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HISTÓRIA DO MATO GROSSO - MT

O Povoamento
As origens históricas do povoamento de Mato Grosso estão ligadas às descobertas de ricos veios auríferos, já no começo do século 18. Em 1718, o bandeirante Antônio Pires de Campos, que um ano antes esteve às margens do Rio Coxipó, em local denominado São Gonçalo Velho, onde combateu e aprisionou centenas de índios Coxiponé (Bororo), encontrou-se com gente da Bandeira de Paschoal Moreira Cabral Leme, informando-lhes sobre a possibilidade de escravizarem índios à vontade. Ao ser informado da fartura da (possível) prea, Paschoal Moreira Cabral Leme seguiu Coxipó acima: o seu intento, no entanto, não foi realizado, pois no confronto com o gentio da terra, na confluência dos rios Mutuca e Coxipó, os temíveis Coxiponé, que dominavam esta região, teve sua expedição totalmente rechaçada pelas bordunas e flexas certeiras daquele povo guerreiro. Enquanto a expedição de Moreira Cabral se restabelecia dos danos causados pela incursão Coxiponé, dedicaram-se ao cultivo de plantações de subsistência, apenas visando o suprimento imediato da bandeira. Foi nesta época que alguns dos seus companheiros, embrenhando-se Coxipó acima, encontraram em suas barrancas as primeiras amostras de ouro. Entusiasmados pela possibilidade de riqueza fácil, renegaram o objetivo principal da bandeira, sob os protestos imediatos de Cabral Leme, que, entretanto, aderiu aos demais. Foi desta forma que estando a procura de índios para escravizar Paschoal Moreira Cabral Leme encontrou ouro em quantidade inimaginada. Desta forma os paulistas bateram as estremas das regiões cuiabanas, onde o ouro se desvendava aos seus olhos. A descoberta do ouro levou os componentes da bandeira de Cabral a se deslocarem para uma área onde tivessem maior facilidade de ação. Surgiu Forquilha, a povoação pioneira de todo Mato Grosso, na confluência do Rio Coxipó com o Ribeirão Mutuca, exatamente onde tempos havia ocorrido terrível embate entre paulistas e índios da nação Coxiponé. Espalhou-se então a notícia da descoberta das Minas do Cuyabá. Vale dizer que o adensamento de Forquilha foi inevitável, o que preocupou a comunidade quanto à manutenção da ordem e estabilidade do núcleo. Este fato levou Paschoal Moreira Cabral, juntamente com alguns bandeirantes, a lavrar uma ata e fundar o Arraial de Cuiabá, em 08 de abril de 1719, devendo a partir de então, seguir administrativamente os preceitos e determinações legais da Coroa. Na verdade, a Ata de Criação de Cuiabá deixa nítida a preocupação de Paschoal Moreira Cabral em notificar à Coroa Portuguesa os seus direitos de posse sobre as novas lavras. Em 1722, ocorreu a descoberta de um dos veios auríferos mais importantes da área, no local denominado Tanque do Arnesto, por Miguel Sutil, que aportara em Cuiabá com o intuito de dedicar-se à agricultura. Com a propagação de que constituíam os veios mais fartos da área, a migração oriunda de todas as partes da colônia tornou-se mais intensa, fato que fez de Cuiabá, no período de 1722 a 1726, uma das mais populosas cidades do Brasil, na época. 

Primórdios Cuiabanos
Em 1722, por Provisão Régia, o Arraial de Cuiabá foi elevado à categoria de distrito da Capitania de São Paulo. A Coroa mandou que o governador da Capitania de São Paulo, Dom Rodrigo Cesar de Menezes instalasse a Villa, o município, estrutura suprema local de governo. Dom Rodrigo partiu de São Paulo a 06 de junho de 1726 e chegou a Cuiabá a 15 de novembro do mesmo ano. A 1º de janeiro instalou a Villa. Há de se dizer, entretanto, que na administração do governador Rodrigo Cesar de Menezes, que trouxe ao Arraial mais de três mil pessoas, houveram transformações radicais no sistema econômico-administrativo da Villa. A medida mais drástica foi a elevação do imposto cobrado sobre o ouro, gerando aumento no custo de vida, devido ao crescimento populacional, agravando a situação precária do garimpo já decadente. Estes fatos, aliados à grande violência que mesclou a sua administração, bem como a escassez das minas de Cuiabá, tornaram-se fundamentais para a grande evasão populacional para outras áreas. A 29 de março de 1729, D. João V, criou o cargo de Ouvidor em Cuiabá. Apesar do Brasil já se desenvolver a 200 anos, Cuiabá ainda participou da estrutura antiga dos municípios, em que o poder máximo era exercido pelo legislativo, cabendo ao executivo um simples papel de Procurador. O chefe nato do legislativo era a autoridade suprema do Judiciário. Por isso o poder municipal era também denominado de Ouvidoria de Cuiabá. Ainda não se usava designar limite ou área ao município; apenas recebia atenção formal a sede municipal, com perímetro urbano. O resto do território se perdia num indefinido denominado Districto. Por isso se costumava dizer “Cuyabá e seu Districto”. Naquele tempo os garimpeiros corriam atrás das manchas, lugares que rendiam muito ouro. Assim, em 1737, por ocasião das notícias de muito ouro para as bandas do Guaporé, enorme contingente optou pela migração. 

Se a situação da Vila de Cuiabá já estava difícil, tornou-se pior com a criação da Capitania, em 09 de maio de 1748. Em 1751, a vila contava com seis ruas, sendo a principal a Rua das Trepadeiras (hoje Pedro Celestino). Muitos de seus habitantes migraram para a capital da Capitania, atraídos pelos privilégios oferecidos aos que ali fossem morar. Este fator permitiu que Cuiabá ficasse quase estagnada por período de setenta anos. 

Vila Bela da Santíssima Trindade - Antiga Capital
Por ordem de Portugal, a sede da Capitania foi fixada no Vale do Rio Guaporé, por motivos políticos e econômicos de fronteira. D. Antônio Rolim de Moura Tavares, Capitão General, foi nomeado pela Carta Régia de 25 de janeiro de 1749. Tomou posse a 17 de janeiro de 1751. Rolim de Moura era fidalgo português e primo do Rei, mais tarde foi titulado Conde de Azambuja. A 19 de março de 1752, D. Rolim de Moura fundou Villa Bela da Santíssima Trindade, às margens do Rio Guaporé, que se tornou capital da Capitania de Mato Grosso. Vários povoados haviam se formado na porção oestina, desde 1726 até a criação da Capitania, a exemplo de Santana, São Francisco Xavier e Nossa Senhora do Pilar. Esses povoados, além de constituírem os primeiros vestígios da ocupação da porção ocidental da Capitania, tornaram-se o embrião para o surgimento de Vila Bela, edificada na localidade denominada Pouso Alegre. O crescimento de Vila Bela foi gradativo e teve como maior fator de sua composição étnica, os negros oriundos da África para trabalho escravo, além dos migrantes de diversas áreas da Colônia. O período áureo de Vila Bela ocorreu durante o espaço de tempo em que esteve como sede política e administrativa da Capitania, até 1820. A partir daí, começou a haver descentralização política, e Vila Bela divide com Cuiabá a administração Provincial. No tempo do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, no início do século XIX, Cuiabá atraía para si a sede da Capitania. Vila Bela recebia o título de cidade sob a denominação de Matto Grosso. A medida tardou a se concretizar, dando até ocasião de se propor a mudança da capital para Alto Paraguay Diamantino (atualmente município de Diamantino). A Lei nº. 09, de 28 de agosto de 1835, encerrou definitivamente a questão da capital, sediando-a em Cuiabá. Tratou-se de processo irreversível a perda da capital em Vila Bela, quando esta “vila” declinava após o governo de Luíz de Albuquerque. A cidade de Matto Grosso, a nova denominação, passou às ruínas, e era considerada como qualquer outro município fronteiriço. Hoje em dia a cidade passou a ser vista de uma outra maneira, principalmente pelo redescobrimento de sua riqueza étnico-cultural. A Lei Federal nº. 5.449, de 04 de julho de 1968 tornou Mato Grosso município de Segurança Nacional. Em 29 de novembro de 1978, a Lei nº. 4.014, alterava a denominação de Mato Grosso para Vila Bela da Santíssima Trindade, voltando ao nome original.

Período de Capitania
No período de Capitania, Portugal se empenhou na defesa do território conquistado. A preocupação com a fronteira, a extensa linha que ia do Paraguai ao Acre, continha um aspecto estratégico: ocupar o máximo de território possível na margem esquerda do Rio Guaporé e na direita do Rio Paraguai. O rio e as estradas eram questões de importância fundamental, pois apenas se podia contar com animais e barcos. À Capitania de Mato Grosso faltava povo e recursos financeiros para manter a política de conquista. Favorecimentos especiais foram prometidos para os que morassem em Vila Bela, visando o aumento da povoação. Como o Rio Paraguai era vedado à navegação até o Oceano Atlântico, os governadores da Capitania agilizaram o domínio dos caminhos para o leste e a navegação para o norte, pelos rios Madeira, Arinos e Tapajós. Ocorreram avanços de ambas as partes, Portugal e Espanha, para território de domínio oposto. Antes da criação da Capitania de Mato Grosso, os missionários jesuítas espanhóis ocuparam a margem direita do Rio Guaporé, como medida preventiva de defesa. Para desalojar os missionários, Rolim de Moura não duvidou em empregar recursos bélicos. No governo do Capitão General João Carlos Augusto D’Oeynhausen, Dom João VI instituiu o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, a 16 de dezembro de 1815. A proximidade do governo supremo situado no Rio de Janeiro favoreceu a solução mais rápida das questões de governo. A independência de comércio trouxe novos alentos à vida mato-grossense. 

Com a aproximação do fim da Capitania, Cuiabá assumiu aos poucos a liderança política. Vila Bela da Santíssima Trindade funcionou eficazmente como centro político da defesa da fronteira. Não podia ostentar o brilho comercial de Cuiabá e Diamantino. O último governador da Capitania, Francisco de Paula Magessi Tavares de Carvalho já governou todo o tempo em Cuiabá. Em Mato Grosso, precisamente nos anos de maturação da Independência, acirraram-se as lutas pelo poder supremo da Capitania. A nobreza, o clero e o povo depuseram o último governador Magessi. Em seu lugar se elegeu uma Junta Governativa. Enquanto uma Junta se elegia em Cuiabá, outra se elegeu em Mato Grosso, topônimo que passou a ser conhecido Vila Bela da Santíssima Trindade, a partir de 17 de setembro de 1818. Sob o regime de Juntas Governativas entrou Mato Grosso no período do Brasil Independente, tornando-se Província. 

Segundo Império
O primeiro presidente da Província de Mato Grosso, nomeado por Dom Pedro II, foi o cuiabano cônego José da Silva Magalhães, que assumiu a 28 de outubro de 1840. Em 1844, chega a Cuiabá o médico Dr. Sabino da Rocha Vieira para cumprir pena no Forte Príncipe da Beira. Fora o chefe da famosa Sabinada, pretendendo implantar uma República no Brasil. Neste mesmo ano de 1844, o francês Francis Castelnau visitou Mato Grosso em viagem de estudos. Tornou-se célebre pelos legados naturalistas. O cel. João José da Costa Pimentel foi nomeado para a presidência da Província a 11 de junho de 1849. Augusto Leverger, nomeado a 07 de outubro de 1850, assumiu o governo Provincial a 11 de fevereiro de 1851. Exerceu a presidência cinco vezes. Além de providências notáveis no tempo da Guerra do Paraguai, notabilizou-se pela pena de historiador de Mato Grosso. Importante Tratado abriu as portas do comércio de Mato Grosso para o progresso: o de 06 de abril de 1856. Graças à habilidade diplomática do Conselheiro Paranhos, Brasil e Paraguai celebraram o Tratado da Amizade, Navegação e Comércio. O primeiro vapor a sulcar as águas da Província de Mato Grosso foi o Water Witch, da marinha dos Estados Unidos, sob o comando do Comodoro Thomaz Jefferson Page, em 1853, incumbido pelo seu governo da exploração da navegação dos afluentes do Prata. Em 1859, ao tomar posse o presidente Antônio Pedro de Alencastro (o 2º Alencastro), chegou a Mato Grosso o Ajudante de Ordens, o capitão Manoel Deodoro da Fonseca, o futuro proclamador da República. No ano de 1862, o célebre pintor Bartolomé Bossi, italiano, visitou a Província de Mato Grosso, deixando um livro de memórias. Imortalizou em tela acontecimentos da época. Sobressai na História de Mato Grosso o episódio da Guerra do Paraguai. Solano Lopes aprisionou a 12 de novembro de 1864 o navio brasileiro Marquês de Olinda, que havia acabado de deixar o porto de Assunção, conduzindo o presidente eleito da Província de Mato Grosso, Frederico Carneiro de Campos. Começara ali a Guerra do Paraguai, de funestas lembranças para Mato Grosso. Os mato-grossenses foram quase dizimados pela varíola. Um efeito cascata se produziu atingindo povoações distantes. Metade dos moradores de Cuiabá pereceu. No entanto, o povo de Mato Grosso sente-se orgulhoso dos feitos da Guerra do Paraguai onde lutaram em minoria de gente e de material bélico, mas tomando por aliado o conhecimento da natureza e sempre produzindo elementos surpresa. Ruas e praças imortalizaram nomes e datas dos feitos dessa guerra. A notícia do fim da Guerra do Paraguai chegou a Cuiabá no dia 23 de março de 1870, com informações oficiais. O vapor Corumbá chegou embandeirado ao porto de Cuiabá, às cinco da tarde, dando salvas de tiros de canhão. Movimento notável ocorrido nesse período do Segundo Império foi o da abolição da escravatura. O símbolo do movimento aconteceu a 23 de março de 1872: O presidente da Província, Dr. Francisco José Cardoso Júnior, libertou 62 escravos, ao comemorar o aniversário da Constituição do Império. Em dezembro do mesmo ano, foi fundada a “Sociedade Emancipadora Mato-Grossense”, sendo presidente o Barão de Aguapeí. A 12 de agosto de 1888, nasceu o Partido Republicano. Nomeiam-se líderes; José da Silva Rondon, José Barnabé de Mesquita, Vital de Araújo, Henrique José Vieira Filho, Guilherme Ferreira Garcêz, Frutuoso Paes de Campos, Manoel Figueiredo Ferreira Mendes. A notícia da Proclamação da República tomou os cuiabanos de surpresa a 09 de dezembro de 1889, trazida pelo comandante do Paquetinho Coxipó, pois vinte e um dias antes, a 18 de novembro felicitaram Dom Pedro II por ter saído ileso do atentado de 15 de junho. A 02 de setembro a Assembléia Provincial aprovara unânime a moção congratulatória pelo aniversário do Imperador. Ao findar o Império, a Província de Mato Grosso abrigava 80.000 habitantes.

Primeira República
Em 09 de dezembro de 1889, Antônio Maria Coelho assumiu as rédeas do governo republicano em Mato Grosso. A 15 de agosto de 1891 se promulgava a Primeira Constituição do Estado de Mato Grosso. O termo Província deu lugar a Estado. O chefe do executivo mantinha a denominação de presidente. Eleito pela Assembléia Legislativa, o jurista Dr. Manoel José Murtinho assumiu o cargo de primeiro presidente do Estado de Mato Grosso, a 16 de agosto de 1891. Em 1894, os salesianos chegaram a Mato Grosso, a pedido do bispo Dom Carlos Luís D’Amour ao fundador Dom Bosco. Os salesianos deixaram histórico rastro cultural em Mato Grosso, notabilizaram-se pelas Missões entre povos indígenas. O conturbado período político de 1889 a 1906 assinalou progressos econômicos. Usinas açucareiras da beira do Rio Cuiabá desenvolveram-se, tornando-se potências econômicas no Estado. Notabilizaram-se as usinas Conceição, Aricá, Itaici - além de outras. Também a produção de borracha tomou notável impulso. Outra fonte de riqueza em crescimento foram os ervais da região fronteiriça com o Paraguai. Em 1905 tiveram início as obras da estrada de ferro, que cortou o sul do Estado. Os chefes do Partido Republicano, além de se reunirem em pontos de difícil acesso, como nos seringais, também obtiveram asilo político no Paraguai, ali editaram o jornal “A Reação”, que entrava clandestinamente em Mato Grosso. Em 1906, Generoso Ponce retorna a Mato Grosso e em Corumbá se encontra com Manoel José Murtinho, então adversário político. Fazem as pazes e nasce o movimento denominado “Coligação”. O Partido Republicano ordena as forças para a retomada do poder presidencial de Cuiabá, pressionando do sul e do norte. Ponce sobe de Corumbá e o cel. Pedro Celestino desce de Alto Paraguai Diamantino. Ponce agia às pressas, porque o presidente Antônio Paes de Barros pedira socorro à União. Do Rio de Janeiro o gal. Dantas Barreto partiu em auxílio ao presidente do Estado de Mato Grosso. As duas tenazes, do norte e do sul, à medida que progrediam o avanço, recebiam adesões de patriotas. Cerca de 4.000 homens cercaram Cuiabá. O presidente Antônio Paes de Barros, vendo-se impotente, furou o cerco, tomando disfarce, mas foi descoberto nas imediações da fábrica de pólvora do Coxipó, onde foi assassinado, a 06 de julho de 1906. A 15 de agosto de 1907, o cel. Generoso Paes Leme de Souza Ponce assumiu o governo do Estado de Mato Grosso. Seus substitutos legais eram o cel. Pedro Celestino Corrêa da Costa, dr. Joaquim Augusto da Costa Marques e o cel. João Batista de Almeida Filho. O cel. Pedro Celestino foi substituído pelo Dr. Joaquim Augusto da Costa Marques, que tomou posse a 15 de agosto de 1911, tendo como vice o cel. Joaquim Caraciolo Peixoto de Azevedo, dr. José Carmo da Silva Pereira e o Dr. Eduardo Olímpio Machado. O presidente Costa Marques conseguiu a proeza de governar ininterruptamente, fato inédito naqueles tempos de política turbulenta. A Costa Marques sucedeu em 15 de agosto de 1915, o gal. Caetano Manoel de Faria e Albuquerque. 

Eram difíceis os tempos de I Grande Guerra Mundial, sendo que a 22 de janeiro de 1918, tomou posse D. Francisco de Aquino Corrêa, Bispo de Prusíade, eleito para o quadriênio 1918-1922, governando por todo seu mandato. Posteriormente foi eleito, por voto direto o cel. Pedro Celestino Corrêa da Costa, que assumiu o governo em 22 de janeiro de 1922, cujo mandato se expiraria em 1926. No entanto, não chegou a completá-lo, deixando o comando do governo, por motivos de saúde, a 1º de novembro de 1924. Nesta ocasião o 1º vice-presidente, Dr. Estevão Alves Corrêa, assumiu a presidência, governando até o fim do mandato. Neste período cruzou o chão mato-grossense a épica “Coluna Prestes”, que passou por diversas localidades do Estado, deixando um rastro de admiração e tristeza. O 10º presidente constitucional do Estado de Mato Grosso foi o Dr. Mário Corrêa da Costa, que governou de 1926 até 1930. O Dr. Anibal Benício de Toledo, 11º presidente constitucional, assumiu o governo estadual a 22 de janeiro, para o quadriênio 1930-1934. Esteve à frente da governadoria apenas por 9 meses e 8 dias, em função dos resultados práticos da Revolução de 30. Na sequência assumiu o governo o major Sebastião Rabelo Leite - Comandante da Guarnição Militar de Cuiabá. 

Segunda República
Os anos de 1930-1945 foram marcados por forte influência européia. A política centralizadora de Getúlio Vargas se fez sentir em Mato Grosso: interventores federais foram nomeados por entre exercícios de curto governo. A 16 de julho de 1934, o Congresso Nacional promulgou uma nova Constituição Federal, que foi seguida pela estadual mato-grossense, a 07 de setembro de 1935. O título de presidente foi substituído pelo de governador. Os constituintes estaduais elegeram o Dr. Mário Corrêa da Costa para governador, que tomou posse como o 12º governo constitucional. Foi este um governo marcado por agitações políticas. A normalidade voltou com a eleição do bel. Júlio Strubing Müller pela Assembléia Legislativa para governador, que assumiu o cargo em 04 de outubro de 1937. Ocorrendo o golpe do “Estado Novo” de Getúlio Dornelles Vargas a 10 de novembro de 1937, o Estado de Mato Grosso passou ao regime de interventoria novamente. Nesse período registraram-se progressos econômicos e notável participação de Mato Grosso na Segunda Guerra Mundial. Em 15 de outubro de 1939, instalou-se em Cuiabá a Rádio Voz do Oeste, sob a direção de seu criador, Jercy Jacob: professor, poeta, músico, compositor e técnico em radieletricidade. Marcou época o programa “Domingo Festivo na Cidade Verde”, apresentado por Rabello Leite e Alves de Oliveira, ao vivo, no anfiteatro do Liceu Cuiabano. Mais tarde, Alves de Oliveira e Adelino Praeiro deram seqüência ao programa no Cine Teatro Cuiabá. Por efeito da Constituição Federal de 1946, um novo período de normalidade se instituiu. A Assembléia Constituinte de Mato Grosso elegeu o primeiro governador do período, Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo. A 03 de outubro de 1950 houve eleições para governador, concorrendo Filinto Müller, pelo Partido Social Democrata e Fernando Corrêa da Costa pela União Democrática Nacional. Venceu Fernando Corrêa, que tomou posse a 31 de janeiro de 1951, governando até 31 de janeiro de 1956. Fernando Corrêa da Costa instalou a Faculdade de Direito de Mato Grosso, núcleo inicial da futura Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT. 

O engenheiro civil João Ponce de Arruda recebeu das mãos de Fernando Corrêa o governo de Mato Grosso, administrando o Estado por cinco anos, de 31 de janeiro de 1956 até 31 de janeiro de 1961. A 19 de janeiro de 1958, faleceu no Rio de Janeiro Cândido Mariano da Silva Rondon ou simplesmente o Marechal Rondon, como ficou mundialmente conhecido. Em 31 de janeiro de 1961, pela segunda vez, o médico Fernando Corrêa da Costa tomou posse como governador. Em seu segundo mandato ocorreu a Revolução de 31 de março de 1964, o que serviu para “esticar” o período de governo, permanecendo à frente do executivo até 15 de março de 1966. Governou nesta segunda vez por 5 anos, 1 mês e 15 dias. Em 1964 Mato Grosso tornou-se um dos focos do movimento revolucionário. Declarada a Revolução em Minas Gerais, a tropa do 16º Batalhão de Caçadores de Cuiabá avançou para Brasília, sendo a primeira unidade militar a ocupar a capital da República. O governo militar instituiu o voto indireto para governador. O nome era proposto pela Presidência da República, homologado pela Assembléia Legislativa. Apenas em 1982, voltariam as eleições diretas. No primeiro governo revolucionário, o Dr. Roberto de Oliveira Campos, mato-grossense de largo passado de serviços públicos, foi escolhido para Ministro de Planejamento. No governo do general Castelo Branco, o mato-grossense general Dilermando Gomes Monteiro exerceu a função de Subchefe da Casa Militar, passando a Chefe da Casa Militar no governo do gal. Ernesto Geisel, posteriormente a Comandante do II Exército e a Ministro do Superior Tribunal Militar. Filinto Müller se projetou como senador, nacionalmente. Líder do governo no Senado Federal, Presidente do Senado e Presidente da ARENA. Faleceu em desastre aéreo nas proximidades de Paris, em 1972, na chamada “Tragédia de Orly”, quando exercia a função de Presidente do Congresso Nacional. Ao par do progresso material, o Estado desenvolveu-se culturalmente. No governo de Pedro Pedrossian, que governou por cinco anos, surgiram as universidades de Cuiabá e Campo Grande. Verificou-se a inauguração da primeira emissora de televisão, a TV Centro América, em 1969. Logo a seguir Mato Grosso se ligaria ao resto do Brasil por microondas, pela EMBRATEL, e logo pelo sistema de Discagem Direta a Distância - DDI. Mato Grosso tornou-se ponto de apoio ao governo federal para o projeto de integração da Amazônia, desfraldado o slogan “integrar para não entregar”. Uma das conseqüências do desenvolvimento foi o desmembramento do território, formando o Estado de Mato Grosso do Sul, a 11 de outubro de 1977, através da Lei Complementar nº. 31. O novo Estado foi instalado a 1º de janeiro de 1979. No período pós Estado Novo, dois mato-grossenses subiram à Presidência da República: Eurico Gaspar Dutra e Jânio da Silva Quadros. 

A crise econômica brasileira se tornou aguda nesse período com a desvalorização acelerada da moeda nacional. Sem os suportes de projetos federais especiais para a fronteira agrícola, os migrantes em parte se retiraram de Mato Grosso. No entanto, um projeto de maior monta é o conjunto de infra-estrutura de transporte. O projeto de estrada de ferro ligando São Paulo a Cuiabá entra em fase de efetivação, a fim de resolver parte dos problemas de transporte de grãos. O projeto de uma zona de Processamento de Exportação entra em fase de implantação. Visa-se exportar os produtos mato-grossenses por via fluvial. O povo migrado para Mato Grosso tem, com a crise brasileira, a ocasião de uma pausa no desenfreado trabalho de progresso, ocupando-se com o aprofundamento da cultura mato-grossense. Mato Grosso ingressa definitivamente na idade da cultura, completando o desenvolvimento material, comercial e industrial.

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