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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: ASPECTOS GERAIS

MAPA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
BANDEIRA

ESPIRITO SANTO

GEOGRAFIA – Área: 46.077,5 km². Relevo: baixada litorânea (40% do território) e serras (interior). Ponto mais elevado: pico da Bandeira, na serra do Caparaó (2.891,9 m). Rios principais: Doce, Itapemirim, Itaúnas, Jucu, São Mateus. Vegetação: floresta tropical, vegetação litorânea. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Vila Velha (410.000), Serra (400.000), Cariacica (380.000), Vitória (340.000), Cachoeiro de Itapemirim (215.000), Linhares (130.000), Colatina (120.000), Guarapari (115.000), São Mateus (105.000), Aracruz (80.000) (2009). Hora local: a mesma. Habitante: capixaba.

POPULAÇÃO – 3.600.000 (est. 2009). Densidade: 74,7 hab./km² (est. 2009). Cresc. dem.: 1.5% ao ano (1991-2009). Pop. urb.: 82,5% (2009).

DESCRIÇÃO

O litoral do Espírito Santo (ES) apresenta paisagens recortadas por serras e morros, características do Sul e do Sudeste, e regiões planas, com dunas e palmeiras, típicas do Nordeste do país. A capital, Vitória, fica em uma ilha costeira. Pouco mais ao sul está Guarapari, conhecida pelas praias de areia monazítica. No extremo norte localiza-se Itaúnas, no município de Conceição da Barra, famosa pelas grandes dunas.É na faixa litorânea que se concentram os descendentes dos primeiros colonizadores e sua culinária típica, como a moqueca capixaba, feita com tintura de urucum, de origem indígena. Nas serras predominam os descendentes de imigrantes alemães, suíços, holandeses e açorianos. O pico da Bandeira, com 2.891,9 metros, o terceiro ponto mais alto do Brasil, fica na divisa com Minas Gerais.

Economia – O estado tem aumentado sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Mas, com uma base industrial modesta, essa participação ainda é pequena, de 1,8% em 2009. O comércio é a principal atividade econômica do Espírito Santo, que está entre os sete primeiros estados exportadores do país. A capital do estado abriga o porto de Vitória – o segundo mais importante do Brasil, responsável por 16% dos embarques do país – e o de Tubarão.Entre os produtos locais de exportação destacam-se celulose, café e granito. De Minas Gerais são escoados minério de ferro, veículos e aço. Do Centro-Oeste, produtos agrícolas. Entram pelo Espírito Santo automóveis, grãos, máquinas agrícolas e carvão siderúrgico. Com a descoberta de grandes reservas petrolíferas a partir de 2002, o estado passa da sexta para a segunda posição entre os detentores das maiores reservas do país. A indústria, apoiada principalmente no aumento contínuo da extração de petróleo e gás natural, é a que mais cresce em 2008 e 2009. Na agricultura, o destaque são as lavouras de café, cuja produção só é menor que a de Minas Gerais. Nas áreas litorâneas plantam-se banana, abacaxi, mamão, maracujá e limão, enquanto nas montanhas são cultivados morango e uva. O estado possui a segunda maior fábrica de chocolates do país, a Garoto, com sede em Vila Velha. Em 2004, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) veta a compra da empresa pela multinacional Nestlé, que já vinha controlando sua produção desde 2002. O Cade determina que a Garoto seja vendida novamente, sob protestos da Nestlé, que decide recorrer judicialmente. O governo estadual teme pelo destino dos 3 mil funcionários da empresa e por impactos negativos na economia da cidade.

Índices sociais – A renda per capita do Espírito Santo é idêntica à média nacional: 9.000 reais. Embora seja o estado menos desenvolvido da Região Sudeste, apresenta indicadores sociais superiores aos demais. A taxa de mortalidade infantil é de 20,9 para cada mil nascidos vivos. Mais de 80% da população tem acesso à água, ao passo que um terço não possui serviços de coleta de esgoto. Dados do Ministério da Justiça indicam que o Espírito Santo apresenta taxa de homicídios de 57,1 por mil habitantes, a maior do país.

Capital – Ao mesmo tempo que Vitória tem um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as capitais do país, apresenta também uma das maiores taxas de homicídio do Brasil. Segundo especialistas, é o resultado do desemprego, do crescimento desordenado, do tráfico de drogas e das desigualdades sociais.

História

Criada em 1534, a capitania do Espírito Santo começa a ser ocupada no ano seguinte. Seu donatário, Vasco Fernandes Coutinho, constrói os primeiros engenhos, transformando a produção e a exportação de açúcar na principal atividade econômica da capitania. A vida nos engenhos e povoados, no entanto, é prejudicada pela constante presença de corsários franceses e pela hostilidade dos índios goitacás e aimorés. Para melhor resistir a essa situação, a sede da capitania, Vila Velha, é abandonada, e uma nova é construída na ilha de Santo Antônio, com o nome de Vila Nova, atual Vitória. A mudança para a ilha não resolve o problema dos ataques indígenas. A situação só melhora com a ida do primeiro contingente de jesuítas, para a catequização dos índios, em 1551.

Anchieta – O padre José de Anchieta, que faria o trabalho mais cuidadoso nesse sentido, chega em 1552. A luta contra os franceses prossegue ao longo do litoral, até o Rio de Janeiro. Um índio da região, Araribóia, chefe dos temiminós, amigo dos portugueses e da família do governador-geral Mem de Sá, desempenha papel importante nessa disputa. Ele se desloca com as tropas portuguesas até o Rio de Janeiro, onde luta contra os franceses liderados por Nicolau Durand de Villegaignon. No século XVII e no XVIII, a capitania vive o declínio da economia canavieira. Enfrenta outras guerras, contra os holandeses, de 1625 a 1640. Na segunda metade do século XVII, cresce a busca de ouro. O governador Gil de Araújo envia, a partir de 1676, 14 expedições à serra das Esmeraldas, rio Doce acima. As tentativas fracassam, pois a pequena quantidade de ouro encontrada não é suficiente para apontar uma alternativa econômica para a região. O crescimento da mineração de ouro e diamante em Minas Gerais também contribui para essa retração.

Expansão cafeeira – O Espírito Santo começa a se recuperar apenas durante o Império, com a expansão da lavoura cafeeira e com o incremento da imigração européia. Italianos, alemães, portugueses, holandeses e suíços instalam-se nas colônias e nas vilas do interior. No início da República, o café chega a representar mais de 90% da receita do estado e possibilita investimentos em infra-estrutura na capital e nas principais cidades. Nessa época, o porto de Vitória torna-se um dos mais importantes do Brasil. Com a economia baseada na exportação de produtos agrícolas até meados da década de 1960, o Espírito Santo se beneficia, a partir dos anos 1970, da instalação de grandes projetos industriais, como as empresas estatais Companhia Vale do Rio Doce e Companhia Siderúrgica de Tubarão, depois privatizadas.


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