Em 1826, Francisco Ferreira Maciel Laia, aventureiro em busca de terras, embrenha-se pela densa mata as margens do rio Casca. Dessa maneira, apossou-se de enorme área, onde hoje se localiza a fazenda de Fidelidade. Em 1836, a fazenda foi vendida ao Bandeirante Ângelo Vieira de Souza o direito de posse e propriedade que havia adquirido por concessão aos colonos e soldados dos quartéis, apelidados de Montanhas.
Em 1842 furriel Ângelo comprou de Silveira Barbosa, representado pelo procurador Francisco Laia o córrego das Duas Barras e doou quarenta alqueires para patrimônio. Existia no lugar pequeno roçado que furriel Ângelo derrubou, descortinando grande área até a margem do rio Casca. Ele e os discípulos de Laia ergueram uma capela cercada de esteiras de taquara e coberta de palha dos arrozais. Um cemitério também foi erguido nesta ocasião.
Nos mesmo ano iniciaram-se as primeiras edificações, algumas delas tão sólidas e bem arquitetadas que ainda estão preservadas.
O plano de construção da cidade partiu do próprio gênio furriel, com admirável perfeição. Ele próprio escolhia os locais para as novas casas, traçando com sua bengala o alinhamento das ruas. Dotado de admirável senso estético, o benemérito cidadão organizou rapidamente um povoado de ruas retilíneas e de praças simetricamente dispostas, delineando assim o traçado da futura Rio Casca.
Pouco depois o povoado passou a denominar-se Bicudos devido a grandeza do órgão nasal do furriel Ângelo e dos seus descendentes. Em 1858, o arraial de Conceição do Casca foi elevado à freguesia com o nome de Nossa Senhora da Conceição da Casca.
Os pioneiros habitantes chegaram à região no princípio do século XIX. Banhada pelo rio casca, que nasce na serra das Aranhas e forma várias cachoeiras em seu percurso, tinha suas terras cobertas de floresta, onde havia em quantidade árvores como o jacarandá, peroba, braúna, cedro e jequitibás centenários. A extração de madeira se constituiu, no princípio, a principal atividade econômica, o que durou até a sua extinção.
A criação do município
Dia-a-dia acentuava-se de tal forma o progresso do distrito de Bicudos que seus habitantes se sentiram com direito de disputar sua emancipação administrativa como meio de aproveitar melhor os grandes recursos financeiros.
O Congresso Mineiro, mediante representação de 1.300 eleitores e de várias outras pessoas, decretou a lei nº 556, de 30 de Agosto de 1911, que criou o município de Rio Casca além de vários outros.
O decreto nº 3.395 de 2 de janeiro de 1912, considerando que Rio Casca havia satisfeito as exigências da lei 556, marcou o dia 31 de Março daquele ano para se procederem as eleições de vereadores e juizes de paz da Villa de Rio Casca.
Na maior harmonia possível foi realizado o pleito, congraçadas como se achavam todas as forças políticas do lugar em torno do eminente D. José Cupertino Teixeira Fontes que vinha conquistar, com os seus decididos esforços, a criação do município de Rio Casca.
Foram eleitos vereadores gerais e vereadores especiais para o distrito da cidade. Verificados os poderes dos vereadores eleitos e, reconhecidos estes, em 1º de Junho de 1912 foi instalado o município de Rio Casca.
Nos solenes festejos que se realizaram naquele dia para a celebração do grandioso acontecimento, o ilustre orador oficial Dr. Benjamim Vieira Coelho proferiu um discurso notável pelo seu fundo e pela sua forma elegante e aprimorada e no qual destacava a personalidade do grande filho de Rio Casca.
Em 1929, a cidade tinha uma população de 3.000 pessoas, iluminada com luz elétrica, sendo a Estrada de Ferro Leopoldina seu único acesso aos grandes centros, até o aparecimento das rodovias por volta de meados 1950.
Administrações
1912 - O 1º Prefeito do município foi Dr. José Cupertino Teixeira Fontes
1912 a 1945 - Exerceram cargo de prefeitos: Dr. João de Oliveira Pinto Mosqueira, Dr. Edmundo Rocha, Dr. Manuel Soares e Dr. José Cupertino Teixeira Fontes.
1930 a 1945 - Os prefeitos que exerceram o cargo foram nomeados pelo governador ou então eleitos presidentes da Câmara que automaticamente eram designados para prefeitos municipais.
1945 a 1947 - Foi nomeado um prefeito, Antônio Cunha Lana pelo Governador do Estado, Milton Campos, não havendo vice-prefeito. O secretário era Celso Moreira Leite.
OBS: Nos 6 meses do início de 1945, terminou a ditadura, o que ocasionou a nomeação de novos interventores estaduais. Estes fizeram nomeações para os interventores municipais, assumindo o Executivo de Rio Casca, Lindolfo A. Xavier.
27/11/47 a 31/01/51 - Dr. José Miranda Chaves e José Tomás Pereira Filho
31/01/51 a 31/01/55 - Raimundo Henrique da Silva e Henrique Duque Miranda Chaves.
OBS: No 1º mês de governo consta que Henrique Duque Miranda Chaves renunciou
31/01/55 a 31/01/59 - Joaquim Sebastião de Miranda e José Vieira Batista.
OBS: Joaquim de Miranda deixou o cargo após um ano de mandato por motivo de saúde. Então seu vice assumiu o cargo.
31/01/59 a 31/01/63 - Dr. Galba Miranda Chaves e Jorge Vieira Tomás
31/01/63 a 31/01/67 - Dr. Manuel Ribeiro Fontes e Itagiba Miranda Rabelo
31/01/67 a 31/01/71 - Benito Cezar Salgado Gomes e José Joaquim de Santana
31/01/71 a 31/01/73 - Dr. José Miranda de Araújo e Hélio Piuzana
31/01/73 a 31/01/77 - Benito Cezar Salgado Gomes e Américo Joaquim Piuzana
01/02/77 a 15/03/83 - Osmar Vieira Braga e Antônio Mendonça Breguês
15/03/83 a 15/03/89 - Benito Cezar Salgado Gomes e Antônio Raimundo Neto
15/03/89 a 31/12/92 - Hélio Piuzana e Raimundo Alberto Gomes
1993 a 1996 - José Maria de Souza Cunha e Jair Heleno de Andrade Lana
1997 a 2000 - Waldyr Xavier Alvarenga e Agostinho Nunes de Melo Nogueira
2001 a 2004 - Raimundo Alberto Gomes e Paulo Fialho Resende
2005 a 2008 - José Maria de Souza Cunha e Vater Gomes
2009 a 2012 - José Maria de Souza Cunha e Paulo Sérgio Moreira Couto
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