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RONDÔNIA - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DE RONDÔNIA

GEOGRAFIA – Área: 237.576,2 km². Relevo: planície a oeste, depressões e pequenos planaltos a norte, planalto a sudeste. Ponto mais elevado: serra dos Pacaás (1.126 m). Rios principais: Guaporé, Jaci-Paraná, Ji-Paraná, Madeira, Mamoré. Vegetação: floresta Amazônica e cerrado a oeste. Clima: equatorial. Municípios mais populosos: Porto Velho (468.800), Ji-Paraná (122.400), Ariquemes (92.900), Cacoal (86.420), Vilhena (76.700), Jaru (56.200), Rolim de Moura (52.900), Buritis (39.600), Guajará-Mirim (42.570), Ouro Preto do Oeste (41.750) (2012). Hora local: -1h. Habitante: rondoniano.

POPULAÇÃO – 1.682.700 (est. 2012).

CAPITAL – Porto Velho. Habitante: porto-velhense. População: 468.800 (est. 2012).

Localizado na Região Norte, Rondônia (RO) tem dois terços de sua área cobertos pela floresta Amazônica. Os pontos mais altos do estado são a chapada dos Parecis e a serra dos Pacaás, onde há um parque nacional. O clima predominante é o equatorial, com chuvas abundantes e temperatura média anual de 26 °C. Entre 1991 e 2000, o crescimento demográfico médio é de 2,2% ao ano. Rondônia é o terceiro estado mais populoso da região, com 1,56 milhão de habitantes, atrás do Amazonas e do Pará.

Turismo – O estado tem grande potencial turístico, ainda pouco explorado. Para incentivar o setor, o governo cria uma zona de livre-comércio em Guajará-Mirim, município localizado na fronteira com a Bolívia, a 333 quilômetros da capital, Porto Velho. Cada visitante pode comprar até 2 mil reais em produtos importados, entre os quais os eletroeletrônicos. Com 1,7 mil quilômetros de extensão, o rio Madeira, o maior afluente da margem direita do rio Amazonas, corta Porto Velho. Os turistas podem deslizar por suas águas e navegar no meio da floresta Amazônica, admirando árvores centenárias e bandos de aves coloridas ou se aventurando por trechos de corredeiras.

Economia – Rondônia é o segundo maior produtor de cassiterita do país, atrás do Amazonas. A maior parte do minério é retirada do garimpo de Bom Futuro, em Ariquemes.As maiores empresas do estado atuam nos setores de comércio, energia e telefonia, produção de alimentos e bebidas, mineração, metalurgia e criação de gado.

A construção do porto graneleiro de Porto Velho, em 1995, a abertura da hidrovia do rio Madeira, em 1997, e a construção das Usinas do Madeira a partir de 2010 facilitam o escoamento da produção de Rondônia e impulsiona a economia do estado. A soja é o principal item transportado. Com aproximadamente 1,1 mil quilômetros, a hidrovia liga a capital ao porto de Itacoatiara, próximo a Manaus, no Amazonas. O comércio com outros estados se baseia na venda de produtos agrícolas e minerais e na compra de máquinas, veículos e farinha de trigo. A abertura de novas fronteiras agrícolas contribui para que o estado apresente o segundo maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2002, atrás apenas de Mato Grosso. Os principais produtos agrícolas rondonianos são cacau, café, arroz, feijão, soja e milho. A madeira é o mais importante item de exportação do estado, mas calcula-se que os dados referentes a sua produção sejam subestimados. No biênio 2001-2002, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autoriza o desmatamento de 12,2 mil hectares em Rondônia, mas imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que a área desmatada no período foi de 246,5 mil hectares. Em 2002, a produção de madeira atinge 2,1 milhões de metros cúbicos, quase quatro vezes mais que no ano anterior. Para conter o desflorestamento, é criado, em 2001, na fronteira com a Bolívia, o primeiro corredor ecológico binacional. Com financiamento inicial do Banco Mundial, o corredor terá área de 23 milhões de hectares – quase o tamanho do estado de São Paulo. Além de preservar sub-bacias hidrográficas da bacia Amazônica, deve ajudar a proteger espécies animais e vegetais endêmicas.

Porto Velho
Massacre de garimpeiros – A morte de 29 garimpeiros pelos índios cintas-largas, em abril de 2004, traz à tona o problema da disputa pelos diamantes na reserva indígena Roosevelt. A região de 2,7 milhões de hectares pode abrigar uma das maiores jazidas do mundo, o que atrai a cobiça de empresas e de indivíduos. Como a extração de diamantes em áreas indígenas é ilegal, a reserva Roosevelt, dos cintas-largas, é alvo de intensa ação de contrabandistas. Os conflitos entre garimpeiros e índios na região causam pelo menos 60 mortes nos últimos seis anos. No massacre de 2004, dez cintas-largas são indiciados por assassinato.

Índices sociais – A mortalidade infantil é de 16,2 a cada mil nascidos vivos, abaixo da média nacional. Cerca de 60% dos domicílios não têm água encanada em 2011, 68% não são dotados de sistema de esgoto e 32% não contam com coleta de lixo. O trabalho escravo é outro grave problema.

Capital – Maior cidade do estado, com 465,9 mil habitantes, Porto Velho é o principal pólo comercial de Rondônia. A capital serve de centro também aos municípios do sul do Amazonas, mais próximos de Porto Velho que de Manaus.

História
Os primeiros colonizadores portugueses começam a percorrer a região que equivale ao atual estado de Rondônia no século XVII. Somente no século seguinte, com a descoberta e a exploração de ouro em Goiás e Mato Grosso, aumenta o interesse por aquelas terras. Em 1776, a construção do Forte Príncipe da Beira, às margens do rio Guaporé, estimula a implantação dos primeiros núcleos coloniais, que só prosperam no fim do século XIX, com o surto da exploração da borracha. É com o estabelecimento definitivo do antigo Território do Acre, em 1903, que Rondônia se desenvolve, pois o Tratado de Petrópolis obriga o Brasil a construir a ferrovia Madeira-Mamoré. A rede telegráfica estabelecida pelo marechal Cândido Rondon é outro importante impulso à integração da região. Em 1943 é constituído o Território Federal de Guaporé, com capital em Porto Velho, com o desmembramento de parte de Mato Grosso e do Amazonas. A intenção é apoiar mais diretamente a ocupação e o desenvolvimento da área. Em 1956, o território passa a se chamar Rondônia. Até a década de 1960, a economia se resume à extração de borracha e de castanha-do-pará. O crescimento acelerado só ocorre, de fato, a partir dos anos 1960 e 1970. Os incentivos fiscais aos empreendimentos privados e os investimentos do governo federal, bem como os projetos de construção de rodovias e de implantação de núcleos de colonização, estimulam a migração, em grande parte originária do Centro-Sul. Além disso, o acesso fácil à terra boa e barata atrai empresários interessados em investir na agropecuária e na indústria madeireira. Nessa época, a descoberta de ouro e cassiterita contribui para o aumento populacional. Entre a década de 1960 e a de 1980, o número de habitantes cresce mais de sete vezes, passando de 70 mil para 500 mil. Rondônia é elevado à condição de estado em 1981, mas a redução de investimentos, o esgotamento prematuro das melhores terras para a agropecuária e a devastação florestal dificultam seu desenvolvimento econômico e causam sérios problemas sociais e ambientais.
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RIO GRANDE DO SUL- GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

GEOGRAFIA – Área: 281.748,5 km². Relevo: planície litorânea com restinga e areia, planaltos a oeste e a nordeste e depressão no centro. Ponto mais elevado: serra Geral (1.398 m). Rios principais: Camaquã, dos Sinos, Ibicuí, Ijuí, Jacuí, Jaguarão, Pelotas, Quaraí, Taquari, Uruguai. Vegetação: campos (campanha gaúcha) ao sul e a oeste, floresta tropical a leste, mata de araucária a norte, restingas litorâneas. Clima: subtropical. Municípios mais populosos: Porto Alegre (1.698.300), Caxias do Sul (420.260), Pelotas (388.500), Canoas (351.900), Santa Maria (282.980), Gravataí (269.100), Novo Hamburgo (266.850), Viamão (262.400), São Leopoldo (218.700), Alvorada (214.400) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: gaúcho.

POPULAÇÃO – 11.216.000 (est. 2012).

CAPITAL – Porto Alegre. Habitante: porto-alegrense. População: 1.698.300 (est. 2012).

No maior e mais populoso estado da Região Sul está um dos pontos extremos do país, o arroio Chuí. O clima do Rio Grande do Sul (RS) é subtropical, e o relevo apresenta planícies litorâneas, planaltos a oeste e nordeste e depressões no centro. O estado tem vegetação de campos (os Pampas Gaúchos), floresta tropical, matas de araucárias e restingas no litoral. Os principais colonizadores são os imigrantes italianos, que se fixam principalmente na região serrana, no nordeste do estado, e os alemães, que ocupam sobretudo a região do vale do rio dos Sinos, ao norte de Porto Alegre. Os portugueses, entre os quais os açorianos, permanecem no litoral.Além da influência européia, o gaúcho cultiva as tradições dos Pampas, na fronteira com o Uruguai e a Argentina. Entre essas tradições destacam-se o chimarrão, o churrasco e o uso de trajes típicos, compostos de bombachas (calças folgadas, de origem turca, presas ao tornozelo), poncho e lenço no pescoço.

Porto Alegre
Turismo – Na Serra Gaúcha, onde o inverno é rigoroso, erguem-se cidades com características européias, como Gramado e Canela. Na região de Bento Gonçalves e Caxias do Sul, o maior centro produtor de vinho do Brasil, a atração é a culinária italiana. A noroeste do estado, na região das Missões, os municípios de São Borja e São Miguel preservam ruínas das povoações jesuítas do século XVII, consideradas patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Na divisa com o estado de Santa Catarina, no Parque Nacional de Aparados da Serra, o principal ponto turístico é o cânion do Itaimbezinho, formação rochosa com cerca de 5,8 quilômetros de extensão, 2 quilômetros de largura e profundidade que chega a 720 metros.

Economia – Apoiado na produção de couro, o estado é o maior fabricante de calçados do país. O Rio Grande do Sul produz também fumo, petroquímicos, madeira e derivados. Importa petróleo, nafta e fertilizantes. A economia gaúcha é bastante desenvolvida, com destaque para o setor industrial, cujo crescimento em 2003 só é inferior ao do Espírito Santo. Esse bom desempenho é puxado pelos ramos petroquímico, de máquinas e implementos agrícolas, de fertilizantes, de construção, de produção de cigarros e alimentício. Ganha força também a indústria automobilística, com a instalação da fábrica da General Motors do Brasil em Gravataí, na Grande Porto Alegre.

O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor nacional de grãos, atrás apenas do Paraná, com expressiva colheita de soja, milho, trigo e arroz. Quase 90% de toda a soja transgênica produzida no país sai do estado. Com respaldo do governo federal, que vem autorizando o plantio de sementes geneticamente modificadas, o Rio Grande do Sul destina 2,59 milhões de hectares ao plantio de soja transgênica. Estima-se que cerca de 80% da produção gaúcha seja transgênica ou esteja contaminada pelo grão modificado. O estado possui um dos maiores rebanhos bovinos do país e é a segunda maior criação de aves.

Índices sociais – O Rio Grande do Sul registra o menor índice de mortalidade infantil do país, com 6,4 mortes por mil nascidos vivos. Os investimentos em educação e saúde fazem com que a qualidade de vida seja uma das melhores do Brasil. O estado apresenta o quarto mais elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, depois do Distrito Federal, de Santa Catarina e de São Paulo.

Capital – A região da Grande Porto Alegre é o principal centro de compras e serviços do Rio Grande do Sul. A capital é conhecida como uma das cidades mais arborizadas do país. Uma de suas atrações tradicionais é o pôr-do-sol no rio Guaíba.

História
A região do atual estado do Rio Grande do Sul não fazia parte dos domínios coloniais portugueses assinalados pelo Tratado de Tordesilhas. Mas, com a importância estratégica da área do rio da Prata, o território logo atrai a atenção dos colonizadores. Durante a União Ibérica entre Espanha e Portugal (1580/1640), a expansão territorial é facilitada, levando os primeiros sertanistas e criadores de gado à região. Depois é a vez dos bandeirantes paulistas, interessados na captura dos índios guaranis aldeados nas missões do Paraná e do Paraguai pelos padres jesuítas. Em fuga, eles deslocam as aldeias para o sul, ao longo do rio Uruguai.

A metrópole estimula a imigração de famílias açorianas para a recém-criada capitania de São Pedro do Rio Grande. O primeiro povoamento é a base militar criada em 1737 na embocadura da lagoa dos Patos, embrião da cidade portuária de Rio Grande. Dez anos mais tarde é fundada a vila de Porto dos Casais, atual Porto Alegre. Esse desenvolvimento dificulta a definição da fronteira e a separação entre os domínios de Portugal e as terras da Espanha, que só é acertada no Tratado de Madri, de 1750. Os índios não aceitam abandonar as terras das missões, passando do lado brasileiro para o argentino do rio Uruguai, o que deflagra a Guerra Guaranítica.

Revoltas – Vencida a resistência dos índios guaranis, as fazendas de gado espalham-se pelo território gaúcho. O Rio Grande do Sul participa das lutas da independência, mas tem seu crescimento barrado pelo centralismo do Império, o que causa conflitos que culminam com a Revolta dos Farrapos, entre 1835 e 1845. Posteriormente, o estado envolve-se também na Guerra do Paraguai (1865/1870).

Nos primeiros anos da República, os gaúchos mergulham na violenta Revolta Federalista (1893/1895), que instaura uma guerra civil entre republicanos e federalistas. Os revolucionários propõem uma confederação com outras repúblicas, daí sua união com o internacionalista Giuseppe Garibaldi, um dos responsáveis pela unificação italiana. Garibaldi chega a fundar, com o general David Canabarro, a efêmera República Juliana, em Santa Catarina.

Período republicano – Durante a República, o estado continua a receber grande número de imigrantes estrangeiros, principalmente italianos e alemães, num intenso movimento que se havia iniciado ainda durante o Império, na década de 1870 e na de 1880. Com os empreendimentos familiares dos imigrantes, a atividade industrial prospera principalmente em Porto Alegre, Rio Grande, Pelotas e Caxias do Sul, sobretudo nos setores de alimentos, tecidos, móveis, calçados, ferramentas e utensílios domésticos. Nas lutas políticas da República Velha, destacam-se Júlio de Castilhos, Pinheiro Machado e Borges de Medeiros, representantes das oligarquias gaúchas. O estado participa decisivamente da Revolução de 1930, sob a liderança de Getúlio Vargas, que põe fim à República Velha. Na década de 1970, a indústria começa a se diversificar, com investimentos nos setores químico e metal-mecânico e empreendimentos de grande porte, como o pólo portuário e industrial da cidade de Rio Grande e o pólo petroquímico de Triunfo, próximo a Porto Alegre. Com uma economia equilibrada entre a indústria e a agropecuária e sem grandes desequilíbrios sociais, o Rio Grande do Sul se mantém entre os estados com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país.
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RIO GRANDE DO NORTE - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

GEOGRAFIA – Área: 52.796,8 km². Relevo: planície litorânea, com depressão na maior parte e planaltos ao sul. Ponto mais elevado: serra do Coqueiro (868 m). Rios principais: Apodi, Curimataú, Jacu, Piranhas ou Açu, Potengi, Seridó, Trairi. Vegetação: mangue no litoral, faixa de floresta tropical e caatinga a oeste. Clima: tropical no litoral e a oeste e semi-árido no centro. Municípios mais populosos: Natal (802.080), Mossoró (255.910), Parnamirim (173.180), São Gonçalo do Amarante (88.060), Ceará-Mirim (71.690), Macaíba (64.740), Caicó (63.260), Açu (52.110), Currais Novos (42.880), São José de Mipibu (39.900) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: potiguar.

POPULAÇÃO – 3.154.100 (est. 2012).

CAPITAL – Natal. Habitante: natalense. População: 802.080 (est. 2012).

O nome do estado é inspirado no rio Potengi, que deságua no mar no extremo nordeste do país, na "esquina do Brasil". O litoral e a porção oeste do Rio Grande do Norte (RN) têm clima tropical, enquanto o centro é semi-árido. A vegetação apresenta áreas de mangue no litoral e de floresta tropical e caatinga no interior.

Economia – O estado contribui com apenas 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A economia potiguar baseia-se no comércio, na indústria têxtil, na agroindústria e no turismo. A produção de camarão em cativeiro tem aumento explosivo e o estado supera o Ceará como o maior exportador brasileiro do crustáceo. A atividade provoca polêmica, porque os criadouros se concentram nos manguezais, que, por lei, devem ser intocados. A agricultura do estado é a que mais cresce a partir de 2002, apoiada na expansão da fruticultura irrigada e, principalmente, na cana-de-açúcar. Mandioca, milho, coco e melão são outras culturas importantes. Das salinas do Rio Grande do Norte são extraídos mais de 90% do sal do país. O estado é também o maior produtor nacional de petróleo em terra.

Índices sociais – A renda per capita estadual é de 11.800 reais, pouco mais da metade da média nacional. A taxa de mortalidade infantil é a quinta maior do país: 41,9 a cada mil crianças nascidas vivas. A cobertura da rede de esgoto não chega à metade dos domicílios e o analfabetismo atinge 22,7% da população.

Natal
Capital – Natal é o principal destino turístico do estado. A carne-de-sol com arroz-de-leite e os frutos do mar são os destaques de sua culinária.

História
Uma das maiores capitanias do início do período colonial, o Rio Grande do Norte é doado a João de Barros, que inicia a colonização em 1535. A tentativa fracassa diante do ataque de franceses e da resistência indígena. Somente no fim do século, os portugueses conseguem desembarcar na região, quando fundam o forte dos Reis Magos e a Vila de Natal. Com clima e solo menos favoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar, a região torna-se centro de criação de gado. Ganha importância também a exploração do sal. O emprego do trabalho escravo indígena provoca forte reação dos cariris, que, com outras tribos, desencadeiam a Guerra dos Bárbaros, em 1685, só encerrada nos primeiros anos do século XVIII.

Restrições econômicas – Durante o período colonial, o Rio Grande do Norte permanece uma capitania pouco povoada e pobre. Depois da independência, a província passa a comercializar produtos como o sal e a carne-de-sol. As plantações de algodão permitem que, no fim do Império, sejam instaladas as primeiras manufaturas têxteis. Durante a Intentona Comunista, em 1935, o movimento chega a dominar Natal, antes de ser reprimido. Na II Guerra Mundial, o Rio Grande do Norte cede áreas para bases militares norte-americanas. Apesar dos investimentos canalizados pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) a partir dos anos 1960 e do crescimento da indústria salineira, o estado registra lenta progressão econômica.
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RIO DE JANEIRO - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

GEOGRAFIA – Área: 43.696,1 km². Relevo: planície litorânea com morros, lagos, várzeas e dunas e planalto a oeste. Ponto mais elevado: pico da Agulhas Negras, na serra do Itatiaia (2.791,5 m). Rios principais: Grande, Itabapoana, Macaé, Muriaé, Paraíba do Sul, Piraí, Preto. Vegetação: mangue no litoral e mata Atlântica, floresta tropical. Clima: tropical atlântico. Municípios mais populosos: Rio de Janeiro (6.710.300), São Gonçalo (1.040.200), Duque de Caxias (899.670), Nova Iguaçu (855.100), Belford Roxo (502.320), Niterói (495.400), São João de Meriti (482.630), Campos dos Goytacazes (454.700), Petrópolis (318.400), Volta Redonda (270.200) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: fluminense.

POPULAÇÃO – 15.958.750 (est. 2012).

CAPITAL – Rio de Janeiro. Habitante: carioca. População: 6.710.300 (est. 2012).

Menor estado da Região Sudeste, o Rio de Janeiro (RJ) abriga a terceira maior população do país, atrás de São Paulo e de Minas Gerais.

O turismo é uma de suas principais fontes de receita. Com o Carnaval mais famoso do mundo, a capital, Rio de Janeiro, é ponto de atração de visitantes brasileiros e estrangeiros. A atividade turística é forte também em Búzios e Cabo Frio, no litoral norte do estado. Em Angra dos Reis e Parati, no sul, há praias muito apreciadas, acessíveis apenas por barco. Nesse trecho do litoral, Ilha Grande atrai cada vez mais turistas desde a desativação, em 1994, de um antigo presídio. A ilha oferece boas áreas para mergulho e trilhas para caminhadas no meio da mata Atlântica. Na região serrana destacam-se Petrópolis e Nova Friburgo, cidades que conservam arquitetura e costumes da colonização alemã e suíça. Visconde de Mauá e Itatiaia sobressaem pelas paisagens naturais e pelo ecoturismo. Recentemente, o estado descobre a vocação turística do Vale do Paraíba, região de belas fazendas históricas da época áurea da cultura do café, no século XIX.

Meio ambiente – O ecossistema do litoral fluminense vem sofrendo danos decorrentes dos constantes vazamentos de óleo combustível. As principais fontes de lançamento irregular de óleo são indústrias, terminais de combustíveis, postos de gasolina, estaleiros e navios petroleiros. Os acidentes com a Petrobras agravam a situação. Depois do desastre de 2000, quando um duto despeja 1,2 milhão de litros de petróleo na baía de Guanabara, a plataforma P-36, que fazia extração de petróleo na bacia de Campos, explode e afunda, em um acidente que causa a morte de 11 operários, em 2001. O estado, que ocupa uma região antes dominada inteiramente pela mata Atlântica, tem apenas 19% da antiga vegetação, concentrados em pontos de difícil acesso no litoral e nas regiões mais altas .

Economia – Apenas 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio de Janeiro vem da agricultura. A indústria é responsável por 49,6% e o comércio e os serviços, por 49,8%. Os setores industriais mais dinâmicos são o químico, o metalúrgico, o siderúrgico, o de material eletrônico, o farmacêutico e o da construção civil. A Região Sul do estado, beneficiada pela boa infra-estrutura e pela proximidade com os grandes centros, é escolhida por várias indústrias metalúrgicas e automotivas para instalação de suas fábricas. A montadora de ônibus e caminhões da Volkswagen, que funciona em Resende desde 1997, e a construção da unidade da Peugeot-Citroën, em Porto Real, município vizinho, atraem pequenas e médias empresas.A Petrobras é a maior empresa com sede no estado. A Bacia de Campos, a maior área petrolífera do país, localiza-se no Rio de Janeiro. Esse fato contribui para fazer do estado o principal produtor de petróleo e gás natural do Brasil. Metade das exportações fluminenses corresponde à comercialização de petróleo e derivados. A intenção da Petrobras de encomendar navios petroleiros e plataformas a empresas brasileiras estimula a modernização dos estaleiros da região e impulsiona a indústria naval, em dificuldades desde o fim da década de 1980. A cana-de-açúcar, apesar do declínio, é ainda a principal lavoura do estado. Crescem os investimentos na fruticultura, sobretudo abacaxi, tomate, laranja, maracujá, banana e coco.

Enriquecimento de urânio – Fica em Resende a única fábrica de enriquecimento de urânio do Brasil. Após meses de negociação, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) autoriza seu funcionamento em 2004. A polêmica surgiu porque o governo brasileiro, com o objetivo de guardar segredo tecnológico, não permitiu que os inspetores tivessem acesso visual às centrífugas. Isso gerou especulações sobre a eventual utilização do urânio para fins não pacíficos. O governo pretende atingir a auto-suficiência no enriquecimento de urânio até 2010. Atualmente, o urânio que alimenta a usina nuclear de Angra dos Reis para a geração de energia elétrica é enriquecido no Canadá e na Europa.

Índices sociais – A sangrenta disputa pelo comando do tráfico de drogas e os confrontos entre policiais e traficantes nos morros da cidade do Rio de Janeiro mancham sua imagem de cartão-postal do Brasil. Além de afetar a população local, a violência urbana provoca efeitos negativos sobre o turismo. Em 2004, uma série de crimes contra visitantes estrangeiros ganha os noticiários. O assalto a uma família de turistas uruguaios é filmado por um cinegrafista amador e tem repercussão internacional. Nos dois casos mais graves, uma turista japonesa é esfaqueada e um visitante espanhol, morto a tiro. De outro lado, o estado do Rio de Janeiro mantém a melhor média de escolaridade do Sudeste: 44,5% de sua população tem oito anos ou mais de estudo. A taxa de alfabetização é a maior do país: 94,9%. Sua renda per capita já supera a dos paulistas, ficando atrás apenas do Distrito Federal. No ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nacional, o estado detém a quinta posição. Segundo o Censo de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio de Janeiro é o estado menos católico do país e o de maior concentração feminina no Sudeste.

Rio de Janeiro
Capital – A cidade do Rio encanta os turistas com suas belezas naturais, como o Pão de Açúcar, o Corcovado, a floresta da Tijuca e as praias, entre as quais se destacam Copacabana e Ipanema. Além da paisagem natural, a cidade, que foi sede do governo durante o período colonial e capital brasileira de 1822 a 1960, abriga importante acervo histórico e arquitetônico. Há ainda uma agitada vida noturna e cultural, com muitos cinemas, teatros, bares, restaurantes e boates. Criada a partir do projeto Ciclovias Cariocas, em 1993, a rede de ciclovias da cidade já é a maior da América Latina, com 100 quilômetros construídos (mais 150 quilômetros projetados). Pedalam diariamente pelas ciclovias 2 mil pessoas, sobretudo nas zonas turísticas, ao longo das praias. Em 2001, pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) para calcular o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da capital fluminense, apesar de mostrar avanços na educação, indica profundas desigualdades sociais. Enquanto os 10% mais ricos da população se apropriam de 45% da renda da cidade, os 40% mais pobres detêm menos de 9% da riqueza produzida. A desigualdade é uma das explicações para a violência e o tráfico de drogas nos morros cariocas. Cerca de 10% dos domicílios no estado localizam-se em favelas ou assemelhados, áreas onde há maior carência de serviços públicos.

História
Em razão do rentável comércio de pau-brasil, o litoral fluminense atrai colonizadores portugueses e corsários franceses ainda no século XVI. Em 1555 chega à região uma esquadra comandada pelo francês Nicolau Durand de Villegaignon, que funda a França Antártica. Os franceses resistem durante uma década às investidas das tropas portuguesas até serem derrotados por Estácio de Sá – morto em combate –, sobrinho do governador-geral Mem de Sá. Essa vitória marca a origem da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, fundada em 1º de março de 1565. Ocupando posição estratégica no litoral sul da colônia, a povoação cresce e prospera como região portuária e comercial. No século XVIII, com o desenvolvimento da mineração, o porto do Rio de Janeiro torna-se o principal centro exportador e importador para as vilas de Minas Gerais, por onde saem ouro e diamante em direção à metrópole e entram escravos e produtos manufaturados. Em 1763, a importância da cidade faz com que o governo de Portugal a transforme em sede do Governo Geral, em substituição a Salvador, que entra então em acentuado processo de declínio econômico. Em 1808 chegam ao Rio a família real e a Corte, fugindo das tropas francesas que haviam invadido Portugal no ano anterior. A cidade se torna sede do governo português, o que transforma radicalmente sua vida. Após a declaração de independência, o Rio continua como capital, enquanto a província enriquece com a agricultura canavieira da região de Campos e, principalmente, com o novo cultivo do café no Vale do Paraíba. Para separar a província da capital do Império, em 1834 o Rio de Janeiro é convertido em município neutro, e a nova capital da província do Rio de Janeiro passa a ser Niterói. O Rio de Janeiro concentra a vida político-partidária do Império e os movimentos abolicionista e republicano. Durante a República Velha, com a decadência de suas áreas cafeeiras, o estado perde força política para São Paulo e Minas Gerais.

Decadência política – O enfraquecimento econômico e político do Rio de Janeiro continua após a Revolução de 1930. A economia fluminense não se beneficia da industrialização, apesar de o estado ser escolhido para a instalação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), no município de Volta Redonda, ponto de partida para a implantação da indústria de base no país.A cidade do Rio de Janeiro mantém-se como importante zona comercial, industrial e financeira. Mas o declínio acentua-se com a mudança da capital federal para Brasília, em 1960. Nesse ano, a cidade é transformada no estado da Guanabara, que dura apenas 14 anos. Em 1974, as duas unidades (Rio de Janeiro e Guanabara) fundem-se e voltam a constituir o atual estado do Rio de Janeiro.Com o objetivo de recuperar sua importância política e econômica, os governos militares investem pesadamente no estado: duas usinas nucleares são construídas em Angra dos Reis, além de ser implantados um pólo de indústria naval na baía de Sepetiba e um pólo petrolífero na bacia de Campos, que se torna o mais produtivo do país. O governo estadual pretende agora criar um pólo petroquímico na baía de Sepetiba.
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PIAUÍ - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO PIAUÍ

GEOGRAFIA – Área: 251.529,2 km². Relevo: terrenos baixos e arenosos no litoral, planaltos na maior parte e depressão a sudeste. Ponto mais elevado: serra Grande (865 m). Rios principais: Canindé, Gurguéia, Longá, Parnaíba, Piauí, Poti. Vegetação: mangue no litoral, mata de cocais a oeste e caatinga na maior parte. Clima: tropical e semi-árido no interior. Municípios mais populosos: Teresina (815.400), Parnaíba (160.190), Picos (78.700), Piripiri (67.600), Floriano (59.180), Barras (46.200), Campo Maior (45.900), União (44.600), Altos (40.080), Pedro II (39.100) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: piauiense.

POPULAÇÃO – 3.158.200 (est. 2012).

CAPITAL – Teresina. Habitante: teresinense. População: 815.400 (est. 2012).

Dos estados do Nordeste, o Piauí (PI) é o de litoral menos extenso: apenas 66 quilômetros. Trata-se, entretanto, de um trecho privilegiado, pois na divisa com o Maranhão situa-se o delta do rio Parnaíba, único em mar aberto do continente americano. O ecossistema do lado piauiense é extremamente rico, semelhante ao da Amazônia, com grande número de ilhas, lagoas, igarapés e praias de areia fina, tomadas por dunas e coqueirais. De clima tropical no litoral e semi-árido no interior, o Piauí enfrenta longos períodos de seca, e grande parte de sua área é coberta pela vegetação da caatinga.

Índices sociais – Com uma renda per capita de 8.110 reais, que não chega a um terço da média nacional, o Piauí ocupa a terceira mais baixa colocação no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. O estado tem o segundo mais alto índice de analfabetismo do país, atrás apenas de Alagoas. Quase 35% dos domicílios de seus 221 municípios não possuem água encanada, 56% não dispõem de rede de esgoto e 47% não contam com coleta de lixo. Apenas 44% das casas estão ligadas à rede elétrica. Embora o Piauí apresente a menor taxa de mortalidade infantil do Nordeste, o índice de 22,1 mortes a cada mil nascidos vivos é considerado alto. A média nacional – também alta – é de 14,5 mortes por mil.

Economia – A economia do estado é dependente da agropecuária extensiva. Os principais rebanhos são de cabra e ovelha, que se adaptam bem ao clima semi-árido. O rebanho caprino do Piauí é o segundo do Nordeste, só perdendo para o da Bahia, e o ovino, o terceiro, atrás dos da Bahia e do Ceará.Os principais produtos agrícolas são a cana-de-açúcar, a mandioca, o milho e a soja. O estado está entre os maiores produtores e beneficiadores de castanha de caju do país. No extrativismo destacam-se a carnaúba, o babaçu, o buriti e o coco. Por não necessitar de muita água, a apicultura ganha força no estado, que já é o maior produtor de mel do país. As novas plantações no cerrado piauiense anunciam grande mudança no perfil agrícola do estado. Visto como uma das novas fronteiras para a soja brasileira, a região atrai produtores do Sul, e a produção do grão cresce rapidamente. A expansão das plantações de soja, no entanto, faz aumentar o desmatamento. Os pólos industriais situam-se em Teresina, Parnaíba, Picos e Floriano. Incentivos do governo estadual atraem, a partir de 1996, diversas indústrias, sobretudo químicas, de transformação, têxteis e de extração vegetal. Apesar disso, a produção industrial ainda é pequena. Os principais produtos exportados são os manufaturados da agroindústria e do extrativismo. As importações são de máquinas, material elétrico e tecidos sintéticos. O setor de serviços e comércio responde por 66,5% da economia estadual.

Turismo – Além da riqueza ambiental e da exuberância da paisagem, que mistura rio, dunas e mar no delta do Parnaíba, o turismo piauiense se apóia em importantes sítios arqueológicos, entre os quais os parques nacionais da Serra da Capivara e das Sete Cidades. O primeiro, considerado desde 1991 patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), abriga mais de 400 sítios arqueológicos. No Parque Nacional das Sete Cidades, ao norte, encontram-se formações rochosas datadas de milhões de anos, além de pinturas rupestres.

Pendência histórica – Na divisa com o estado do Ceará existe um trecho de quase 3 mil quilômetros quadrados que não faz parte, oficialmente, de nenhum dos dois estados. Tecnicamente, é uma área de litígio, mas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não há disputa pela terra. Na área estão alguns dos piores solos da região.

Teresina
Capital – Em Teresina, a capital, vivem 810 mil dos 3,1 milhões de habitantes do estado. Localizada às margens do rio Parnaíba, na divisa com o Maranhão, a quase 350 quilômetros do litoral, a cidade é a única capital nordestina que não fica à beira-mar. O motivo é o processo de colonização do estado, que, ao contrário do restante da Região Nordeste, ocorreu do interior para o litoral.

História
As autoridades portuguesas enviam várias expedições colonizadoras à região do Piauí no decorrer do século XVII, mas a ocupação efetiva do território se dá a partir de 1661, quando lá se fixam as primeiras levas de colonos procedentes da Bahia e de São Paulo. Dessa época em diante, a região é rapidamente desbravada.

Ocupação do estado – Há pelo menos três grandes correntes de ocupação na fase de desbravamento do território. Uma sai do Maranhão, pelos vales dos rios Itapicuru e Poti; outra, do Ceará, pela serra do Ibiapaba; e a principal, da Bahia, pelo sertão do Cabrobó. São colonos baianos que assumem o controle inicial do Piauí, estabelecendo-se na região que corresponde ao sudeste do estado, pois penetram pelo rio São Francisco, ao receber da Coroa portuguesa generosas doações de terra. Bandeirantes paulistas e colonos combatem ou eliminam os grupos indígenas mais hostis – como os índios tremembés – e instalam os primeiros povoados na região. Ao longo dos rios Piauí, Canindé e Parnaíba, são construídos os primeiros currais de gado.Em 1811, o Piauí separa-se do Maranhão e se torna capitania. Para garantir sua autonomia, os piauienses aderem à causa da independência e enfrentam as forças portuguesas, ao lado de maranhenses e cearenses, até 1823. Entre 1838 e 1841, a província do Piauí é novamente agitada por uma insurreição de caráter social e popular irradiada do Maranhão, a Balaiada.

Limitação econômica – Na segunda metade do século XIX, com a capital provincial já instalada em Teresina, o Piauí atravessa longo período de relativa estabilidade política, mas também de baixo crescimento econômico. O predomínio das oligarquias agrárias é facilitado pelo isolamento do estado. A implantação de uma ferrovia e de uma companhia de navegação a vapor no rio Parnaíba não chega a alterar significativamente a situação geral da economia, limitada à agropecuária extensiva e pouco produtiva e a uma pequena indústria de transformação, como a da cera de carnaúba. Essas condições se mantêm no período republicano, e o Piauí permanece como um dos estados mais pobres do país.
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PARAÍBA - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DA PARAÍBA

GEOGRAFIA – Área: 56.439,8 km². Relevo: planície litorânea, planalto no centro e depressão a oeste. Ponto mais elevado: pico do Jabre, na serra do Teixeira (1.197 m). Rios principais: Curimataú, do Peixe, Gramame, Paraíba, Piancó, Piranhas ou Açu, Mamanguape, Taperoá. Vegetação: mangues no litoral, pequena faixa de floresta tropical e caatinga na maior parte do território. Clima: tropical no litoral e semi-árido no interior. Municípios mais populosos: João Pessoa (698.410), Campina Grande (395.360), Santa Rita (133.830), Patos (101.120), Bayeux (96.720), Sousa (66.090), Cajazeiras (59.480), Guarabira (54.450), Cabedelo (42.100), Sapé (41.260) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: paraibano.

POPULAÇÃO – 3.795.350 (est. 2012).

CAPITAL – João Pessoa. Habitante: pessoense. População: 698.410 (est. 2012).

A Ponta do Seixas, na Paraíba (PB), é o local mais a leste da América do Sul. Em quase todo o litoral paraibano há praias de águas tranqüilas, areia fina e coqueirais. Recortada por pequenas enseadas, Tambaba, no município de Conde, ao sul da capital, foi a primeira praia de nudismo oficial do Nordeste e atrai naturistas de todo o Brasil. No interior, Campina Grande disputa com Caruaru, em Pernambuco, o título de capital brasileira do forró. Em junho, a cidade se transforma para celebrar a Festa de São João. O município de Sousa atrai visitantes que vão conferir as enormes pegadas de animais pré-históricos no Sítio Paleontológico do Vale dos Dinossauros.

Economia – A renda per capita do estado é uma das mais baixas do país: 9.380 reais em 2011. Como a caatinga cobre a maior parte do território, a agricultura restringe-se ao litoral e à Zona da Mata. O principal produto é a cana-de-açúcar. Destacam-se também a mandioca, o feijão, o milho e o sisal. Entre as frutas, há produção importante de laranja, abacaxi e coco-da-baía. O setor industrial responde por um terço da economia do estado e produz principalmente alimentos, pescados, vestuário e metal-mecânicos. Campina Grande começa a se destacar como centro de tecnologia, exportando programas de computador para Estados Unidos e China.

Rompimento de barragem – Em junho de 2004, um rompimento na Barragem de Camará, na Serra de Borborema, inunda os municípios de Alagoa Grande e Mulungu. O acidente causa cinco mortes e obriga mais de 4 mil pessoas a deixar sua casa.

Índices sociais – O estado detém o quarto menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, 0,715, e o terceiro mais baixo índice de analfabetismo, atrás apenas de Alagoas e Piauí. A taxa de mortalidade infantil é a terceira maior do Brasil. A cada mil crianças nascidas vivas, 31,8 morrem antes de completar 1 ano. Seis em cada dez domicílios não têm coleta de esgoto.

João Pessoa
Capital – Situada à beira-mar, João Pessoa é considerada a capital mais arborizada do país e vive basicamente do turismo. Na Quarta-Feira de Fogo, que antecede o Carnaval, desfila nas ruas o bloco Muriçocas do Miramar, que reúne na avenida da praia até 500 mil pessoas.

História
A ocupação e a colonização da Paraíba começam no fim do século XVI. A Vila de Filipéia de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa, é fundada em 1585. Logo se inicia o cultivo da cana-de-açúcar. Os canaviais, que se espalham pela Zona da Mata e dependem de mão-de-obra de escravos africanos, atraem o interesse dos holandeses no século XVII. O interior é ocupado por fazendas de gado. No século XVIII, a mineração de ouro e diamante no centro-sul acelera o declínio da economia canavieira. O fracasso da Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, criada pelo Marquês de Pombal, em 1759, acentua essas dificuldades.Depois de se envolver nas lutas de independência, na Revolta Pernambucana de 1817 e na Confederação do Equador, em 1824, a Paraíba atravessa uma etapa de relativa estabilidade política. Mas o empobrecimento de toda a região nordestina afeta a província. Em 1874 estoura o Quebra-Quilos, insurreição popular contra a fome, a pobreza e o aumento dos impostos. A revolta recebe esse nome por protestar também contra a adoção do novo sistema de pesos e medidas implantado no país: o métrico decimal.

Estagnação econômica – Durante a República Velha (1889/1930), a agricultura permanece estagnada e as oligarquias rurais mantêm amplo poder político. A Paraíba tem participação especial na Revolução de 1930. O assassinato de João Pessoa, presidente do estado e candidato a vice-presidente da República na chapa de Getúlio Vargas, precipita o movimento que põe fim ao primeiro período republicano brasileiro. Os incentivos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) a partir da década de 1960 pouco ajudam na industrialização do estado, que permanece entre os mais pobres do país e um dos que mais alimentam o movimento migratório regional.
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MINAS GERAIS - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

GEOGRAFIA – Área: 586.528,3 km². Relevo: planaltos com escarpas e depressão no centro. Ponto mais elevado: pico da Bandeira, na serra do Caparaó (2.889,8 m). Rios principais: das Velhas, Doce, Grande, Jequitinhonha, Mucuri, Paracatu, Paranaíba, Pardo, São Francisco. Vegetação: floresta tropical, a maior parte com faixa de cerrado a nordeste. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Belo Horizonte (2.740.500), Contagem (645.380), Uberlândia (612.040), Juiz de Fora (524.120), Betim (398.300), Montes Claros (362.100), Ribeirão das Neves (318.680), Uberaba (296.900), Governador Valadares (270.650), Ipatinga (246.130) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: mineiro.

POPULAÇÃO – 19.890.720 (est. 2012).

Belo Horizonte
CAPITAL – Belo Horizonte. Habitante: belo-horizontino. População: 2.740.500 (est. 2012).

Maior estado do Sudeste e principal produtor de café e de leite do país, Minas Gerais (MG) expande, nos últimos anos, sua indústria, que suplanta a do Rio de Janeiro. Atualmente, fica atrás apenas de São Paulo nesse setor. Quase todo o território do estado se localiza em planaltos, com uma paisagem marcada por montanhas, vales e grutas. Sua principal atração turística é o patrimônio de arquitetura e arte colonial conservado em cidades históricas, como Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, Sabará, São João del Rey e Diamantina, que prosperaram em virtude da extração de ouro no século XVIII. Em 1999, Diamantina é a segunda cidade mineira declarada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como patrimônio histórico da humanidade. A primeira, Ouro Preto, recebeu o título em 1980. Nessa cidade fica o mais completo e bem conservado conjunto de obras de Aleijadinho, considerado o mais importante escultor brasileiro do período barroco. No entanto, a ocupação desordenada e uma série de incêndios em construções centenárias vêm degradando as cidades históricas. A culinária de Minas tem origem na cozinha dos tropeiros, baseada na carne de porco servida com feijão, couve, quiabo, milho ou mandioca.

Economia – A participação de Minas Gerais no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é de 9,7%. Sua economia diversificada tem como destaque a extração de minério de ferro, as plantações de café e a produção de veículos. A presença de montadoras de automóveis – Fiat, Mercedes-Benz, Iveco – atrai empresas de autopeças. Em razão disso, a indústria responde por 48,3% do PIB mineiro. Maior produtor brasileiro de minério de ferro, o estado explora ainda ouro e zinco. As importações mais significativas são de minerais não ferrosos, veículos e peças, carvão, fertilizantes e petroquímicos. Minas mantém também a liderança nacional na agropecuária, atividade que ocupa quase 70% de sua área e se concentra sobretudo no sul, no sudeste e no Triângulo Mineiro. O estado abriga, ainda, o terceiro rebanho bovino do Brasil, depois de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. E é responsável por metade da safra brasileira de café, além de ser um dos maiores produtores de feijão e de milho. O setor de biotecnologia é um dos que mais crescem. As 75 empresas localizadas no estado faturam 550 milhões de reais por ano, com destaque para o pólo de biotecnologia da região metropolitana de Belo Horizonte, o maior da América Latina.

Índices sociais – Minas Gerais ainda não conseguiu resolver o desequilíbrio social e econômico entre suas regiões. O sul concentra as indústrias e grande parte da atividade agrícola e apresenta indicadores sociais próximos aos do estado de São Paulo. Castigado pela seca, o norte é uma das áreas mais pobres do país, com precária rede de esgoto, alta taxa de mortalidade infantil e de analfabetos e baixa produtividade econômica. A renda per capita média do estado é de 12.780 reais e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), de 0,795, equivalente ao de Mato Grosso do Sul.

História
As Minas Gerais começam a integrar-se à vida colonial no fim do século XVII, quando os bandeirantes paulistas descobrem as primeiras jazidas de ouro. Em pouco tempo, a região atrai grande número de portugueses, que, com seus escravos africanos, buscam lavras de ouro e diamante. À medida que cresce a produção, aumenta a fiscalização por parte da Coroa. Despontam conflitos pelo direito de exploração das minas, como a Guerra dos Emboabas – em que mineradores paulistas se opõem a comerciantes portugueses e a brasileiros de outras regiões –, e a Revolta de Vila Rica, cuja origem é a mesma da Inconfidência Mineira: uma reação à política fiscal de Portugal. Em meados do século XVIII, a mineração está no auge, e a sociedade mineira vive o esplendor do barroco. Logo depois começa o declínio, provocado pelo esgotamento dos veios e pela pesada tributação. Em 1789, a capitania deve à Coroa perto de 6 toneladas de ouro em quintos (impostos) atrasados. A cobrança excessiva de impostos alimenta movimentos favoráveis à independência, como a Inconfidência Mineira, na qual se destaca a figura de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

Após a independência, Minas começa a recuperar-se, graças à expansão cafeeira, sobretudo no sudoeste e próximo ao Vale do Paraíba. A província participa ativamente da vida política do Império. Com Rio de Janeiro e São Paulo, forma a base de apoio do governo imperial contra as revoltas provinciais durante a Regência. Na República, integra a política do café-com-leite, uma aliança em que as oligarquias paulista e mineira se revezam na Presidência. Quando São Paulo rompe o acordo, pressionado pela crise do café, Minas reage e, com o Rio Grande do Sul e estados do Nordeste, promove a Revolução de 1930, que põe fim à República Velha.

Participação política – Sempre dividida entre dois partidos tradicionais – Liberal e Conservador, no Império, Partido Social Democrático (PSD) e União Democrática Nacional (UDN), na República –, a elite do estado continua a intervir fortemente na vida política do Brasil. Há o Manifesto dos Mineiros, de 1943, contra o Estado Novo, a eleição de Juscelino Kubitschek para a Presidência da República, em 1955, e o apoio ao golpe militar de 1964. Até a década de 1960, porém, Minas Gerais permanece num plano secundário em relação ao desenvolvimento industrial do país, como grande fornecedora de insumos, caso do minério de ferro e dos produtos agrícolas. A partir dos anos 1970, com os incentivos fiscais dos governos federal e estadual, Minas amplia e diversifica sua base industrial, sobretudo nos setores têxtil, químico, siderúrgico, mecânico-metalúrgico e agroindustrial. É criado também um pólo automobilístico na região metropolitana de Belo Horizonte.
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MATO GROSSO - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO

GEOGRAFIA – Área: 903.357,9 km². Relevo: planalto e chapadas no centro, planície com pântanos a oeste e depressões e planaltos residuais a norte. Ponto mais elevado: serra Manto Cristo (1.118 m). Rios principais: Araguaia, Cuiabá, das Mortes, Juruena, Paraguai, São Lourenço, Teles Pires, Xingu. Vegetação: cerrado na metade leste, floresta Amazônica a noroeste, pantanal a oeste. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Cuiabá (630.600), Várzea Grande (311.600), Rondonópolis (182.820), Sinop (115.700), Cáceres (87.708), Tangará da Serra (76.191), Barra do Garças (58.390), Primavera do Leste (56.800), Alta Floresta (51.190), Sorriso (48.080) (2012). Hora local: -1h. Habitante: mato-grossense.

POPULAÇÃO – 3.108.620 (est. 2012).

CAPITAL – Cuiabá. Habitante: cuiabano ou papa-peixe. População: 524.666 (est. 2012).

O terceiro maior estado do país em área, Mato Grosso (MT) apresenta a menor densidade demográfica da região Centro-Oeste. Apoiado na agricultura e na pecuária, praticadas sobretudo em grandes propriedades, o estado torna-se importante pólo de migrantes na década de 1990. Os rios e a pesca fazem parte do cotidiano do mato-grossense. Os peixes mais comuns são o pacu e a piraputanga. Entre os peixes de couro, destaca-se o pintado, com o qual é feita a mojica, uma das receitas mais populares da região. O acompanhamento mais usual para os peixes é a banana-da-terra ao natural, que é servida também com carne-seca. O estado apresenta relevo pouco acidentado e alterna um conjunto de grandes chapadas, no planalto Mato-Grossense, com altitudes entre 400 e 800 metros, e áreas de planície pantaneira, sempre inundadas pelo rio Paraguai e seus afluentes. No norte fica o Parque Nacional do Xingu, banhado pelos rios Araguaia e Xingu. Ali vivem tribos indígenas que preservam a tradição do Quarup, festa anual realizada em homenagem aos mortos.

Meio ambiente – Mato Grosso registra em 2002, pelo segundo ano consecutivo, queda na taxa de derrubada da mata. Ainda assim, segundo dados da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema), o estado desmatou, em média, 1 milhão de hectares ao ano na última década, principalmente em razão do avanço das atividades agropecuárias. Desde 1990, a área de cultivo de soja em Mato Grosso aumenta 400%. O desmatamento para a abertura de novas fronteiras agrícolas preocupa os ambientalistas. O Pantanal cobre 10% da área do estado e o cerrado ocupa 40%, enquanto a floresta Amazônica se estende ao norte por metade do território mato-grossense. Em 2001, o Pantanal-Mato-Grossense recebe da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o título de patrimônio natural da humanidade.

Economia – Mato Grosso é o estado que registra o maior crescimento econômico entre 1985 e 2011, principalmente em razão da força de sua agricultura. Mesmo o setor de serviços, que representa 51,8% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, gira em torno da agropecuária. Maior produtor de soja do país, colhe anualmente 26,5 milhões de toneladas do grão, que é o principal item de exportação mato-grossense. A cidade de Sorriso possui a maior área plantada de soja do mundo, com 720 mil hectares. Líder nacional também de algodão, sua colheita chega a 3,7 milhões de toneladas por ano e tem o município de Rondonópolis como pólo principal. Mato Grosso é também lider na produção de carne no Brasil. O crescimento econômico médio de 9,5% entre 2002 e 2011 superando a média nacional, mas há deficiências na infra-estrutura, que prejudicam o escoamento eficaz da produção. O desafio é conciliar a alta produtividade agrícola com o desenvolvimento sustentável.

Índices sociais – A população mato-grossense se distribui de forma desigual, com desertos demográficos ao norte e áreas urbanas populosas, como Cuiabá e Várzea Grande. Dois terços dos municípios não têm coleta de esgoto e em mais de um terço não há rede de água, mas cerca de 90% dos habitantes com mais de 15 anos são alfabetizados. Pouco mais de 20% da população mato-grossense mora na zona rural. A taxa de mortalidade infantil é de 21,5 crianças mortas antes de completar 1 ano a cada mil nascidas vivas. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mato-grossense é de 0,773, igual ao de Minas Gerais e pouco superior à média nacional.

Cuiabá
Capital – Com quase 300 anos de idade, Cuiabá prepara-se para um surto de crescimento neste início do século XXI, que pode vir com a implantação de cinco megaprojetos: a ligação ferroviária com o Porto de Santos, a conclusão e a pavimentação da rodovia Cuiabá-Santarém, a saída rodoviária para o oceano Pacífico, a hidrovia do Paraguai e o Gasoduto Brasil-Bolívia. A cidade começou às margens do rio Coxipó, tendo sido fundada em 8 de abril de 1719.

História
De acordo com o Tratado de Tordesilhas, a região do atual estado de Mato Grosso pertencia à América hispânica. Por muito tempo sua exploração se limita a esporádicas expedições de aventureiros e à atuação de missionários jesuítas espanhóis. Com o bandeirismo no século XVII e a descoberta de ouro no Brasil central no século XVIII, a região é invadida por exploradores. Em 1748 é criada a capitania de Mato Grosso, com sede em Vila Bela, mais tarde transferida para a vila de Cuiabá. Dois anos depois, a região é formalmente incorporada ao Brasil pelo Tratado de Madri. No século XIX, durante o Império, o declínio da mineração de ouro provoca o empobrecimento e o isolamento da província. A atividade pastoril e a agricultura começam a ocupar a força de trabalho mato-grossense. Mas a criação de gado se desenvolve, o que faz o eixo econômico da região se deslocar do centro-oeste para o sul. No período da República, o isolamento da região vai sendo reduzido com a ampliação da rede telegráfica, promovida pelo marechal Cândido Rondon, a navegação a vapor e a abertura de algumas estradas, ainda que precárias. Essas medidas atraem para a província um número crescente de seringueiros, criadores de gado e exploradores de madeira e de erva-mate.

Separação – Como todo o Centro-Oeste, o estado de Mato Grosso beneficia-se da política de interiorização do desenvolvimento dos anos 1940 e 1950 e da política de integração nacional dos anos 1970. A primeira é baseada principalmente na mudança da capital federal do Rio de Janeiro para Brasília e a segunda, nos incentivos fiscais aos grandes projetos agropecuários e de extrativismo, além dos investimentos em infra-estrutura, estradas e hidrelétricas. O estado prospera e atrai dezenas de milhares de migrantes vindos do Nordeste, Sul e Sudeste. Entre 1940 e 1970, a população salta de 430 mil para 1,6 milhão de habitantes. O governo federal decreta a divisão do estado em 1977, alegando dificuldade em desenvolver a região diante de sua grande extensão e diversidade. O norte, menos populoso, mais pobre, sustentado pela agropecuária extensiva e às voltas com graves problemas fundiários, permanece como Mato Grosso. O sul, mais próspero e mais populoso, passa a ser Mato Grosso do Sul. Mais de duas décadas depois, as condições socioeconômicas de Mato Grosso não se alteram substancialmente.
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MARANHÃO - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO MARANHÃO

GEOGRAFIA – Área: 331.983,3 km². Relevo: costa recortada e planície litorânea com dunas e planaltos no interior. Ponto mais elevado: chapada das Mangabeiras (804 m). Rios principais: das Balsas, Gurupi, Itapecuru, Mearim, Parnaíba, Pindaré, Tocantins, Turiaçu. Vegetação: mata de cocais a leste, mangues no litoral, floresta Amazônica a oeste, cerrado ao sul. Clima: tropical. Municípios mais populosos: São Luís (1.075.100), 62.950), Caxias (156.900), Timon (149.100), São José de Ribamar (134.200), Codó (121.880), Açailândia (109.800), Bacabal (102.300), Paço do Lumiar (99.790), Santa Luzia (84.700) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: maranhense.

POPULAÇÃO – 6.412.500 (est. 2012).

CAPITAL – São Luís. Habitante: ludovicense. População: 1.075.100 (est. 2012).

Disputado por franceses, portugueses e holandeses no início da colonização brasileira, o Maranhão (MA) revela em sua culinária a mistura de influências dos colonizadores, dos índios que ali moravam e dos negros trazidos da África. Os doces portugueses dividem a mesa com os de frutas nativas, como maracujá, bacuri, jenipapo e tamarindo. No litoral são consumidos marisco, siri, caranguejo e peixes. Diferentemente da culinária do vizinho Pará, a cozinha maranhense é leve, com pouco tempero e gordura no preparo de peixes e carne. A principal manifestação popular é a festa do bumba-meu-boi, mas se destaca também o tambor-de-crioula. O Maranhão é o único estado da Região Nordeste com parte de seu território coberto pela floresta Amazônica. Uma importante área de proteção ambiental é o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, com dunas de até 50 metros de altura. O estado abriga importante sítio paleontológico. Na cidade de Itapecuru Mirim foram encontrados os fósseis do mais antigo saurópode (tipo de dinossauro herbívoro) já descoberto no país, o Amazonsaurus maranhensis, com 110 milhões de anos.

Economia – A participação maranhense no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil não chega a 1%. O comércio e os serviços respondem por 56,8% da economia do estado. Cerca de metade da movimentação de cargas em portos do Norte e do Nordeste passa pelo complexo portuário integrado pelos terminais de Itaqui, Ponta da Madeira e Alumar. Por ali, são exportados principalmente alumínio, ferro, soja e manganês. A indústria, que representa 25,2% do PIB maranhense, se apóia nos setores metalúrgico, alimentício e químico. Na agricultura, destacam-se a mandioca, o milho e a soja. Com uma costa de 640 quilômetros, a segunda mais extensa do país (a primeira é a da Bahia), o Maranhão tem na pesca importante atividade econômica.

Índices sociais – A renda per capita maranhense, de 6.620 reais em 2011, é a mais baixa do Brasil. O índice de mortalidade infantil é alto – 46,3 por mil nascidos vivos. Embora tenha melhorado muito, é a segunda pior taxa do país, só superada pela de Alagoas. O Maranhão, apesar do desenvolvimento alcançado em alguns setores econômicos, permanece como um dos mais pobres e carentes estados do país, ocupando a última posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro. A falta de ocupação e de perspectiva faz com que haja grande migração, especialmente para o vizinho Pará e para outros estados da Região Norte.

Base Espacial de Alcântara – A explosão do foguete VLS-1, que causa a morte de 21 técnicos em 2003, não impede o governo brasileiro de dar continuidade a seu programa espacial na Base de Alcântara. O lançamento bem-sucedido do foguete de exploração VSB-30, em outubro de 2004, dá novo ânimo ao Centro Técnico Espacial, que pretende colocar em órbita uma nova versão do VLS até 2006. Há também projetos para lançamentos de foguetes russos e ucranianos. A base maranhense é alvo de interesse por sua localização próxima à linha do Equador. Isso permite que o foguete escape mais facilmente da gravidade terrestre, o que significa grande economia de combustível.

São Luis
Capital – A cidade de São Luís, declarada patrimônio histórico da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1997, possui ruas estreitas e sobradões com fachada de azulejo e sacada de ferro, típicos do período colonial. Nos últimos anos, no entanto, os prédios do centro histórico estão ameaçados pela má conservação. A cidade é considerada também a capital brasileira do reggae.

História
A primeira capitania do Maranhão, criada em 1534 e dividida em duas, não chega a ser efetivamente ocupada. Seus próprios limites são estabelecidos apenas no início do século XVII, sob domínio francês. La Ravardière e Mazilly instalam uma colônia na região, em 1612, chamada França Equinocial, e fundam na baía de São Marcos a cidade de São Luís, que recebe esse nome em homenagem ao rei francês Luís XIII. Em 1615, os portugueses, comandados por Jerônimo de Albuquerque, expulsam os franceses e iniciam sua colonização na região. São Luís é invadida pelos holandeses em 1641, mas recuperada por Portugal três anos depois. A partir daí, torna-se a base de apoio à exploração e ocupação portuguesa da Amazônia e do norte do Brasil. Para estimular o desenvolvimento da capitania, apoiado na monocultura do açúcar e do algodão, é criada em 1682 a Companhia de Comércio do Maranhão. A iniciativa provoca protestos dos proprietários locais, pois o governo português chega a confiscar as lavouras de quem não planta cravo ou algodão, produtos que interessam comercialmente à metrópole. Em 1684, sob a liderança dos irmãos Manuel e Tomás Beckman, os donos de terras maranhenses se rebelam, mas são duramente reprimidos. Em 1755 é criada pelo governo do Marquês de Pombal a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão. Na segunda metade do século XVIII, com o começo da Revolução Industrial inglesa, as exportações de algodão têm forte crescimento, o que contribui para a prosperidade econômica e o aumento da população. Esse progresso econômico, porém, não se mantém. Após as lutas da independência, o Maranhão entra no século XIX com a economia em declínio. A estagnação perdura durante o Império, o que provoca revoltas populares, como a Balaiada, de 1838, ou, mais tarde, a migração de milhares de pessoas, a maioria camponeses, para os seringais da Amazônia. No início da República, a manufatura algodoeira e o beneficiamento de arroz, açúcar, óleo de babaçu e cera de carnaúba sustentam a economia, mas não impedem o empobrecimento de grande parte da população.

Desafios da modernização – A partir dos anos 1960 e 1970 são feitos investimentos nos setores de agropecuária e de extrativismo vegetal e mineral, estimulados por incentivos fiscais da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Grandes projetos de criação de gado, de plantação de soja e arroz e de extração de minério de ferro, como o Carajás, trazem riqueza, mas aumentam a concentração fundiária e causam problemas ambientais. No fim dos anos 1970, quase a metade da formação original das matas de transição maranhense entre o cerrado e a floresta Amazônica já se havia perdido. Esses projetos também impulsionam disputas de terra e conflitos com a população indígena, causando tensão e violência.
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ESPÍRITO SANTO - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GEOGRAFIA – Área: 46.077,5 km². Relevo: baixada litorânea (40% do território) e serras (interior). Ponto mais elevado: pico da Bandeira, na serra do Caparaó (2.891,9 m). Rios principais: Doce, Itapemirim, Itaúnas, Jucu, São Mateus. Vegetação: floresta tropical, vegetação litorânea. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Vila Velha (425.200), Serra (410.900), Cariacica (371.800), Vitória (351.500), Cachoeiro de Itapemirim (214.030), Linhares (142.800), Colatina (128.220), Guarapari (119.080), São Mateus (111.100), Aracruz (79.890) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: capixaba.

POPULAÇÃO – 3.623.020 (est. 2012).

CAPITAL – Vitória. Habitante: vitoriense. População: 351.500 (est. 2012).

O litoral do Espírito Santo (ES) apresenta paisagens recortadas por serras e morros, características do Sul e do Sudeste, e regiões planas, com dunas e palmeiras, típicas do Nordeste do país. A capital, Vitória, fica em uma ilha costeira. Pouco mais ao sul está Guarapari, conhecida pelas praias de areia monazítica. No extremo norte localiza-se Itaúnas, no município de Conceição da Barra, famosa pelas grandes dunas. É na faixa litorânea que se concentram os descendentes dos primeiros colonizadores e sua culinária típica, como a moqueca capixaba, feita com tintura de urucum, de origem indígena. Nas serras predominam os descendentes de imigrantes alemães, suíços, holandeses e açorianos. O pico da Bandeira, com 2.891,9 metros, o terceiro ponto mais alto do Brasil, fica na divisa com Minas Gerais.

Economia – O estado tem aumentado sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Mas, com uma base industrial modesta, essa participação ainda é pequena, de 1,8% em 2011. O comércio é a principal atividade econômica do Espírito Santo, que está entre os sete primeiros estados exportadores do país. A capital do estado abriga o porto de Vitória – o segundo mais importante do Brasil, responsável por 16% dos embarques do país – e o de Tubarão. Entre os produtos locais de exportação destacam-se celulose, café e granito. De Minas Gerais são escoados minério de ferro, veículos e aço. Do Centro-Oeste, produtos agrícolas. Entram pelo Espírito Santo automóveis, grãos, máquinas agrícolas e carvão siderúrgico. Com a descoberta de grandes reservas petrolíferas a partir de 2002, o estado passa da sexta para a segunda posição entre os detentores das maiores reservas do país. A indústria, apoiada principalmente no aumento contínuo da extração de petróleo e gás natural, é a que mais cresce em 2002 e 2003. Na agricultura, o destaque são as lavouras de café, cuja produção só é menor que a de Minas Gerais. Nas áreas litorâneas plantam-se banana, abacaxi, mamão, maracujá e limão, enquanto nas montanhas são cultivados morango e uva. O estado possui a segunda maior fábrica de chocolates do país, a Garoto, com sede em Vila Velha. Em 2004, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) veta a compra da empresa pela multinacional Nestlé, que já vinha controlando sua produção desde 2002. O Cade determina que a Garoto seja vendida novamente, sob protestos da Nestlé, que decide recorrer judicialmente. O governo estadual teme pelo destino dos 3 mil funcionários da empresa e por impactos negativos na economia da cidade.

Índices sociais – A renda per capita do Espírito Santo é idêntica à média nacional: 17.631 reais. Embora seja o estado menos desenvolvido da Região Sudeste, apresenta indicadores sociais superiores aos demais. A taxa de mortalidade infantil é de 14,9 para cada mil nascidos vivos. Mais de 80% da população tem acesso à água, ao passo que um terço não possui serviços de coleta de esgoto. Dados do Ministério da Justiça indicam que o Espírito Santo apresenta taxa de homicídios de 52,1 por mil habitantes, a maior do país.

Vitória
Capital – Ao mesmo tempo que Vitória tem um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as capitais do país, apresenta também uma das maiores taxas de homicídio do Brasil. Segundo especialistas, é o resultado do desemprego, do crescimento desordenado, do tráfico de drogas e das desigualdades sociais.

História
Criada em 1534, a capitania do Espírito Santo começa a ser ocupada no ano seguinte. Seu donatário, Vasco Fernandes Coutinho, constrói os primeiros engenhos, transformando a produção e a exportação de açúcar na principal atividade econômica da capitania. A vida nos engenhos e povoados, no entanto, é prejudicada pela constante presença de corsários franceses e pela hostilidade dos índios goitacás e aimorés. Para melhor resistir a essa situação, a sede da capitania, Vila Velha, é abandonada, e uma nova é construída na ilha de Santo Antônio, com o nome de Vila Nova, atual Vitória. A mudança para a ilha não resolve o problema dos ataques indígenas. A situação só melhora com a ida do primeiro contingente de jesuítas, para a catequização dos índios, em 1551.

Anchieta – O padre José de Anchieta, que faria o trabalho mais cuidadoso nesse sentido, chega em 1552. A luta contra os franceses prossegue ao longo do litoral, até o Rio de Janeiro. Um índio da região, Araribóia, chefe dos temiminós, amigo dos portugueses e da família do governador-geral Mem de Sá, desempenha papel importante nessa disputa. Ele se desloca com as tropas portuguesas até o Rio de Janeiro, onde luta contra os franceses liderados por Nicolau Durand de Villegaignon.No século XVII e no XVIII, a capitania vive o declínio da economia canavieira. Enfrenta outras guerras, contra os holandeses, de 1625 a 1640. Na segunda metade do século XVII, cresce a busca de ouro. O governador Gil de Araújo envia, a partir de 1676, 14 expedições à serra das Esmeraldas, rio Doce acima. As tentativas fracassam, pois a pequena quantidade de ouro encontrada não é suficiente para apontar uma alternativa econômica para a região. O crescimento da mineração de ouro e diamante em Minas Gerais também contribui para essa retração.

Expansão cafeeira – O Espírito Santo começa a se recuperar apenas durante o Império, com a expansão da lavoura cafeeira e com o incremento da imigração européia. Italianos, alemães, portugueses, holandeses e suíços instalam-se nas colônias e nas vilas do interior. No início da República, o café chega a representar mais de 90% da receita do estado e possibilita investimentos em infra-estrutura na capital e nas principais cidades. Nessa época, o porto de Vitória torna-se um dos mais importantes do Brasil.Com a economia baseada na exportação de produtos agrícolas até meados da década de 1960, o Espírito Santo se beneficia, a partir dos anos 1970, da instalação de grandes projetos industriais, como as empresas estatais Companhia Vale do Rio Doce e Companhia Siderúrgica de Tubarão, depois privatizadas.
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DISTRITO FEDERAL - GEOGRAFIA E HISTÓRIA DO ESTADO DO DISTRITO FEDERAL

GEOGRAFIA – Área: 5.801,9 km². Relevo: planalto de topografias suaves. Ponto mais elevado: pico do Roncador, na serra do Sobradinho (1.341 m). Rios principais: Descoberto, Paranoá, Preto, São Bartolomeu. Vegetação: cerrado. Clima: tropical. Município mais populoso: Brasília (2.580.000) (2012). Hora local: a mesma. Habitante: brasiliense.

POPULAÇÃO – 2.580.000 (est. 2012).

CAPITAL – Brasília. Habitante: brasiliense. População: 2.580.000 (est. 2012).

No Distrito Federal (DF) localiza-se Brasília, a capital do país e o centro do poder político da União. Dividido em 19 regiões administrativas, com cidades-satélites no entorno da capital, o Distrito Federal está encravado no estado de Goiás, no Planalto Central, a uma altitude média de 1,1 mil metros. Brasília abriga as sedes do Executivo federal (Palácio do Planalto) e do Poder Legislativo (Congresso Nacional, composto de Câmara dos Deputados e Senado Federal). Na capital ficam também as mais altas cortes judiciais do país, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF), além dos ministérios, dos órgãos públicos e das embaixadas. Cidade projetada pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer e inaugurada em 1960, Brasília tem a forma de um avião, com duas asas unidas por um eixo central.

Economia – O setor de serviços responde por mais de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) do Distrito Federal, com quase dois terços dos recursos vindos da administração pública. A agropecuária, com menos de 1%, e a indústria, com cerca de 6%, têm a menor participação no PIB entre todas as unidades da Federação. Na indústria, destacam-se a da construção civil, a de transformação e a gráfica. A força do setor de serviços é ilustrada pelo fato de que a região, com apenas 5.801 quilômetros quadrados, mantém 291 agências bancárias. Esse número supera o de 15 estados brasileiros, sendo, por exemplo, o dobro do existente em Sergipe e nove vezes maior que o do Acre. Os medicamentos respondem por mais da metade das importações feitas pelo Distrito Federal. O motivo são as compras feitas pelo Ministério da Saúde para distribuição em todo o país. Drogas do coquetel anti-aids e vacinas, como as de prevenção de paralisia infantil e da hepatite, representam boa parte dos produtos trazidos do exterior. Por isso, o Distrito Federal apresenta déficit anual de mais de 500 milhões de dólares. Os investimentos do governo federal em tecnologia da informação e a chegada de grandes grupos de telecomunicações estimulam o surgimento de um pólo de informática com mais de mil empresas em Brasília. Conhecida como cidade movida pelo funcionalismo público, a capital federal passa por transformações nos últimos anos, e, atualmente, o setor privado contrata mais funcionários que o governo.

Índices sociais – Após a explosão demográfica verificada em 1960 e 1970, o crescimento populacional do Distrito Federal decai nos últimos anos. Mesmo assim, na década de 1990, a população salta de 1,6 milhão para 2 milhões de habitantes, o que representa um crescimento de 2,8%, superado apenas pelos estados da Região Norte. O Distrito Federal ostenta o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e os melhores indicadores do país: cerca de 90% das casas com rede de esgoto, 96% com coleta de lixo e 89% com rede de água. Na área educacional, registra os melhores índices de escolaridade, com taxa de alfabetização de quase 95%. O peso do governo federal no PIB local contribui para que o Distrito Federal tenha também a maior renda per capita do Brasil. A concentração de renda, porém, é grande. O rendimento mensal do 1% mais rico atinge 40,7 mil reais, o maior do país. O Distrito Federal lidera ainda em número de telefones celulares por habitante: quase 90% da população possui um aparelho móvel. Por outro lado, o crescimento desenfreado tem gerado problemas de urbanização nas cidades-satélites, com aumento da criminalidade, redução da qualidade de vida e do transporte, desemprego e processo de formação de favelas.

Brasília
Capital – Brasília é a principal atração do Distrito Federal. Em 1987, é declarada patrimônio cultural da humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em razão de seu valor arquitetônico e por ter sido a primeira cidade construída no século XX para ser uma capital. Brasília recebe constante afluxo de pessoas de todos os estados brasileiros e de outras nações. Atrai também místicos: muitos construíram, nas imediações da cidade, templos de diversas religiões. Essa diversidade cultural, que permite o encontro com estrangeiros de vários países, os mais diferentes sotaques, costumes e comidas típicas, é uma característica brasiliense marcante. Depois de fechado ao público por sete anos, o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, é reaberto em 2002 para visitação.

História
A idéia da transferência da capital do país para o interior é antiga. Os participantes da Conjuração Mineira, em 1789, acalentavam esse sonho. Logo após a independência, José Bonifácio apresenta à Assembléia Constituinte uma proposta de transferência da capital do Império do Rio de Janeiro para o interior do país. Uma capital com essa localização garantiria a ocupação de terras quase despovoadas e abriria novas frentes de desenvolvimento, além de ser menos vulnerável a ataques externos. Em 1877, o historiador Francisco Adolfo de Varnhagen, defensor do projeto, viaja para o Planalto Central e indica a região ao ministro da Agricultura, Tomás Coelho. A idéia é incorporada pela Constituição republicana de 1891. No ano seguinte, o lugar para o novo Distrito Federal é demarcado. Em 1954, um trecho dessa área é escolhido para sediar a capital. Trinta mil operários constroem Brasília em 41 meses, durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek. Com projeto urbanístico de Lúcio Costa e arquitetônico de Oscar Niemeyer, a nova capital é inaugurada em 21 de abril de 1960, data escolhida em homenagem a Tiradentes. No ano de fundação, a cidade já conta com 150 mil habitantes. No Plano Piloto, moram funcionários públicos. Nas cidades-satélites, estão os candangos – como são chamados os operários migrantes, a maioria nordestinos, que trabalharam na construção da capital. A população aumenta rapidamente à medida que a estrutura político-administrativa do governo federal se transfere para lá. Em 30 anos, o Distrito Federal alcança 1,6 milhão de habitantes, uma das mais altas taxas de crescimento demográfico do país. Em 1988, com a nova Constituição, ganha plena autonomia e passa a eleger seu governador e seus parlamentares.

Regiões administrativas – O Distrito Federal constitui uma unidade atípica na federação: não é um estado nem possui municípios. Consiste em um território autônomo, dividido em regiões administrativas. Exceto Brasília, capital federal e sede do governo do Distrito Federal, as demais regiões administrativas são conhecidas como cidades-satélites, com certa autonomia administrativa. Em 1961 criam-se as primeiras subprefeituras: Planaltina, Taguatinga, Sobradinho, Gama, Paranoá, Brazlândia e Núcleo Bandeirante. Em 1964 são substituídas por regiões administrativas. Surgem mais quatro dessas unidades em 1989: Ceilândia, Guará, Cruzeiro e Samambaia. Em 1993, acrescentam-se outras quatro: Santa Maria, São Sebastião, Recanto das Emas e Riacho Fundo. As três últimas regiões administrativas são criadas em 1994: Lago Sul, Lago Norte e Candangolândia.
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