Com uma área de 37.644 hectares, localizada na região sudoeste do Estado, essa unidade de conservação se estende pelos municípios de São Miguel Arcanjo, Capão Bonito, Sete Barras e Tapiraí, ocupando as porções territoriais mais altas da Serra de Paranapiacaba, com altitudes de até 975 m acima do nível do mar, e chegando até o Planalto de Guapiara. Morros e morretes de alta declividade determinam a ocorrência de um grande número de rios e cachoeiras.
Dos aproximadamente 1.200 monos-carvoeiro existentes no Brasil, mais da metade habita as matas do Parque Estadual Carlos Botelho. Essa espécie, que é o maior primata das Américas, ao lado de outras como a onça pintada, evidencia o grau de conservação dos ecossistemas abrigados nessa reserva da natureza. É também nesse parque que se encontra uma das mais significativas populações de jacutinga, ave que vive exclusivamente em matas de serra alimentando-se, principalmente, de sementes de palmiteiros.
Um passeio no Parque Estadual Carlos Botelho propicia o contato direto com a natureza intocada, onde sobrevive uma fauna, cuja taxa de diversidade é uma das mais altas no País. Já foram identificadas mais de 220 espécies de aves, número que, segundo as estimativas científicas, pode alcançar os 400.
Algumas espécies como o papagaio, a sabiá-cica, o gavião-pomba e o gavião-pega-macaco, também são indicadoras de matas bem conservadas.
Em 1941, a área incrustada na Serra de Paranapiacaba foi dividida em quatro reservas florestais denominadas Carlos Botelho, Capão Bonito, Travessão e Sete Barras. Devido às suas características naturais, com recursos naturais e beleza excepcionais, as reservas foram unificadas por meio do Decreto Estadual n° 19.499, de 10 de setembro de 1982, dando origem ao Parque Estadual Carlos Botelho.
Junto com outras unidades de conservação da região, o parque integra desde 1991 a Zona Núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e, em 30 de novembro de 1999, foi reconhecido pela UNESCO como Sítio do Patrimônio Mundial Natural. O nome Carlos Botelho é uma homenagem ao médico urologista que foi secretário da Agricultura, Viação e Obras Públicas do Estado em 1904, na gestão de Jorge Tibiriçá. Nascido em Piracicaba, em 1855, e falecido em 1947, foi considerado o pioneiro da urologia no Brasil.
O Parque Estadual Carlos Botelho possui três trilhas que podem ser monitoradas, sendo as duas principais localizadas nas proximidades da sede, em São Miguel Arcanjo. Ao percorrê-las é importante que se faça silêncio, aumentando as chances de observar vários animais.
Trilha do Rio Taquaral
Implantada no início de 1985, a trilha tem uma extensão de 4 km, sendo a maioria dos seus visitantes formada por estudantes, que podem fazer o percurso seguindo as indicações das placas.
Em seu percurso podem ser observados vários estágios de mata, começando pelos campos, passando pela mata secundária (em processo de regeneração após supressão) e chegando à mata nativa. Durante a caminhada, vários animais podem ser observados, bem como a diversidade da flora, com suas árvores, bromélias, orquídeas.
Trilha do Açude
É a trilha que está melhor estruturada para receber escolares e grupos, pois estar bem sinalizada. Por ser uma trilha interpretativa, recomenda-se a visitação com a supervisão de monitores durante o percurso.
Caminhos tortuosos, riachos e muito verde dão formam o cenário onde se pode desvendar a riqueza da Mata Atlântica. Aqui, o visitante pode apreciar também trechos de mata em diversos estágios, conhecer um projeto de pesquisa com araucárias e se encantar com as pegadas deixadas por antas, gato-do-mato, cachorro vinagre e outros animais nas margens do açude.
Trilha da Figueira
Localizada no Núcleo Sete Barras, a Trilha da Figueira, com extensão de 2 km, leva a uma figueira centenária, que desponta majestosamente na paisagem. São necessários vários homens para "abraçá-la", fechando a circunferência em torno do tronco. Para percorrer essa trilha é necessário agendamento prévio junto ao Núcleo São Miguel Arcanjo.
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