GEOGRAFIA – Área: 357,125 km². Relevo: pantanal (extremo oeste), planaltos com escarpas a leste e depressão a noroeste. Ponto mais elevado: morro Grande, no morro da Santa Cruz (1.065,4 m). Rios principais: Anhanduí, Apa, Aporé ou do Peixe, Aquidauana, Correntes, Miranda, Paraguai, Paraná, Paranaíba, Pardo, Sucuriú, Taquari, Verde. Vegetação: cerrado a leste, pantanal a oeste, floresta tropical ao sul. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Campo Grande (798.250), Dourados (202.810), Corumbá (108.400), Três Lagoas (91.650), Ponta Porã (72.050), Aquidauana (49.500), Naviraí (42.700), Paranaíba (41.940), Nova Andradina (40.220), Coxim (34.630) (2012). Hora local: -1h. Habitante: sul-mato-grossense.
POPULAÇÃO – 2.620.700 (est. 2012).
CAPITAL – Campo Grande. Habitante: campo-grandense. População: 798.250 (est. 2012).
Cortado no extremo sul pelo trópico de Capricórnio, Mato Grosso do Sul (MS) abriga, a oeste, dois terços do Pantanal Mato-Grossense, a maior planície alagável do mundo. Esse é um dos ecossistemas mais importantes do planeta, reconhecido em 2001 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como patrimônio natural da humanidade. O Pantanal apresenta grande diversidade de fauna e flora, com florestas, baixios, savanas, cerrados, campos e matas naturais. Sua fauna é composta de capivaras, sucuris, onças-pintadas, jacarés e imensa variedade de pássaros. Outro destaque do estado são as grutas e os rios da cidade de Bonito, que atraem turistas para a serra da Bodoquena. Os hábitos alimentares dos habitantes incluem, além do consumo de peixes, fartamente encontrados nos rios, pratos de carne, conseqüência da ampla criação de gado. Da fronteira com o Paraguai vem o gosto pelo mate gelado, ou tererê. A mesma região é a origem das chipas, uma variante do pão de queijo mineiro, e da sopa paraguaia, que, apesar do nome, é um bolo feito com milho, cebola e queijo. Outro quitute popular são as salteñas, pastéis assados e recheados com frango, de origem boliviana. A despeito das preocupações ecológicas, o rabo de jacaré continua a ser um prato bastante apreciado na zona do Pantanal.
Economia – Com forte tradição agropecuária, Mato Grosso do Sul é um dos estados que mais crescem no Brasil. Entre 1985 e 2011, desenvolve-se a um ritmo duas vezes mais acelerado que a taxa acumulada de crescimento do país. A agropecuária é predominante, responsável por 32,2% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. Na agricultura, os principais produtos são a soja e a cana-de-açúcar. Na pecuária, Mato Grosso do Sul está entre os maiores produtores de carne do país. A ampliação da fronteira agropecuária, no entanto, tem colocado em risco o meio ambiente, com o aumento das queimadas no período das secas, que vai de março a setembro. Para ampliar a atividade industrial, o estado concede incentivos fiscais. O resultado dessa política se reflete na composição do PIB sul-mato-grossense. Em 1990, a indústria contribuía com 13% da economia; em 2012, a participação sobe para 29,2%. A administração estimula quatro pólos industriais no estado. Na região de Campo Grande, a capital, há frigoríficos, curtumes e fábricas de laticínios e de móveis. No pólo de Dourados, há indústrias de farelo, álcool, açúcar e têxtil. Em Três Lagoas e região instalam-se cerâmicas, curtumes e fábricas de laticínios e de bebidas. Em Corumbá, destacam-se a extração mineral e de calcário, a produção de cimento e os estaleiros.
Infra-estrutura – O estado é carente de energia elétrica: importa, principalmente de São Paulo, a maior parte da eletricidade que consome. Desde 2001, duas usinas termelétricas, uma em Corumbá e outra em Campo Grande, usam o gás natural trazido pelo Gasoduto Brasil-Bolívia. Outra importante obra de infra-estrutura em andamento é a Ferrovia Norte do Brasil (Ferronorte), que ligará Mato Grosso do Sul a São Paulo. Com investimentos estrangeiros estimados em 200 milhões de dólares do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), intermediados pelo governo federal, está sendo implantado o Programa Pantanal. Seus objetivos, fixados para os próximos anos, são: melhorar a administração de bacias hidrográficas, otimizar o manejo de bacias críticas, da água e do saneamento básico; desenvolver o ecoturismo; dar apoio ao produtor pantaneiro; e fortalecer a Polícia Ambiental.
Índices sociais – A rede de esgoto em Mato Grosso do Sul atende a apenas 18,4% dos domicílios, o menor índice do país. No estado, há grandes propriedades rurais e enormes vazios populacionais. Isso gera disputas pelas terras próximas a acessos de escoamento da produção para São Paulo e Paraná e a fontes de energia. Há também diversos conflitos entre índios e fazendeiros. O estado tem a segunda maior população indígena do país, cerca de 53 mil pessoas, e a demarcação de suas terras é motivo de freqüentes disputas.
Campo Grande |
Capital – Fundada em 1899, Campo Grande acolhe paulistas, paranaenses, gaúchos e nordestinos, além de árabes e japoneses, que se juntaram aos descendentes de índios, bolivianos e paraguaios, seus primeiros habitantes. A cidade torna-se capital estadual em 1977. De clima quente e chuvoso, Campo Grande tem avenidas largas e bem arborizadas no centro. Entretanto, com o crescimento do perímetro urbano, os bairros mais distantes carecem de serviços públicos, como transporte e coleta de lixo.
História
A região que hoje corresponde ao estado de Mato Grosso do Sul só foi efetivamente povoada por brasileiros no século XIX. A lei que determina a divisão de Mato Grosso em dois estados é de 1977. Na época, o governo afirmava ser essa a melhor forma de administrar e desenvolver uma região tão extensa, diferenciada e estratégica. A Região Centro-Sul, que se transforma em Mato Grosso do Sul, com sua agricultura mais intensiva, distribuída por um número maior de propriedades, tem desenvolvimento econômico e social diferente do da Região Norte, onde predominam a pecuária extensiva e o latifúndio. O primeiro governo de Mato Grosso do Sul é instalado em 1979.
A região recebe muitos migrantes desde o fim do século XIX, vindos do Sul e do Sudeste do país. O movimento migratório se intensifica no decorrer do século XX e cria uma sociedade mais complexa e aberta, além de laços políticos sólidos com os estados vizinhos, especialmente São Paulo. Esse vínculo se manifesta na participação na Revolução de 1924, nas Revoltas Tenentistas, que ocorrem no decorrer dos anos 1920 – entre as quais a Coluna Prestes –, e na Revolução Constitucionalista de 1932. Atualmente, a ligação está expressa nas fortes relações econômicas e comerciais entre os dois estados, sendo São Paulo o grande mercado consumidor ou beneficiador da cana-de-açúcar, do milho, da soja e da carne bovina produzidos em Mato Grosso do Sul.
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