AMAPÁ
GEOGRAFIA – Área: 142.814,6 km². Relevo: planície com mangues e lagos no litoral e depressão na maior parte, interrompida por planaltos residuais. Ponto mais elevado: serra Tumucumaque (
POPULAÇÃO – 650.000 (est. 2009). Densidade: 3,9 hab./km² (est. 2009). Cresc. dem.: 5,0% ao ano (1991-2009). Pop. urb.: 91% (2009).
DESCRIÇÃO
O Amapá (AP) é o mais bem preservado estado brasileiro e mantém intacta quase a totalidade da floresta Amazônica, que cobre 90% de seu território. A população é proporcionalmente a que mais cresceu no país entre 1991 e 2000, com aumento médio de 5,71% ao ano. A maior parte dos habitantes (89%) está nas cidades – mais da metade na capital –, uma concentração urbana inferior apenas à de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Ao sul, o Amapá faz divisa com o estado do Pará. Ao norte, o rio Oiapoque estabelece a fronteira com a Guiana Francesa.
Meio ambiente – Em agosto de 2002, o Amapá passa a abrigar o maior parque florestal do planeta, o Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque, com 3,8 milhões de hectares, área maior que a da Bélgica. O parque cobre a região noroeste do estado e a divisa com o Pará, protegendo as nascentes dos maiores rios estaduais, como o Oiapoque, o Jari e o Araguari.Em 2003 é anunciada a criação do Corredor Ecológico do Amapá. Abrangendo área superior à de Portugal, com mais de 10 milhões de hectares, o corredor é o maior do país – ocupa cerca de 70% da área do estado e visa ao manejo integrado de 12 unidades de conservação, inclusive o Parque do Tumucumaque, além de abrigar tribos indígenas de quatro etnias. Na foz do rio Araguari ocorre a maior pororoca do litoral brasileiro. Quando a maré sobe, uma onda colide estrondosamente com a massa de água doce que flui na direção contrária. A pororoca do Araguari avança rio adentro durante quase uma hora e meia e arrasta tudo o que estiver no leito.
Economia – Desde 1995, com a criação do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá (PDSA), o governo do estado desenvolve ações que associam crescimento e preservação ambiental. Os principais produtos estão relacionados com o extrativismo ou com o manejo da floresta: arcos e estacas de madeira, cavacos de pínus, palmito, castanha-do-pará e açaí. O manganês, que já foi a base da economia amapaense, perde importância com o esgotamento das jazidas. Ainda assim, o estado é um dos maiores produtores do mineral no país. Mandioca, arroz, milho, feijão e banana são as culturas mais comuns. Destacam-se também a pesca e a criação de búfalos. O Amapá apresenta sérios problemas nas áreas de energia, comunicação e transportes – não existe ligação rodoviária com o restante do país. Esse isolamento aproxima o estado de parceiros comerciais no exterior, como a Guiana Francesa e, por decorrência, a França.
Índices sociais – A taxa de mortalidade infantil do Amapá é de 24,9 para cada mil nascidos vivos, índice abaixo da média nacional. O estado detém o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a menor taxa de analfabetismo da Região Norte. No entanto, metade da população não tem acesso à água e três quartos não dispõem de serviços de coleta de esgoto.
Capital – Macapá é cortada pela linha do Equador. Isso torna possível a passagem de um hemisfério a outro com o simples ato de atravessar uma rua. São atrações da cidade a Fortaleza de São José, construção portuguesa do século XVIII, e os passeios de barco pelos igarapés e pela foz do rio Amazonas. Em 2002, Macapá ganha o Museu Sacaca do Desenvolvimento Sustentável, a céu aberto, que reproduz a vida ribeirinha, com um sítio arqueológico demonstrativo. O nome Sacaca homenageia um curandeiro da região cujo apelido deriva de uma planta tradicionalmente usada para baixar o colesterol. Em novembro de 2004, o prefeito reeleito de Macapá, João Henrique Pimentel (PT), é preso temporariamente e indiciado pela Polícia Federal sob a acusação de desvio de verbas públicas e fraude
História
Pelo Tratado de Tordesilhas, a área do atual estado do Amapá pertencia aos espanhóis. Durante a União Ibérica entre Portugal e Espanha (1580/1640), a região é doada ao português Bento Parente, com o nome de capitania da Costa do Cabo Norte. Felipe II, rei da Espanha, agia assim com o objetivo de fortificar a região, ponto de atração constante de holandeses, ingleses e franceses, que chegam a instalar verdadeiros empórios comerciais no Amapá. Quando Portugal conquista a independência em relação à Coroa espanhola, Bento Parente continua como donatário da nova capitania. Embora o Tratado de Tordesilhas lhe destinasse a região, a Espanha não contesta a posse. O difícil para Portugal é enfrentar os franceses, que haviam instalado uma praça militar em Caiena, ao norte da capitania. A mais ousada tentativa de ocupação francesa ocorre em 1697. Ao assinar o Tratado de Utrecht, em
Disputa com a França – Com a independência do Brasil, em 1822, o Amapá permanece ligado à província do Pará. Até o fim do século XIX, a região é pouco mais que uma praça de guerra, a rigor sem atividade econômica. Por essa época, porém, é descoberta a mina de ouro de Calçoene. Brasil e França continuam a disputar a região entre os rios Oiapoque e Araguari, que corresponde a quase metade do território do estado. A questão só se resolve em 1900, com a intermediação do presidente suíço Walter Hauser, que confirma os direitos brasileiros sobre a área. No fim do século XIX, quando a Amazônia começa a viver o ciclo da borracha, o sul do Amapá também se beneficia da atividade extrativista. Em 1943, numa tentativa de apoiar o desenvolvimento da região, o governo federal desvincula o Amapá do Pará e o transforma em território federal, com capital
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