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MINAS GERAIS - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

GEOGRAFIA – Área: 586.528,3 km². Relevo: planaltos com escarpas e depressão no centro. Ponto mais elevado: pico da Bandeira, na serra do Caparaó (2.889,8 m). Rios principais: das Velhas, Doce, Grande, Jequitinhonha, Mucuri, Paracatu, Paranaíba, Pardo, São Francisco. Vegetação: floresta tropical, a maior parte com faixa de cerrado a nordeste. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Belo Horizonte (2.740.500), Contagem (645.380), Uberlândia (612.040), Juiz de Fora (524.120), Betim (398.300), Montes Claros (362.100), Ribeirão das Neves (318.680), Uberaba (296.900), Governador Valadares (270.650), Ipatinga (246.130) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: mineiro.

POPULAÇÃO – 19.890.720 (est. 2012).

Belo Horizonte
CAPITAL – Belo Horizonte. Habitante: belo-horizontino. População: 2.740.500 (est. 2012).

Maior estado do Sudeste e principal produtor de café e de leite do país, Minas Gerais (MG) expande, nos últimos anos, sua indústria, que suplanta a do Rio de Janeiro. Atualmente, fica atrás apenas de São Paulo nesse setor. Quase todo o território do estado se localiza em planaltos, com uma paisagem marcada por montanhas, vales e grutas. Sua principal atração turística é o patrimônio de arquitetura e arte colonial conservado em cidades históricas, como Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, Sabará, São João del Rey e Diamantina, que prosperaram em virtude da extração de ouro no século XVIII. Em 1999, Diamantina é a segunda cidade mineira declarada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como patrimônio histórico da humanidade. A primeira, Ouro Preto, recebeu o título em 1980. Nessa cidade fica o mais completo e bem conservado conjunto de obras de Aleijadinho, considerado o mais importante escultor brasileiro do período barroco. No entanto, a ocupação desordenada e uma série de incêndios em construções centenárias vêm degradando as cidades históricas. A culinária de Minas tem origem na cozinha dos tropeiros, baseada na carne de porco servida com feijão, couve, quiabo, milho ou mandioca.

Economia – A participação de Minas Gerais no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é de 9,7%. Sua economia diversificada tem como destaque a extração de minério de ferro, as plantações de café e a produção de veículos. A presença de montadoras de automóveis – Fiat, Mercedes-Benz, Iveco – atrai empresas de autopeças. Em razão disso, a indústria responde por 48,3% do PIB mineiro. Maior produtor brasileiro de minério de ferro, o estado explora ainda ouro e zinco. As importações mais significativas são de minerais não ferrosos, veículos e peças, carvão, fertilizantes e petroquímicos. Minas mantém também a liderança nacional na agropecuária, atividade que ocupa quase 70% de sua área e se concentra sobretudo no sul, no sudeste e no Triângulo Mineiro. O estado abriga, ainda, o terceiro rebanho bovino do Brasil, depois de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. E é responsável por metade da safra brasileira de café, além de ser um dos maiores produtores de feijão e de milho. O setor de biotecnologia é um dos que mais crescem. As 75 empresas localizadas no estado faturam 550 milhões de reais por ano, com destaque para o pólo de biotecnologia da região metropolitana de Belo Horizonte, o maior da América Latina.

Índices sociais – Minas Gerais ainda não conseguiu resolver o desequilíbrio social e econômico entre suas regiões. O sul concentra as indústrias e grande parte da atividade agrícola e apresenta indicadores sociais próximos aos do estado de São Paulo. Castigado pela seca, o norte é uma das áreas mais pobres do país, com precária rede de esgoto, alta taxa de mortalidade infantil e de analfabetos e baixa produtividade econômica. A renda per capita média do estado é de 12.780 reais e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), de 0,795, equivalente ao de Mato Grosso do Sul.

História
As Minas Gerais começam a integrar-se à vida colonial no fim do século XVII, quando os bandeirantes paulistas descobrem as primeiras jazidas de ouro. Em pouco tempo, a região atrai grande número de portugueses, que, com seus escravos africanos, buscam lavras de ouro e diamante. À medida que cresce a produção, aumenta a fiscalização por parte da Coroa. Despontam conflitos pelo direito de exploração das minas, como a Guerra dos Emboabas – em que mineradores paulistas se opõem a comerciantes portugueses e a brasileiros de outras regiões –, e a Revolta de Vila Rica, cuja origem é a mesma da Inconfidência Mineira: uma reação à política fiscal de Portugal. Em meados do século XVIII, a mineração está no auge, e a sociedade mineira vive o esplendor do barroco. Logo depois começa o declínio, provocado pelo esgotamento dos veios e pela pesada tributação. Em 1789, a capitania deve à Coroa perto de 6 toneladas de ouro em quintos (impostos) atrasados. A cobrança excessiva de impostos alimenta movimentos favoráveis à independência, como a Inconfidência Mineira, na qual se destaca a figura de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

Após a independência, Minas começa a recuperar-se, graças à expansão cafeeira, sobretudo no sudoeste e próximo ao Vale do Paraíba. A província participa ativamente da vida política do Império. Com Rio de Janeiro e São Paulo, forma a base de apoio do governo imperial contra as revoltas provinciais durante a Regência. Na República, integra a política do café-com-leite, uma aliança em que as oligarquias paulista e mineira se revezam na Presidência. Quando São Paulo rompe o acordo, pressionado pela crise do café, Minas reage e, com o Rio Grande do Sul e estados do Nordeste, promove a Revolução de 1930, que põe fim à República Velha.

Participação política – Sempre dividida entre dois partidos tradicionais – Liberal e Conservador, no Império, Partido Social Democrático (PSD) e União Democrática Nacional (UDN), na República –, a elite do estado continua a intervir fortemente na vida política do Brasil. Há o Manifesto dos Mineiros, de 1943, contra o Estado Novo, a eleição de Juscelino Kubitschek para a Presidência da República, em 1955, e o apoio ao golpe militar de 1964. Até a década de 1960, porém, Minas Gerais permanece num plano secundário em relação ao desenvolvimento industrial do país, como grande fornecedora de insumos, caso do minério de ferro e dos produtos agrícolas. A partir dos anos 1970, com os incentivos fiscais dos governos federal e estadual, Minas amplia e diversifica sua base industrial, sobretudo nos setores têxtil, químico, siderúrgico, mecânico-metalúrgico e agroindustrial. É criado também um pólo automobilístico na região metropolitana de Belo Horizonte.
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