todos os gêneros alimentícios de primeira necessidade, arroz, feijão, milho, além da destacada produção de café. O setor pecuário atualmente tem o gado leiteiro com um rebanho estimado em 125.887 cabeças de gado leiteiro e 108.894 cabeças de corte. A Cidade esta localizada ao leste do Estado de Rondônia, distante da capital Porto Velho 438km, fazendo limites com os municípios: São Miguel, Urupá, Presidente Médice, Mirante da Serra e Nova Brasilândia, com uma área territorial de 3 029,190km².

Referências:
Wikipédia
www.alvoradadooeste.ro.gov.br
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CORINTHIANS CAMPEÃO BRASILEIRO DE 2011


O Corinthians se sagrou o campeão do Brasileirão 2011 contra seu rival, Palmeiras (04 de desembro de 2011). O time de Adriano só precisava do empate para levantar a taça, enquanto o Vasco da Gama precisava vencer e torcer por um deslize do primeiro colocado.

A conquista ficou marcada por uma confusão generalizada depois que Jorge Henrique, no final do jogo, deu um chute no vácuo na lateral do campo. Os jogadores do Palmeiras se revoltaram e houve agressão dos dois lados. O zagueiro Leandro Castán e o lateral João Victor foram expulsos.

No Rio, o Vasco, que precisava vencer e torcer por uma derrota do Corinthians para ficar com o título, ficou no 1 a 1 com o Flamengo, no Rio de Janeiro, e não assustou.

O título coroa uma campanha regular, com um começo histórico (nove vitórias e um empate) e um arranque no final, com três triunfos e um empate. O Corinthians foi líder durante mais de 70% do certame.

Este é o quinto título que o time fundado em 1910 ganha no Campeonato Brasileiro. Os outros foram em 1990, 1998, 1999 e 2005.

Homenagem da torcida ao Dr. Sócrates
 Wallpapers do Corinthians

Conheça Todos os campeões do Campeonato Brasileiro de futebol - Série A (1º Divisão)
1959 - Bahia
1960 - Palmeiras
1961 - Santos
1962 - Santos
1963 - Santos
1964 - Santos
1965 - Santos
1966 - Cruzeiro
1967 - Palmeiras (Taça Brasil) e Palmeiras (Torneio Roberto Gomes Pedrosa)
1968 - Botafogo (Taça Brasil) e Santos (Torneio Roberto Gomes Pedrosa)
1969 - Palmeiras
1970 - Fluminense
1971 - Atlético-MG
1972 - Palmeiras
1973 - Palmeiras
1974 - Vasco da Gama
1975 - Internacional
1976 - Internacional
1977 - São Paulo
1978 - Guarani
1979 - Internacional
1980 - Flamengo
1981 - Grêmio
1982 - Flamengo
1983 - Flamengo
1984 - Fluminense
1985 - Coritiba
1986 - São Paulo
1987 - Flamengo (Copa União - Módulo Verde) e Sport (Copa Brasil - Módulo Amarelo)
1988 - Bahia
1989 - Vasco
1990 - Corinthians
1991 - São Paulo
1992 - Flamengo
1993 - Palmeiras
1994 - Palmeiras
1995 - Botafogo
1996 - Grêmio
1997 - Vasco
1998 - Corinthians
1999 - Corinthians
2000 - Vasco
2001 - Atlético-PR
2002 - Santos
2003 - Cruzeiro
2004 - Santos
2005 - Corinthians
2006 - São Paulo
2007 - São Paulo
2008 - São Paulo
2009 - Flamengo
2010 - Fluminense
2011 - Corinthians
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A URBANIZAÇÃO NO BRASIL

Centro de São Paulo

Assim como ocorre no resto do mundo, onde cada vez mais pessoas moram em cidades, a taxa de urbanização brasileira tem crescido ano a ano. Atualmente, de cada 100 brasileiros, 81 residem em áreas urbanas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Só entre os anos 1991 e 2010, as cidades brasileiras ganharam nada menos que 48 milhões de habitantes. O crescimento populacional natural, a expansão das áreas urbanas e a migração de pessoas vindas do campo são as causas desse fenômeno. Entre as regiões brasileiras, o Sudeste é a que apresenta o maior índice de urbanização: 92%.

Urbano versus rural – A taxa de urbanização não é um dado absoluto, pois depende do critério que se utiliza para diferenciar o urbano do rural – e há muita controvérsia nesse assunto. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), por exemplo, considera como núcleos urbanos aqueles com densidade demográfica igual ou maior do que 150 habitantes por quilômetro quadrado. O critério da densidade demográfica é usado pela maioria das nações, mas cada uma estabelece os próprios parâmetros. Com isso, o que um país define como população urbana poderia ser classificado por outro como população rural. Já o Brasil considera núcleo urbano toda sede de município (cidade) e de distrito (vila), independentemente do tamanho de sua população e de sua área. Trata-se de um critério antigo, estabelecido por lei de 1938, que gera divergência entre os estatísticos brasileiros. Para chegar à taxa de urbanização de 81%, apurada no Censo Demográfico de 2010, o IBGE considerou urbanos os municípios com mais de 5 mil habitantes. Há quem defenda, no entanto, que só poderiam ser considerados urbanos os municípios com mais de 20 mil habitantes, o que reduziria a taxa de urbanização do país para 63%. Esse, aliás, é o índice encontrado pelo estudo Caracterização e Tendências da Rede Urbana do Brasil, realizado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), em parceria com a Universidade de Campinas, e pelo próprio IBGE, em 1999.

Evolução da urbanização – Em 1940, ano do primeiro censo brasileiro que diferenciou a população urbana da rural, um terço dos habitantes do país estava nas cidades. Na década seguinte, o grau de urbanização começa a crescer acentuadamente na Região Sudeste. Nos anos 1970, o mesmo passa a ocorrer nas demais regiões. A expansão da indústria nos grandes centros traz trabalhadores das áreas rurais, atraídos pela perspectiva de melhores salários e condições de vida, acesso à educação e à saúde. Para ter uma idéia de quanto a geração de emprego está ligada à migração, a Região Sudeste teve a maior entrada de migrantes nos anos 1970, quando concentrava 80% da atividade industrial do país. Na mesma época, só a capital de São Paulo recebeu aproximadamente 3 milhões de migrantes.

Na década de 1980, a população urbana já superava a rural em todas as regiões do país. Nessa época, verificou-se no Brasil o maior êxodo populacional da humanidade: 40 milhões de pessoas, o equivalente a um terço da população brasileira, haviam migrado do campo para a cidade, de um município para outro ou de uma região do país para outra. A partir de 1996, todos os estados têm a maior parte da população em áreas urbanas. O último a fazer a transição é o Maranhão, que até o Censo de 1991 apresentava a maior parte da população em áreas rurais.

Nos anos seguintes, o processo de urbanização começa a diminuir. A diversificação da economia no interior tende a evitar a migração de suas populações. Atualmente, setores como indústria, prestação de serviços, construção civil, comércio e atividades sociais estão em crescimento nas áreas rurais e já chegam a garantir rendimento mensal até maior que o da cidade.

Regiões metropolitanas – Com a expansão dos grandes centros, suas fronteiras com os municípios vizinhos se confundem. Chamado de conurbação, esse fenômeno se inicia em 1980 e prossegue por toda a década de 1990. Em São Paulo, por exemplo, a conurbação ocorre especialmente ao longo de suas principais estradas, caso da rodovia Ayrton Senna e da Presidente Dutra, em direção a São José dos Campos; Bandeirantes e Anhangüera, rumo a Campinas; e Castelo Branco, na direção de Sorocaba. A tendência acompanha o fortalecimento do parque industrial nesses pólos, chamado "periferização" da indústria paulista.

A conurbação fez surgir em vários pontos do país as regiões metropolitanas (RMs), áreas densamente povoadas e constituídas por diversos municípios, que, apesar de administrativamente independentes, formam uma mesma comunidade socioeconômica. Atualmente, o Brasil possui 25 regiões metropolitanas reconhecidas por lei: São Paulo, Baixada Santista e Campinas (SP); Belo Horizonte e Vale do Aço (MG); Rio de Janeiro (RJ); Vitória (ES); Florianópolis, Vale do Itajaí, Foz do Itajaí, Região Carbonífera, Tubarão e Norte/Nordeste Catarinense (SC); Curitiba, Londrina e Maringá (PR); Porto Alegre (RS); Belém (PA); Fortaleza (CE): Goiânia (GO); São Luís (MA); Maceió (AL); Recife (PE); Salvador (BA); e Natal (RN). A região do Distrito Federal e entorno inclui-se nesse grupo, embora não seja legalmente reconhecida como RM. Em 2004, essas 26 localidades concentram 34% da população brasileira e 84% da população urbana do país, segundo o Ministério das Cidades

Regiões de exclusão – No passado, as regiões metropolitanas se formaram e prosperaram graças à expansão econômica de seus centros urbanos, o que gerou oportunidades de emprego e atraiu grandes levas de migrantes. O rápido crescimento dessas áreas não foi acompanhado de investimentos em infra-estrutura, o que deixou grande parte da população mal atendida nas áreas de habitação, saneamento, transporte, saúde e em outras facilidades públicas. Para agravar a situação, o tímido crescimento da economia brasileira e a diminuição dos postos de trabalho nas duas últimas décadas fizeram surgir nas RMs uma legião de desempregados. Entre 1980 e 2000, a queda do número de empregos formais (com carteira assinada) chegou a 27% no Rio de Janeiro, 20% em Porto Alegre e 18% em Belém. Em São Paulo, no Recife, em Fortaleza e em Salvador, o índice gira em torno de 10%. Os dados são do Atlas da Exclusão Social no Brasil, estudo divulgado em 2003 por especialistas de universidades paulistas.

A diminuição do número de empregos faz aumentar o índice de empobrecimento e de favelização da população. Uma pesquisa do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (Iets) sobre a região metropolitana de São Paulo – a quarta maior do mundo, com 18 milhões de habitantes – ilustra isso. Segundo o Iets, no decorrer da década de 1990, a renda per capita dos 20% mais pobres da região encolheu em 26%, chegando a menos de 54 reais por mês. Essa enorme queda de rendimentos aumentou o número de favelas, que incharam em 23% nesse mesmo período. Na virada do milênio, quase 10% da população da RM de São Paulo morava em habitações inadequadas (favelas, cortiços e loteamentos irregulares).

A somatória de desemprego, empobrecimento e favelização tornou as regiões metropolitanas brasileiras lugares mais violentos. Entre 1980 e 2010, segundo o Atlas da Exclusão Social no Brasil, o número de homicídios por 100 mil habitantes aumentou sensivelmente nessas regiões. Nas RMs de São Paulo, de Porto Alegre e do Recife, os homicídios cresceram acima de 280%. Na de Salvador, o índice é alarmante: 460%. Hoje, as RMs são locais em que riqueza e pobreza convivem muito intimamente, criando tensões e um novo tipo de exclusão social, caracterizado sobretudo por dificuldade de acesso ao emprego, baixa renda e alta exposição à violência.

Todos esses fatores contribuem para que o governo federal concentre nas regiões metropolitanas metade das verbas para habitação e saneamento em 2010 e 2011. Um plano de ação do Ministério das Cidades elege as RMs de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, Curitiba e Distrito Federal, além da cidade de Manaus, prioridades do investimento federal nos próximos 20 anos. Nessas localidades, que concentram 82% dos domicílios subnormais do país, há um déficit habitacional de mais de 2 milhões de casas.

Capitais – No geral, a população das capitais tem aumentado mais lentamente que a do interior. Segundo as últimas projeções de crescimento populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de expansão das capitais entre 2000 e 2011 varia de 1,2% a 2,3% em média. Nos estados da Região Norte estão os maiores índices (média de 3,5%), com destaque para Palmas (TO), que cresce 8% no período. Na Região Sul, a exceção é Florianópolis, com 3%. Os menores índices são os do Rio de Janeiro e São Paulo, com menos de 1%.

Cidades médias – A violência, o alto custo de vida, a falta de infra-estrutura e os grandes investimentos necessários para iniciar qualquer empreendimento nas maiores cidades do país contribuem para o crescimento de algumas cidades médias do interior. Isso fez surgir novos centros regionais e aglomerações urbanas. As cidades médias, entre 100 mil e 500 mil habitantes, foram as que registraram o maior crescimento absoluto nos anos 1990. Juntas, abrigam 58 milhões de brasileiros em 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Projeto de lei para as regiões metropolitanas
A complexidade das regiões metropolitanas e de seus problemas leva o governo federal a propor um modelo de gestão diferenciado para essas áreas. Em 2004 é encaminhado ao Congresso Nacional um projeto para a criação de consórcios intermunicipais – uma alternativa jurídica que permite às prefeituras que integram uma RM trabalhar em conjunto na solução de problemas comuns. Com isso, investimentos em saneamento e transporte, por exemplo, podem ser compartilhados com os municípios.

Mesmo sem uma legislação que facilite a integração intermunicipal em consórcios, já existem exemplos desse tipo de administração. Sete municípios paulistas do chamado ABC – Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Mauá – definiram um Plano Regional Estratégico. A atuação em conjunto permitiu a realização de projetos para o benefício de toda a população. Hospitais regionais, piscinões de combate a enchentes, um aterro sanitário e até uma universidade estão entre as principais realizações do consórcio.
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RORAIMA - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DE RORAIMA

GEOGRAFIA – Área: 224,299 km². Relevo: planalto no norte e depressões no sul. Ponto mais elevado: monte Roraima, na serra do Pacaraima (2.739,3 m). Rios principais: Alalaú, Branco, Catimani, Tacutu, Uraricoera. Vegetação: floresta Amazônica, com pequena faixa de cerrado a leste. Clima: equatorial a oeste, tropical a leste. Municípios mais populosos: Boa Vista (265.300), Rorainópolis (25.590), Alto Alegre (21.900), Caracaraí (18.200), Bonfim (13.500), Mucajaí (12.600), Cantá (11.500), Pacaraima (8.980), Uiramutã (6.950), São Luiz (6.940) (2012). Hora local: -1h. Habitante: roraimense.

POPULAÇÃO – 420.800 (est. 2012).

CAPITAL – Boa Vista. Habitante: boa-vistense. População: 265.300 (est. 2012).


Situado no extremo norte do país, Roraima (RR) faz fronteira com a Venezuela e a Guiana e abriga o ponto mais setentrional do Brasil, o monte Caburaí. Cortado ao sul pela linha do Equador, a maior parte do território fica no Hemisfério Norte. O clima é equatorial, quente e úmido. Com mais de 60% de área coberta pela floresta Amazônica, o estado é o menos populoso do país. A influência indígena está presente na culinária e no artesanato. Em Roraima fica parte da reserva indígena dos ianomâmis, com 5,6 milhões de hectares. Por ter extensas jazidas de ouro, cassiterita e pedras preciosas, a reserva atrai garimpeiros clandestinos.

Economia – Roraima é o estado que menos contribui para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional, com apenas 0,1%. Sua economia se apóia no setor de serviços. O transporte é precário, feito apenas pelo rio Branco, que corta o estado desde o sul até a capital, Boa Vista, ou pela BR-174, que liga o estado à Venezuela, ao norte, e a Manaus, ao sul. Os mais importantes produtos agrícolas são mandioca, arroz, milho, laranja e banana. De 2001 para 2011, a produção de madeira, o principal item de exportação, triplica e atinge 85 mil metros cúbicos. A crise de energia elétrica era crônica em Roraima: a população convivia com constantes cortes de luz. O estado resolve o problema, a partir de 2001, importando energia da Venezuela, do Complexo Hidrelétrico de Guri-Macaguá.

Boa Vista
Governador cassado – O governador Flamarion Portela (afastado do PT) tem o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em agosto de 2004. Pesa contra ele a acusação de usar programas sociais para se promover durante a campanha que o reelegeu em 2002. Portela está envolvido também no "escândalo dos gafanhotos", em que é acusado de contratar funcionários fantasmas. Em seu lugar, assume o segundo colocado no pleito de 2002, o ex-governador Ottomar de Sousa Pinto (PTB).

Reserva Raposa/Serra do Sol – O impasse quanto à homologação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol intensifica os conflitos na região em 2004. Com 1,7 milhão de hectares e 15 mil índios de cinco etnias, a reserva foi demarcada em 1998 e, desde então, aguarda oficialização do governo federal. Pela demarcação original, ficariam no interior da reserva a cidade de Uiramutã, fazendas de arroz e a região de fronteira com Guiana e Venezuela. O governo de Roraima, fazendeiros e até mesmo alguns índios defendem uma homologação descontínua, em que essas áreas se tornariam "enclaves brancos" dentro da reserva. O Supremo Tribunal Federal (STF) cassa as liminares que impediam a homologação contínua. Com isso, o governo federal confirma a demarcação original.

Índices sociais – Conflitos de terra ocorrem com freqüência no estado e são apontados como a principal causa da alta taxa de homicídios. Em outras áreas há avanços. Roraima consegue a maior diminuição nos índices de mortalidade infantil do país entre 1990 e 2011: de uma taxa de 42,7 em cada mil nascidos vivos, o estado passa para 9,8 em cada mil nascidos vivos.

História
No século XVIII, em razão do crescente interesse português pela Amazônia, intensificam-se os esforços de reconhecimento e ocupação da extensa área ao longo do rio Branco. Em 1752 inicia-se a construção do Forte de São Joaquim, origem da futura capital de Roraima, Boa Vista.

Durante o Império, no século XIX, Roraima permanece integrado à província do Amazonas, com população pequena e economia estagnada, baseada em fazendas de gado. No início da República, em 1904, a porção mais oriental de Roraima é alvo de disputa fronteiriça com a Guiana, então colônia do Reino Unido: a Questão do Pirara, arbitrada pelo rei da Itália, Vittorio Emanuele III. O trecho é dividido entre os dois países, ficando a maior parte com a Guiana. Em 1943, a área é separada do estado do Amazonas e transformada em território federal do Rio Branco. A decisão visa a impulsionar o desenvolvimento local e a garantir mais segurança para a região, considerada estratégica. Em 1962, o território passa a se chamar Roraima. Os recursos e os incentivos dos governos militares nos anos 1960 e 1970 melhoram a infra-estrutura e atraem empresários e trabalhadores para a região. Desenvolvem-se a criação de gado de corte e a extração de madeira. Em conseqüência, ocorre acelerado crescimento populacional. Em 1988, Roraima torna-se estado.
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